Nome: O Perfume
Autor: Patrick Süskind
Editora: Círculo de Leitores
Tradução: Maria Emília Ferros Moura
Páginas: 265
Sinopse: "Paris, 1738. Nenhuma cidade do mundo é tão dependente dos mil e um cheiros de uma grande metrópole como Paris. Cheiram as ruas e os corpos, cheiram os lugares e os materiais, cheiram os animais e as casas. É aqui, no recanto obscuro de uma rua comercial que nasce, sobre um montão de restos de peixe, Jean-Baptiste Grenouille. Um zé-ninguém, sobretudo porque, num tempo em que se define pelos odores, Grenouille não cheira a nada - nem sequer a esse cheiro característico dos recém-nascidos.
A partir de então, começa a extraordinária odisseia de Jean-Baptiste Grenouille: ignorado pelas pessoas, rejeitado pelo mundo, Grenouille vai desenvolver espantosamente a sua capacidade olfactiva, habituando-se a reconhecer tudo pelo odor e a imaginar, como um jogador de xadrez cego, todas as possíveis combinações de essências, capaz de produzir os mais extraordinários perfumes.
É no auge das suas capacidades, após sete anos de reclusão voluntária numa caverna, que Grenouille vai conceber o projecto impossível, uma vez pressentido no pátio de uma casa particular: o que ele pretende é criar o Perfume, um perfume único e sublime, perfume que em si contenha todos os odores, toda a vida e toda a morte. E é pela violência, pelo assassínio sistemático de uma, duas, cinco, mais de duas dezenas de raparigas, que Jean-Baptiste Grenouille vai avançar rumo ao seu inevitável destino: a morte.
O Perfume, um livro inesquecível, uma obra verdadeiramente nova no panorama literário mundial."
Não sei muito bem porque é que o meu livro é da Círculo de Leitores e, o da imagem, é da Editorial Presença, mas talvez a data da minha edição seja uma possível explicação: 1990. Encontrei-o por entre as estantes recheadas da minha avó e rapidamente criei uma espécie de fascínio por ele. É, sem pensar duas vezes, muito mais espectacular, muito mais íntimo, que o filme que fizeram desta história.
Quando o comecei a ler, tive a sensação de que já tinha passado os olhos por aquelas palavras. A certa altura apercebi-me que não era a primeira vez que estava a ler este livro mas, estranhamente, não me lembro de quando é que a outra aconteceu - e eu não me costumo esquecer destas coisas. Ou seja, foi com uma sensação de déja-vu que li este livro, mas sem nunca o pôr de lado.
Esta é uma obra horrivelmente bela e espectacular. Compreendo que hajam pessoas que não a consigam ler, pois é algo cru e despido de misericórdia. No entanto, não compreendo que hajam pessoas que tenham desistido da sua leitura por causa disso. Uma vez intrincada no livro, não o conseguia fechar. O mundo de odores de Grenouille é belo, cheio de mistérios e coisas novas. Quase que sentia o perfume da rapariga ruiva a pairar ao meu lado quando ele o começou a descrever.
Não se deixem enganar pelo filme, pela história que é apresentada. O livro conta uma história de um assassino, é verdade; mas também conta a história de alguém que não conhecia o Amor e que, alienado nos seus sonhos, o descobriu de uma maneira terrível. As razões que o levam a assassinar aquelas vinte e sete mulheres (a contar com a do início) quase que me fizeram esquecer o quão é horrível assassinar alguém, tirar a vida a alguém. E a maneira apaixonada como ele o fazia era tão bela... E é por isto e por outras coisas que vou dar um 10 a esta obra. Não julguem o livro pela capa.
Espero que tenham tido um Bom Natal, nós aqui do Lydo e Opinado temos andado um bocado ausentes, infelizmente. Brevemente voltaremos para fazer um balanço deste ano. Até lá, um Bom Ano 2011!
Personagens favoritas: Baldini, Grenouille, Laure Richi.
Nota: 10/10 - Perfeito
Sara