Vê-se uma luz no fim do túnel para a salvação de Revoada, de José Umberto, que foi montado à sua revelia com um resultado desastroso e que se revela totalmente oposto à concepção original de seu autor. E a luz está na intervenção de Pola Ribeiro, diretor-geral do Irdeb, e, também, o representante do audiovisual baiano, que tenta resolver o impasse.
Pola Ribeiro é o intermediário do acordo entre o produtor Rex Schindler e o cineasta José Umberto para que o império do Autor se mantenha de acordo com o projeto original aprovado pelo MinC (patrimônio público). O apoio de Pola Ribeiro se manifestou na sala de reunião da diretoria do Irdeb que teve as presenças de Edgard Navarro (Eu me lembro) e Luz Paulino dos Santos (roteirista original e diretor das primeiras filmagens de Barravento). As tratativas para solucionar o impasse também se desenvolveram com a reunião que Pola patrocinou com Umberto e a família de Rex Schindler.
Creio que o apoio de Pola Ribeiro é fundamental para se resolver esta questão difícil, cuja solução seria importante para o Cinema Baiano, principalmente no seu significado simbólico. Pola estaria, nesse sentido, na posição de um pacificador, e a resolução do impasse teria um significado extremamente importante para tirar o Cinema Baiano das sombas nas quais se encontra escondido pelas picuinhas desordenadas, pelos interesses comerciais, e pelo poder econômico a preponderar sobre a criação artística. Basta dizer que o Edital de Baixo Orçamento do MinC (do qual Revoada foi um dos vencedores) visa prestigiar a produção independente, a política do Autor de filmes. O que aconteceu com Revoada, assim é se me parece, descaracteriza o propósito e o objetivo precípuo dos editais do MinC, a transferir o processo de criação para os interesses nada autorais do produtor em questão.
Não se pode esquecer que Pau Brasil, de Fernando Belens (recentemente apresentado no encerramento do V Seminário do Cinema e do Audiovisual), O jardim das folhas sagradas, de Pola Ribeiro, O homem que não dormia, de Edgard Navarro, e Revoada, de José Umberto, são filmes que formam um dos arcos da evolução cíclica do Cinema Baiano. A cópia de Revoada, editada sem a presença de seu autor, espúria, não pode ser mostrada como exemplo de uma expressão individual, pois, sobre descaracterizar uma obra cinematográfica, desvirtua, como já disse, a razão de ser dos editais do Minc. Seus negativos estão íntegros, e a batalha consiste em dar a oportunidade de Umberto montar o seu filme segundo o seu projeto original. A intervenção política de Pola Ribeiro não ficaria restrita a uma intervenção para salvar apenas um filme, mas seria um beau geste em favor de todo o Cinema Baiano.
Como disse José Umberto: "O Cinema Baiano está envolvido atualmente por uma Sombra, e é preciso, o quanto antes, afastar este fantasma shakespeariano, porque, afastado, todos irão respirar o ar puro da criação inviolável". Mais: "A questão, hoje, não é de um filme em si, mas uma questão ética que transcende a individualidade de uma obra para alcançar a dimensão coletiva da inviolabilidade da obra artística na sua pureza original, porque, na verdade, o artista verte lágrimas de sangue ao ver sua obra inacabada."
Salvar Revoada, penso, é uma questão moral. E não há dúvida sobre isso. É superar um pesadelo, é limpar a estrada para um Cinema Baiano livre da consciência culpada. A História, nesse sentido, pede passagem.
E a passagem está sendo aberta com a intervenção de Pola Ribeiro, gestor administrativo, mas, e principalmente, também um criador de imagens em movimento.
Pola Ribeiro é o intermediário do acordo entre o produtor Rex Schindler e o cineasta José Umberto para que o império do Autor se mantenha de acordo com o projeto original aprovado pelo MinC (patrimônio público). O apoio de Pola Ribeiro se manifestou na sala de reunião da diretoria do Irdeb que teve as presenças de Edgard Navarro (Eu me lembro) e Luz Paulino dos Santos (roteirista original e diretor das primeiras filmagens de Barravento). As tratativas para solucionar o impasse também se desenvolveram com a reunião que Pola patrocinou com Umberto e a família de Rex Schindler.
Creio que o apoio de Pola Ribeiro é fundamental para se resolver esta questão difícil, cuja solução seria importante para o Cinema Baiano, principalmente no seu significado simbólico. Pola estaria, nesse sentido, na posição de um pacificador, e a resolução do impasse teria um significado extremamente importante para tirar o Cinema Baiano das sombas nas quais se encontra escondido pelas picuinhas desordenadas, pelos interesses comerciais, e pelo poder econômico a preponderar sobre a criação artística. Basta dizer que o Edital de Baixo Orçamento do MinC (do qual Revoada foi um dos vencedores) visa prestigiar a produção independente, a política do Autor de filmes. O que aconteceu com Revoada, assim é se me parece, descaracteriza o propósito e o objetivo precípuo dos editais do MinC, a transferir o processo de criação para os interesses nada autorais do produtor em questão.
Não se pode esquecer que Pau Brasil, de Fernando Belens (recentemente apresentado no encerramento do V Seminário do Cinema e do Audiovisual), O jardim das folhas sagradas, de Pola Ribeiro, O homem que não dormia, de Edgard Navarro, e Revoada, de José Umberto, são filmes que formam um dos arcos da evolução cíclica do Cinema Baiano. A cópia de Revoada, editada sem a presença de seu autor, espúria, não pode ser mostrada como exemplo de uma expressão individual, pois, sobre descaracterizar uma obra cinematográfica, desvirtua, como já disse, a razão de ser dos editais do Minc. Seus negativos estão íntegros, e a batalha consiste em dar a oportunidade de Umberto montar o seu filme segundo o seu projeto original. A intervenção política de Pola Ribeiro não ficaria restrita a uma intervenção para salvar apenas um filme, mas seria um beau geste em favor de todo o Cinema Baiano.
Como disse José Umberto: "O Cinema Baiano está envolvido atualmente por uma Sombra, e é preciso, o quanto antes, afastar este fantasma shakespeariano, porque, afastado, todos irão respirar o ar puro da criação inviolável". Mais: "A questão, hoje, não é de um filme em si, mas uma questão ética que transcende a individualidade de uma obra para alcançar a dimensão coletiva da inviolabilidade da obra artística na sua pureza original, porque, na verdade, o artista verte lágrimas de sangue ao ver sua obra inacabada."
Salvar Revoada, penso, é uma questão moral. E não há dúvida sobre isso. É superar um pesadelo, é limpar a estrada para um Cinema Baiano livre da consciência culpada. A História, nesse sentido, pede passagem.
E a passagem está sendo aberta com a intervenção de Pola Ribeiro, gestor administrativo, mas, e principalmente, também um criador de imagens em movimento.
MENSAGEM DE APOIO DE EDGARD NAVARRO
Recebi uma mensagem importante de apoio do cineasta Edgard Navarro
"Prezado André,
Atento às notícias sobre o filme REVOADA, de José Umberto, leio em seu blog que existe uma luz no fim do túnel para a salvação do filme, por intervenção de Pola Ribeiro, diretor do IRDEB. Venho dar o meu testemunho de que a solução está realmente a caminho, pois tenho acompanhado de perto o desenrolar dos fatos. O primeiro passo foi dado há cerca de 2 meses atrás, quando Pola recebeu o cineasta em seu gabinete, na presença de um assessor jurídico, para inteirar-se das possibilidades reais que o caso oferecia. Em solidariedade ao cineasta e amigo José Umberto (e juntamente com ele próprio), Luiz Paulino dos Santos e eu comparecemos à referida reunião, de onde saímos todos com a sensação de que finalmente uma solução será encontrada para pôr um feliz termo ao complicado episódio que tem emperrado a finalização de REVOADA. Depois daquele dia tenho me comunicado frequentemente com Pola e posso dizer que confio em que ele está realmente empenhado em resolver o problema, tendo se oferecido para mediar o diálogo entre os envolvidos e tentar, desta forma, a solução justa e pacífica que todos esperamos. Louvável sob todos os aspectos esta atitude do IRDEB, através de sua diretoria, demonstrando que, acima de quaisquer interesses individuais, prevalece a preocupação com a cinematografia baiana, que dentro em breve poderá contar com mais um filme de que se possa orgulhar. Aliás, não se poderia esperar outra atitude de uma pessoa que é e sempre foi apaixonada pelo cinema e que conhece o valor exato do que está em jogo. Esperamos para breve, portanto, o dia em que os negativos do filme REVOADA voltarão finalmente às mãos de seu autor pra que ele possa montá-lo como melhor lhe aprouver, segundo seu desejo e sensibilidade estética. Acreditamos mesmo que, juntamente com os negativos, estará sendo devolvida a confiança e algo da dignidade perdida por todos nós, que fomos impactados com a usurpação de um direito inalienável do criador. Reitero que o que está acontecendo se deve ao fato de que Pola também é um criador e sabe o quão precioso e intransferível é esse direito de que tratamos.
Saudações cinematográficas!
Edgard Navarro"
Atento às notícias sobre o filme REVOADA, de José Umberto, leio em seu blog que existe uma luz no fim do túnel para a salvação do filme, por intervenção de Pola Ribeiro, diretor do IRDEB. Venho dar o meu testemunho de que a solução está realmente a caminho, pois tenho acompanhado de perto o desenrolar dos fatos. O primeiro passo foi dado há cerca de 2 meses atrás, quando Pola recebeu o cineasta em seu gabinete, na presença de um assessor jurídico, para inteirar-se das possibilidades reais que o caso oferecia. Em solidariedade ao cineasta e amigo José Umberto (e juntamente com ele próprio), Luiz Paulino dos Santos e eu comparecemos à referida reunião, de onde saímos todos com a sensação de que finalmente uma solução será encontrada para pôr um feliz termo ao complicado episódio que tem emperrado a finalização de REVOADA. Depois daquele dia tenho me comunicado frequentemente com Pola e posso dizer que confio em que ele está realmente empenhado em resolver o problema, tendo se oferecido para mediar o diálogo entre os envolvidos e tentar, desta forma, a solução justa e pacífica que todos esperamos. Louvável sob todos os aspectos esta atitude do IRDEB, através de sua diretoria, demonstrando que, acima de quaisquer interesses individuais, prevalece a preocupação com a cinematografia baiana, que dentro em breve poderá contar com mais um filme de que se possa orgulhar. Aliás, não se poderia esperar outra atitude de uma pessoa que é e sempre foi apaixonada pelo cinema e que conhece o valor exato do que está em jogo. Esperamos para breve, portanto, o dia em que os negativos do filme REVOADA voltarão finalmente às mãos de seu autor pra que ele possa montá-lo como melhor lhe aprouver, segundo seu desejo e sensibilidade estética. Acreditamos mesmo que, juntamente com os negativos, estará sendo devolvida a confiança e algo da dignidade perdida por todos nós, que fomos impactados com a usurpação de um direito inalienável do criador. Reitero que o que está acontecendo se deve ao fato de que Pola também é um criador e sabe o quão precioso e intransferível é esse direito de que tratamos.
Saudações cinematográficas!
Edgard Navarro"