MIRANTE
Disseram que de perto é feio
Aquilo que é bonito se deixado mais ali.
Por isso, estico meu passeio;
Vou pro infinito, o mais longe que eu já vi.
Quem sabe assim de longe eu vejo
Tudo o que avizinha o meu calado coração,
De um fraco e surdo gargarejo,
Transformar-se em fado, o fardo em uma canção?
(Fernando Belo)
Este pequeno poema, é de meu filho Fernando. A orquídea presa à arvore, minha filha Flavia ganhou em abril deste ano, de Elomar, uma querida vizinha aqui do prédio onde moramos.
Nesta quarta-feira dia 10, sétimo dia da morte de meu irmão Edgar, fui ao Parque Ibirapuera, aqui em São Paulo, um lugar por onde sempre caminhei com meus filhos. Escolhi uma árvore do Parque e nela fixei a orquídea de Flavia e li para meu irmão, o poema de Fernando. E por sugestão de meu filho, apenas as boas lembranças fizeram parte desta solitária mas ternurenta cerimônia. Além da orquídea oferecida por Flavia, a árvore que escolhi para homenagear meu irmão, tinha alguns sulcos e neles plantei, mudas de gerâneos, columéias e primaveras que colhi das plantas que tenho aqui em casa. Tem um pouco de mim nas flores e plantas que cultivo.
Edgar, meu irmão querido, leve com você o carinho de seus sobrinhos e a ternura eterna de sua irmã. E siga, em paz, passeando pelo infinito.