domingo, 31 de janeiro de 2010

O capote alentejano

Um leitor chamou-me a atenção para um artigo do Expresso, que revela como Portugal até pode dar um contributo, modesto claro, nas alterações climáticas que se vivem. Como se pode ver no artigo de Luis Pedro Nunes, Um capote alentejano em Manhattan, parece que a nossa moda até pode ser exportada para outros domínios. Mas o artigo está adornado com algumas frases, que merecem aqui o meu destaque (realces da minha responsabilidade):

Isto é do melhor contra o frio. Fui buscar este ao baú que era do tio do meu pai...

Tivesse um baú e também teria ido buscar o meu. Até porque há duas semanas que somos ameaçados com esta perplexidade no mês de Janeiro: está frio.

Está tanto, mas tanto frio, de forma tão inesperada e avassaladora que o Expresso foi obrigado a fazer um antitítulo para, desculpem a chalaça, pôr água na fervura: "As temperaturas são normais para a época."

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Exemplo de país verde

Na sequência de um artigo da semana anterior, referenciando o Haiti como um país exemplo da WWF, um leitor atento enviou-nos ontem mais um bom exemplo de um país dedicado às boas práticas ambientais...

Hugo Chavez, déspota da Venezuela, ordenou a redução do horário de funcionamento dos tribunais para reduzir o consumo de energia eléctrica. Os tribunais passaram a funcionar das 8h00 às 13h00, reservando-se duas horas (a partir das 11h00 horas) para concluir os casos em curso. Esta é uma das últimas medidas neste país verde, depois de ter obrigado os centros comerciais a fechar mais cedo, e de ter sugerido que a população evitasse cantar no chuveiro e limitasse o banho a no máximo três minutos, para economizar água e energia...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A Miss Santa Catarina é que sabe!

A candidata a Miss Santa Catarina é que sabe tudo o que há a saber sobre como dar uma resposta planetária ao Aquecimento Global. Não percam os seus ensinamentos!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Canções do Aquecimento Global

Os Minnesotans For Global Warming juntaram o humor à música, e daí resultaram alguns vídeos absolutamente deliciosos sobre o Aquecimento Global. Junto três exemplos:
  • If We Had Some Global Warming
  • Hide The Decline
  • Imagine There's No Global Warming

domingo, 24 de janeiro de 2010

Frio e morte maluca

As ondas de frio que se tem abatido sobre o Hemisfério Norte tem causado impactos negativos em muitos aspectos. Veja-se o caso de Cuba, onde 26 doentes morreram num hospital psiquiátrico, com 2500 camas, em função da onda de frio que varreu a ilha. A falta de recursos, bem como negligência, terão contribuído para tal desfecho. Perante temperaturas de 4º Celsius, os doentes terão morrido de hipotermia, agravados por problemas como vidros partidos...

Cuba tem um sistema de saúde que é frequentemente louvado em círculos esquerdistas, entre os quais se incluem Portugal. Os serviços de saúde são gratuitos, mas é suposto os pacientes trazerem os lencóis, toalhas e comida... É claro que tudo isto é culpa do embargo americano!

sábado, 23 de janeiro de 2010

Tretas no ambio

Na ronda semanal por alguns blogs nacionais sobre o ambiente, é muito frequente visitar o Ambio. É um blog onde discordo pontualmente, mas que reconheço dar um contributo importante ao tema do Ambiente, em Portugal.

Por isso foi com surpresa que vi dois artigos muito interessantes. O mais recente, "QUERCUS e Insurgente: a mesma luta, a mesma falta de juízo" versa a temática já aqui abordada em "Ecologistas à rasca". Mas o mais interessante é o artigo "Uma área protegida para jornalistas incompetentes", que nem eu conseguiria superar na crítica inteligente ao mau jornalismo ecológico que se faz em Portugal. Do artigo, que realço deve ser lido na sua totalidade, extraio os seguintes extractos:

Os jornalistas são uma classe profissional curiosa. Para além de tratar os seus leitores regularmente como ignorantes (alguém começou a traduzir hectares em campos de futebol, medida tão curiosa como inortodoxa), e são particularmente fracotes em matemática.

São uns meros 52 milhões de hectares (ou campos de futebol, se quiserem, mas não vejo grande utilidade em tantos campos de futebol para os ursos). O jornalista enganou-se num factor de mil.

É óbvio o que interessa é que foi criada uma área de proteção para os ursos jogarem à bola à vontade.

Por fim, sinto-me lesado como cliente que sou do jornal. Paguei logo tenho direito a um serviço de qualidade. E quando um jornalista nem sequer se dá ao trabalho de pegar numa máquina calculadora e apurar o número de campos de futebol que tanto gosta, paguei demais para um mau serviço.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Godfrey Bloom

Ele há políticos com *omate*! Vejam Godfrey Bloom a malhar no Parlamento Europeu!

Entrevistas com Luiz Carlos Molion

O Rui Moura, nos Mitos Climáticos, registou no início do mês, um conjunto de respostas de Luiz Carlos Molion, à problemática do Aquecimento Global. Com 40 anos de experiência em estudos do clima no planeta, o meteorologista da Universidade Federal de Alagoas, Luiz Carlos Molion, dá-nos um conjunto de respostas precisas, com dados muito interessantes sobre o Brasil! Luiz Molion é certamente uma personalidade respeitada, sendo representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

No Fiel Inimigo, registamos igualmente uma ligação para uma recente entrevista no programa Canal Livre, da TV Band, do mesmo Luiz Carlos Molion, visível abaixo. É uma entrevista extensa, a um programa de grande audiência, mas que se vê com muita facilidade, e que nos mostra um Luiz Molion muito esclarecido, perante alguns entrevistadores bastante perplexos!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Política encoberta

Os deputados da Nação não me parecem pessoas muito esclarecidas. Ou então andam sempre com uma visão que é aquela que não interessa à Sociedade. Os deputados do PS requereram, há mais de um mês atrás, a presença do Presidente da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos), no parlamento, para explicar a subida média de 2.9% no preço da electricidade. Tudo numa manobra de antecipação ao Bloco de Esquerda, e à Sociedade, que com razão se pergunta como pode isto acontecer!

É claro que o presidente da ERSE há muito que tinha explicado porque se verificou esta subida, conforme oportunamente aqui referimos. Mas essa é uma verdade que poucos querem ouvir... E vai daí, o Governo antecipou-se hoje com uma nova notícia requentada, comprometendo-se em acabar com os preços regulados da electricidade e do gás natural até ao final da actual legislatura. Que já devia estar em vigor...

Tudo isto para esconder a verdade! Como Vítor Santos disse, o aumento de 2,9 por cento da tarifa eléctrica deve-se a decisões políticas, não de regulação! Ficamos ainda a saber que cada português deve cerca de 315 euros à EDP, o que fez com que o deputado do PSD, Nuno Reis, se saísse com um "Saio mais pobre e mais consciente desta sessão". Mas eles não fazem o trabalho de casa???

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Haiti com baixa pegada ecológica...


O Haiti está na ordem do dia, pelas piores razões. É todavia desconcertante quão pouco sabemos sobre o que se passa, muitas vezes, além-fronteiras. Poucos sabem que o Haiti era um dos países mais pobres do mundo, tendo ficado obviamente muito pior. Muitos desconhecem também que essa realidade faz fronteira com a República Dominicana, que muitos portugueses até conhecem, enquanto outros sonham com as suas magníficas praias!

Acontece que este Haiti é um dos exemplos dos ecologistas. A WWF, no seu relatório "Living Planet Report 2008" dá o exemplo do Haiti, na página 15, Fig. 22, como um dos países cuja pegada ecológica, por pessoa, é das menores em termos do planeta. Essa noção é reforçada na sua Press Release da altura que junta ao exemplo do Haiti, o Congo! Dá para perceber que modelo de Planeta estes loucos ambicionam...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Abaixo o IPCC

Já havíamos referido há dois meses a bomba que havia constituído a divulgação pelos Indianos, de um estudo que dava como erradas as conclusões existentes relativas ao desaparecimento dos glaciares dos Himalais. Rajendra Pachauri, o tretas mor do IPCC, não gostou nada da ideia, e insurgiu-se publicamente na altura.

Agora, veio a lume que o tretas tem telhados de vidro! Surgiu ontem no Times, que andamos a ser enganados sobre o futuro dos glaciares nos Himalaias! A ideia de que a maioria dos glaciares dos Himalaias estaria em vias de desaparecer até 2035, segundo a religião do IPCC, não têm factos que a suportem!

Tudo começou com uma história na New Scientist, publicada 8 anos antes do relatório do IPCC de 2007. Essa história foi baseada numa pequena entrevista telefónica a Syed Hasnain, da Universidade Jawaharlal Nehru de Delhi. Entretanto, Hasnain admitiu que a afirmação era mera especulação, não suportada em qualquer investigação formal...

Quem descobriu a marosca, não foi nenhum cientista num processo formal de peer-review. Foi antes Fred Pearce, que entrevistou Hasnain em 1999, e que na ausência de dados ou papers que suportassem as afirmações iniciais, botou a boca no trombone...

Mas como é que isto chega à religião do IPCC é ainda mais engraçado! Em 2005, a WWF citou o relatório da New Scientist num relatório seu: "An Overview of Glaciers, Glacier Retreat, and Subsequent Impacts in Nepal, India and China". Esse relatório da WWF foi depois assumido por Murari Lal, responsável pelo capítulo dos glaciares no relatório do IPCC, e que até assume que não percebe quase nada de glaciares! Neste relatório, tais especulações de Hasnain foram promovidas a muito prováveis, o que segundo o IPCC é algo com uma probabilidade de ocorrência superior a 90%!!!

Abaixo o IPCC!

Actualização: Para os lado da Índia, o ambiente está a aquecer!
Actualização II: Foi descoberto que o Hasnain trabalha para o Pachauri!

Luxos e lixo em Copenhaga

A maioria das notícias saídas nos media portugueses não conseguem dar uma ideia clara do que se passou em Copenhaga. Todavia, há excepções, como a que saiu no Diáro de Notícias. Escrita por Bruno Abreu, relata os luxos e lixos da cimeira de Copenhaga, dos quais destaco os seguintes parágrafos:

Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço poderia ser um lema para a última cimeira pelo Ambiente em Copenhaga. Mais de 42 mil toneladas de dióxido de carbono foram enviadas para a atmosfera durante os onze dias em que decorreu o encontro. Comparando, emitiu-se tanto como 2300 americanos ou 600 mil etíopes num ano. Pior: 40 500 toneladas vieram apenas das viagens de avião até à capital dinamarquesa.

Essa foi a primeira polémica a estalar em relação ao COP15. O aeroporto de Copenhaga esperava 140 jactos privados, incluindo o Falcon do primeiro-ministro José Sócrates. Aqueles que não conseguiam aterrar foram desviados para aeroportos regionais ou então para a vizinha Suécia. Isto implicou o uso de mais transportes, particulares ou não, desde esses locais até à capital.

Além de ter falhado um acordo pelas alterações climáticas, o COP15 também foi palco de alguns excessos, ou não tivéssemos a presença dos mais importantes líderes mundiais. Por exemplo, foram alugadas 1200 limusinas para transportar os representantes de cada país, desde os hotéis para o Bella Center, onde se realizou a cimeira, e dentro da capital dinamarquesa. Apenas uma ínfima parte delas era híbrida, relatou o jornal britânico The Telegraph, na altura.

"Ao entrar no Bella Center, é oferecido um livro de 302 páginas que explica como se pode tornar vegetariano. Comer carne, principalmente gado, é responsável por 50 por cento dos gases de efeito de estufa", conta William La Jeunesse, da cadeia de televisão Fox News.

O problema é que, em média, uma árvore produz 71 145 folhas de papel. Dividindo pelas páginas deste livro, teremos uma árvore abatida a cada 236 volumes.

Outro problema com o papel surgiu com o programa que era entregue na cimeira, duas vezes por dia. Ali davam-se informações sobre quem discursaria, quando e onde. Numa terça-feira tinha 58 páginas e na quarta-feira tinha 48. Fazendo as contas, foram gastas 1,56 milhões de folhas só nesses dois dias. A ambientalista Ana Rita Antunes confirma: "Não havia papel reciclado."

domingo, 17 de janeiro de 2010

Neve a mais

Os alarmistas andaram a stressar durante anos os praticantes de ski, afirmando que as estâncias estavam à beira de fechar. Só para terem uma ideia, foi compilada uma lista com as previsões da BBC dos últimos anos, que se tem revelado um fiasco completo! Este trabalho é meritório, porque algumas das previsões podem começar a ser avaliadas, como a seguinte, efectuada em 2003:

The closure of Glencoe ski resort has come as a blow to the winter tourism industry in Scotland...
The theory that global warming could be to blame for the difficulties at Glencoe is favoured by Professor Adam Watson from the Centre for Ecology and Hydrology in Banchory, Aberdeenshire.
He said: "With temperatures rising at the speed they are, within 20 years, skiing in Scotland could be finished."

Embora ainda faltem muitos anos para 2023, a verdade é que este ano estâncias estão a fechar, mas por excesso de neve! Veja-se o caso de da estância das Montanhas CairnGorm, justamente na Escócia, que fecharam por acumulações de quase 5 metros de neve nas estradas... Felizmente há caterpillars de 17 toneladas que tem estado a trabalhar 18 horas por dia, a tentar resolver o problema!

Mais catequese ambiental

A participação do Ecotretas nas Olimpíadas do Ambiente, desencadeou uma série de reacções, por e-mail, sobretudo de pais preocupados com a catequese a que os seus filhos estão a ser sujeitos. Um leitor mandou-me mais um exemplo eloquente, sobre uma Prova de Aferição de Língua Portuguesa para alunos do 2º Ciclo do Ensino Básico. Nela é apresentado o seguinte texto:

A electricidade que vem das ondas

Os portugueses vão ser os primeiros a utilizar electricidade produzida a partir de energia do mar.

Ao longe, parece mesmo uma gigantesca serpente vermelha, a ondular à superfície do oceano Atlântico. Até tem nome de cobra – Pelamis, a serpente dos mares –, mas é uma máquina que transforma a energia das ondas em electricidade. Como é isto possível? É que o ondular do oceano faz trabalhar um gerador, que converte o movimento das ondas em energia eléctrica. E Portugal é o primeiro país do mundo a ter máquinas deste tipo a funcionar.

Para já, o Parque de Ondas Pelamis, localizado a cinco quilómetros da Praia da Aguçadora, perto de Leixões (no Norte do país), ainda está a ser experimentado. Mas, se tudo correr bem e a Pelamis resistir às tempestades do Inverno, no próximo ano, mais de mil famílias vão poder acender a luz, ligar o computador e ver televisão com energia das ondas atlânticas.

O melhor de tudo é que esta electricidade é limpa e renovável. Ou seja, por um lado, não é preciso emitir dióxido de carbono (o gás responsável pelo aquecimento global) para a produzir e, por outro lado, a ondulação marítima não se gasta, pode ser usada indefinidamente. Será esta mais uma fonte energética do futuro?


Entre as perguntas realizadas sobre o texto, aparecem preciosidades como as seguintes:

10. No texto, afirma-se «esta electricidade é limpa e renovável» (linha 12).
Explica, por palavras tuas, o sentido que a palavra sublinhada tem no texto.

11.1. A pergunta «Como é isto possível?» (linha 4) prepara o leitor para a explicação acerca
  • da localização do Parque de Ondas Pelamis.
  • do efeito das tempestades de Inverno no mar.
  • da redução de emissões de dióxido de carbono.
  • do funcionamento da máquina transformadora.


Repare-se que a prova é de Português, e não de Ciências, para alunos do 6º ano! Talvez para este ano se quisesse comentar o programa "Nós por Cá", que emitiu recentemente uma reportagem fabulosa sobre o fiasco das Pelamis. A não perder abaixo, e a mostrar aos filhos que tenham feito a prova, e não só!

E se tiverem mais exemplos de catequese ambiental, por favor enviem-nas para o meu email, no canto superior esquerdo...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O Ecotretas nas Olimpíadas do Ambiente

O Ecotretas foi tentar resolver o teste da 1ª eliminatória, da categoria Júnior, das Olimpíadas do Ambiente, realizado ontem. O desafio foi lançado pelo leitor assíduo do blog, Eduardo Ferreira. Está claro que a coisa não correu pelo melhor, porque não tenho frequentado a Catequese Ambiental...

Esbarrei logo na primeira pergunta, abaixo. Pensava que haveria uma resposta do género "Receberem muito dinheiro, para os seus ditadores", mas não havia... Como sei que eles é suposto receberem dinheiro, deverá haver uma diminuição da pobreza, pelo que a primeira hipótese não é de certeza! Pelo mesmo raciocínio, as outras opções são possíveis. Como dizem que as alterações climáticas são fruto do CO2, e as plantas crescem mais rapidamente com esse gás, então a agricultura deve ser mais produtiva. E à medida que o desenvolvimento se verifica, incrementa-se o turismo. Com mais dinheiro e menos frio, também é evidente que as doenças respiratórias diminuirão. Felizmente a última opção também não poderia ser, porque com mais dinheiro haverá mais computadores Magalhães para esses países! Mas comecei a ficar nervoso, pois ainda só tinha excluído duas hipóteses...

1-As alterações climáticas trazem que implicações para os países em desenvolvimento?
  a) Agravamento da pobreza.
  b) Agricultura mais produtiva.
  c) Aumento do turismo.
  d) Diminuição da percentagem de pessoas com gripes e problemas respiratórios.
  e) Diminuição do número de computadores per capita.

Nas perguntas seguintes, como não frequentei a catequese, tive que ir deixando para trás. Vejam o exemplo seguinte. É só boas intenções, mas como a pergunta tem pouco a ver com o Ambiente, não me consegui decidir...

5-Dos seguintes, qual será o Objectivo de Desenvolvimento do Milénio mais importante e imediato?
  a) Alcançar o ensino primário para todos.
  b) Combater o VIH/SIDA, a malária e outras doenças.
  c) Criar uma parceria mundial para o desenvolvimento.
  d) Erradicar a pobreza extrema e a fome
  e) Melhorar a saúde das mulheres

A vergonha começava a apoderar-se de mim... Afinal, não sei nada disto! A pergunta seguinte deixou-me verdadeiramente confuso. De onde poderia vir toda a energia para Portugal? Por exclusão de hipóteses, a única que é verdadeiramente errada é a última! Todas as criancinhas sabem que a energia fotovoltaica só produz de dia, e que há muitas noites em que o vento não sopra. Se fosse dos Açores, mas não sou, ainda diria que poderia ser a geotérmica. Da energia das marés não pode ser; ainda se fosse das ondas, mas mesmo aí os equipamentos avariam passados três meses... Da corrente quente do Golfo também não me parece. Acabei por assinalar a hipótese c), porque tenho a certeza que alguém já deve saber o segredo, mas não devem querer dizê-lo, para que nós Portugueses não tenhamos hipótese de ser ricos...

26-Em Portugal, 100% da electricidade consumida podia vir:
  a) da energia geotérmica.
  b) da energia das marés.
  c) do petróleo captado ao largo da Figueira da Foz
  d) da corrente quente do Golfo
  e) da energia eólica e energia fotovoltaica

Acho que não me saí lá muito bem...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A má gestão do Alqueva - reacções


A análise efectuada à gestão do Alqueva tem registado reacções muito interessantes. Quase todos acham que a notícia não pode ser verdadeira, e muitos acham porque acham. A abordagem desta questão noutros sítios é muito reduzida, mas devo destacar vários contributos válidos no A ciência não é neutra. Abaixo rebato alguns dos principais argumentos que os críticos tem utilizado:

  • A bombagem reversível é boa
    É claro que esta afirmação é verdadeira. Mas só é minimamente verdade, quando a energia que foi bombeada para cima é turbinada de regresso à cota inferior. Se não fôr o caso, como o está a ser no Alqueva, o esforço, energia e dinheiro para a bombar foi em vão!
  • Não era possível prever que a barragem ia encher
    Como se pode ver no gráfico acima, retirado do SNIRH, a subida do nível do Alqueva começou poucos dias antes do Natal. No início do ano, a barragem tinha atingido a cota 150, e era evidente que iria até aos 152, dadas as condições atmosféricas previstas. É a partir do início do ano que se gastaram cerca de 10 GWh de bombagem desnecessária!
  • Se havia energia a mais, é sempre preferível bombar
    Esta também parece que é verdadeira, excepto que estamos a pagar essa energia a quem a produz. No caso português, aos produtores eólicos. E é aqui que o problema reside: eles podem produzir o que lhes apetecer, ou que o vento permitir, que são sempre pagos (e bem) por isso! E quem paga? Os consumidores/contribuintes, que são os que ficam a arder no meio deste filme...

Resumindo, apenas nestes primeiros dias do ano, perdeu-se no Alqueva, mais coisa menos coisa, a energia gerada pelo MARL num ano. Esta é a comparação para aqueles que acham que é pouca coisa...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Ecologistas à rasca

Eles andam todos apanhados. Se não é com o Climategate, é com Copenhaga, senão é com o Arrefecimento Global que por aí já se anuncia... Uns têm-se mantido calados, outros ainda estrabucham. Hoje, recebi vários e-mails de leitores assíduos, referenciando a Quercus, que colocou hoje cá fora um comunicado, que começa assim (realces da minha responsabilidade):

Na opinião da Quercus, as últimas semanas em termos meteorológicos em Portugal são sinais ou sintomas de uma alteração climática caracterizada por eventos meteorológicos extremos. O que se passou imediatamente antes do Natal na Região Oeste, o facto de Dezembro ter sido o mês mais chuvoso deste século, o ter-se passado de uma situação de seca meteorológica e de valores relativamente baixos de armazenamento das albufeiras, em comparação com a média, para uma situação de pleno armazenamento em muitos casos, são uma demonstração de uma maior irregularidade do clima.

O fiel alarmista Público parece ter sido mais rápido que a sombra da Quercus, e divulgou a notícia. Só que a população já não tem pachorra para esta gente, e os comentários populares no artigo são altamente recomendáveis. Da minha parte, recomendo que sejam enviados para os Açores, onde podem existir 4 estações num único dia... Talvez eles façam bem em estudar as alterações climáticas lá do sítio...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Porque está o Alqueva cheio?

A barragem do Alqueva está finalmente cheia. Era evidente que viria a encher. Por isso, era evidente desde o início do ano o que procuravam na gestão da treta do Alqueva!

Seriam excelentes notícias, se não houvesse pelo menos um busílis. É que desde o início do ano foram gastos 9614 MWh em bombagem reversível no Alqueva! Se considerarmos que o consumo médio de uma família portuguesa é de 3 MWh por ano, a energia desperdiçada, apenas nestes primeiros 12 dias, daria para alimentar cerca de 3200 famílias portuguesas em 2010!

Poderia fazer um boneco final, mas penso que é simples de explicar: Produz-se energia eólica a mais do que é necessário e paga-se ao produtor eólico. Pega-se nessa energia e bombeia-se água de volta para o Alqueva. Hoje, 12 de Janeiro, começaram a descarregar (sem turbinar!) a água rio abaixo!

Chef fulo

Giles Coren é um crítico de culinária, e que escreve no jornal The Times. Ele anda fulo porque deve andar a ser gozado. Como o Al Gore. E se anda a ser gozado, é porque é certamente um dos alarmistas da treta que por aí pululam. Mas depois de ler a sua coluna de 9 de Janeiro, é caso para dizer-se que o homem passou-se. Vejam alguns extractos do seu artigo:
  • If I hear another global warming joke, I’ll ... go completely insane. Climate change doesn’t mean we’ll have lots of lovely weather all the time, you numbskulls
  • Right, there is something that is going to have to stop right this second, and that is people making jokes about “If the globe is warming up then where did all this snow come from, eh? Eh? Tell me that?” Because it is driving me crazy.
  • Do you understand? It’s called “global warming”, but that doesn’t mean “nice warm weather”. So please stop making these stupid, stupid jokes in my newspapers and on my television.
  • If global warming turns out to be true, Britain weather will go bonkers. It will snow all the time. Weather might be like this more often, not less.
  • I am not saying that the snow we are having now is because of global warming. It is not. Although it is an example of what we will have if global warming happens (regardless of whether it is man-made or the result of a Vulcan farting epidemic on Mars).

Alguns comentários dos leitores são espectaculares. Alguns dos meus preferidos:
  • Geez Giles. It must be tough to find out that you're a simple ignoramus who's been duped by latter day Jeremiahs and Snake Oil Merchants. The sooner you admit that you're no wiser or intelligent than a 12th century peasant, the sooner you'll get over it.
  • Now Giles you are getting a little silly.Only last week you threw a juvenile hissy fit after ludicrously failing to locate a restaurant which you had booked and now you are pronouncing on a subject on which you clearly have no knowledge.
    Just stick to lambasting pretentious over-priced eating places:now that is something at which you are genuinely talented.
  • You are a brain washed idiot. Copenhagen failed because there is no support for productive economies to tax their citizenry to death and transfer much of the money to third world countries where dictators will deposit in in their personal Swiss accounts.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O Google é que sabe!

Quando se pesquisa no Google, ele vai-nos dando sugestões como completar a pesquisa. No dia de hoje, o Google sugere adequadamente como completar as pesquisas "al gore is" e "global warming is". Vejam por vocês enquanto é tempo, mas provavelmente as sugestões serão ainda mais sugestivas no futuro. Até que Al Gore dê ordens dentro do Google para "esconder os resultados".

domingo, 10 de janeiro de 2010

Grandes males, grandes remédios

Enquanto hoje temos alguma neve em alguns distritos do país, todo o hemisfério Norte tem vindo a registar um regresso aos Invernos "de antigamente". É claro que os alarmistas, ou dizem que isto é próprio das alterações climáticas, ou que há outras zonas onde não faz tanto frio. Ambos têm razão nos seus argumentos idiotas, porque alterações climáticas pode havê-las até num único dia, e porque é praticamente impossível, em função dos fenómenos meteorológicos, haver uma distribuição de frio por todos os lados do globo...

O que é verdade é que há muitos anos que o Hemisfério Norte não experimentava estas atrocidades meteorológicas. Muitos são os exemplos, mas socorro-me de uma imagem de uma notícia num site chinês, acima à esquerda, muito elucidativa. Estão esquecidos velhos hábitos e técnicas, que agora temos que ir desenterrar à nossa historia colectiva. Como a dos americanos, que estão a pensar dar mais utilização aos comboios rotary snowplows...

sábado, 9 de janeiro de 2010

Telemóvel a Coca Cola

O desejo de corresponder à insanidade mental dos ecologistas, leva as marcas a fazer de tudo para arranjar produtos "verdes". Agora foi a Nokia, que substituiu a bateria de um dos modelos de telemóvel, por ... Coca Cola!? O design é de Daizi Zheng, que como todos nós, sabe que as baterias são caras, consomem recursos escassos, são um problema no fim de vida, ou seja um grande problema para o ambiente. As suas bio baterias, essas são supostamente amigas do ambiente, ao gerarem electricidade a partir de hidratos de carbono (actualmente acúcares), utilizando enzimas como catalizador.

A utilização de Coca Cola no processo é um achado para aqueles que constatam as suas particularidades. Mas advogar que esta é uma solução verde não me parece correcto. Seria mais uma solução vermelha. Talvez Zheng não tenha contabilizado os custos ambientais de produzir a tão consumida bebida. Ou então, o que é que acontecerá ao dióxido de carbono, da Coca, no processo? Já agora, uma Coca Cola Light também funcionará? E depois, a garrafa deita-se no pilhão ou no vidrão???

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Import/Export de energia

No início da semana tinha dado uma vista de olhos à forma como se trabalha para aquecer em Portugal. Mas havia qualquer coisa mais que parecia não bater certo. Por isso fiz mais gráficos, para os primeiros seis dias deste ano, e eles estão na tabela abaixo. O que se observa é surpreendente, mesmo para um leigo como eu:
  • Na primeira coluna está o Diagrama de Carga da RNT (Rede Nacional de Transporte), dadas pela REN, nesta página. Reparem como a carga prevista pela REN é quase sempre superior à carga verificada!
  • Na segunda coluna estão os consumos efectivos e o mix de produção do SEN (Sistema Eléctrico Nacional), obtidos nesta página. Reparem na diferença entre a RNT e o SEN.
  • Na terceira coluna está a evolução da inportação/exportação de energia, dadas através da mesma página do SEN.
  • Na quarta coluna, está o preço do mercado diário de energia, dado nesta página. Reparem que quando o preço é baixo, ou nulo, Portugal tende a exportar, e quando é elevado, importamos...
Muitas perguntas brotam destes gráficos! Produz-se energia para deitar fora? Ou pagamos a alguém para consumir? Se sim, porque estamos a poupar nós? Ou então, porque se prevê consumir sistematicamente mais do que aquilo que consumimos, enquanto os espanhóis aqui ao lado não o fazem? Porque temos as albufeiras a produzir quando não são necessárias, sabendo que ainda não estão cheias? Porque se queima fuel quando estamos a exportar energia?

É melhor ficar-me por aqui, e esperar que a paranóia passe... Espero que seja apenas má gestão!


quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A Igreja do Aquecimento Global

James Follett é um analista de negócio, dizendo-se empregado numa empresa de energias renováveis. Tem também jeito para o design... Mas isso é apenas a introdução para alguém que produziu um magnífico vídeo, e que merece ser divulgado! Só vi, para já, os primeiros 10 minutos, mas adorei (especialmente a música, dos Hell City Glamours)!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Ciclista ressuscitada

O Reino Unido, um dos países, que por via do seu Governo autista, mais tem insistido na tecla do Aquecimento Global, teve uma visitinha da Mãe Natureza. Até o alarmista Guardian tenta encontrar palavras suaves, mas não há como esconder a triste realidade das escolas fechadas, aeroportos fechados, comboios praticamente bloqueados, carros atolados, e até o Metro com atrasos...

Mas os eco-xiitas lá do sítio tem sempre sugestões inovadoras para ultrapassar a neve, como ir de bicicleta para o emprego! Infelizmente, estas sugestões estupidificantes levam a problemas sérios, como o de Sarah Archdale, que utilizou essa estratégia, e ia morrendo. Despistou-se e ficou enterrada na neve, na estrada, e foi sendo coberta por ela... Valeu-lhe o facto do condutor Colin Dodds ter visualizado o farol da sua bicicleta, e tendo-a encontrado inconsciente, sem respirar, lhe devolver a vida, com ajuda de outro condutor!

Felizmente, ainda há finais felizes para sugestões estupidificantes...

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Aquecimento Cultural

Quando tudo de maluco parecia já ter acontecido, há uma história ainda pior. No Reino Unido, a utilização de carvão é quase um pecado, pelo CO2 que liberta. Um saco de 20 quilos de carvão para aquecimento custa cerca de 5 libras, mas é supostamente necessário para aqueles lados, onde se esperam temperaturas fortemente negativas nos próximos dias.

Mas os pensionistas, aqueles que são mais afectados por estas políticas verdes loucas, que também varrem o reino de Sua Majestade, são dos poucos que ainda sabem fazer contas. E então descobriram que é muito mais barato queimar livros. É que um livro de 500 gramas, numa loja de caridade pode custar apenas 5p, ou seja 100 vezes menos que os 20 quilos de carvão, mas apenas 1/40 do peso do carvão comparável!

O aquecimento mais desejado é o das enciclopédias, pois são os livros que têm mais volume. As lojas livram-se dos stocks, e os pensionistas arranjam uma forma mais económica de se aquecerem! É que desde Janeiro de 2008, o gás subiu 40% e a electricidade 20%, enquanto o custo da cultura baixou...

A triste história de Peter Spencer

Já aqui nos referimos ao absurdo do que acontece na Austrália, a coberto de uma política comuna verde. Agora surge mais um exemplo, que está a ter finalmente uma grande cobertura na Austrália, mas que ainda é desconhecido no resto do planeta.

Peter Spencer é um agricultor australiano, que detém uma propriedade de 5385 hectares, que foi declarada um sumidouro de carbono. Em função disso, e doutros muitos casos semelhantes, a Austrália beneficia directamente em muitos biliões de dólares, no âmbito do protocolo de Kyoto.

Mas para Peter Spencer, nem sequer indeminização há! Nem sequer pode agora cultivar as suas terras... Por isso, entrou há 44 dias numa greve de fome, para chamar a atenção para este problema. Entrincheirou-se numa tenda, a meio de um torre de monitorização de vento, e já tem uma legião de seguidores.

A notícia está finalmente a chegar aos medias australianos, e esperemos que rapidamente a todo o Mundo! Ele exige uma explicação do primeiro ministro australiano, Kevin Rudd, que politicamente, se diz próximo dos pequeninos!

Espalhem a notícia, antes que sejamos todos nacionalizados (planetizados?) e comunizados a nível global!

Actualização: Resumo mais actualizado aqui.

Saldos de lâmpadas economizadoras

A lógica ecológica é muitas vezes perversa. A empresa energética alemã Npower, enviou 12 milhões de lâmpadas economizadoras, não solicitadas, para famílias do Reino Unido. Podem pensar que o objectivo é poupar-se energia, mas desenganem-se: a maioria nem chegará ao seu destino. Mas o objectivo último foi poupar uma multa estimada de 40 milhões de libras!

A prenda idiota de Natal surge como forma de cumprir as obrigações legais de corte de emissões de CO2. A Npower é a última a abusar deste truque, sendo que um estudo de Julho havia revelado que cerca de 200 milhões de lâmpadas economizadoras haviam sido enviadas ao abrigo do esquema CERT (Carbon Emissions Reduction Target).

Até o partido Verde lá do sítio criticou o envio. Lendo o seu comunicado, não se percebe muito bem porquê, até porque são estes idiotas dos poucos que defendem acerrimamente estas lâmpadas! Mais um monumental barrete...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Neve por todo o lado

Todos andam surpreendidos com o mau tempo. Temporariamente, deixamos de ser incomodados com a nova religião Verde, que todos os dias nos incomodava os sentidos. Os exemplos vem de todo o lado. No Reino Unido, o caos é significativo. Na China, milhares de escolas fecharam em consequência do frio, uma medida pouco habitual, mas lógica depois da maior queda de neve num dia, desde 1951. Na Coreia do Sul, 25 centímetros de neve caíram em Seoul, o valor mais elevado desde que há registos, no longínquo ano de 1937. Nos Estados Unidos, foram estabelecidos recordes de várias décadas de queda de neve num dia.

Como já havíamos referido há dois meses, o que está a dar é ir para a neve!

Trabalhar para aquecer


Pinto de Sá, no seu blog, escreveu no final do ano como são difíceis de fazer as contas da energia em Portugal. Como ele diz, "quando o vento sopra mais forte, e dado que as barragens estão cheias de água da chuva e não podem armazenar mais, que tem feito a REN ao excesso de energia eólica existente?"

No primeiro gráfico acima, tirado do site da REN, a linha grossa a preto representa o consumo verificado no dia 30 de Dezembro. Como se pode ver, durante grande parte do dia, a produção de energia foi muito superior à consumida. Como se pode ver no segundo gráfico, verificou-se uma exportação de energia significativa durante grande parte do dia. Curiosamente, teve que se importar energia em dois períodos do dia, para se efectuar essencialmente bombagem!

É claro que se houve tanta exportação de energia, ela teve que ir para Espanha... Mas vendo as estatísticas da Red Eléctrica de España, também nesse dia se observou uma quantidade importante de exportação de energia. Nos períodos em que Portugal importou, os valores da exportação de Espanha são semelhantes. Mas nos momentos em que Portugal exportou, apenas se verificou uma importação irrisória no país vizinho!

Pode-se e deve-se perguntar para onde vai a energia exportada? França não costuma importar, mas não consegui obter números concretos. E depois, porque aparecem importações de energia, quando não precisamos dela? Como o Pinto de Sá refere, é mais provável que estejemos, nós Portugueses, a subsidiar alguém. Ou então falta um item na legenda da REN, que é energia deitada fora!