Linha de cuidado: a imagem da
mandala na gestão em rede de práticas
cuidadoras para uma outra educação dos
profissionais de saúde1
RICARDO BURG CECCIM
ALCINDO ANTÔNIO FERLA
Introdução
Entendemos a proposta de linha de cuidado atada a uma noção
de organização da gestão e da atenção em saúde que toma em referência o conceito de integralidade na sua tradução em práticas cuidadoras.
Isto é, trata-se de inventar uma proposta que efetive uma organização da gestão setorial e das práticas assistenciais capaz de responder
por uma concepção de saúde não centrada somente no tratamento
das doenças, mas na inclusão de pessoas em uma rede de práticas cuidadoras
em saúde e de afirmação da vida.
A produção do cuidado2 (MERHY, 2002) e a afirmação da vida
(CECCIM, 1997) trazem consigo um processo de desenvolvimento
de ações e de serviços de saúde implicados com a construção das
respostas possíveis às dores, angústias e aflições, assim como aos
aborrecimentos, sofrimentos e problemas (falamos de sensações e
não só de constatações) que chegam aos serviços de saúde. Como
resposta, há necessidade de que não apenas se produzam consultas,
atendimentos e procedimentos, mas que o processo de consultar,
atender e prestar procedimentos seja capaz de produzir, além da
terapêutica, conhecimento e sensação de cuidado, assim como autonomia e desejo de vida em cada usuário (CECCIM, 2004b; CECCIM;
CAPOZZOLO, 2004; FERLA, 2004). Falamos de uma rede que seja
a tradução de uma prática cuidadora e que, comprometida com a
afirmação da vida, tenha capacidade de abrir mão das representações
que a constituem, nomadizando-se em resposta efetiva ao contexto
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detectado no encontro usuários – ações e serviços (FERLA, 2002;
CECCIM, 2004b).
É imprescindível, em cada encontro considerado, aproximar-se
das pessoas e tentar conhecê-las: suas condições de vida e de trabalho; as concepções que têm acerca da saúde, da doença, dos fatores
que beneficiam a saúde, dos fatores que prejudicam a saúde e dos
recursos que buscam em caso de doença ou abalos à saúde; as concepções de escuta, tratamento, cura e cuidado; seus hábitos e as
providências que tomam para resolver seus problemas quando adoecem ou não se sentem bem, assim como o que fazem para evitar
adoecimentos (CECCIM, 1998/1999; CAMARGO JR., 2005). Será
com esse conhecimento que se poderá dar provimento ao fluir pelas
linhas de cuidado; as linhas intensificam projetos terapêuticos individuais e não simples encaminhamentos de menor à maior
tecnicalidade da atenção.
O ordenamento da atenção e de uma rede de serviços em linha
de cuidado implica, necessariamente, tanto para gestores e trabalhadores quanto para usuários, o conhecimento dos fatores que beneficiam ou prejudicam, condicionam e/ou determinam os estados de
saúde e os recursos existentes para sua prevenção, promoção e
recuperação, assim como para o engendramento da afirmação da
vida, do cuidado de si e das conexões em redes sociais (CECCIM;
FERLA; PELEGRINI, 2003; MERHY, 1998; FRANCO; MAGALHÃES JR., 2003).
Para a organização de linhas de cuidado, é fundamental que sejam
planejados fluxos que impliquem ações resolutivas das equipes de
saúde, centradas no acolher, informar, atender e encaminhar por
dentro de uma rede cuidadora (sistema de referência e contra-referência como um tramado do cuidado e não uma racionalização de
hierarquia vertical e burocrática do uso dos recursos assistenciais),
onde o usuário, mediante um acesso que lhe dê inclusão, saiba sobre
a estrutura do serviço e da rede assistencial e, a partir da sua vivência
nele – como uma pessoa que o conhece e se sente parte dele – seja
capaz de influir em seu andamento (CECCIM; FERLA; PELEGRINI,
2003; MERHY, 1998; FRANCO; MAGALHÃES JR., 2003).
Uma hierarquia horizontalizada e uma organização em linha de
cuidado desenha diagramas singulares (RIGHI, 2002a) à rede de
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serviços de saúde, enlaçando-se, inclusive, com práticas que não
compõem o sistema formal de atenção à saúde. Em lugar da tradicional pirâmide de porta de entrada única e mobilidade padronizada,
atada num trânsito somente formal e técnico-racionalista (serviçocentrados; profissional-centrados), uma malha de cuidados ininterruptos,
organizados de forma progressiva. Numa malha não há maior e menor,
anterior e posterior, partida e chegada, topo e base; tudo o que há
é o tramado, as ligas, as conexões: rizoma. Por entre as ligas e conexões, correm as linhas de cuidado que devem assegurar a satisfação
das demandas dos usuários (diagramas singulares). É assim que devem organizar-se os fluxos e mecanismos de acesso que ampliam o
universo e a natureza das unidades de produção da saúde em sua condição de conectadas em rede para o cuidado.
A linha de cuidado implica, também, um redirecionamento permanente do processo de trabalho, onde o trabalho em equipe se
constitui como de fundamental importância para a ampliação das
compreensões e interpretações, pois não é uma patologia ou um
evento biológico o que flui por uma linha de cuidado, mas uma
pessoa, um processo de subjetivação, uma existência encarnada num
viver individual. Assim, ao longo do percurso, nuanças, sutilezas e
transformações podem e devem encontrar acolhida e projeto
terapêutico, inclusive abrindo outros fluxos na grande malha de cuidados de uma rede de saúde.
Há que nos lembrarmos, permanentemente, o que efetivamente
consta no artigo 198 da Constituição Federal: as ações e serviços de
saúde integram uma rede, que constitui um sistema único, organizado
pelas lógicas da descentralização da gestão, integralidade da atenção
e dependência da participação. Portanto, regionalização e hierarquização
devem expressar linhas de fluxos não gerenciais, mas de qualidade do
acesso (loco-regional) e da resolutividade (cadeia de cuidado progressivo). Regionalização e hierarquização, como referidas pela Carta
Magna, devem atender aos atributos de estarem integradas, em rede,
constituindo um sistema único, atendendo aos interesses locais, cumprindo atenção integral e correspondendo às necessidades e anseios
dos usuários. Desse modo, a regulação gerencial se constitui como
dispositivo de monitoramento e melhoramento permanente da qualidade da atenção cuidadora em rede.
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Constituída em sintonia com o universo dos usuários, uma linha
de cuidado terá mecanismos de acolhimento em todos os serviços da
rede, não importando se portas de entrada ou elos da cadeia de
referência e contra-referência. Em última instância, uma linha de
cuidado tem como pressuposto sua extensão à intersetorialidade e,
por seu potencial de resolutividade, deve possibilitar o surgimento de
laços de confiança entre serviços, gestão setorial, instâncias de controle social e redes sociais, indispensáveis para melhorar a qualidade
e a resolutividade das ações de saúde (FERLA, 2004).
Em conseqüência, os profissionais da equipe devem desenvolver
a capacidade de propor alianças, seja no interior do próprio sistema
de saúde (armar uma rede de matriciamento e apoio interserviços),
seja nas ações desenvolvidas com as demais áreas de políticas públicas (intersetorialidade) e, ainda, junto às redes sociais (CECCIM et al.,
2002). Cabe lembrar que a entrada na linha de cuidado se relaciona
com o acesso e acolhimento, mas a saída com a resolutividade
(responsabilização pela cura) e autodeterminação dos usuários. Em
última instância, a porta de entrada são as ações e serviços de saúde,
a saída são as redes sociais, mas Campos (1994, p. 60-61), ao desafiar
que recoloquemos “a discussão sobre o significado do cuidado em
saúde e sobre o sentido do processo de cura”, diz pensar no objetivo
de todo processo terapêutico como ampliação da capacidade de
autonomia dos usuários. Leva-nos a entender que “a doença ou o
risco de adoecer podem cobrar das instituições um apoio crônico, de
longo curso – exatamente com o objetivo de que a autonomia se
cumpra”. Para o autor, “a construção dessa autonomia – o paciente
‘curado’ – depende de uma combinação de técnicas de apoio individual com outras de feição mais sociocultural”.
Campos exemplifica as técnicas de apoio individual como os
fármacos, a atenção clínica, o aceso às informações, a reabilitação
física, a referência em crises etc. e sugere as de apoio sociocultural
como a socialização, a capacitação para o trabalho e geração de
renda e o desenvolvimento de convivências e capacidades para viver
num mundo de conflitos e de disputas. O autor, por fim, defende
que se pense fortemente sobre a desmedicalização e a
desisntitucionalização para pensar em serviços abertos ao comando dos
usuários, mas que os apóiem com padrões de plasticidade, adequan168
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do técnicas, políticas e diretrizes administrativas aos projetos de
cuidados terapêuticos que se apresentem necessários para cada cidadão singular. Cabe à gestão do sistema de saúde prever relações
formais de promoção da saúde, concebendo-as na sua proposição
de linha de cuidado com participação popular.
No âmbito da assistência, essas propostas apontam, fundamentalmente, para a ampliação e qualificação da atenção básica à saúde, por
sua presença direta e detida em territórios de organização da vida.
Devem possibilitar o acesso de todas as faixas etárias e todos os
segmentos sociais (inclusão do conjunto da população e não de grupos programáticos) e também a oferta de tantos mais serviços quantos
se façam necessários quanti e qualitativamente, por extensão de cobertura ou por inovação.
De outra parte, os sistemas municipais de saúde devem assegurar o conjunto de atendimentos que sejam demandados e, necessariamente, expandir os âmbitos secundário e terciário, não
represando a demanda absorvida/construída por uma atenção
básica à saúde em expansão. É para ampliar a absorção de problemas sob cuidado que se regula uma linha de cuidado, porém a
regulação não é atributo apenas da oferta de serviços. O conjunto
do sistema e seu controle social devem estar prontos a desenvolver serviços alternativos e substitutivos aos modelos tradicionais
de modo a buscar, no cotidiano, todo dia, a integralidade da atenção (CARVALHO-SANTOS, 2006).
As principais contribuições à produção conceitual sobre a linha
de cuidado, como metáfora para uma reorganização cuidadora das
ações, serviços, redes e sistemas de saúde, incluem a análise e intervenção em serviços (CECÍLIO; MERHY, 2003), em sistemas e redes
municipais (MERHY, 2003; FRANCO et al., 2004) e como recurso
analítico para o estudo do componente suplementar do sistema nacional de saúde (MALTA et al., 2005).
A proposição de linhas de cuidado parece-nos muito promissora
à reversão da organização e regulação burocráticas para formatos
criativos e atuais. A linha de cuidado pode ser tomada como o fio
da integralidade que trama regionalização e hierarquização em reconhecimento do poder local e segundo o elevado acolhimento dos
usuários.
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A integralidade como um eixo orientador: a imagem da mandala
A integralidade como eixo orientador para a afirmação do Sistema Único de Saúde (SUS) associa a superação do reducionismo das
práticas de saúde à organização dos processos de trabalho e do sistema sócio-sanitário, à formulação das políticas de atenção a problemas e populações específicas, às necessidades das pessoas e suas
condições de vida, à escolha das tecnologias de atenção e às interrelações subjetivas e de produção da autonomia (MATTOS, 2001;
CECÍLIO, 2001).
É generalizada a noção de que é necessária uma ressingularização
da clínica e novas formulações têm sido concebidas, ao longo dos anos
1990 e início dos 2000, oriundas do campo da saúde coletiva, da
educação em saúde e da saúde mental, decorrentes da denúncia de
degradação da clínica que não se orienta mais pelos usuários, mas pela
utilização de recursos de apoio diagnóstico e terapêutico. Ousadas e
inventivas expressões-síntese vêm nomeando as propostas de transformação da clínica, reorientadas aos usuários: clínica ampliada, clínica
antimanicomial, clínica no plural, clínica da sensibilidade, clínica nômade, clínica da resistência e criação, clínica do cuidado, clínica da alteridade,
clínica da cidade e clínica em movimento, entre outras.
Nesse contexto, Fagundes (2006) relaciona Florianita Campos
(1992), Gastão Campos (1994), Ana Marta Lobosque (1997), Jonas
Melman (2001), Emerson Merhy (2002), Ricardo Ceccim (CECCIM,
2004b; CECCIM; CAPOZZOLO, 2004) e Alcindo Ferla (2002 e
2004) como autores referência para o tema. Benevides e Passos (2004)
são pesquisadores na clínica e saúde coletiva, afirmando-a como
transdisciplinar (2000) e autopoiética (2004). Benevides e Passos (2004,
p. 168) afirmam que “definir a clínica em sua relação com os processos de produção de subjetividade implica, necessariamente, que nos
arrisquemos numa experiência de crítica/análise das formas instituídas, o que nos compromete politicamente”.
A construção da integralidade inclui rede de serviços, práticas
cuidadoras, propostas de gestão, exercício da participação e controle
social e as propostas de formação e educação permanente em saúde
(CECCIM, 2004/2005; CECCIM, 2005a). O acoplamento das propostas de malha de cuidados ininterruptos (CECCIM, 2005) e de redes
quentes de produção de subjetividades (BENEVIDES; PASSOS, 2004)
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dialogam com a integralidade e expressam a resolutividade necessária
para o SUS. A proposta de malha inclui a conectividade entre os nós,
viabilizando o acesso ao sistema a partir de qualquer um dos pontos
de conexão (unidades produzidas e produtoras de linhas e fluxos de
cuidados). O trabalho regionalizado, intercomplementar e em equipe
para a efetiva resolutividade inova redes com a característica de
maleabilidade e plasticidade produtora de autonomia (escuta dos
usuários e entre os profissionais), com acesso à informação e direito
à invenção (de tecnologias, de vida e de existências), geradora de
responsabilização frente ao criado (CECCIM, 2005b).
Fagundes (2006) lembra que as redes quentes são geradoras de efeitos de diferenciação pela dinâmica de conectividade ou de conjunção, são redes heterogenéticas, nas quais a experiência do coletivo, do
público ou mesmo da multidão constituem planos de produção de
novas formas de existência, que resistem à serialização e ao
assujeitamento próprios do capitalismo mundial integrado, na formulação de Guattari (1981), produtor de redes frias. A aposta clínicopolítica que a experiência clínica, assim como a vida, no contemporâneo, é a um só tempo de incidência dos mecanismos de biopoder
e um ponto de resistência biopolítica (BENEVIDES; PASSOS, 2004).
A produção de redes quentes em malhas de cuidados ininterruptos exige
usuários e trabalhadores encarnados. Usuários e trabalhadores, como
expressou Ferla (2004), singulares, marcados histórica e socialmente,
com cicatrizes visíveis e invisíveis dos processos de disciplinamento e
de subjetivação, que, ao mesmo tempo, nas dobras do corpo, são
constituídos por movimentos, forças, afetos e devires (potências de
vida). Potências que precisam ser escutadas e enxergadas para o
agenciamento de vidas que podem vingar ou de uma nova saúde,
mais forte, mais tenaz, mais alegre, constantemente conquistada, como
propôs Nietzsche (2001, p. 286) na grande saúde.
Campos (1994) propôs a substituição do modelo da pirâmide de
regionalização e hierarquização, proveniente da racionalidade gerencial
hegemônica, pela imagem do redemoinho de ponta cabeça,
microfuracões com a base em movimento sobre o solo. Cecílio (1997)
propôs a superação da pirâmide pelo círculo como uma possibilidade
a ser explorada na estruturação de modelos tecnoassistenciais de
saúde, tendo como orientação as práticas cuidadoras. Righi (2002a,
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2002b, 2005) entremeou os temas da rede, território, poder local e
complexidade, na constituição de sistemas de saúde e, embasada em
Cecílio e Ceccim, desmontou a pirâmide em diagramas de rede local para
alcançar a integralidade. Ceccim (2005b) propôs a imagem da malha
de cuidados ininterruptos, tramando serviços e linhas de integralização
dos cuidados, uma imagem que publicizou na IV Conferência Municipal de Saúde de Porto Alegre (2003), preparatória para a XII Conferência Nacional de Saúde. Silva Júnior et al. (2005) retomam o tema
das tramas e redes para enfocar o cuidado e a integralidade, quando
se trata de um sistema de saúde. Gastão Campos afirma que, em lugar
de uma estrutura ossificada pelo concreto das normas e programas,
um fluxo estruturado, fluxo alimentado pelas necessidades e anseios
dos usuários (1994, p. 61).
Em 2004, Ceccim compôs o diagrama de uma mandala como
expressão da disruptura com as racionalidades administrativas e
gerenciais hegemônicas quanto à hierarquização e à regionalização
propostas para o SUS. A hierarquização seria o desenho dos eixos de
comunicação, das linhas de cuidado e do matriciamento do trabalho em
rede. A regionalização seria o desenho de zonas em torno dos pontos
de contato e cruzamento onde ocorrem pactos entre gestores e laços
com redes sociais, tendo como orientação os usuários sob práticas
cuidadoras (CECCIM, 2005b, p. 165).
Diagrama básico de uma mandala
Uma linha de cuidado orientada pela integralidade tem porta de
entrada no acesso ao sistema de saúde e desfecho na retroalimentação
do sistema de saúde. Seu traçado deve ocorrer dentro de uma rede,
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que integra um sistema único, gerido segundo o interesse particular
dos usuários. Como um jogo de articulação em forma de mandala,
a organização do sistema de saúde é a organização de linhas de
cuidado sensíveis ao seu controle social. Uma linha de cuidado requer primeiramente que se tenha acesso às ações e aos serviços de
saúde como expressão fundamental do direito de todos (e dever do
Estado) ao provimento de saúde.
O passo seguinte é o acolhimento em serviços com responsabilidade pela proposição, monitoramento e avaliação de práticas de
interação com usuários, ou seja, ser efetivamente incluído – e pertencer afetivamente – ao serviço e à rede de produção de saúde. A partir
daí, obter o conjunto de intervenções em saúde que venham a ser
demandadas, engendrando as ações programáticas em formas mais
abrangentes de linguagem, interpretação e ação (tocadas pela
integralidade e alteridade), capazes de construir projetos terapêuticos
individuais (oferecer a atenção requerida em cada caso). A continuidade horizontal da atenção pelo ordenamento em rede dos serviços
como uma cadeia de cuidados progressivos à saúde (CECÍLIO, 1997)
permitirá obter o conjunto dos cuidados necessários, mas sempre –
e em qualquer caso – trabalhar pela autodeterminação do usuário. A
extensão e o prolongamento do cuidado continuam no desenvolvimento de ações intersetoriais de afirmação da vida, e não pela dependência aos serviços ou profissionais de saúde.
A gestão participativa da proposição, monitoramento e avaliação,
seja na equipe de saúde, ou junto ao controle social, ampliará a
implicação do sistema para com o usuário, fim último das práticas de
saúde (MERHY, 1997, p. 91-100).
Por fim, cabe desvelar em informação em saúde a qualidade e o
conhecimento sobre a resposta do sistema de atenção e detecção de
novas necessidades como alimentação da gestão do sistema de saúde
no interesse da maioria da população.
Pressupostos de projetos de integralidade
em linha de cuidado: a mandala do cuidado
O Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde
(Conasems), no documento Teses e Plano de Ação 2005-2007, apresenta
o produto de planejamento elaborado por sua diretoria e aprovado
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pelo Conselho Nacional de Representantes (Conares), no mês de
junho de 2005 (CONASEMS, 2005). No documento, as Teses devem
ser compreendidas como pressupostos, explicadas como sentido e
interpretação do contexto atual e dos cenários futuros, enquanto o
Plano de Ação é constituído pelas grandes diretrizes que devem orientar e fundamentar a ação política da entidade. Dentre cinco temas,
um é o Modelo de Atenção à Saúde, donde a tese de que “a
integralidade da atenção à saúde ainda não foi alcançada e a assistência fragmentada compromete a resolutividade, impedindo a adoção
das chamadas Linhas de Cuidado” (p. 21-22). Cada temática arrola
seus problemas e oportunidades, dimensionando operações e estratégias relacionadas.
Quanto aos 13 problemas arrolados, merecem destaque em nossa
abordagem as referências de que há pouca integração entre estrutura e
processos organizacionais nas redes de atenção básica e também entre a atenção
básica à saúde e as outras organizações do sistema de saúde e de que há
ineficiência dos setores de informação e regulação. Quanto às oportunidades,
foi arrolado que deve haver uma aposta na educação permanente em
saúde (nos moldes da construção nacional pactuada pela Comissão
Intergestores Tripartite: política nacional), assim como deve haver
uma aposta nos pactos de gestão na agenda do SUS (na perspectiva
de maior integração entre serviços e níveis de atenção). Aponta-nos,
de um lado, a acumulação de experiência das gestões municipais em
sistemas locais de saúde – resolutividade em redes locorregionais ou
poder local, como nomeia Righi (2002a) – e, de outro, a existência de
processos e apoios à integralidade (citando, como exemplo, o LAPPIS).
Quanto às operações e estratégias dimensionadas, a educação permanente de gestores municipais surge como caminho à discussão sobre
os determinantes do processo saúde-doença e à disseminação da adoção de estratégias de atenção integral à saúde, enquanto a redução da
medicalização surge como incentivo a uma clínica que articule protocolos clínicos, linhas de cuidado, ações de promoção e prevenção.
A mandala do cuidado como imagem à administração e gerência
do sistema de saúde articula linhas de cuidado da integralidade e não
fluxos ascendentes e descendentes da pirâmide da atenção3, assim o
compromisso de qualificação da atenção básica à saúde, implica garantir-lhe qualidade e resolutividade, articulando a sua organização
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com toda a rede de serviços e como parte indissociável do tramado
em rede da atenção integral à saúde. Esse pressuposto articula, ainda,
o individual ao coletivo, a promoção e a prevenção com o tratamento
e a recuperação da saúde nas populações, não descuidando da necessária atenção a qualquer cidadão em situação de urgência, construindo a extensão do cuidado pelas redes sociais que assegurem a autodeterminação dos usuários e não sua dependência dos profissionais
ou dos serviços.
A atual organização da atenção à saúde, reconhece o Conasems,
vem-se dando pela oferta de serviços e não pelas necessidades da população
(CONASEMS, 2005, p. 21), gerando aumento das desigualdades regionais e dificuldade de acesso das populações mais vulneráveis. A utilização da epidemiologia e das informações sobre as unidades
populacionais a serem consideradas deveria subsidiar a planificação e
a busca de que as ações sejam precedidas de uma análise de situação
de saúde das populações, conhecendo as relações que se estabelecem
nos locais onde se desenvolvem as práticas de saúde. O conhecimento
e o acompanhamento do impacto das ações de saúde devem ser
viabilizados por meio de indicadores adequados, o que implica a existência de registros locais fáceis, confiáveis e contínuos. Mas há, também, a necessidade de práticas contínuas de avaliação e acompanhamento tanto dos riscos, danos e determinantes do processo saúdedoença, como da atuação intersetorial e das ações de promoção da
saúde e qualidade de vida em cada unidade populacional considerada.
A organização das ações e dos serviços de saúde de forma usuáriocentrada, garantida por equipes multiprofissionais de caráter
interdisciplinar, orientada por atos de escuta, acolhimento, atendimento e acompanhamento, deve elevar a resolutividade das práticas de
cuidado, dos serviços e do sistema de saúde. Mas é a educação permanente em saúde como política de formação e desenvolvimento dos
trabalhadores em saúde, com o objetivo de implementar projetos de
mudança no processo de trabalho e na educação dos profissionais, que
colocará o cotidiano e sua qualificação como objeto da integralidade.
Uma agenda de pesquisa com o objetivo de investigar os principais problemas relativos à saúde, bem como desenvolver novos produtos e tecnologias necessários à expansão das ações dos serviços
públicos de saúde em todos os âmbitos de atenção, inclusive redes
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substitutivas de todos os tipos de serviços hoje conhecidos, precisa
estar em curso. Da mesma forma, a responsabilidade entre as esferas
de governo deve incluir mecanismos de cooperação técnica, financeira e operacional que apóiem linhas de cuidado inventivas e singulares
às cidades e não às ações programáticas invariantes.
Uma política de financiamento para o desenvolvimento de ações
visando às inovações nas estratégias de atenção e de gestão e a gestão
participativa da política de saúde, que assegure a participação de
usuários, trabalhadores, gestores, formadores e estudantes da saúde,
completariam os sentidos e a interpretação da imagem da mandala
do cuidado.
Princípios norteadores para linhas de cuidado
As linhas de cuidado devem servir à ampliação e à qualificação da
assistência, organizando o processo de trabalho de forma a garantir
os procedimentos mais dependentes de protocolos clínicos fortemente estruturados
ou de equipamentos e mais conclusivos, de forma a resolver a necessidade
que motivou a procura da assistência. Para isso, os serviços precisam
disponibilizar ofertas suficientes e adequadas à complexidade das
situações vividas.
Para que linhas de cuidado se desenhem num ordenamento como
o da proposta de imagem da mandala do cuidado, deve-se estabelecer
um processo de trabalho orientado pela discussão e pactuação no
interior das equipes, entre as equipes e os gestores, entre as equipes
e os usuários, entre os gestores e os usuários; deve haver a garantia
de dignidade no trabalho para profissionais e usuários e alta qualidade nos serviços prestados. É fundamental que a linha de cuidado seja
amplamente conhecida e apropriada (com implicação) por todos os
trabalhadores e todos os gestores de todos os serviços que integram
a rede assistencial, assim como do Conselho Municipal de Saúde.
A resolutividade de uma linha de cuidado difere da expectativa de
resolutividade da atenção básica à saúde apenas pelo reconhecimento
e uso de uma cadeia interserviços ou inter-unidades de produção da
saúde, mas igualmente se define por acolhimento, responsabilidade
pela cura e desenvolvimento da autodeterminação dos usuários.
O acolhimento pode ser traduzido como a busca do acesso universal à assistência e de dar atenção a toda demanda expressa ou
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reprimida, desenvolvendo ações coletivas a partir de situações individuais e vice-versa, assumindo a responsabilidade por todos os problemas de saúde da população sob atendimento (acolhimento em
linha e não por serviço).
A responsabilização pela cura é o implicar-se com os problemas e
demandas dos usuários, garantindo respostas resolutivas, tornando-se
co-responsável pelo enfrentamento dos fatores associados com o processo saúde-doença. Corresponde ao desenvolvimento de práticas profissionais embasadas no respeito ao usuário, conhecimento do contexto de vida e trabalho (família; cultura; inserção produtiva; inserções
sociais de gênero, etnia, geração, classe, escolaridade, sexualidade, outras), disponibilizando o tempo necessário à escuta da queixa, ao atendimento e às providências pertinentes, criando suportes para a atenção
integral à saúde e às necessidades dos diferentes grupos populacionais.
O desenvolvimento da autodeterminação dos usuários implica
responsabilizar as equipes e os serviços de saúde pela solução dos
problemas em sua área de intervenção por meio da oferta de ações
qualificadas, eficazes e que permitam o controle, pelo usuário, no
momento de sua execução, como também autonomia na condução
de seu andar a vida. Se a linha de cuidado atravessa vários serviços,
ela terá sempre seu fio terminal em outras redes terapêuticas, as da
própria vida em coletividade e suas tramas de afirmação da existência
em projetos de vida.
Experiências com linhas de cuidado
A experiência concreta de linhas de cuidado tem história na organização/regulação da atenção cuidadora por ciclo vital (criança,
adolescente, adulto, idoso), por grupo de agravos de impacto à saúde
pública (hipertensão arterial, diabetes, tuberculose, asma, saúde bucal, saúde mental, saúde ocular), por grupo social de vulnerabilidade
específica (materno-infantil, mulheres, portadores de necessidades
especiais, sob risco ocupacional), entre outras.
Para diferir das ações programáticas simples, cabe aos gestores a
disponibilização responsável dos recursos que alimentem uma linha
de cuidado e a coordenação dos mecanismos de gestão colegiada,
envolvendo os gestores dos serviços responsáveis pelo cumprimento
da assistência sob ordenamento.
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Em todos os casos, tem ficado acordado que:
os fluxos assistenciais devem viabilizar de maneira facilitada a
mobilidade (o trânsito) dos usuários na malha;
as equipes das unidades básicas de saúde devem ser responsáveis
pela gestão do projeto terapêutico global, responsabilizando-se,
então, pelo andamento seguro dos usuários na malha e pela sua
inserção em recursos próprios de sua coletividade afetiva (família,
bairro, trabalho, escola, entidades etc.).
No bojo da organização dos programas de humanização, também
surgiram linhas de cuidado. Seu sentido busca a articulação entre
humanização e integralidade, entre atenção ambulatorial e hospitalar.
As mais freqüentes são:
1) programas de atenção integral ao ciclo grávido-puerperal, como a
Linha de Cuidado Mãe-Bebê: pré-natal, maternidade, puerpério e
puericultura (a linha pode começar no pré-natal ou na maternidade);
2) programas de alta hospitalar precoce com acompanhamento domiciliar (a linha começa no hospital);
3) programas de volta para casa na pediatria, geriatria e psiquiatria (a
linha começa na internação pediátrica ou na internação ou
asilamento em saúde mental e atendimento de idosos);
4) programas de atendimento social e vínculo provisório, com o
pedido de retorno de usuários com vulnerabilidades e sem referência regular a um serviço de saúde, onde se interpõem pedido
de exames preliminares, atendimento e agendamento de retorno
com o serviço social (a linha pode começar em serviços que não
se ocupam no acompanhamento horizontal como a emergência
ou o pronto-socorro).
A proposta nessas experiências tem sido identificar um
ordenamento programático de serviços dentre as diversas ações de
cuidado demandadas. Os gestores de serviços ou o gestor municipal
propõem sejam ordenados, em linha de cuidado, procedimentos,
consultas, atendimentos, de forma que seja assegurado o aceso
resolutivo por entre várias unidades/equipes de saúde. Compondo
grupos de trabalho de organização e regulação das linhas de cuidado
(comitês gestores) para as pactuações necessárias à implantação de
um acordo assistencial que garanta referência segura aos diversos servi178
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ços da rede de saúde e contra-referência para as equipes de atenção
básica à saúde, é possível um ordenamento aplicável a cada caso com
o máximo de continuidade, com o máximo de controle de qualidade
nos encaminhamentos e o máximo rigor técnico na regulação do sistema. Por outro lado, também se torna possível o máximo rigor ético na
regulação, para colocar o sistema de acordo com os usuários e não
apenas com indicadores estatísticos ou de filtro automático das informações, assim como estruturas de acolhimento na atenção secundária que
dignifiquem os usuários, informem o sistema de saúde e operem o
melhoramento de qualidade da rede cuidadora.
Um dado fundamental a ser destacado é que a gestão por linhas de
cuidado deve gerar a máxima credibilidade dos usuários em geral no
sistema de saúde como um sistema de atenção cuidadora. Por isso o
conjunto dos trabalhadores deve se perceber trabalhando na linha, ter
tranqüilidade de falar sobre a existência das mesmas e confiar na sua
composição, tranqüilizando o usuário sobre sua qualidade e
confiabilidade. Sobretudo dar ingresso aos usuários e proporcionar sua
inclusão (confiança) deve ser tarefa de qualquer ponto do sistema de
saúde, especialmente ao detectar vulnerabilidades. Por isso a existência
de linhas de cuidado deve permitir fluir atendimentos que ampliam a
segurança dos profissionais, ampliando e qualificando a assistência e
participação, assim como maior acolhimento, responsabilidade pela cura
e desenvolvimento da autodeterminação dos usuários.
Dentre os serviços substitutivos ao modelo unidade básica ambulatório de especialidades hospitalização agendamento de retorno, a fim de compor linhas de cuidado, têm sido ofertados o trabalho
de acompanhantes terapêuticos, programas de redutores de danos, projetos cuidadores de idosos, oficinas de criação/criatividade e arte-terapia (com dança, música, teatro, artes plásticas e artes visuais),
diversificadas atividades de educação popular em saúde, programas de
internação e de acompanhamento domiciliar, casas de parto, centros de
parto normal, academia da cidade, Centros de Atenção Psicossocial,
clínicas de quimioterapia e radioterapia, Centros de Especialidades
Odontológicas, pensões protegidas, moradias terapêuticas, centros ou
abrigos de convivência, Casa da Gestante, diversos Centros de Atenção Integral à Saúde e Centros de Orientação, Testagem e
Aconselhamento. Nessas ações e serviços encontram-se práticas
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cuidadoras, integralidade e um ordenamento original da terapêutica em
linhas projetadas no interior de uma mandala do cuidado.
Conclusões
A construção de linhas de cuidado como gestão em rede de práticas
cuidadoras para outra educação dos profissionais de saúde traz à tona
o ensino sobre a rede de saúde, sua assunção tácita da hierarquia em
pirâmides da assistência e, por meio dessa imagem piramidal, a
manutenção da visão biologicista do cuidado. A introdução da imagem da mandala como novo recurso didático para ordenar campos
de aprendizagem da integralidade estabelece a integração ensinotrabalho-cidadania e consolida as noções de apoio matricial e de
educação permanente em saúde, radicais inversões do modelo tradicional de ensino da saúde, mais coerente com o espírito das Diretrizes Curriculares Nacionais em vigor.
A noção de linhas de cuidado se prende à noção de organização
da atenção à saúde que toma em referência o conceito de práticas
cuidadoras. Assume, na ordem da gestão dos sistemas de saúde, que
os serviços se mostrem encadeando uma rede de serviços cuidadores,
uma trama de linhas singulares entrelaçadas para a construção da
resolutividade assistencial e do acolhimento de pessoas em rede. A
produção de linhas de cuidado traz consigo um processo de desenvolvimento de ações e de serviços de saúde implicados com a construção – com integralidade – das respostas possíveis às vivências
individuais do processo saúde-doença.
A noção de linha de cuidado está sendo apresentada como concepção de rede de práticas para o trabalho em saúde. Nesse sentido,
é imprescindível que projetos terapêuticos individuais (singulares)
estejam articulados com uma noção de cadeia do cuidado progressivo à saúde e com uma organização/regulação da atenção cuidadora
que constitua um sistema de saúde cuidador. Em lugar da imagem da
pirâmide, recurso didático usado para ensinar e montar hierarquias
de complexidade embasadas no uso de equipamentos e recursos
tecnificados para o diagnóstico e a terapêutica – uma imagem da
ordem da racionalidade gerencial hegemônica –, propomos a imagem
da mandala, configurando linhas singulares: diagramas de linhas e
não fluxos verticais de referência e contra-referência, uma mandala
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de linhas de cuidado e não uma pirâmide de complexidade crescente
do uso de técnicas e equipamentos tecnológicos: integralidade! A
linha de cuidado se mostra útil para a construção de conceitos, experiências e habilidades para o apoio matricial entre serviços; para o
estabelecimento, em equipe, de projetos terapêuticos singulares; para
problematizar processos e condutas na forma da educação permanente em saúde e para participar de uma avaliação e regulação da
rede de saúde que consiga pensá-la como única e orientada pelos
interesses dos usuários.
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Notas
1
Texto finalizado com as contribuições dos participantes da unidade de produção pedagógica
Linha do Cuidado, no Curso de Especialização e Residência Integrada em Saúde Coletiva da
Universidade Federal de Sergipe e Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju (novembro de
2005) e da oficina A construção de Linhas de Cuidado como caminho para a integralidade, no VII
Congresso Nacional da Rede Unida (julho de 2006).
2 Falar em produção do cuidado é falar no trabalho em saúde; todo trabalho tem uma ação intencional demarcada pela busca da produção de bens ou produtos. No caso da saúde, não
necessariamente bens ou produtos materiais – objetos, artefatos ou “coisas” objetificáveis –
com valor de uso ou de troca, mas bens ou produtos imateriais, que também portam valor
de uso, mas que somente existem nas sensações de quem os usufrui. O trabalho em saúde
produtor de cuidado é trabalho e gera bens ou produtos: a sensação do cuidado, certo tipo
de atenção, satisfação de necessidades reais (materiais para aqueles que as portam). Falar em
produção do cuidado é ocupar-nos com a qualidade do que produzimos no trabalho em
saúde: produção de atos técnicos (soma de procedimentos) ou produção da sensação do
cuidado (proporcionar o atendimento às necessidades vivenciadas).
3 Gastão Campos nos lembra que a adoção mais ou menos mecânica do ordenamento do
sistema de saúde em regionalização e hierarquização das ações e dos serviços tomaram a
forma de pesadas pirâmides, “que esmagam com seu peso as necessidades expressas pela
demanda por atenção e as possibilidades de agir criativo dos profissionais”. Para o autor, essa
forma, sem dúvida, ajuda no planejamento, mas ao mesmo tempo estabelece “um irresistível
elemento de burocratização e fechamento dos serviços públicos”. Tratar-se-ia, agora, “de
relativizar a sua potência, de restringir a sua onipresença na imaginação e na prática dos
agentes de saúde” (CAMPOS, 1994, p. 61).
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e participação na saúde
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Gestão em Redes: práticas de avaliação, formação e participação na saúde
Roseni Pinheiro e Ruben Araujo de Mattos (Orgs.)
1ª edição / outubro 2006
Copyright © 2006 dos organizadores
Todos os direitos desta edição reservados aos orgqanizadores
Capa: S. Lobo
Revisão e preparação de originais: Ana Silvia Gesteira
Editoração eletrônica: Mauro Corrêa Filho
Supervisão editorial: Ana Silvia Gesteira
Esta publicação contou com apoio de CEPESC-IMS/UERJ, que tem resultados de pesquisas
realizadas com auxílio de CNPq e Faperj.
Indexação na base de dados LILACS
Ficha catalográfica elaborada por UERJ/REDE SIRIUS/CBC
G393
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ / REDE SIRIUS / CBC
Gestão em redes: práticas de avaliação, formação e participação na saúde /
Roseni Pinheiro, Ruben Araujo de Mattos, organizadores. – Rio de
Janeiro : CEPESC, 2006.
484 p.
ISBN: 85-89737-32-2
1. Sistema Único de Saúde (Brasil). 2. Saúde pública – Administração Brasil. 3. Saúde – Planejamento – Brasil. 4. Política de saúde – Brasil. de Brasil. I. Pinheiro, Roseni. II. Mattos, Ruben Araujo de. III. Centro de
Estudos e Pesquisa em Saúde Coletiva.
CDU 614.008.5(81)
Impresso no Brasil
Direitos exclusivos para esta edição dos organizadores. Todos os direitos reservados. Nenhuma
parte desta obra pode ser reproduzida ou duplicada sem autorização expressa dos organizadores.
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SUMÁRIO
Gestão em Redes: práticas de avaliação,
formação e participação na saúde
Apresentação ...............................................................................................9
ROSENI PINHEIRO
RUBEN ARAUJO DE MATTOS
O FIO DA MEADA
Implicações da integralidade na gestão da saúde ...............................11
ROSENI PINHEIRO
RUBEN ARAUJO DE MATTOS
Demanda em saúde: construção social no campo multidisciplinar da
saúde coletiva .............................................................................................27
MADEL THEREZINHA LUZ
PARTE 1 - PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO
Um olhar sobre práticas avaliativas em descentralização
do sistema de saúde: construindo uma abordagem
analítica para atuação em rede ....................................................................35
ALCINDO ANTÔNIO FERLA
MARIANA BERTOL LEAL
ROSENI PINHEIRO
Avaliação de redes de atenção à saúde:
contribuições da integralidade ....................................................................61
ALUÍSIO GOMES DA SILVA JÚNIOR
LUÍS CLÁUDIO DE CARVALHO
VALÉRIA MARINHO NASCIMENTO SILVA
MÁRCIA GUIMARÃES DE MELLO ALVES
MÔNICA TEREZA MACHADO MASCARENHAS
Desafios e possibilidades de práticas avaliativas de sistemas universais
e integrais de saúde .......................................................................................91
JAIRNILSON SILVA PAIM
LÍGIA MARIA VIEIRA DA SILVA
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Necessidades e práticas na desinstitucionalização da clientela
de longa permanência institucional: notas sobre a análise
da demanda a partir do perfil dos pacientes internados
no Hospital de Jurujuba, Niterói-RJ ............................................................113
ANA PAULA GULJOR
ROSENI PINHEIRO
ALUÍSIO GOMES DA SILVA JÚNIOR
O SUS e as novas práticas de avaliação para
gestão em redes: é possível conciliar a visão clássica
de avaliação com novas práticas? .............................................................135
ANA LUIZA D´ÁVILA VIANA
REGINA FARIA
HUDSON PACÍFICO
Práticas de avaliação e formação profissional em políticas públicas
voltadas para consolidar a esfera pública no SUS ..................................151
MARIA HELENA MAGALHÃES DE MENDONÇA
Linha de Cuidado: a imagem da mandala na gestão
em rede de práticas cuidadoras para uma
outra educação dos profissionais de saúde .............................................165
RICARDO BURG CECCIM
ALCINDO ANTÔNIO FERLA
A construção e avaliação da clínica na perspectiva
da integralidade: uma rede complexa de palavras
e coisas e de saberes e práticas ............................................................185
CÉSAR AUGUSTO ORAZEM FAVORETO
Avaliando a gestão do cuidado, respeitando suas peculiaridades: o
caso da homeopatia no serviço público de saúde .................................205
WALCYMAR LEONEL ESTRÊLA
ROSENI PINHEIRO
Aspectos metodológicos da avaliação na atenção básica .................223
KENNETH ROCHEL DE CAMARGO JUNIOR
ESTELA MÁRCIA SARAIVA CAMPOS
MARIA TERESA BUSTAMANTE TEIXEIRA
MÔNICA TEREZA MACHADO MASCARENHAS
NEUZA MARINA MAUAD
TÚLIO BATISTA FRANCO
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PARTE 2 – PRÁTICAS DE FORMAÇÃO
As práticas de avaliação da formação e do cuidado orientadas pela
integralidade: uma aproximação necessária .......................................245
LÍLIAN KOIFMAN
GILSON SAIPPA-OLIVEIRA
Avaliação e formação em saúde: como romper com uma imagem
dogmática do pensamento? ..................................................................261
MARIA ELIZABETH BARROS DE BARROS
A constituição do Fórum Nacional de Educação das Profissões
da Área da Saúde e a avaliação da formação
no contexto de implantação das Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Graduação em Saúde ...............................................289
ADRIANA CAVALCANTI DE AGUIAR
REGINA LUGARINHO
Possibilidades de a avaliação produzir conhecimento para a formação
em saúde ..................................................................................................297
ISABEL BRASIL PEREIRA
A importância da clínica na atenção primária: a estratégia de formação
da Universidade Federal do Acre .........................................................321
RODRIGO SILVEIRA
OSVALDO LEAL
A experiência do Hospital Sofia Feldman na construção da rede serviçoensino no contexto da saúde perinatal ...............................................333
ELYSÂNGELA DITTZ DUARTE
ERIKA DA SILVA DITTZ
LÉLIA MARIA MADEIRA
TATIANA COELHO LOPES
Integralidade na formação do psicólogo: avaliando uma experiência
pioneira ....................................................................................................345
CLARICE CRISTINA ANDRADE BENITES
MARIA CÉLIA ESGAIB KAYAT LACOSKI
VERA LÚCIA KODJAOGLANIAN
VERA NICE ASSUMPÇÃO NASCIMENTO
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PARTE 3 – PRÁTICAS DE PARTICIPAÇÃO
Participação política e cotidiano da gestão em saúde: um ensaio sobre
a potencialidade formativa das relações institucionais ........................369
FRANCINI LUBE GUIZARDI
ROSENI PINHEIRO
Redes em rede: dimensões intersticiais no
sistema de cuidados à saúde ................................................................385
OCTAVIO BONET
FÁTIMA REGINA GOMES TAVARES
Céticos e esperançosos: perspectivas da literatura sobre participação
e governança na área da saúde ............................................................401
SORAYA VARGAS CÔRTES
O mapa da comunicação e a rede de sentidos da saúde .......................427
INESITA SOARES DE ARAÚJO
As redes participativas da sociedade civil no enfrentamento dos
problemas de saúde-doença .................................................................445
ALDA LACERDA
VICTOR VINCENT VALLA
MARIA BEATRIZ GUIMARÃES
CARLA MOURA LIMA
As redes na micropolítica do processo
de trabalho em saúde ...........................................................................459
TÚLIO BATISTA FRANCO
Sobre os autores .....................................................................................475
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