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Arquitectura y construcción

2014, Dpa Documents De Projectes D Arquitectura

Rosa Artigas João Vilanova Artigas Arquitectura y construcción 132 Texto original de João Batista Vilanova Artigas publicado en 1967 en O Desenho, libro recopilatorio del pensamiento teórico del arquitecto que influyó en toda la generación paulista, e introducido por Rosa Artigas, autora de la monografía Vilanova Artigas publicada por el Instituto Lina Bo e P. M. Bardi. J. VILANOVA ARTIGAS, R.ARTIGAS. “Arquitectura y construcción". DPA30 ARQUITECTURA PAULISTA. Marzo 2014. Dep. Proyectos-UPC. ISSN 1577-0265 / ISSNe 2339-6237 J. VILANOVA ARTIGAS, R.ARTIGAS. “Arquitectura y construcción”. DPA30 ARQUITECTURA PAULISTA. Marzo 2014. Dep. Proyectos-UPC. ISSN 1577-0265 / ISSNe 2339-6237 El texto “Arquitectura y Construcción” fue escrito para que apareciera publicado en el catálogo que recogía la X Bienal de Arte de São Paulo, en 1969, muestra en el que Vilanova Artigas dispuso de una sala expositiva propia destinada a la exhibición de los proyectos para las escuelas públicas de la década de sesenta. El artículo es parte de una serie de textos teóricos breves, publicados a partir del escrito titulado “O Desenho” (1967), que perseguían el propósito de abordar el tema del diseño arquitectónico como un instrumento de conocimiento, una herramienta útil que permitiera la creación de una cultura enraizada en lo nacional, capaz de instaurar criterios de orden espacial y urbano, de acuerdo con la tradición del pensamiento moderno en Brasil. La intención de Artigas era posicionarse con rotundidad defendiendo el proyecto como la atribución que tiene el arquitecto frente a la opresión. De esta manera, se adelantaba al debate que movilizó a los estudiantes y los profesores jóvenes de FAUUSP en 1968, con el objeto de instar a la acción política directa y proponer una nueva, a la vez de urgente, arquitectura para combatir la dictadura. Para estos jóvenes su presente era injusto y todo lo que les precedía pertenecía a un pasado equivocado y conservador. Expulsado de la Universidad por un acto de fuerza del régimen de excepción a principios de 1969, Artigas perdió la principal tribuna crítica en defensa de sus posiciones teóricas, por lo que tuvo que recurrir a todo tipo de publicaciones posibles, revistas y catálogos especializados para seguir insistiendo en la importancia del dibujo como lenguaje de la arquitectura y el urbanismo, tal como el artículo anteriormente citado destaca. Arquitectura e construção O repertório de formas que os arquitetos empregam na organização do espaço das habitações é diferente do que empregam para outros programas. Fácil de afirma, isto. Nem faltam justificativas, todas elas repetidas com frequência, gastas pelo uso. Entretanto, trata-se de questão que merece maior exame. Construir foi, para o homem, primeiramente, construir sua habitação. Alojar-se no espaço, dominá-lo como parte da natureza. Num belo ensaio sob o título “Construir, habitar, pensar”, Heidegger1 junta elementos para a prova dessa afirmação. Na língua alemã, o verbo construir nas suas formas 133 1 J. VILANOVA ARTIGAS, R.ARTIGAS. “Arquitectura y construcción”. DPA30 ARQUITECTURA PAULISTA. Marzo 2014. Dep. Proyectos-UPC. ISSN 1577-0265 / ISSNe 2339-6237 134 linguísticas mais antigas, exprimia também “habitar” e “ser”. O anglo-saxão primitivo era porque habitava a sua construção. Anglo-saxão porque é fácil verificar que o que vale para a língua alemã aplica-se para a inglesa. Construir, em alemão, é bauen, que tem a mesma origem de ser, revelada na forma bin (sou). As formas linguísticas para “habitar”, “habitação”, perderam-se para a definição atual de casa, mas permanecem algumas formas linguísticas que servem para a prova, como, por exemplo, a palavra vizinho – nachbar (a construção ao lado, o ser que habita perto, a construção do outro). A partir da habitação, teria o homem primitivo transposto sua não menos primitiva “soleira” para apropriar-se do espaço em escala mais ampla. A outra margem de um rio passa a fazer parte do espaço da habitação através de uma ponte. Daí, por caminhos não tão simples como os desse resumo, podermos concluir que a ponte, a estação, o aeroporto, não são habitações, mas complementos, objetos complementares à habitação através dos quais o espaço da habitação se universaliza. A cidade é uma casa. A casa é uma cidade. A arquitetura moderna gosta de definir-se como arte de organizar o espaço para a vida humana. Portanto, as conclusões possíveis a partir daqui poderão fluir no grande rio das melhores perspectivas dos arquitetos de todo o mundo. Voltemos ao desenho das casas. Parece que ele deveria ser o ponto de partida para os outros desenhos, numa visão mais radical, que procurasse restabelecer o relativo desprezo em que a residência é tida – obra menor, irrelevante. Nem tanto. Nem tão pouco. À medida que vão sendo substituídas velhas concepções sobre o mundo e a vida, à medida que vão sendo reorganizados os dados da realidade, tanto da realidade da natureza como da realidade da sociedade, velhas formas e símbolos arquitetônicos vão desaparecendo. Estações, bancos, estádios e pontes também vão aos poucos aceitando novos tratamentos formais para um encontro com a casa. Encontro com a casa na cidade, para construir com ela a casa da nova sociedade que desponta como consequência inevitável do conhecimento cada vez mais profundo que vamos tendo, do mundo e das relações entre os homens. Esta procura de racionalidade não tem fim e nos mantém em constante experimentação; a experimentação específica das artes é também a que é privativa da ciência e da tecnologia, aplicadas à arte de construir. Os arquitetos brasileiros têm dado uma contribuição valiosa nesse sentido. Há uma grande riqueza de propostas, modelos e ensaios que caracterizam a vivacidade da arquitetura brasileira para a pesquisa tecnológica e artística que lhe cabe exercitar no universo da cultura. No que se refere à casa, vale à pena lembrar alguns pontos de partida e algumas noções J. VILANOVA ARTIGAS, R.ARTIGAS. “Arquitectura y construcción”. DPA30 ARQUITECTURA PAULISTA. Marzo 2014. Dep. Proyectos-UPC. ISSN 1577-0265 / ISSNe 2339-6237 1. Vilanova Artigas dibujando. 2. La Cabaña en Todtnauberg en 1968, “el lugar para pensar” de Heidegger. 3. Maqueta de la casa, la planta está dividida en cuatro partes casi iguales. Su lugar de trabajo se encuentra en la parte inferior derecha con vistas a la fuente exterior. 4. Vilanova Artigas. Boceto FAU. 5. Heidegger paseando por un sendero entre los arboles por encima de la cabaña. 2 4 3 5 135 Vilanova Artigas, Paulo Medes da Rocha, Fabio Penteado. Zezinho Magalhães Prado. Guarulhos, São Paulo, 1967. 7.Ordenación en planta. 8. Vista del conjunto. 136 [“Arquitetura e construção”. In Catálogos da IX Bienal de São Paulo. Acrópole, n. 368, São Paulo, ano 31, dez. 1969.] 6 J. VILANOVA ARTIGAS, R.ARTIGAS. “Arquitectura y construcción”. DPA30 ARQUITECTURA PAULISTA. Marzo 2014. Dep. Proyectos-UPC. ISSN 1577-0265 / ISSNe 2339-6237 abandonadas. Quando era acirrada a campanha modernista para racionalizar os critérios de repartição do espaço das casas, no começo deste século, os arquitetos paulistas, com Alexandre de Albuquerque2 na frente, introduziam no velho Código de Obras da cidade a obrigatoriedade de orientar as casas de acordo com os caminhos do sol. Complicação incrível para os recursos de desenho da época. Que admiração merecem estes pioneiros! Certamente é possível limitar o significado de iniciativas deste tipo, vendo-as tão somente como resultado da preocupação que a sociedade da época tinha com a higiene em geral. Devemos, porém, emprestar-lhes significado bem maior, pois constituíam critérios científicos para racionalizar o uso do espaço, que aos poucos foram gerando outros até constituírem a soma dos que hoje empregamos. Caminho lentamente palmilhado. O velho Código exigia também outros critérios de funcionalidade, que abandonamos e hoje até nos repugnam. Por exemplo: diferenciava a casa paulista em três categorias: casa residencial, casa popular e casa operária, cada uma das quais devia ter área mínima para quartos, salas e demais instalações. Não cabe dizer que, porque nos repugnam, não existem na prática. É outra questão, para a qual a racionalidade procura resposta num âmbito mais amplo, que não é estranho aos arquitetos com a absorção crítica dos critérios criadores e o esforço para abandonar velhas concepções do mundo. As formas novas de arquitetura da casa vão sendo descobertas e uma nova linguagem formal vai surgindo da experimentação científica e artística que vimos fazendo como contribuição cultural brasileira. No ensaio de Heidegger, destaca-se a casa como criação. A cidade industrial é a casa da sociedade nova. Elas criam-se mutuamente aos poucos. Vemos, quase todos, a cidade como obra de arte. Discordo das posições que escondem o lado artístico e criador do urbanismo e aceitam uma espécie de colonização pela ciência, revelada no processo de limitar à coleta de dados na “natureza” social a organização dos padrões para a forma urbana. Acabam num estruturalismo imobilista. Estão para a cidade, como a construção para a casa. A construção só existe como tal, enquanto a humanidade não pode desenvolver plenamente sua criatividade. Certamente os obstáculos para transformar uma atitude em prática, em ação, são grandes. Mas, importante é a atitude. As cidades como as casas. As casas como as cidades. 6. Matrimonio Heidegger en el interior de la cabaña. J. VILANOVA ARTIGAS, R.ARTIGAS. “Arquitectura y construcción”. DPA30 ARQUITECTURA PAULISTA. Marzo 2014. Dep. Proyectos-UPC. ISSN 1577-0265 / ISSNe 2339-6237 Notas: 1. Martin Heidegger, “Construir, habitar, pensar” [original de 1951, “Bauen Wohnen Denken”. In Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002]. 2. Alexandre de Albuquerque (1880-1940) – engenheiro-arquiteto ; fundador do Grêmio Estudantil da Escola Politécnica, do Instituto de Engenharia e da Escola de Belas Artes. Publicou a obra “Insolação: orientação e largura das ruas, altura do edifícios” (1916), na qual estudava as condições de insolação específicas para o hemisfério sul, o Brasil e a cidade de São Paulo. Fuentes imágenes: 2. Digne Meller-Marcovicz. 3. Digne Meller-Marcovicz. 5. Digne Meller-Marcovicz. 6. Digne Meller-Marcovicz. 7-8. mdc. revista de arquitectura e urbanismo 7 137 8