terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

O fim do começo?

Outro dia abri o computador e nas minhas lembranças do Facebook apareceu o post do dia em quem que levamos Maria e Isabella pra casa do hospital. Abri o post e chamei as crianças pra verem as fotos. Eles amaram! “Olha, eu que pequeninha, que fofinha!”. “Essa é quem? Eu ou a Maria?”. “Cadê eu quando tava dentro da sua barriga, mamãe?” “Esse é eu pequininho?”. Foi aí que eu percebi que esse blog era um registro maravilhoso da minha história e da deles também. Ainda que eu leia uns posts de anos atrás e me dá um  “o que eu estava pensando?” não deixa de ser um testemunho de que tudo muda, que a gente cresce e que, no meio disso, eu aproveitei muito. As gravidezes, os primeiros todos, os desafios, porque sim até as noites sem dormir tem algo de belo pra contar (depois que elas passam, claro).



Mas senti que era hora de fechar um capítulo por aqui. Estou pronta para uma nova fase da minha vida. Pronta para focar no meu lado profissional, ir atrás de novos e velhos sonhos, trilhar novos caminhos, mas pra isso preciso fazer deste o último post do Manual da Família Moderna. Chega dá uma tristezinha e um frio na barriga, mas é isso.

Só tenho gratidão por esse espaço e o que este blog mais me ensinou é que manuais não existem (apesar do nome dele, aliás), perfeição então… isso nem deveria fazer parte da nossa busca. Cada família tem suas escolhas e tudo bem. Esqueça qualquer coisa que você leu neste blog, por favor, e faça sua própria história. Erre e acerte. Escreva suas próprias páginas e depois… me conta? 

Pra não dizer que vou sumir, nos vemos por aí. Ainda vou estar no instagram no @tatisabadini_ E continuo falando de maternidade no huffpost e meu email continua o mesmo: [email protected] 

Obrigada por ter nos acompanhado aqui. Só tenho gratidão pelas amizades maravilhosas que este blog me deu, as oportunidades de conhecer outras mães, de criar uma comunidade, de ouvir outras histórias, de receber carinho e ajuda mesmo que de longe. Que jornada!

As crianças crescem e a gente cresce também. Nos vemos por aí.




sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Mudar, brincar e aprender

Outro dia eu perguntei pro Francisco o que ele mais gostava de Campo Grande;

Ele pensou um pouco e disse “brincar com a Maria e a Isabella”.
E, de fato, é isso que ele mais tem feito. 
Chove lá fora? Banho de chuva.
Muito calor? Banho de mangueira.
Todo dia, ou um, ou outro. 
Brincam de muitos faz de conta, principalmente de gatinho e cachorro, Batman, Mulher Maravilha e Batgirl e, ultimamente, de Drácula depois que o Francisco viu Hotel Transilvânia.

Ver os três juntos brincando foi definitivamente o melhor desse ano tão rude com todo mundo. É claro que eles brigam, e com a mudança, as brigas, justamente por causa desse convívio intenso deles três, ficaram mais fáceis. Mas, com o tempo, temos aprendido muito. Muitas vezes respiro fundo (aliás, várias vezes por dia) e tento ensinar eles a fazerem o mesmo. "A mamãe ficou com raiva agora, mas eu não bati em ninguém, certo? Estou conversando com você". Por aqui a gente não usa o "pedir desculpas", nada contra, mas é que ele pode soar muito vazio e é facilmente banalizado, e mesmo assim ele vem naturalmente pelas crianças, sem ser forçado. O que a gente sempre tenta é o diálogo, entender porque o outro está zangado, porque bateu e resolver a situação. À vezes sinto que estou num eterno gerenciamento de conflitos e é isso mesmo que temos pra hoje e sempre, garotas e garotos.













Mudar nunca vem fácil, todos sabemos disso. Eu me mudei muito quando era criança, meu pai era militar e a cada dois anos estava em outra cidade. Teve suas vantagens e desvantagens, é claro. A melhor era conseguir me adaptar bem à situações novas, pelo menos era o que eu achava. Pensei que ia tirar essa mudança de letra, mas a vida sempre te leva pra outras portas. Pras crianças também foi difícil e isso me tirou um pouco do foco, mas nada como o tempo para acalmar nossos corações. Foi ótimo ter colocado eles na escola logo, assim a gente conheceu outras pessoas e eles fizeram amigos. Demorou umas semanas para eles se acostumarem com o espaço, com a casa nova e era difícil acompanhar o ritmo deles, nenhuma brincadeira durava mais do que 10 minutos, uma agitação sem fim. Mas eles foram se acalmando e percebendo que a casa deles era aqui.

Ainda estamos no processo. Ainda sinto muita falta de Brasília, da minha família, dos amigos, do apartamento, daquele sentimento de pertencer que faz toda a diferença na vida da gente. Mas é só o começo em Campo Grande e acho que temos muita coisa para aprender e para aproveitar. Acho que no fundo foi bom mudar, sacudir um pouco as coisas e descobrir novos caminhos.

Esses dias sentei e fiz as metas para 2017 e estou empolgada com as novas páginas.
Que as crianças continuem brincando e crescendo juntas livres.
Que eles saibam que sempre terão um ao outro.
Que a gente sempre saiba que a verdadeira mudança tá aqui dentro. 

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Despedidas e recomeços

Primeiro de tudo: olá, blog! Quanto tempo, amigo querido. sei que andei super longe de você, por diversos motivos. Poderia dizer que foi por falta de tempo, sabe como é...Três crianças, casa pra cuidar, aquela coisa toda que a gente já sabe. Mas, sinto dizer (ou não) que acho que foi muito mais que isso. Vou te contar então: passei esses últimos tempos numa jornada para me descobrir. Sim, eu mesma. Por que, adivinha? Depois de mergulhar fundo na tal da maternidade nos últimos quatro anos foi hora de surgir um pouco do eu de novo. Não que eu tinha ido embora, mas foi tanta mudança que foi preciso processar tudo. E no meio disso, ainda veio outra mudança.

No ano passado, surgiu uma oportunidade pro marido ir pra Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e eu disse: "não, claro que não, por que a gente sairia de Brasília? Eu amo morar aqui". Nunca diga nunca pra mim é a coisa mais certa nessa vida e, depois de um ano difícil financeiramente pra gente e com uma proposta boa de emprego pra ele lá, fomos nós dizer "sim". Eu, como filha de militar, que durante a infância e adolescência toda mudei de cidade a cada dois anos, achei que seria fácil. Talvez pro Marco, que nunca saiu de Brasília e pras crianças, mas pra mim sem dramas, certo? Errado. hahahaha A pessoa acha que é mãe, faz curso de doula, faz aromaterapia, terapia, biomagnetismo, descoberta do feminino e rá: não sabe de nada, na verdade.

A despedida foi bem doída, mas alguma coisa em mim disse que tinha que ser assim. Não adiantava fugir e ficar em casa. Tinha que aproveitar tudo e todos (uma coisa que esses anos de mudança de cidade me ensinaram). A despedida precisa ser vivida. E pelas crianças também. O mais difícil pra gente seria dizer adeus pra escola. O lugar que a gente mais gostava, onde estavam os nossos amigos, a comunidade que a gente criou no últimos três anos com tanto afeto e batalhas. Então passamos a última semana celebrando com atividades nas salas, brincadeira favorita das crianças, lembranças e tudo mais. No último dia, no lugar de tristeza e choro (esse era só meu) Maria, Isabella e Francisco estavam felizes. Empolgadíssimos porque era dia de festa! Fizemos uma tarde com atividades pras crianças e lanche. Depois de noite, continuamos a festa com os adultos junto.


















A experiência me ensinou que mudar também é se encontrar. E não apenas novos amigos, nova cidade, novos lugares, mas encontrar o outro que fica, a cidade que a gente deixa e o lugar que será sempre nosso. Quebrar o ciclo também é uma forma de saber quem importa e quem vai ficar sempre. Por isso, foi lindo poder fazer essa despedida com a certeza de um até logo.

Sair da zona de conforto, que coisa é essa, gente? É viver, não é não? Mas que é desafiador,isso é. Mais difícil ainda é dar suporte pras crianças nesse processo. Depois dessa despedida, que pra eles pareceu uma celebração, eu achei que a chegada em Campo Grande seria tranquila. "Rá" de novo pra mim. Eles sentiram, claro. Eu também. Mas essa é uma história para um outro capítulo deste blog que será reativado.

Para um pouco das nossas aventura já na cidade morena, enquanto o texto não vem, é só seguir lá no instagram: @familiamoderna.

Essas fotos lindas foram feitas pelo um registro delicado da querida fotógrafa Camila Martins, que é mãe da Flor e tem uma sensibilidade especial para capturar pessoas e famílias. Ela foi lá de tarde para registrar o momento da despedida na escola e foi uma linda lembrança. Recomendo muito!

terça-feira, 21 de junho de 2016

Atividade para fazer nas férias com as crianças: desapegar

Sim, essa atividade é para você e não para as crianças. hahahahaha
É importante desapegar das roupas que não podem sujar, então deixa a sua filha ir com aquele vestido de tutu no parque.
É importante desapegar da bagunça, então deixe eles brincarem de cozinha com macarrão cru e feijão no meio da sala.
É  importante desapegar dos móveis, então deixe uma pintura rola solta em casa.
Desapegar é essencial. Com três em casa durante as férias, é quase uma questão de sobrevivência.

Se pra você ainda é difícil fazer isso, tente se imaginar como criança, se coloque no lugar dos seus filhos. Você não adoraria pode pular na cama da sua mãe? Começar o dia pintando em casa? Então se jogue também e se permita ser feliz com eles.

Que venham as férias!














Essas fotos foram tiradas nas últimas férias! Como as crianças já cresceram de lá pra cá ;)

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Mais amor, por favor

Hoje a Maria reclamou que estava cansada, ficou repetindo que tava com febre (mas não estava), mas ela parecia estar no incio de um resfriado, então decidi deixar ela em casa. Como foi de última hora, não deu tempo de pedir pra alguém ficar com ela ou levar as crianças. Então, resolvi levar todo mundo na escola e ela voltaria pra casa comigo. Foi caótico, mas foi..

Francisco chegou na escola dormindo, como ele sempre faz, coloquei ele na sala e ele continuou a sua soneca. E depois fui conversar com os professores, conversa com um e com outro. Fiquei lá quase uns 20 minutos e aí chamei a Maria pra ir embora. Demos tchau pra Bella, ela deu de volta e fomos. Quando a gente tava chegando perto do portão, a Bella saiu correndo da sala, foi só o tempo da Maria virar, que ela tascou um abraço bem apertado na Maria e deu um beijo na bochecha dela. A Maria abriu um sorriso maravilhoso e eu ali congelando aquela imagem na minha mente. Aquilo parou o tempo e o mundo, e encheu meu coração de um sentimento que eu nem sei explicar, mas só pode ser amor. Por uns segundos, desejei sentir aquilo pra todo sempre. Nesse mundo tão louco que a gente vive, de esquerdas e diretas, pró e contra, de tiros reais e bandeiras virtuais fiquei pensando em como a gente precisa desse amor puro. Do quanto EU precisava acreditar no poder daquele abraço, todos os dias. De que o meu jeito de mudar o mundo tava ali, criando pessoas.

Fiquei pensando naquele amor, sem peso, sem expectativas, sem julgamento. Depois não resisti e pedi: "Bella, posso ganhar um abraço desse também?" E ela me deu um abraço forte e um beijo e foi feliz pra sala. E eu, cheia de amor, fui pra casa pensando na vida e em como ela pode ser linda. Vontade de espalhar esse amor pra todo lado.



terça-feira, 3 de maio de 2016

Um lanche natural

Alimentação saudável é um tema que tem sido uma constante pra mim nos últimos anos. Confesso, no entanto, que depois de emergir tanto nisso, ando nunca fase cansada. Cansada de pensar em algo que deveria ser tão natural pra gente, de ter que lutar, de ir contra-maré, enfim...Mas acho que tudo vale a pena quando eu penso nas crianças e nas escolhas que elas podem fazer pela saúde delas no futuro. Na escola deles, tem lanche natural feito por duas famílias uma vez por semana. Evita-se processados e industrializados e lá vem muita fruta, verduras e legumes, como devem ser, ou com uma certa criatividade para as crianças brincarem e comerem. O mais importante, no entanto, é criar o hábito de experimentar alimentos novos e fazer uma coisa que eu coloco em prática sempre aqui em casa: nunca deixar de oferecer boas opções para as crianças.

Nessa semana, foi minha vez na sala do Francisco e contei com uma dupla super especial para fazer o lanche: a Glau Macedo, do Quitandoca, Ela esteve junto comigo registrando o nascimento das meninas e agora a filha dela estuda junto com o Chico. Não é demais? Como somos duas empolgadas com alimentação saudável tentamos caprichar na produção. Resolvi compartilhar algumas ideias aqui que são fáceis de fazer e quem sabe inspiram festas ou piqueniques por aí. Aí vai:

Monstrinho feito com frutas. Os olhos são feitos com maracujázinho do cerrado. Foi o que fez mais sucesso entre as crianças

Suco de melancia e limão com chá de erva doce e capim-limão e nas garrafinhas vitamina de banana com espinafre (só bater de 2 a 3 bananas com um punhado de espinafre)

A mesa preparada para receber as crianças quando voltassem da brincadeira

Iogurte de inhame com morango. Pense numa coisa maravilhosa! Só bater morangos com 4 inhames cozidos e um pouco de água. A textura é perfeita

Batata doce laranja, quiabo, abóbora e couve-flor tudo orgânico e assado no forno com azeite e sal