Foi-se, com citação de nanaqui
É preciso não esquecer, sobretudo nas alturas de gáudio e contentamento, que a coisa verdadeiramente terrível – é nascer; ser trazido à dor e à devastação, que seja como e quando forem – acabam sempre por ter a última palavra.
Ir para a ala dos doentes terminais conviver, na véspera da sua lua de mel, é tão só manter a tensão que a nossa lucidez exige.
No monoteísmo tanto o terrífico como a exigência de lucidez se intensificam até ao absoluto: estar perante Deus, só perante Deus, é responder por tudo aquilo que se é e faz e diz desde que se nasceu, é responder absolutamente por si.
(São máximos, e então são cegos, dolorosos, como se sabe, impossíveis, inconcebíveis, exigem e clamam pelo deus.)
Quem és? perguntamo-nos perante aquele que é, que revela e interpela o que somos e não sabemos, violentamente expostos, nus, tão nus como perante a morte, a nossa própria. O momento em que não há escapatória nem adiamento possíveis. O momento cego da carne viva e verdadeira, perante a morte todo o resto é brincadeira, balelas de esperança e ilusão, perante Deus nada somos nem sabemos disso que afinal somos.
Aí, não há propriedade alguma que valha e seja nossa, aí não há sabedoria nem instinto, não há cultura, ciência, arte, religião, natureza, nada, nada de nada de nada, e eu vo-lo tinha dito: sem obras, sem língua, sem palavra, sem espírito, nada.
Nada, senão um belo Pesa-Nervos.
Ir para a ala dos doentes terminais conviver, na véspera da sua lua de mel, é tão só manter a tensão que a nossa lucidez exige.
No monoteísmo tanto o terrífico como a exigência de lucidez se intensificam até ao absoluto: estar perante Deus, só perante Deus, é responder por tudo aquilo que se é e faz e diz desde que se nasceu, é responder absolutamente por si.
(São máximos, e então são cegos, dolorosos, como se sabe, impossíveis, inconcebíveis, exigem e clamam pelo deus.)
Quem és? perguntamo-nos perante aquele que é, que revela e interpela o que somos e não sabemos, violentamente expostos, nus, tão nus como perante a morte, a nossa própria. O momento em que não há escapatória nem adiamento possíveis. O momento cego da carne viva e verdadeira, perante a morte todo o resto é brincadeira, balelas de esperança e ilusão, perante Deus nada somos nem sabemos disso que afinal somos.
Aí, não há propriedade alguma que valha e seja nossa, aí não há sabedoria nem instinto, não há cultura, ciência, arte, religião, natureza, nada, nada de nada de nada, e eu vo-lo tinha dito: sem obras, sem língua, sem palavra, sem espírito, nada.
Nada, senão um belo Pesa-Nervos.