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quinta-feira, fevereiro 18, 2021

Pessoas, normalmente inteligentes e racionais, seguem acriticamente o que as televisões debitam e a adotam os chamados comportamentos de rebanho

 https://blasfemias.net/

17 FEVEREIRO, 2021

Ver condutores [de máscara] num carro sem outros passageiros ou pessoas a passear sozinhas ao ar livre de máscara, seria apenas seria anedótico ou uma simples palermice não fosse hoje revelada a histeria e narrativas apocalípticas em que meio mundo se deixou enredar.

Pessoas, normalmente inteligentes e racionais, seguem acriticamente o que as televisões debitam e a adotam os chamados comportamentos de rebanho ou manada. O pânico, a ansiedade extrema e medo descontrolado, passou a ser um fenómeno de histeria coletiva. 

Vídeo (4:32 m):

https://www.facebook.com/watch/?v=1074189879750581



segunda-feira, dezembro 07, 2009

A cretinice de João Miranda, blogger do Blasfémias, sobre o tema Desemprego e Socialismo

João Miranda

Colaborador do Blogue neoliberal Blasfémias
Investigador em Biotecnologia
Ex-comentador do Jornal de Notícias



Desemprego e Socialismo II

Publicado no Blasfémias por Joao Miranda - 5 Dezembro de 2009


"Uma bomba da Galp típica tem 8 bombas de gasolina self service, uma caixa multibanco, mini-mercado, cafetaria, banca de jornais e serviço de lavagem de automóveis. Tudo isto é gerido por 3 trabalhadores, que passam a maior parte do tempo nas 3 caixas de pagamento disponíveis."

"Estas bombas da Galp são o resultado inevitável de políticas caras ao socialismo moderno: aumento do salário mínimo, rendimento mínimo, subsídio de desemprego, aumento dos custos do trabalho e subsídios à inovação."

"Uma bomba self-service é mais barata que um funcionário, uma máquina multibanco mais barata que empregado bancário, sistema de lavagem automático mais barato que o salário de 2 ou 3 lavadores e o sistema de caixa centralizada mais barato que venda personalizada."





Contraditório

Este artigo de João Miranda constitui um dos melhores exemplos da cegueira dos entusiatas do laissez-faire.

Na realidade, a bomba self-service, já hoje, não precisa de funcionário nenhum:

Os clientes podem abastecer-se de combustível, pagando por Via Verde ou cartão multibanco. Máquinas automáticas podem providenciar centenas de produtos, bebidas, jornais e revistas, bastando, para tanto, introduzir moedas, notas ou efectuar o pagamento por multibanco. Quanto à lavagem das viaturas, há máquinas automáticas e lavagem executada pelo cliente, com recurso a poucas moedas ou cartão multibanco.


João Miranda acusa o socialismo de empurrar os empresários, em resultado dos «salários astronómicos» exigidos pelos trabalhadores, a optar pela tecnologia, relativamente mais barata.

O que João Miranda não percebe, é que a tecnologia está a substituir o emprego (e boa parte do trabalho), e que este fenómeno avança em progressão exponencial. O hardware e o software há séculos que vêm crescentemente a substituir o trabalho humano. Não estamos muito longe do ponto em que o emprego vai desaparecer por completo, por incapacidade absoluta do homem em competir com tecnologia cada vez mais inteligente, mais rápida, mais capaz e mais precisa.


Mas este fenómeno, ao invés de representar o fim do socialismo, significa, pelo contrário, a sentença de morte do capitalismo. The rational is:

A tecnologia (em evolução exponencial) está a substituir os empregos

Sem empregos não há salários

Sem salários não há poder de compra

Sem compras não há vendas

Sem vendas não há lucros

Sem lucros não há capitalismo

Sem capitalismo não há propriedade privada dos meios de produção



Donde, o exemplo que João Miranda aponta, traduz precisamente o contrário daquilo que defende. É o capitalismo e não o socialismo que está na berlinda.

quarta-feira, novembro 18, 2009

A Taxa Multibanco e a cegueira liberal no Blogue Blasfémias


Lamenta LR, no Blogue Blasfémias (18-11-2009), a proibição da cobrança da Taxa Multibanco, que considera um atentado ao "laissez faire":

«Aqui está mais uma medida demagógica, destinada quiçá a responder à indignação fácil provocada por uma petição que anda por aí a circular há vários anos. A mesma tem vindo a ser ”apimentada” por falsidades, reconhecidas pelo próprio autor da petição, como a que estabelece a futura comissão a cobrar em € 1,50.»

«Diga-se que nenhum banco estava a equacionar a tarificação dos movimentos feitos nas ATM, mas nada obsta a que amanhã tal não acontecesse, no seguimento de uma tendência que existe a nível global de se cobrar por todos os serviços prestados. Com
este proibicionismo, as operações no Multibanco serão gratuitas, mas agravar-se-ão inevitavelmente outras comissões, como a anuidade do cartão ou a comissão de manutenção de conta.»

«Facilmente se generaliza a ideia de que prestar o serviço via ATMs é algo sem custos para os bancos (eles até destruiram empregos à custa disso...). Acontece que o negócio bancário de hoje é totalmente diferente do que era há cerca de 20/30 anos. De Instituições de Crédito, os bancos transformaram-se em Instituições prestadoras de serviços, muito por força do esmagamento da margem financeira que deixou há muito de ter 2 dígitos, que então permitia cobrir tudo.»

«Teixeira dos Santos está bem ciente de todos estes factos, mas propaganda oblige...»



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As duas falhas de raciocínio do blogger LR do Blasfémias

Naturalmente que LR, o autor deste post no Blogue Blasfémias, não alcança que os custos que a Banca tem com o Multibanco são em muito ultrapassados pelos benefícios em rapidez, custos com o pessoal, automação da contabilidade, ganhos de produtividade, segurança, etc. Não foi por acaso que a Banca introduziu as caixas ATM, já lá vão uns bons anos. Não são necessários dois dedos de testa para compreender que as caixas ATM trazem muitos lucros À Banca.

Mas LR também não percebe que a Banca funciona em cartel, onde a «competição» é fictícia e reduzida a pormenores irrelevantes. Porque, quando há competição a sério numa economia de mercado, a tendência é para que se reduzam as margens de lucro. Nenhum banco arriscaria, numa lógica competitiva, cobrar uma taxa sobre um serviço que, ao invés de prejuízo, lhe proporciona mais ganhos. Ficaria imediatamente em inferioridade em relação aos bancos concorrentes que não cobrassem essa taxa.


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Fernando Madrinha - Expresso 3/2/2007:

«Todos os anos, por esta altura, muita gente se interroga: que país é este onde a vida é tão dura e deficitária para toda a gente, famílias e empresas, menos para os bancos

«... os lucros [dos bancos] não param de crescer. O Millennium bcp, por exemplo: teve 780 milhões de euros de lucros em 2006 - mais 28% do que no ano anterior; o BPI registou 309 milhões - mais 23%; o Banco Espírito Santo anunciou ganhos de 420 milhões - mais 5o%...»

«Tudo estaria bem se esta chuva de milhões sobre os bancos fosse um sinal de pujança da vida económica do país. Mas sabemos bem que não é. E que esses lucros colossais são, afinal, uma expressão da dependência cada vez maior das famílias e das empresas em relação ao capital financeiro. Daí que, em lugar de aplauso e regozijo geral, o que o seu anúncio provoca é o mal-estar de quem sente que Portugal inteiro trabalha para engordar a banca. Ganha força essa ideia de que os bancos sugam a riqueza do país mais do que a fomentam.».
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