terça-feira, 24 de abril de 2012

Maternidade: a melhor montanha-russa do mundo

É incrível como ser mãe é uma coisa louca, cheia de altos e baixos. Depois daquela melhora maravilhosa que as meninas tiveram, passamos dias de crise. Já não sei se foi refluxo, gases ou outra incomodação. Só sei que teve muito choro. Me bateu mais um desânimo (olá, parte baixa) e veio de novo aquela sensação de não saber o que fazer e de não conseguir decifrar o que o bebê quer, que, aparentemente, é tão peculiar nas mães. Eu analiso, tento de tudo para aliviar o incômodo das meninas,questiono a minhas decisões, penso, converso com a minha mãe, com o marido, e penso mais um pouquinho. Tudo parece mais uma montanha-russa cheio de curvas e altas emoções.

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Maria e Isabella, minhas companheiras de aventuras

 Ontem eu liguei para uma amiga minha que mora no Rio e teve uma menina que nasceu alguns dias depois da Maria e da Isabella. Foi tão bom falar com ela porque percebi que a gente passa pelo mesmo processo, dúvidas, questionamentos, desespero e pequenas soluções. Mais uma vez eu comecei a pensar na forma como as coisas fluem entre mães e bebês. E conversando com a Lígia, ela me deu insight, que a minha mãe também vive tentando colocar na minha cabeça: "elas são apenas bebês". Bebês choram quando querem se comunicar, eles ficam incomodâdos e, sim, todos têm refluxo. Não estou dizendo que não há casos graves, mas todos passam por isso. Comem pouco, comem demais, arrotam ou não conseguem arrotar, a comida volta e às vezes fica bem lá no estômago. O fato é que eles estão crescendo e se desenvolvendo, e a gente tá aqui para ajudar nisso. Quero parar com a obsesssão e deixar as coisas fluírem, mas é dificil, minha gente! O jeito é tentar sempre. Hoje, por exemplo, elas tiveram um dia ótimo. Amanhã, não sei como vai ser, mas vou fazer o meu melhor.

Eu tenho visto muitos fóruns, perguntas para pediatras nos blogs e estou lendo aquele livro "A Maternidade e o encontro com a própria sobra" da Laura Gutman e me parece que os grandes dilemas das mães são os mesmos. As soluções variam, mas quase sempre batem em uma questão: é preciso muita dedicação e aconchego. Parece muita responsabilidade e meio radical, mas cada vez mais acredito mais no seguinte: tudo depende da mãe. A nossa forma de ver o mundo, o que a gente sente, passa tudo para os filhos, especialmente, os bebês. A culpa é toda nossa (oi? novidade!) Acho que a conexão não termina depois que eles saem da barriga. Eu tenho pensado muito nisso. É claro que a gente não pode carregar esse peso o tempo inteiro nas costas e também temos todo o direito de ficarmos frustadas no meio do caminho. Mas eu sinto que quando eu paro de me preocupar, deixo as obessões de lado, paro de me cobrar tanto e resolvo aquilo que me incomoda as coisas melhoram. Mas, não deixa de ser difícil. Vira mexe, vai chegar a recaída. Quando a coisa aperta, eu vou e questiono tudo de novo, sofro, choro e começo tudo outra vez. O jeito é ir se equilibrando. Aprendendo e melhorando sempre. E aproveitar muito esse passeio de montanha-russa.
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Olha a cara delas de preocupadas! Not!

terça-feira, 17 de abril de 2012

A descoberta de uma mãe

Muita gente acha que é só a gente receber aquele ser pequeno (no meu caso, dois) nos braços para automaticamente um botão ser acionado para se tornar mãe. O parto é um momento único, mágico, incrível, surreal, mas ele é apenas o início de tudo. Ser mãe não é tão simples assim. Ser mãe é um processo. Doce ilusão a minha achar que naquele momento tudo ia ficar cor de rosa, eu ia saber o que fazer, eu ia cuidar de tudo e assim viveríamos felizes para sempre. Eu descobri que ser mãe é uma escolha diária, um aprendizado sem fim.

Foram três meses para tentar entender isso. Primeiro, a gente fica encantada, com frio na barriga, mas vai ganhando confiança aos poucos. Sim, tem aquela coisa da magia, de olhar o bebê e sentir um amor imenso. Mas, vamos ser sinceras, naquele primeiro mês a gente ainda está conhecendo aquele ser. Nós dois (no meu caso, nós três) ainda estávamos nos acostumando uns com os outros. Eu, muitas vezes, me senti perdida, sem conexão, achando que aquela fase confusa não ia acabar nunca. A verdade é que eu não consegui entender tudo aquilo. Sim, a minha vida mudou completamente e eu precisa aceitar aquilo. Parecia óbvio, mas não era. E por mais que a gente se prepare nove meses para isso (no meu caso, oito) por mais que a gente ache que sabe tudo, não está e não sabe.

Quando as meninas estavam com dois meses, um dia eu caí em um choro compulsivo. Estava cansada de quebrar a cara. Todas as expectativas que eu criei para este momento único na minha vida tinham ido por água abaixo. Eu queria um parto normal, queria amamentar as duas facilmente e a qualquer custo, queria dar conta de cuidar delas sozinhas e não consegui nada do que eu esperava. Nada. Eu tive que me livrar de tudo isso. Receber ajuda era uma coisa muito difícil para mim. Ter uma babá era impensável. E aqui estamos nós com uma ajudante e uma faxineira.

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Eu escutava todo mundo falando "essa fase vai passar, você vai ver, vai passar". E eu achava que ia passar mesmo, literalmente, que aquilo não era permanente, que as meninas não iam ficar do meu lado o tempo todo e por um bom tempo. Foi uma sensação esquisita, mas eu não sentia que era definitivo. Eu queria a ajuda da minha mãe, a única pessoa que eu confiava, o tempo inteiro. Estava sempre cansada, desesperada, exausta e a coisa parecia que não ia ter fim. Até que caiu a ficha. Elas vão ficar aqui para sempre! Duh! Parece óbvio, mas, às vezes, eu sentia que elas estavam "emprestadas" e que era só uma fase mesmo. Até que eu descobri que não. Eu me vi com elas para todo sempre, crescendo juntas. Eu era a cuidadora e me descobri assim. Eu me coloquei disponível para as minhas filhas. Em uma noite difícil com as duas, eu pensei "estou aqui, não tenho pressa, não vou a lugar nenhum, vou ficar o tempo que for com vocês". E toda a coisa mudou de figura, elas foram ficando mais calmas, eu fui ficando mais confiante e logo já estávamos bem, nos entendo. E tem sido assim desde então.

Naquele início eu sentia que estava lutando contra o mundo. Sabe aquele filme de sessão da tarde "Tudo pela minha filha", que a menina é sequestrada e a mãe corre atrás igual uma louca? Eu me sentia assim todos os dias. Todos os dias era uma decisão, toda hora eu tinha que tomar uma atitude firme para provar para mim e para os outros que eu sabia o que estava fazendo. Até que um belo dia eu descobri que sabia mesmo. Eu sei quando é fome, quando é desconforto, quando é sono. Às vezes, ainda bate aquela dúvida, mas não me sinto mais mal. Sei que, em breve, eu e elas vamos nos entendendo no nosso tempo.

Ser mãe é uma tranformação muito grande e constante, por isso é tão difícil. Ela traz à tona uma série de sentimentos e todas as facetas de você mesma. Algumas pessoas se fecham para isso, preferem fugir da responsabilidade, esquecer aquele turbilhão de emoção todo e eu entendo isso, mas resolvi me jogar de cabeça. Talvez por isso, bato com ela (a cabeça) tanto assim. Mas não poderia ser de outra forma. Nunca cresci tanto, aprendi tanto, rezei tanto. Sou eu e não sou mais eu, ao mesmo tempo. Pois vamos parar de filosofar que a vida tá acontecendo aqui do meu lado. É isso, virei mãe.


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Os gloriosos três meses

Realmente os três meses são uma grande transformação na vida dos pais e dos bebês. Demorou um pouquinho, mas a coisa toda aflorou por aqui, minha gente! As meninas estão super espertas, ativas e não tem coisa melhor do que descobrir as pequenas coisas do lado delas. Agora elas acompanham as vozes, olham tudo, tentam alcançar, vivem sorrindo e estão cada vez mais interagindo com o mundo.

Na semana passada ainda sofremos um pouco. Elas ficaram com muitos gases e reclamavam especialmente no período da noite. O reluxo melhorou, mas as cólicas voltaram. Estávamos há dias em um esquema louco. Elas ficavam acordadas de oito da noite até uma da manhã, super incomodadas. Até que mudamos a rotina e mudamos também como pais. Resolvemos sair mais com as duas, relaxar, curtir o momento, parar de ficar dando tando leite o tempo inteiro, e começamos a usar uma água mais quente para fazer o leite engrossado. E finalmente, paramos de tentar desvendar tudo o tempo todo e começamos a entender o que elas queriam.

No sábado, mudamos um pouco a rotina, mas durante a noite foi a mesma coisa. Choro, reclamação e cansaço. Elas dormiram uma e meia e acordaram só seis horas da manhã, como estavam fazendo nos últimos dias. No domingo, a manhã foi tranquila. Nos programamos para sair e ir na Feira de gestante, mas não deu tempo. Resolvemos chegar um pouco mais cedo na casa da minha sogra para o almoço. Lá elas ficaram bem no carrinho, coisa que não acontecia há muito tempo, e só uma hora depois começaram a reclamar. Dormiam e acordavam, mas estavam, relativamente, tranquilas.

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Sentadas no carrinho, isso é que é vida boa!

Saímos de lá e fomos para a feira na cara e na coragem. Maria foi chorando no carro, enquanto Isabella dormia ao lado. Cheguei a desistir, dei a volta no Centro de Convenções e já estava indo para casa quando o Marco tirou ela do bebê conforto pegou ela no colo e, em um segundo, ela dormiu. Pegamos o canguru, cada um com uma e partimos com as duas para a confusão. A feira estava lotada e fazia um calor terrível. Fiz as compras em tempo recorde (estou craque nisso) e voltamos para casa. Foi banho, mamar e dormir. Nas duas ao mesmo tempo! O que antes para a gente era um caos, tá ficando cada vez mais fácil. Três horas depois mais mamar e dormir. E elas só acordarem hoje! Isabella dormiu 9 horas, minha gente! E Maria 7! Chega levei um susto de manhã cedo e corri para o quarto delas para ver se estava tudo bem.

Acho que foi só a gente mudar o foco e pensar diferente para as coisas fluírem. Eu sempre tento analisar como a minha atitude influencia a vida das meninas. E agora resolvi mudar, fazer acontecer. Me sinto mais mãe do que nunca, mas isso é papo para um outro post. Já já vou dar um passeio com as duas. Hoje já comecei a segunda-feira de outro jeito e elas estão super tranquilas. Deu até tempo de vir aqui fazer este post, olha só! E vamos nos jogar e começar a ser feliz do lado de Maria e Isabella.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Maria e Isabella - 3 meses

Finalmente chegaram os três meses! As meninas estão super espertas e crescendo cada dia mais.

TRES MESES

E Isabella e Maria

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Com 13 semanas de vida elas:

 - Vivem sorrindo por aí! É engraçado que logo de manhã elas já acordam com aquele sorriso gostoso de bebê. É uma risada que apaga qualquer noite mal dormida.

 - Acompanham tudo com os olhos e já percebem as vozes. Adoram os quadros da minha sala e o papel de parede do quarto delas.

- Adoram colocar a mão na boca, especialmente, se estão com fome. E também já conseguem manter o pescoço durinho. Além disso, levantam os bracinhos, no que, a gente acha, seja uma tentativa de alcançar o que estiver na frente. 

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Se liga, minha gente: Maria está de calça rosa e Bebella de calça cinza

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Mãos dadas sempre

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Carinho da Maria na Isabella

- Emitem vários sons indecifráveis, mas de vez em quando, sai um "ai" bem perceptível.

- Não tem medo de chorar. A Maria, apesar de ser a mais preguiçosa, chora alto e com vontade. Isabella tem o chorinho mais leve.

- Mamam no peito e na mamadeira! Melhoraram do refluxo, mas ainda sofrem com os gases. E a gente achando que ia acabar tudo com três meses, hein? Temos dias bons e outros nem tanto, mas cada vez mais os melhores perduram

 - Não gostam de andar de carro! Como pode? Toda saida era um chororô. Aí descobrimos que o problema era o bebê conforto que deixavam as duas desconfortáveis por conta do refluxo. Colocamos um cobertor embaixo para deixem as duas mais retinhas e tem dado certo. Elas não estão chorando mais. Agora só falta dormir durante o passeio.

- Estão descobrindo o mundo e eu não vejo a hora de mostrar tudo para elas!

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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Refluxo, a revanche

As meninas estão cada dia melhor, minha gente! Sim, o refluxo existe, mas o incômodo está passando. Algumas mudanças ajudaram bastante. Para começar, fomos no pediatra e ele mudou os remédios. As mães que já passaram por isso vão entender essas próximas linhas. Saímos do Motillium, o que melhorou muito a nossa vida, e do Label. E agora estamos com o Digesan e o Omeprazol. Mas acho que o que fez toda a diferença para as meninas foi o leite. Elas agora estão tomando um leite engrossado (NAN AR) que faz com que a comida pese no estômago e volte menos. Isso foi a salvação da lavoura! Elas mamam e ficam satisfeitas. Dormem melhor e não ficam tão estressadas. Estávamos em um esquema cabuloso onde elas ficavam acordadas de 20h até as 2h da manhã, minha gente! E agora antes da meia noite, elas estão dormindo. Mas, em compensação, estamos sentindo que o leite está aumentando os gases das duas e, às vezes, ainda rola uma luta para mamar. De qualquer forma, estamos lidando com a coisa toda e bem mais tranquilos de ver nossas meninas bem.
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Eu e Maria durante um lanchinho debaixo do prédio Untitled
A cara de satisfação da Isabella depois de mamar. Chega tá triste!

A amamentação passou por dilema (oi, quantos uma mãe tem mesmo?) esses dias todos porque elas começaram a deixar o peito. Pelo menos, era o que eu pensava. A mamadeira começou a ser mais frequente e elas ficavam pouquíssimo no peito. Teve um dia que a Maria ficou o dia todo na mamadeira! Meu peito vazou horrores, doeu, aquela coisa toda. Eu já estava desistindo, mas elas começaram a pegar de novo! Às vezes mamam cinco minutos, às vezes dez, e às vezes não mamam. Mas continuam querendo. Relaxei e parei de ficar obssessiva compulsiva (a melhor coisa que as mães podem fazer, aparententemente) com dar de mamar para elas. Já cheguei no meu objetivo de três meses, agora estamos sem estresse. Estamos no esquema atendendo à pedidos. O leite materno é importante, mas o artificial também está ajudando a aliviar o sofrimento delas. Por isso, dou a mamadeira sem culpa. E agora estamos nessa, nos adaptando, entendendo o leite e a vontade das pequenas. Com isso, avançando cada vez mais no longo caminho que a gente tem pela frente!