ARSE 50 / 2016 / 109-140
CRÓNICA DE ONOMÁSTICA PALEO-HISPÂNICA (25)
António Marques de Faria
RESUMO
As páginas que se seguem destinam-se preferencialmente a reivindicar
a autoria de determinadas ideias, contrariando reiteradas tentativas, mais
ou menos difusas, de as atribuir a outrem. De qualquer modo, ao darmos
prioridade a uma “revisão micro-historiográica” (Ballester, 2008, p. 197),
tal não signiica que a reinterpretação de novidades epigráicas entretanto
publicadas tenha sido por nós negligenciada.
ABSTRACT
The following pages are intended primarily to claim the authorship of
certain ideas, contrary to repeated, and more or less diffuse, attempts to
attribute them to others. In any case, by giving priority to a “micro-historiographic review” (Ballester, 2008, p. 197), this does not mean that the reinterpretation of epigraphic novelties published in recent years has been
neglected by us.
aniTalsCaŕ. Lápide. Tarraco (Tarragona). MLH III 2 C.18.5.
Nota-se alguma negligência por parte de Simón (2013, p. 180, 2012–
2014 [2016], p. 168) ao estatuir an-i-TalsCaŕ como segmentação para o
presente NP em detrimento de ani-Tals-Caŕ (Faria, 2002a, p. 139, 2004a,
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ANTÓNIO MARQUES DE FARIA
p. 294, 2008a [2009a], p. 299, 2010 [2011], p. 91, 2014, p. 168), uma vez
que pelo menos ani e tals contam com testemunhos independentes na
antroponímia ibérica, e.g., em aniesCor/anieśCor (K.1.3) (Faria, 2002a,
p. 124) e em TAVTINDALS (TSall) (Schuchardt, 1909, p. 244; Gorrochategui, 1984, p. 276; Silgo, 1994, p. 126; Faria, 1998a, p. 236, 2002a, pp.
128, 135, 2003a, p. 215, 2004a, p. 300, 2006, p. 116, 2007a, p. 165), respectivamente. Moncunill (2016, p. 82) duvida de que aniesCor/anieśCor
constitua um NP ibérico, mas este é um problema que não estamos em
condições de resolver.
Vale a pena assinalar de novo (Faria, 2016, p. 164) que a individualização
de um inixo -i- em diversos NNP ibéricos (MLH III 1, p. 203; Simón, 2015,
pp. 183, 184 e n. 17, 2012–2014 [2016], p. 168), agora admitida de maneira
implícita por Velaza (2016, p. 358), não passa, em nosso entender, de mera
ilusão (Faria, 1995a, p. 328, 1998a, p. 234, 1999, p. 154, 2000a, p. 126, 2001a,
p. 98, 2003a, p. 216, 2004a, p. 295).
Tal como vimos recentemente (Faria, 2014, p. 168), o segmento ani poderá outrossim ter igurado no NL Anitorgis (Liv. 25.32) < *Aniturgi, caso
esta ortograia, mais ajustada à fonologia e à morfologia ibéricas, venha a
ser epigraicamente corroborada em detrimento de Amtorgis, lição que tem
merecido a preferência da grande maioria dos ilólogos (Fernández-Guerra, 1879, pp. 36–37). Importa, todavia, atentar na eventualidade de Amtorgis
constituir uma versão deturpada de Isturgi (Corzo, 1975, pp. 225–226) ou,
com maior verosimilhança do ponto de vista paleográico, de Iliturgi (Hoyos,
2001, p. 84). Por seu lado, Yelo (1977–1978, p. 160) encara Amtorgis como
corruptela de Ilorgis.
Correa (2016, p. 196), que preceitua Anitorgis em alternativa a Antorgis,
omitiu a bibliograia atinente a toda esta problemática, esquecendo-se especiicamente de nomear quem o precedeu na interpretação de Amtorgis (Liv.
25.32), não como variante manuscrita, mas como corruptela de Anitorgis <
*Aniturgi, um NL cujos dois componentes são passível de ser enquadrados
na onomástica ibérica.
Há alguns anos, vimo-nos na necessidade de chamar a atenção para um
triste episódio protagonizado por este autor (Correa, 2008, passim), que interpretámos como um infeliz incidente sem consequências de maior. Ainal,
após a leitura da monograia que Correa acaba de consagrar à toponímia
antiga da Andaluzia (Correa, 2016, passim), a inusitada conduta que tivemos
o ensejo de criticar parece ter sido instituída como regra. Com efeito, abundam as interpretações pretensamente caracterizadas pela novidade, quan-
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CRÓNICA DE ONOMÁSTICA PALEO-HISPÂNICA (25)
do, ainal, muitas delas já foram aventadas por outros investigadores. Atente-se, por exemplo, no caso dos NNL (a nosso ver ibéricos) que exibem tigi
como elemento inal (Untermann, 1995, p. 742; Faria, 2003a, p. 211, 2007b,
p. 217, 2008b [2009b], p. 81, 2009 [2010], p. 168, 2012, p. 95, 2014, p. 178),
elemento este que Correa (2016, p. 126) dá a entender ter sido ele o primeiro a individualizar. Aliás, chega a ser assombroso que o capítulo intitulado
“Notas lingüísticas”, correspondente a mais de 70 páginas (pp. 113–175), é
praticamente omisso em referências bibliográicas alheias à produção do
autor. Poderíamos multiplicar os exemplos de más práticas, mas um dos que
mais nos chocou foi a tentativa ensaiada por Correa (2016, pp. 312, 427)
no sentido de se fazer passar por autor da identiicação do NL indígena
Sabe/*Sabe (em alternativa a *Sabet, *Sabeta ou *Sabetum) como origem do
gentílico Sabetanus (Faria, 1998b, p. 258, 2003b, p. 326). Muito mais haveria
(e haverá) a dizer da monograia em questão. De momento, limitamo-nos a
chamar a atenção para a ausência de dois NNL: ACIRGI (Hübner, 1899, p.
497; Faria, 2000a, p. 125, 2002a, p. 123, 2003b, p. 313, 2007a, p. 163), que
Correa nem sequer tentou justiicar, e VCCOR(i?) (EDCS-10200028), que
Correa (2016, p. 515) só conhece através de dois testemunhos truncados
(EDCS-08700318; EDCS-08700246).
Voltando a aniTalsCaŕ, é evidente que, ao invés do que se passa com tals,
nenhuma documentação cauciona a caracterização de talsco como elemento
onomástico ibérico (Faria, 1998a, p. 236, 2002a, pp. 128, 135, 2003a, p. 215,
2004a, p. 300, 2006, p. 116, 2007a, p. 165, 2010 [2011], p. 99), a despeito da
opinião expressa neste sentido por Simón (2013, pp. 180, 222, 2012–2014
[2016], p. 168).
ańcideibas. Bloco de pedra. Arredores de Ensérune (Nissan-lez-Ensérune, Hérault). Moncunill, Ferrer & Gorrochategui, 2016, pp. 269–270.
Atendendo ao facto de os autores da presente transliteração terem experimentado sérias dificuldades em encontrar paralelos para o segundo
componente do NP a que aquela corresponde, deixamos aqui consignados
os NNP passíveis de o incluir: abariecide (Faria, 2002a, p. 128), abarieicide (Faria, 1990–1991, p. 82, 2002a, p. 128), cideiboŕs (Faria, 2002a, p.
128), CiTeTiToŕ (Faria, 2002a, p. 128), eiaŕciTiTa[l]s (Faria, 2002a, p.
128, 2003a, p. 215, 2004a, p. 306, 2006, p. 116) e śalcidei (Faria, 1994a, p.
68, 2002a, p. 128).
Não descortinamos nenhum motivo passível de justiicar a segmentação,
alvitrada por Ferrer (2016, p. 24), de ańcideibas em ań-cide-i-bas.
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ANTÓNIO MARQUES DE FARIA
as+bai. Lâmina de chumbo. Monteró (Camarasa, Lérida). Camañes &
alii, 2010, p. 240.
Perilhando a sugestão de Camañes & alii, trata-se, muito provavelmente,
de um NP ibérico composto por aste e por bai.
Lamentavelmente, Sabaté (2016, p. 46 e n. 74) sonegou-nos por completo a autoria da identiicação de bai como segmento onomástico ibérico
(Faria, 1995a, pp. 323–324, 1997, p. 111, 1998a, p. 234, 2000b, p. 61, 2002a,
pp. 125–126, 2003b, pp. 318, 326, 2007b, p. 215, 2011 [2012], p. 150).
astebeibas. Pendente de xisto. Can Gambús (Sabadell, Vallès Occidental,
Barcelona). Artigues & alii, 2007 [2008], p. 244.
Trata-se, do nosso ponto de vista, de um NP ibérico trimembre, segmentável em aste-bei-bas (Faria, 2008b [2009b], p. 62, 2010 [2011], pp. 91–92,
2011 [2012], p. 150, 2015, p. 125).
O primeiro elemento pode ser localizado nos NNP asTePei (F.6.1), SIR[A]
STEIVN < *sirasteiun/*siŕasteiun (E.R.Ter, 5; Faria, 1997, p. 110, 2000a, p.
123, 2002a, p. 129, 2004a, p. 309, 2005a, p. 274, 2007a, p. 173) e ASTEDVMA
(Corell, 2005, pp. 52–53, n.º 11; Faria, 2005a, p. 274). Também é possível
identiicar aste no NP Astaunar, atestado na Idade Média, mais precisamente num documento datado de 945 (Becker, 2009, p. 65, n. 89). Quanto ao
segmento inal deste mesmo NP, poderá ser cotejado (mas não identiicado)
com o que igura em segunda posição no NP aŕtiunaneŕ (Campmajo & Ferrer, 2010, p. 261).
bei, o segundo segmento de astebeibas, é reconhecível não só no já citado
asTePei (F.6.1), mas também em auruniPei (F.6.1) e em uniPei (F.9.5), a não
ser que haja que completar estes NNP respectivamente como asTePeiCe,
auruniPeiCe e uniPeiCe (Faria, 1997, p. 110, 2000a, p. 128, 2004a, pp. 303,
310). Também ulTiPei (Benages, 1990, pp. 42–43) deverá corroborar a existência de bei, caso este NP não esteja por *uldi-(i)bei (Faria, 1994a, pp. 70–
71, 1995a, p. 327). bas, por sua vez, faz parte de aiuPas (ou aiTuPas) (CNH
308:31–32; Faria, 2000a, p. 125, 2000b, p. 63) — a menos que este consista
num NP céltico (Faria, 2011 [2012], p. 168) — e de ańcideibas (Moncunill,
Ferrer & Gorrochategui, 2016, pp. 269–270).
Ao contrário do que insinua Sabaté (2016, p. 40), não é este o único caso
em que o lexema ibérico eban sucede a um só NP — não havendo lugar, por
112 / ARSE
CRÓNICA DE ONOMÁSTICA PALEO-HISPÂNICA (25)
conseguinte, à fórmula NP + NP eban. Como comparanda para astebeibas
eban podemos aduzir [l]eisbuŕ (Silgo, 1994, pp. 94, 197; Faria, 1995a, p. 327,
1997, p. 107, 2003b, p. 318, 2011 [2012], p. 148), eban (Solier, 1979, p. 65)
e [---]rś eban (Solier, 1979, p. 68).
A propósito de astebeibas, cremos que valerá a pena elencar os NNP ibéricos trimembres que, até hoje, conseguimos documentar (Quadro 1).
Esta iniciativa justiica-se num momento em que, ao exibirem uma atitude
que alia a leviandade à arrogância — não é apresentado qualquer argumento que sustente a airmação produzida —, Moncunill, Ferrer & Gorrochategui (2016, p. 270) asseveram, ao invés da postura recentemente assumida
pelo segundo autor — veja-se, por exemplo, Ferrer & Garcés, 2013, p. 110, a
propósito de s]elgiberśaŕ (com transliteração errónea de uma das vibrantes)
—, que “la existencia de antropónimos trimembres en ibérico es dudosa”.
Quadro 1 – Nomes pessoais ibéricos trimembres.
NNP
1. abarCebiotar
2. abargeboŕs
3. abaŕscutaŕ
4. abelgirdican
5. abuloraun
6. adintabeś
7. aiTiCelTun(Ci?)
BIBLIOGRAFIA
Faria, 1994a, p. 67, 1995b, p. 80, 2000a,
p. 121, 2004a, p. 301, 2005a, p. 285, 2010
[2011], p. 89
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Faria, 1994a, p. 66, 1995b, p. 80, 1997,
p. 106, 2007a, p. 165
Faria, 1990–1991, p. 82, 1994a, p. 66,
1995b, p. 80, 1997, p. 106, 2000a, p. 122,
2003a, p. 215, 2004b, p. 180, 2006, p. 116,
2009 [2010], p. 157
Faria, 1992–1993, p. 278, 1993, pp.
157–158, 1994a, p. 68, 2000a, pp. 122–123,
2002a, pp. 121–122, 2003a, p. 215, 2004a,
p. 302, 2006, p. 116
Faria, 2007a, pp. 162–163, 2015, p. 133
Faria, 1990–1991, pp. 77, 82, 1991a, p.
188, 2000b, p. 62, 2002a, pp. 123, 124, 125,
130, 2004a, pp. 275–276, 2007a, p. 163,
2009 [2010], p. 158, 2010 [2011], p. 90,
2012, pp. 87–88
ARSE / 113
ANTÓNIO MARQUES DE FARIA
8. aiuniCarPir
9. alaPulTun
10. aniTalsCaŕ
11. ańcideibas
12. ARANCISIS (gen.)
13. aŕscotar
14. aŕstaildir
15. aŕtiunaneŕ
Faria, 1997, p. 106, 2000a, p. 122, 2003a,
p. 215, 2004a, p. 277, 2008b [2009b], pp.
58, 61, 2014, pp. 167–168
Faria, 1990–1991, p. 82, 1992–1993, p.
278, 2000b, p. 62, 2004a, p. 302, 2006, p.
116, 2012, p. 89
Faria, 2002a, p. 139, 2004a, p. 294,
2008a [2009a], p. 299, 2010 [2011], p. 91,
2014, p. 168
Moncunill, Ferrer & Gorrochategui,
2016, pp. 269–270
Faria, 2002b, p. 237, 2004a, p. 302,
2006, pp. 116, 117–118, 2010 [2011], p. 90,
2011 [2012], p. 149
Faria, 1997, p. 106, 2002a, p. 135, 2003a,
p. 215, 2006, p. 116, 2007a, p. 165
Faria, 2002a, p. 127, 2003a, p. 215,
2006, p. 116, 2015, p. 133
Campmajo & Ferrer, 2010, p. 261
Faria, 2008b [2009b], p. 62, 2010
[2011], pp. 91–92, 2011 [2012], p. 150,
2015, p. 125
Faria, 1997, p. 110, 2000a, p. 128, 2004a,
17. aurunibei
pp. 303, 310
Faria, 2002a, p. 123, 2007a, p. 163,
18. auruningi
2008c [2009c], p. 147, 2010 [2011], p. 92
19. basibalcarYbar
Faria, 2006, p. 116
Faria, 2002b, p. 240, 2003a, p. 216,
20. BASTOGAVNINI (dat.). 2004a, p. 295, 2006, p. 116, 2010 [2011],
p. 92
Faria, 1995b, p. 80, 1997, p. 106, 2000a,
21. [B]ELSADINICOR
p. 122, 2003a, p. 215, 2004a, p. 296, 2006,
p. 116
Faria, 1991a, p. 190, 1994a, p. 67, 2003b,
p. 317, 2010 [2011], p. 97, 2011 [2012], p.
22. benebedaneŕ
152, 2014, p. 170
Faria, 1999, p. 154, 2003a, p. 215, 2004a,
23. beśośturin
p. 305, 2006, p. 116
16. astebeibas
114 / ARSE
CRÓNICA DE ONOMÁSTICA PALEO-HISPÂNICA (25)
24. beteścongili
25. betigibelsiŕ
26. bilosleistiger
27. carestabicir
28. CaŕsuriTu
29. CoPeśiŕ
30. culedeceŕ
31. culetaber
32. culeśuriŕ
Faria, 1995a, p. 326, 2002a, p. 134,
2006, p. 116, 2012, p. 95
Faria, 1994a, p. 69, 2003b, p. 319, 2014,
p. 170
Faria, 1994a, p. 67, 1995b, p. 80, 1997,
p. 106, 2000a, p. 122, 2003a, p. 215, 2004a,
p. 296, 2006, p. 116, 2013, p. 190
Faria, 1995b, p. 80, 2007a, p. 178,
2007b, p. 225, 2008b [2009b], p. 86, 2015,
p. 133
Faria, 1990–1991, pp. 74, 81, 1991b, pp.
17–18, 1991b, p. 190, 1994a, p. 67, 1994b,
pp. 42–43, n.º 112, 1994c, p. 123, 1995a, p.
326, 1995b, pp. 80, 81, 1996, p. 158, 1997,
p. 106, 1998a, p. 236, 1998c, p. 249, 1998d,
p. 230, 2000a, pp. 122, 130, 2001a, p. 99,
2001b, p. 209, 2002a, p. 127, 2002b, p. 240,
2003a, pp. 213, 215, 2005b, p. 167, 2006, p.
116, 2007b, p. 214
Faria, 1997, p. 107, 2000a, pp. 122–123,
2003a, p. 215, 2004a, p. 305, 2004b, pp.
180–181, 2006, p. 116, 2007a, p. 167, 2011
[2012], p. 163, 2012, p. 95
Faria, 2007b, p. 222, 2010 [2011], p. 94
Faria, 2007b, p. 222, 2010, [2011], p. 95
Faria, 2004a, p. 297, 2010 [2011], p. 94
Faria, 2002a, p. 128, 2003a, p. 215,
2004a, p. 306, 2006, p. 116
Faria, 2002a, p. 128, 2003a, p. 215,
34. eiCesesPiur
2004a, p. 306, 2006, p. 116
Faria, 1991a, p. 190, 1994a, p. 67,
35. ELANDORIAN
1995b, p. 82, 1998a, p. 234, 2004a, p. 306,
2006, p. 116
Faria, 1995b, pp. 80, 81–82, 1997, p.
36. GESELADEN /
106, 2000a, pp. 123, 131, 2003a, p. 215,
GESELANDEN
2004a, p. 306, 2006, p. 116, 2008c [2009c],
pp. 149–150, 2015, p. 136
Gorrochategui, 1995 [1997], pp. 223,
37. GVRTAANBASIS(gen.)
224
< *Gurtarnobaś
33. eiaŕgiTiTa[l]s
ARSE / 115
ANTÓNIO MARQUES DE FARIA
38. ileŕeutinir
Faria, 2004b, pp. 182–183
Faria, 2008b [2009b], p. 66, 2014, p.
179, 2015, p. 131
Faria, 2003b, p. 316, 2004b, p. 180,
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Faria, 1997, p. 108, 2003a, p. 215,
42. LVNT[I]BELSAR
2003b, p. 321, 2006, p. 116
Faria, 1991a, p. 190, 1991b, pp. 16, 17–
18, 1993, p. 157, 1994a, p. 67, 1994b, pp.
49–50, n.º 261, 1995a, p. 324, 1995b, pp.
80, 83–84, 1996, p. 166, 1997, pp. 106, 111,
43. neselTuCu
1998a, p. 238, 2000a, pp. 123, 137, 2000b,
p. 65, 2001b, pp. 207, 209, 2002a, pp. 133,
135, 2003a, p. 215, 2004a, p. 288, 2006, p.
117, 2007b, p. 216, 2012, p. 99, 2013, pp.
194–195
Faria, 1995b, p. 80, 2003a, p. 215, 2006,
44. ỌLSAILACOS
p. 116, 2007a, pp. 175–176
Faria, 1991a, pp. 189–190, 1994a, p. 65,
1999, p. 155, 2000a, p. 140, 2004a, pp. 288,
45. orCeiCelauŕ
289, 2012, p. 91, 2014, p. 176
Faria, 2002a, p. 127, 2005b, p. 168,
46. oreTaunin
2007a, p. 172, 2007b, pp. 224–225, 2013, p.
195, 2014, p. 176
Faria, 2007b, pp. 211, 225, 2010 [2011],
47. oŕdinbereder
p. 98
Faria, 1990–1991, p. 87, 2004a, p. 308,
48. oroicaśtoŕ
2006, p. 118, 2007a, p. 176
49. PalCiTaCoPir
Faria, 2015, p. 133
Faria, 1997, p. 107, 2002a, p. 124, 2003a,
50. ParTilTun
p. 215, 2006, p. 116
39. isPeTarTiCeŕ
51. PaśTiPilos
116 / ARSE
Faria, 1990–1991, pp. 76, 78, 84, 1991a,
p. 190, 1994a, p. 67, 1995a, p. 324, 1998a,
p. 236, 2004a, p. 304, 2006, p. 118, 2007a,
p. 174, 2008c [2009c], p. 148, 2012, p. 92
CRÓNICA DE ONOMÁSTICA PALEO-HISPÂNICA (25)
52. PiurTilaur
53. selgeśaŕeŕ
54. s]elgiberśaŕ
55. selgisosincas
56. siceicanśaŕ
57. SIR[A]STEIVN
58. soŕseidercetai
59. śaliunibaŕs
60. talscubilos
61. tarbelior
62. taŕtabiegi
63. tasberiun
64. THVRSCANDO
65. uralaścar
66. uśtalaŕilun
Faria, 1997, pp. 106, 107, 2000a, p. 122,
2003a, p. 215, 2006, p. 116
Ferrer & Escrivà, 2013, p. 467; Faria,
2014, p. 178
Faria, 1999, p. 156, 2003a, p. 215,
2003b, p. 318, 2004a, p. 299, 2006, p. 117,
2010 [2011], p. 101, 2014, p. 170
Faria, 1991a, pp. 190, 192, 2002a, p.
128, 2006, p. 117
Faria, 2007a, p. 177, 2010 [2011], p. 98
Faria, 1997, p. 110, 2000a, p. 123,
2002a, p. 129, 2004a, p. 309, 2004b, p. 183,
2005a, p. 274, 2007a, p. 173, 2011 [2012],
pp. 150–151, 2015, p. 136
Faria, 2007a, p. 166, 2009 [2010], pp.
168–169, 2010 [2011], p. 98
Faria, 2002b, p. 239, 2003a, p. 215,
2004a, p. 309, 2006, p. 116
Faria, 2002a, pp. 128, 135, 2003a, p.
215, 2006, p. 117
Faria, 1994a, p. 67, 1997, p. 106, 2000a,
p. 122, 2003a, p. 215, 2006, p. 116, 2008b
[2009b], p. 64, 2010 [2011], p. 99
Faria, 2007a, p. 178, 2007b, p. 225, 2011
[2012], p. 175
Faria, 2002a, p. 125, 2003a, p. 215, 2006,
p. 116, 2010 [2011], p. 99, 2014, p. 170
Faria, 1997, p. 106, 2000a, p. 123,
2003a, p. 215, 2004a, p. 310, 2006, p. 117,
2010 [2011], p. 98, 2012, p. 95
Faria, 2010 [2011], p. 100
Faria, 1994a, p. 68, 1997, p. 106, 2000a,
p. 123, 2003a, p. 215, 2004a, p. 311, 2006,
p. 117
É provável que os progressos no estudo da morfologia nominal ibérica
venham a ditar a inclusão de alguns destes 66 NNP entre os bitemáticos, havendo ainda a possibilidade de uns poucos nem sequer corresponderem a
ARSE / 117
ANTÓNIO MARQUES DE FARIA
NNP, mas sempre sobrarão os suicientes para comprovar a existência de trimembres. Por conseguinte, em vez de, qual dogma lançado ex cathedra, terem
manifestado dúvidas genéricas e abstractas sobre a existência de NNP ibéricos trimembres, constituía obrigação ética e cientíica da parte de Moncunill,
Ferrer & Gorrochategui concretizarem tais reservas, demonstrando que nenhum dos lexemas aqui aduzidos se enquadra em tal categoria.
Tal como era de recear, tão-pouco o manual de Moncunill & Velaza (2016,
passim) contém qualquer alusão à existência de NNP ibéricos trimembres.
bersiŕ. Pendente de xisto. Can Gambús (Sabadell, Vallès Occidental, Barcelona). Artigues & alii, 2007 [2008], p. 243.
Sabaté (2016, p. 40, n. 32) fez-se passar por pioneiro na comparação deste NP com berśiŕ (G.7.2), mas tal reivindicação é completamente ilegítima
(Faria, 2008b [2009b], p. 65, 2010 [2011], p. 93).
Como se tal não bastasse, Sabaté (2016, p. 40, n. 32) encobriu o facto de
berśiŕ (G.7.2) ter sido por nós identiicado como NP ibérico (Faria, 1990–
1991, pp. 77, 79, 1991a, pp. 190, 194–195, 1994a, pp. 67, 69, 1995a, p. 326,
1995b, p. 80, 2001a, p. 99, 2002a, p. 125, 2007b, p. 212).
BETATVN. Cipo de calcário. Arredores de Fuerte del Rey (Jaén). Corzo
& alii, 2007 [2008], passim.
Desqualiicando a exegese que formulámos (Faria, 2008b [2009b], pp.
66–67) a respeito do presente ND — e que, evidentemente, mantemos nos
precisos termos em que foi enunciada —, Luján (ad HEp 16 446) decretou
o seguinte:
Nuestro desconocimiento de la teonimia ibérica es prácticamente absoluto y no
puede asumirse sin más que los procedimientos de formación de los nombres personales ibéricos sean extrapolables al ámbito de la teonimia.
Recentemente (Luján & López, 2016, p. 255), Luján voltou atrás na sua
decisão, reconhecendo ainal que:
[...] ignoramos casi todo acerca de la teonimia ibérica, pero a juzgar por los dos
únicos teónimos ibéricos conocidos, el Betatun de una inscripción de Fuerte del Rey
en la provincia de Jaén (Corzo et al. 2007, con corrección de lectura de la inscripción
118 / ARSE
CRÓNICA DE ONOMÁSTICA PALEO-HISPÂNICA (25)
de Orduña 2009) y el Salaeco (*śalaiko) de una inscripción latina procedente de Mina
Mercurio en Portmán, en Cartagena, Murcia (Velaza 2015), parece que los elementos
empleados en la teonimia ibérica pueden ser los mismos que los de la antroponimia.
Aguardamos com expectativa o próximo passo a dar por Luján sobre este
mesmo assunto. Não constituirá para nós qualquer estranheza que, na tentativa de disfarçar a incoerência, Luján retome (erradamente) a posição inicial, imputando a responsabilidade pela mais recente declaração à preclara
coautora do (infausto) artigo.
biurtiŕ. Cerâmica de verniz negro de Roses. Necrópole de Can Rodon de
l’Hort (Cabrera de Mar, Barcelona). Ferrer, 2013, p. 126; G. Sinner & Ferrer,
2016, pp. 201, 204, 215.
Ferrer postula uma segmentação de biurtiŕ em biurti-(a)ŕ, identiicando,
por conseguinte, um NP — Biurti — acompanhado do suixo ibérico de “genitivo” -(a)ŕ.
Se, à luz dos paralelos que parecem existir em determinados NNL ibéricos
gravados em moedas, designadamente em śaiTi-ŕ (Ferrer, 2012, p. 33; contra,
Faria, 2007a, pp. 178–179), uma tal teoria não pode ser liminarmente rejeitada,
cremos ser lícito admitir, em alternativa, que biurtiŕ conforma um NP completo, a segmentar em biur-tiŕ ou em biur-ti-(i)ŕ, neste último caso em analogia
com diversos NNP cujo morfema inal é — ou pode ser — -iŕ: abeliŕ (Faria,
1990–1991, p. 82, 1994a, p. 66, 2004a, p. 302), betigibelsiŕ (Faria, 1994a, p. 69,
2003b, p. 319, 2014, p. 170), bersiŕ (Faria, 2010 [2011], p. 93), berśiŕ (Faria,
1990–1991, pp. 77, 79, 1991a, pp. 190, 194–195, 1994a, pp. 67, 69, 1995a, p.
326, 1995b, p. 80, 2001a, p. 99, 2002a, p. 125, 2007b, p. 212, 2008b [2009b], p.
65, 2010 [2011], p. 93), caresiŕ (Faria, 1990–1991, p. 86, 1991a, p. 190, 1994a,
pp. 67, 70, 1995a, p. 326, 1997, p. 107, 2001a, p. 99, 2002a, p. 128, 2004a, p.
285, 2007b, p. 214, 2008c [2009c], p. 148), culeśuriŕ (Faria, 2004a, p. 297, 2010
[2011], p. 94) e leisiŕ (Faria, 1993, pp. 153, 157, 1995a, p. 326, 1997, p. 109,
2000a, p. 124, 2001a, p. 99, 2004a, p. 298, 2007b, p. 214, 2008c [2009c], p. 151).
Careś. Placa de bronze. Contrebia Belaisca (Cabezo de las Minas de Botorrita, Zaragoza). MLH IV K.1.3.
Moncunill (2016, p. 82) atribui a Untermann (1994–1995 [1997]) a interpretação de Careś (com M inal celtibérico correspondente a ib. S) como
NP ibérico. Trata-se, porém, de uma atribuição abusiva (Faria, 1997, p. 107),
ARSE / 119
ANTÓNIO MARQUES DE FARIA
já que tal NP nem sequer foi mencionado por Untermann naquele artigo,
dedicado integralmente à antroponímia ibérica presente em K.1.3. De resto,
Untermann (1996, p. 140) interpreta Careś como um provável NP celta de
tema em -t-.
Caresi[ŕ]. Inscrição rupestre. Gruta de La Camareta (Hellín, Albacete).
Pérez Rojas, 1993, pp. 164–165; Faria, 1997, p. 107.
Muito do que, sobre este NP, escrevem Luján & López (2016, p. 253)
releva da mais sórdida desfaçatez; sobram naturalmente os dislates, que não
irão merecer a nossa atenção.
Se a má-fé ressuma por todo o artigo, o cúmulo da indignidade exibida
por ambos os investigadores consiste na atribuição a Rodríguez (2014) da
primazia na identiicação dos dois segmentos onomásticos em presença, estando Luján & López (2016) plenamente cientes de que a prioridade é nossa
(Faria, 1990–1991, p. 86, 1991, p. 190, 1992, p. 195, 1994a, pp. 67, 70, 1995a,
p. 326, 1997, p. 107, 1998e, p. 271, 2001a, pp. 96, 99, 2002a, p. 128, 2004a,
p. 285, 2007b, pp. 212, 214, 2008c [2009c], p. 148), bem como de Pérez Vilatela (1992, p. 355), tal como não deixámos reconhecer em tempo oportuno
(Faria, 2008c [2009c], pp. 148–149).
Como é bem sabido (Faria, 2004a, p. 284), Rodríguez “descobriu” que
Cares era elemento antroponímico ibérico entre 1995 e 2004, um facto que
foi naturalmente ocultado por Luján & López (2016, p. 253).
Na mesma linha de conduta, Luján & López não se pronunciaram a propósito do (que julgávamos ser um) “despiste” historiográico sofrido por
Correa (2008, passim) quando abordou esta e outras inscrições em semi-silabário do SE.
CASCANT(um). Moedas (semisses). Cascantum (Cascante, Navarra).
APRH 426.
Prósper (2012–2014 [2016]) redigiu um estudo monográico respeitante
ao presente NL, no qual decidiu ignorar as linhas que havíamos consagrado
ao mesmo pouco tempo antes (Faria, 2011 [2012], p. 162). A despeito da
argumentação aduzida por Prósper (2012–2014 [2016], passim) no sentido
de sustentar uma ascendência indo-europeia e especiicamente céltica para
*Caścanta, a verdade é que não nos parece razoável excluir por completo
120 / ARSE
CRÓNICA DE ONOMÁSTICA PALEO-HISPÂNICA (25)
uma iliação ibérica para o dito NL, sobretudo se identiicarmos a base deste
último com o membro inicial do NP CaśCanCeTin (H.7.1) (Faria, 1995a, p.
327, 2004a, p. 305, 2011 [2012], p. 162). Não obstante, tal como avançámos
noutra oportunidade (Faria, 2011 [2012], p. 162), CaśCan poderia iliar-se
remotamente num segmento/vocábulo de origem céltica, pelo que CaśCanCeTin poderia ser entendido como híbrido, a exemplo de dezenas de outros
NNP ibéricos em cuja composição entraram lexemas pertencentes àquele
idioma (Faria, 2008b [2009b], p. 77).
CoPeśiŕ. Inscrição rupestre. Gruta de La Camareta (Agramón, Hellín,
Albacete). Pérez Rojas, 1993, pp. 164–165; Faria, 1997, p. 107.
Muito do que, sobre este NP, escrevem Luján & López (2016, p. 253)
releva da mais insólita desfaçatez; sobram naturalmente os dislates, que não
vão merecer a nossa atenção.
Se a má-fé ressuma por todo o artigo, o cúmulo da indignidade patenteada por ambos os investigadores consiste na atribuição a Rodríguez (2014)
da primazia na identiicação dos dois (ou três) segmentos onomásticos em
presença, estando Luján & López (2016) plenamente cientes de que a prioridade é nossa (Faria, 1997, p. 107, 2000a, pp. 122–123, 2003a, p. 215, 2004a,
p. 305, 2004b, pp. 180–181, 2006, p. 116, 2007a, p. 167, 2008b [2009b], pp.
72–73, 2012, p. 95).
Na mesma linha de conduta, Luján & López não se pronunciaram a propósito do (que julgávamos ser um) “despiste” historiográico sofrido por
Correa (2008, passim) quando abordou esta e outras inscrições em semi-silabário do SE.
culedeceŕ. Tigela de cerâmica cinzenta. Llinars (Barcelona). MLH III 2 C.25.5.
Trata-se de um NP segmentável em cul-ede-ceŕ (Faria, 2007b, p. 222, 2010
[2011], p. 94), e não em Cule-TeCeŕ, como pretende Sabaté (2016, p. 38, n. 16).
deitatar. Fundo de jarro de cerâmica. La Cabañeta (El Burgo de Ebro,
Saragoça). Díaz & Mínguez, 2009.
Sabaté (2016, p. 60) incorre no mesmo erro em que, escorados exclusivamente na invocação de TEITABAS (TContr), caíram os editores principes ao
ARSE / 121
ANTÓNIO MARQUES DE FARIA
recusarem interpretar o graito em apreço como estando gravado no sistema dual (Faria, 2009 [2010], p. 161, 2014, pp. 171–172). É fácil veriicar que
a argumentação aduzida pelos mesmos noutro local está longe de ser a mais
convincente: “da la impresión (sic) de que el graito de La Cabañeta no está
realizado con escritura dual” (Mínguez & Díaz, 2011, p. 61).
deśailaur. Pendente de xisto. Can Gambús (Sabadell, Vallès Occidental,
Barcelona). Artigues & alii, 2007 [2008], p. 244.
Não deixa de ser surpreendente que Sabaté (2016, p. 40), ao analisar
o NP deśailaur, dividindo-o em de-śai(r)-laur (outras decomposições pelo
menos tão plausíveis como esta foram esquecidas por completo), tenha
eludido o facto de não estarem até hoje inquestionavelmente documentados nomes próprios ibéricos iniciados por dental sonora (Michelena,
1957/1995, p. 112; Quintanilla, 1998, pp. 38, 271–272; Ballester, 2001
[2002], p. 27). Tratar-se-á de um NP híbrido iniciado pelo radical celta
dexs-/dess- (Albertos, 1966, pp. 105–106; Delamarre, DLG, p. 143, 2007, p.
219; Prósper, 2005, p. 244 e n. 255, 2008a, p. 163; Faria, 2008b [2009b], p.
89, 2010 [2011], p. 95)?
EleruaV. Placa de chumbo. Pech Maho (Sigean, Aude). Lejeune, Pouilloux & Solier, 1988, p. 53.
Moncunill (2016, p. 82) atribui a Lejeune, Pouilloux & Solier (1988) a
lição EleruaV, bem como a identiicação deste NP como ibérico. Trata-se,
porém, de uma atribuição indevida (Faria, 1994a, p. 69, 1998a, p. 234, 2000a,
p. 131, 2000b, p. 63, 2001a, pp. 99–100, 2003b, p. 323, 2004a, p. 292, 2006,
p. 118, 2007a, p. 170, 2011 [2012], p. 166).
Golo[n]biur. Placa de chumbo. Pech Maho (Sigean, Aude). Lejeune,
Pouilloux & Solier, 1988, p. 53.
Moncunill (2016, p. 82) transcreve erradamente o NP ibérico em questão, esquecendo-se de restituir a nasal com que termina o primeiro formante: trata-se, com toda a probabilidade, de Golo[n]biur (Faria, 1991a,
p. 192, 1994b, p. 45, n.º 175, 1995b, p. 82, 1998a, p. 239, 2000a, pp. 131,
132, 2001a, pp. 99–100, 2001b, p. 209, 2004a, p. 286, 2004b, p. 185, 2007b,
p. 215, 2010 [2011], p. 96), e não de Golobiur, tendo este mesmo erro de
leitura já sido cometido por Gorrochategui [1995 [1997], p. 187) e Velaza
(2003 [2004], p. 180).
122 / ARSE
CRÓNICA DE ONOMÁSTICA PALEO-HISPÂNICA (25)
iaŕiPer. Estela de arenito. Caspe (Saragoça). MLH III 2 E.13.1.
Não é de agora que o presente NP tem vindo a ser segmentado em iaŕiPer (Pérez Rojas, 1983, p. 279; Faria, 1990–1991, pp. 77, 80, 85, 87, 1992–
1993, p. 278, 1993, p. 154, 2000a, p. 132, 2002a, pp. 128, 134, 2004a, p. 309,
2007a, p. 163, 2008b [2009b], p. 77, 2014, p. 174; Pérez Vilatela, 1993, p. 40).
Será, pois, por simples ignorância que Sabaté (2016, p. 47 e n. 86) só tomou conhecimento da existência do formante onomástico iber a partir de 2013.
leitigeur. Vaso de cerâmica ática (verniz negro). La Illeta dels Banyets
(Campello, Alicante). López, 2010, p. 280.
Pouco temos a acrescentar ao que, acerca do presente NP, escrevemos há
alguns anos (Faria, 2011 [2012], p. 171).
Resta-nos, com base na segmentação, então alvitrada (Faria, 2011 [2012],
p. 171), de leitigeur em lei-tige-ur, fornecer aqui, uma vez mais, os diversos
comparanda — alguns deles discutíveis — para lei, que é indubitavelmente
o segmento com que o mesmo se inicia: leibiur (Faria, 2004b, pp. 183–184,
2008b [2009b], p. 79, 2010 [2011], p. 97), ḶEIHAR (Faria, 1993, p. 153,
1994a, p. 67, 1995b, p. 83, 2004b, p. 184, 2008c [2009c], p. 153), leiscer (Faria, 2004b, p. 184), leisiŕ (Faria, 1993, pp. 153, 157, 1995a, p. 326, 1997, p.
109, 2000a, p. 124, 2001a, p. 99, 2004a, p. 298, 2007a, p. 173, 2007b, p. 214)
e leitaś (Faria, 2008b [2009b], p. 79).
Tal como para López (2010, p. 280), também para Sabaté (2016, pp. 60–
61) lei e leis constituem um só elemento onomástico. Talvez um dia, quando
a língua ibérica deixar de ser o enigma que ainda hoje persiste em ser, venha
a provar‑se que assim é; por enquanto, os indícios que vamos conhecendo
persuadem‑nos a tomar uma atitude mais prudente: lei e leis devem ser considerados segmentos distintos (Faria, 2004b, p. 184).
lueiCaŕ[?]. Graccurris (Eras de San Martín, Alfaro, La Rioja). Hernández
& Núñez, 1989, passim.
O seu a seu dono: diversamente da informação veiculada por Martínez &
Jordán (2016, p. 275), cabe a Velaza (1995, p. 211), e não a Ballester (2008,
pp. 200–201), a prioridade no relacionamento de lueiCaŕ[?] com [-]EIHAR,
o patrónimo do Salluiensis [C?]ASSIVS.
ARSE / 123
ANTÓNIO MARQUES DE FARIA
Pela nossa parte, ainda no que concerne ao patrónimo em causa, através
da observação da foto a cores da tabula Contrebiensis disponibilizada como página desdobrável no inal da monograia de Fatás (1980), preferimos agora
seguir a lição ḶEIHAR, já equacionada por este mesmo investigador (Fatás,
1980, p. 95), em detrimento de [L]EIHAR (Faria, 1993, p. 153, 1994a, p. 67,
1995b, p. 83, 2008c [2009c], p. 153).
Lamentavelmente, num momento de rara desorientação, Velaza (2012,
p. 77) não hesitou em ler o presente NP como SEIHAR, atribuindo-o, para
ainda maior espanto nosso, ao Bronze de Áscoli.
Cremos, que, a despeito das similitudes acima assinaladas, podemos obter
resultados mais consistentes se procurarmos a iliação do NP a individualizar
em lueiCaŕ[?] na onomástica céltica. Reira-se que já Hernández & Núñez
(1989, pp. 212–213) se inclinaram para uma inserção de *lueiCaŕ(os?) na antroponímia indo-europeia/celtibérica, ainda que os paralelos por eles aduzidos pecassem por falta de solidez.
Assumindo que estamos perante um graito e um NP completos (Ballester, 2008, pp. 200, 201), uma primeira hipótese de interpretação consiste
em identiicá-lo com o presumível ginecónimo céltico *Lubica — mediante
a banal passagem de /ubi/ a /uwi/ e posterior supressão da semivogal (assimilada à vogal precedente /u/) (Delamarre, 2009, p. 357; v. Faria, 1995a,
p. 325, 1995b, p. 81, para a evolução /ube/ > /uwe/ > /ue/) — seguido do
suixo ibérico de “genitivo” -(a)ŕ. A existência de um tal NP depreende-se do
cotejo com o pseudogentilício LVBICIO (dat.) (EDCS-04203808) e com o ND
MATRONIS LVBICIS (dat.) (EDCS-01200058), ambos de verosímil iliação
céltica (Delamarre, DLG, p. 209, 2007, p. 120). A oscilação gráica -ei-/-i-, por
diversas vezes documentada em textos ibéricos (Faria, 1993, p. 156; Quintanilla, 1998, pp. 140–143), depõe a favor desta nossa hipótese.
Como ligeira variante à exegese acima ensaiada, cumpre-nos encarar a
eventualidade de o ginecónimo céltico subjacente a lueiCaŕ corresponder a
*Louica (Delamarre, 2007, p. 225) ou a *Loueca, considerando a atestação de
Tueisu (K.1.3) < *dowedyo- e de DVITIQ(um) < *dowito- / *dowityo- / *dowetyo- (Prósper, 2008b, p. 65, 2016, p. 171). Recorde-se que o radical céltico
doui- (Vallejo, 2005, pp. 308–309) faz igualmente parte dos NNP TuiTuiPoren (Faria, 2009 [2010], p. 167, 2011 [2012], p. 174, 2013, p. 130), TuiTuPolai (Faria, 2009 [2010], p. 167, 2011 [2012], p. 155) e TueiTiCeilTun
(Faria, 1991a, pp. 189–190, 1993, p. 151, 1994a, p. 65, 1998a, p. 237, 2000b,
p. 62, 2002a, p. 130, 2004a, p. 283, 2008b [2009b], p. 57), devendo este último constituir um híbrido (céltico e ibérico). Partindo do princípio de que
124 / ARSE
CRÓNICA DE ONOMÁSTICA PALEO-HISPÂNICA (25)
*Loueca é o NP a identiicar, vale a pena referir que, tal como a celtibérica,
também a documentação ibérica exibe uma variação gráica -<ei>-/-<e>- (Faria, 1993, p. 156; Quintanilla, 1998, pp. 138–139).
Finalmente, ainda no âmbito de uma provável pertença do NP aqui lematizado à onomástica céltica, não podemos deixar de chamar a atenção para
as semelhanças que o mesmo guarda com LVECALTVS (EDCS-12800728),
nome de um devoto da deusa Sibulca, cultuada em Bonna (Bona).
Cremos que qualquer destas tentativas de explicação sobreleva largamente em consistência o entendimento de lueiCaŕ como um caso de cacograia/
dislexia diagnosticado por Vallejo (2016, p. 118), ao postular um primitivo
composto leuk + kaŕ.
Nalbe[--]n. Placa de chumbo. Pech Maho (Sigean, Aude). Lejeune,
Pouilloux & Solier, 1988, p. 53.
Moncunill (2016, p. 82) atribui a Lejeune, Pouilloux & Solier (1988) a lição
Nalbeadin. Trata-se, porém, de uma transliteração errada, que os investigadores franceses, aliás, não subscrevem — são dois, e não três, os caracteres
ilegíveis (Faria, 2004b, p. 185, 2010 [2011], p. 97). Não, pode, por conseguinte,
ser excluída a eventualidade de estarmos perante o NP *Nalbebin (Lejeune,
Pouilloux & Solier, 1988, p. 54), se bem que outras hipóteses possam ser colocadas no tocante à identiicação do componente inal, forçosamente trilítero.
Tudo indica que Moncunill se baseou na leitura aventada por outros autores (Gorrochategui, 1995 [1997], p. 187, 2009, p. 60; Velaza, 2003 [2004],
p. 180) — Nalbe[adin] (e não Nalbe[aden]: Faria, 2004b, p. 185) —, leitura esta que, como acabámos de ver, carece de toda e qualquer verosimilhança (Faria, 2004b, p. 185).
Dados os antecedentes ora relatados, não será motivo de surpresa a circunstância de Moncunill & Velaza (2016, p. 7) veicularem o mesmo erro de
leitura. Não podemos deixar de lamentar que, almejando o referido opúsculo constituir um manual de introdução ao estudo do ibero, grande parte do
público-alvo a que aquele se destina não dispõe dos conhecimentos suicientes para questionar aquilo que, não o sendo, é apresentado como idedigno.
Outro dislate que o dito manual, enquanto tal, só vem amplificar consiste em registar o cognomen feminino SERGETON (Moncunill & Velaza,
2016, p. 24) no lugar de SERGIETON; trata-se de um erro completamente
ARSE / 125
ANTÓNIO MARQUES DE FARIA
inadmissível, tantas foram as vezes em que o mesmo foi corrigido nos últimos anos (Faria, 2003a, p. 216, 2005a, p. 277, 2011 [2012], p. 166, 2014,
p. 178, 2015, p. 136).
[N]auaruaV. Placa de chumbo. Pech Maho (Sigean, Aude). Lejeune,
Pouilloux & Solier, 1988, p. 53.
Moncunill (2016, p. 82) outorga a Lejeune, Pouilloux & Solier (1988) a
lição [N]auaruaV, conferindo igualmente aos mesmos autores a primazia
na interpretação deste NP como ibérico. Esta última atribuição é, no entanto, completamente abusiva (Faria, 1991b, p. 18, 1994a, p. 69, 1998d, p. 229,
2000a, p. 131, 2001a, pp. 99–100, 2002a, p. 129, 2004a, p. 292, 2010 [2011],
p. 100, 2011 [2012], p. 166).
rucabedi. Marcas sobre dolia. Ruscino (Château-Roussillon, Perpinhão).
MLH II B.8.20; Ferrer, 2008 [2009], pp. 88–90.
Depois de Velaza (2016, p. 345) referir, a propósito de Gorrochategui
(2015, passim), que “[e]l trabajo propone una nueva lectura de la estampilla
B.8.20”, não podemos deixar de colocar a seguinte questão: que utilidade
deve ser reconhecida a muita da informação disponibilizada nas treze chronicae epigraphicae Ibericae até hoje publicadas? Em face da omissão deliberada
de todos os trabalhos em que fomos advogando a dita transliteração (Faria,
2009 [2010], pp. 166–167, 2013, pp. 200–201, 2014, p. 177, 2015, pp. 129,
Quadro 1, 136), a nossa resposta só pode ser uma: tais crónicas, que, artiiciosamente, são apresentadas pelo seu autor como exaustivas (com exclusão
das inscrições ibéricas que vêm a lume na, pelos vistos, irrepreensível revista
Palaeohispanica), servem, ainal, para muito pouco. Lamentavelmente, o caso
de silenciamento bibliográico aqui trazido à colação é somente um de entre
os muitos que Velaza vem protagonizando.
A circunstância, infelizmente expectável, de Velaza não aceitar a nossa
transliteração conigura um problema que só ele poderá resolver. Não obstante, ica aqui o nosso modesto contributo para que o conceituado epigraista reconsidere a sua posição:
Dissentindo da intransigência demonstrada por Velaza, não vislumbramos quaisquer hipóteses de se transformar , o grafema inicial, em
—
seguindo o citado autor, nesta primeira opção, o parecer de Ferrer (2008
[2009], pp. 88–90) — ou mesmo em , aigurando-se ainda menos exequível
126 / ARSE
CRÓNICA DE ONOMÁSTICA PALEO-HISPÂNICA (25)
encarar um claríssimo como alógrafo de . Estamos perante dois exercícios de contorcionismo hermenêutico levados ao extremo, que consideramos muito preocupantes dado o prestígio de que Ferrer e Velaza justamente
gozam entre os estudiosos da epigraia ibérica. Não menos inquietante é o
facto de biurbedi, a transliteração prescrita por Ferrer, igurar sem qualquer
reserva no manual de Moncunill & Velaza (2016, p. 20), porquanto grande
parte do público-alvo a que tal brochura se destina não dispõe dos conhecimentos suicientes para questionar aquilo que, não o sendo, é apresentado
como idedigno.
Resulta da transliteração por nós proposta que rucabedi pertence à antroponímia céltica, o que não deve surpreender, dado o contexto geográico
em que o NP em questão se documenta. Assim, ao contrário do que pretende Sabaté (2016, p. 52), não houve qualquer obrigação da nossa parte em
identiicar no referido NP, de cuja celticidade não duvidamos, uma matriz
linguística não-ibérica.
silaPonYi. Libisosa (Lezuza, Albacete). Sabaté, 2016, p. 56 e ig. 14.
Onde Sabaté lê silagon+i, preferimos ler silaPonYi, decorrendo desta
transliteração que fazemos corresponder o valor do fonemograma meridional ao que representa Y (e variantes) no semi-silabário levantino.
Do nosso ponto de vista, há que individualizar um NP céltico, Silabon,
composto por sil- (Delamarre, DLG, p. 273, 2007, p. 232; Matasović, 2009, p.
336) e por abon- (Delamarre, DLG, pp. 29–30, 2007, p. 209; Matasović, 2009,
pp. 23–24). Na eventualidade de a nasal corresponder ao suixo de “genitivo” -en, o NP a identiicar seria Silabo < *Silabu, sem alterações no plano
semântico relativamente a Silabon.
Ao arrepio da perspectiva que temos defendido ao longo de vários anos,
também aPultuń (Faria, 1992–1993, p. 278, 1994a, pp. 66, 68, 2000b, p. 62,
2011 [2012], p. 148) e alaPulTun (Faria, 1990–1991, p. 82, 1992–1993, p.
278, 2000b, p. 62, 2004a, p. 302, 2006, p. 116, 2012, p. 89) constituem NNP
passíveis de incluir o morfema céltico abu-/abon- na respectiva composição.
Além de ocorrer no presente texto na quarta posição,
comparece em
diversas inscrições do SE, assumindo invariavelmente o valor fonémico /a/
(Faria, 2011 [2012], p. 169). A esta mesma conclusão chegou Correa (2011,
p. 110, n. 33), que, no entanto, persiste em abrir uma excepção relativamente ao valor a atribuir a
na legenda monetária
. Para este inves-
ARSE / 127
ANTÓNIO MARQUES DE FARIA
tigador, na citada legenda, o signo
não pode ser transliterado senão por
<Ca> (Correa, 2016, pp. 333–334). Talvez um dia, Correa partilhe com os
seus leitores os fundamentos que suportam a sua convicção. Até lá, por todos
os motivos que fomos aduzindo ao longo de mais de duas décadas (Faria,
1991a, p. 192, 1991b, p. 16, 1995b, p. 82, 1997, p. 108, 2001a, pp. 100–101,
2003a, pp. 220–222, 2003b, p. 324, 2004b, p. 180, 2005b, p. 169, 2007a, pp.
171–172, 2007b, p. 217, 2008b [2009b], pp. 77–78, 2009 [2010], p. 165, 2011
[2012], p. 169), não poderemos conceder grande crédito a este ou a quaisquer outros palpites, sejam quais forem os autores dos mesmos.
śiCara. Moedas. *Śigara/*Śigarra (Prats del Rey, Anoia, Barcelona). Guerrero, 1993, passim; Faria, 1997, p. 110.
Já há vários anos que vimos identiicando em diversos NNL ibéricos, entre os quais śiCara, um suixo (-a), que, pela especiicidade na sua aplicação,
temos vindo a qualiicar como toponímico. Aqui ica um elenco dos referidos NNL, cujas segmentações, irmadas em ponderosos comparanda, nunca
foram, até hoje, devidamente questionadas (Quadro 2):
NNL
*Betarra / *Baitarra
EGARA
eToCiśa
euśTiPaiCula
BIBLIOGRAFIA
Faria, 2008 [2009], p. 66
Faria, 2000a, p. 132, 2003b, p. 314,
2008b [2009b], p. 66, 2015, p. 137
Faria, 2002b, p. 234, 2005a, p. 277,
2015, p. 137
Faria, 2005a, p. 278, 2015, p. 137
Faria, 1995b, p. 82, 2000a, p. 132,
2001a, pp. 100–101, 2004b, p. 180, 2005a,
p. 277, 2008b [2009b], p. 66, 2015, p. 137
Rébé, De Hoz & Orduña, 2012, p. 228;
ilTira
Orduña, 2014, p. 72
Faria, 2000a, p. 132, 2003b, p. 314,
Λaσσira (*Lasira) / *Lessera
2004a, p. 283, 2005a, p. 277, 2008b
< *Lesira
[2009b], p. 66, 2015, p. 137
LATTARA
Faria, 2015, p. 137
Faria, 1995a, pp. 327, 328, 2000a, pp.
126, 132, 2003b, pp. 314, 326, 2005a, pp.
*Otobeśa
277, 278, 2008b [2009b], pp. 66, 87, 2013,
p. 203, 2015, p. 137
ilTicira
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CRÓNICA DE ONOMÁSTICA PALEO-HISPÂNICA (25)
Persa
śiCara
Faria, 2005a, p. 278, 2008b [2009b], p.
66, 2010 [2011], p. 93, 2015, p. 137
Faria, 1997, p. 110, 2004b, p. 186, 2008b
[2009b], pp. 66, 87, 2012, p. 90, 2013, p.
203, 2015, p. 137
Quadro 2 – NNL ibéricos inalizados pelo suixo -a.
Não será, seguramente, tarefa fácil proceder à identiicação dos casos
(além de śiCara) em que tal suixo poderá ser assimilado ao determinante de
absolutivo (“nominativo”) (paleo)basco -a (Faria, 2000a, p. 132, 2001a, p. 98.
É expectável que, mais tarde ou mais cedo, esta nossa tese seja contestada mediante a exibição de provas que contrariem a sua iabilidade. Em
contrapartida, e de modo surpreendente, deparámo-nos há pouco tempo
com o seguinte depoimento acerca do mesmo assunto (Moncunill, Ferrer &
Gorrochategui, 2016, p. 266):
El morfo -a también ha sido propuesto como formante característico de topónimos por Faria (2008, 87), aunque ninguno de los casos indicados presenta una
segmentación especialmente clara: bersa [sic], EGARA, śigaŕa, etc.
Sem nos alongarmos em comentários, bastar-nos-á assinalar que estamos
na presença de uma declaração que, ao alicerçar-se, de um modo que alia a
arrogância à leviandade, em coisa nenhuma — não são sugeridas quaisquer
alternativas credíveis às segmentações, por nós preconizadas, dos onze NNL
supramencionados —, é destituída de qualquer validade cientíica, tal como,
de resto, as asserções exaradas noutras ocasiões a propósito do mesmo assunto
por um dos três autores citados (Ferrer & alii, 2012, p. 41; Ferrer, 2016, p. 20).
Também Sabaté (2016, p. 45), sem invocar qualquer argumento, duvida
de que -a corresponda a um suixo toponímico.
ToloCu. Placa de bronze. Contrebia Belaisca (Cabezo de las Minas de Botorrita, Zaragoza). MLH IV K.1.3.
Moncunill (2016, pp. 82, 91) atribui exclusivamente a Untermann (1994–
1995 [1997]) a interpretação de ToloCu como NP ibérico, esquecendo-se
de que ao mesmo NP, referenciado em duas inscrições latinas, já tinha sido
outorgada pelo autor destas linhas aquela ascendência linguística (Faria,
ARSE / 129
ANTÓNIO MARQUES DE FARIA
1995b, p. 83, 1997, p. 111). A fortiori, é absolutamente inadmissível que Sabaté (2016, p. 41) conira a Campmajo & Ferrer (2010, p. 260) a prioridade
numa tal interpretação.
VLLO. Marca de oleiro de terra sigillata hispânica. Tritium/Tricio (La Rioja) / El Burgo de Osma (Soria). Simón, 2016, p. 109 e nn. 120, 122.
Simón (2016, p. 108) inclui VLLO entre os “nombres personales que carecen de paralelos en los corpora onomásticos al uso”. Acreditamos, no entanto,
que Simón peca por excessiva prudência nesta sua airmação. Senão, vejamos:
Admitindo que a matriz linguística de VLLO seria o celta, do nosso ponto
de vista, nada obsta a que, como comparanda para o NP em apreço, sejam
convocados os segmentos iniciais de VLOHOXIS (Gorrochategui, 1984, p.
286, n.º 376) e de VLVCIRRIS (gen.) (Gorrochategui, 1984, p. 286, n.º 378;
Faria, 2011 [2012], p. 163), além do NF VLOQ(um) (EDCS-05601377; Prósper, 2016, p. 111, n. 94) < *Ulos, que Curchin (2002, p. 201) faz derivar do
indo-europeu *pulo-.
Em alternativa, haverá que considerar VLLO a latinização do NP de tema
em -n ulTu, documentado em K.1.3 (Untermann, 1996, p. 164), que leva
sobre os comparanda supracitados, de procedência céltica, a vantagem de explicar a geminação da lateral na versão latinizada. Nesta conformidade, ao
NP em questão deveria ser atribuída uma iliação linguística ibérica, em prejuízo da sua integração na onomástica céltica, uma hipótese que Untermann
(1996, p. 140) não deixou de equacionar.
De qualquer modo, nada obsta a que VLOHOXIS e, sobretudo, VLVCIRRIS (dat.), atestem uma simpliicação gráica de -<LL>-; semelhante fenómeno, a conirmar-se, permitiria reequacionar a atribuição linguística de
ambos os NNP. Não será despiciendo recordar que o segundo componente
de VLVCIRRIS (dat.) conta com diversos testemunhos na onomástica ibérica
(Faria, 2011 [2012], p 163).
[-]isePele[ś]. Pedestal de calcário cinzento. Montaña Frontera/Sagunto
(Valência). MLH III 2 F.11.7.
Nota-se alguma negligência por parte de Sabaté (2016, p. 39) ao estatuir
para ]isePele[ś] a transliteração [-]i+ePele+++, descurando, por outro lado,
[u]isePele[ś] como possível restituição do NP em apreço (Faria, 2014, p.
130 / ARSE
CRÓNICA DE ONOMÁSTICA PALEO-HISPÂNICA (25)
181), a par de [Pa]isePele[ś] (MLH III 2, p. 410) e de [su]isePele[ś] (Rodríguez, 2002 [2003], p. 268) — esta, atenta a ordinatio observada pelo lapicida,
bem menos plausível do que as duas primeiras.
[-]urPoCon. Pedestal de mármore branco. Montaña Frontera (Sagunto,
Valência). MLH III 2 F.11.30.
Não é certo que [Pi]ur constitua a única hipótese de restituição do primeiro membro deste NP (Sabaté, 2016, p. 39), podendo o mesmo corresponder alternativamente a [a]ur (Faria, 2013, p. 205, 2014, p. 182), segmento constante de diversos NNP, alguns dos quais coligidos por Untermann
(MLH III 1, p. 213).
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