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quinta-feira, março 15, 2012

Por uma nova causa. Eu mesma.


Não que eu não venha me dedicando a mim nesses últimos anos, mas sinto que não estava fazendo isso certo. E estou feliz demais por reconhecer isso, hoje mais forte e preparada pra essa constatação. Mesmo que eu tenha perdido umas partes de mim nessa jornada me sinto inteira, da maneira exata que eu imaginava que estaria quando chegasse aqui. É fato - disso não tinha dúvidas - eu estaria exatamente assim quando estivesse pronta para dar o primeiro passo para fora do cercadinho. Só não sabia a hora exata que isso ia acontecer mais eu estava pronta. E entendo agora o porque de um monte de coisas. Das minhas vírgulas, nos textos, na vida. Tenho sentido a necessidade de pontos finais. Pontos que realmente me desacelerem. E assim nesse movimento natural venho aprendendo a substituir as minhas vírgulas por pontos, mesmo que não sejam pontos definitivos, porém devem ser bem marcados. Na vida, nos textos.
Porque é para mim que escrevo e ninguém mais. É para entender, absorver das palavras que dançam na minha cabeça o tempo todo, tudo que há em mim e me escapa dos sentidos. É por isso que absorvi essa mania de enfileirar palavras. Assim elas fazem mais sentido, aqui fora diante dos meus olhos e não atrás deles. Tenho direcionado a minha atenção aos meus sinais, tenho me dedicado a mim numa espécie de quarentena interior. E já consigo ver progresso. Estou no sexto livro do ano, lendo vorazmente já que não mais me preocupo tanto com tantas pessoas. Deixei de ser um zoológico aberto 24 horas, pessoas visitando o tempo inteiro, vigiando os meus chipanzés. Meus animais interiores agora andam calminhos, sós entre eles, ando retirando as jaulas aos poucos porque eles se desacostumaram a viver fora das suas respectivas grades. Ando lendo para o leão baixinho para acalmá-lo, livros cheios de esperança e humanidade para que aprendamos a viver sem as grades em harmonia. Não sou ingênua para achar que não vai dar briga, que eu vou conseguir convencer o leão a tornar-se vegetariano e para de comer os meus pedaços, não eu já passei dessa fase. Estou na verdade dedicada a explicar a ele as coisas e os animais que mais gosto do meu zoológico e peço com afeto que ao menos os meus prediletos sejam poupados, que ele só ataque para se alimentar e defender-se de perigos verdadeiros, que eu prometo que em troca vou tentar fazer o mesmo do meu lado de fora, atacar para me alimentar e defender-me de perigos verdadeiros. Vou mostrar-me segura, como eu sou por dentro, mostrar aos meus chipanzés que eu ainda jogo cocô nas pessoas vez em quando, que eu ainda sou curiosa como eles e posso sim mostrar-me esperta mesmo não sendo igual aos outros. Tenho que manter-me longe de tristezas avassaladoras que sempre me derrubam como tempestades de verão. Tenho que esquecer muito coisa aprendida depois de muito tempo em cativeiro, relembrar alguns instintos, escutar os meus animais do zoo e voltar a rir sozinha sem sentir falta de nenhum amigo de cativeiro que não conseguiu fugir comigo. Lembrar de não levar muito a sério as minhas penas da cabeça e correr por aí bagunçando-as. Também não me importar se tem alguém observando eu me lamber, eu lambendo a minha cria ou catando carrapato de algum amigo enquanto intercalo cafunés. Eu sou bicho-gente, tentando lembrar como é ser bicho-solto. E sabe do que mais, eu vou ali aproveitar o fim de tarde lendo pro meu leão.

sexta-feira, novembro 05, 2010

Tenho um milhão de coisas pra conquistar e eu não posso ficar aqui parada.

Tenho vontade de aprender tanta coisa que ainda não sei e não tenho a mínima ideia se consigo mesmo aprender essas coisas. E daí? Eu tenho um mundo inteiro baby, depois de você e de suas crises melodramáticas, tenho o mundo inteiro. Tenho tantas pessoas e coisas a conhecer, tantos sabores a provar.
Um mundo que se remonta todos os dias diante dos meus olhos, do lado de fora do meu apartamento minúsculo entulhado de livros e histórias loucas do passado, sonhos pro futuro e um amor de muitas vidas, o meu companheiro amigo-urso. Eu hoje conheço o prazer de dividir-confundir a minha vida com tantas coisas e pessoas, entendo que não possuo ninguém e compreender isso é revelador para um bando de coisa que eu ainda pretendo na vida. E eu pretendo tanta coisa... Não faz ideia.
Infelizmente eu ainda não perdi essa mania besta de escrever sobre isso, sobre esse nós rasgado e sujo, que hoje é tão alheio a você como a cotação do dólar é a mim. Eu te aceito, ou melhor, não te esqueço, não te deixo ir embora porque mesmo sem ter ido definitivamente já me faz a maior falta. E você? Onde está no meio disso que vivemos e vivo? Você simplesmente não está. Se é que já esteve além do corpo presente, uma noite e outra e algumas meias verdades. Mania que eu vou tirar de mim um dia. Porque eu já disse pretendo viver umas outras coisas que estão por aí só aguardando esse espaço que você ocupa e não cuida, não trata e que se depender de você morre. Mas esse você em mim independe de você e é só por isso que existe.
Quero andar de bicicleta por aí sem me preocupar, quero tecer novos planos, organizar as ideias, continuo querendo gritar de dor-de-mundo, ler, ouvir, crer e há tão pouco tempo para fazer tudo isso. Mas eu quero, de algo jeito meio louco, eu vou fazer algumas ou todas essas coisas, no meu tempo, do meu jeito porque você não existe mais, porque você já está de dias contados a muito tempo, você vai de vez. Vai sim.
Até a saudade vai junto. Mesmo que da boca para fora.

sexta-feira, abril 23, 2010

Tentado colocar ordem aqui dentro.

Sinceramente, não pretendo ficar me desculpando pela minha racionalidade. É desse jeito que 'momentaneamente' eu estou vendo o mundo. Não quero pedir desculpas a ninguém no momento, e não é porque eu tenho dificuldade de pedir desculpas, porque eu não tenho MESMO, só não acho que devo no momento fazer isso. As vezes tenho a sensação que as pessoas me apontam, falam sobre mim pelas costas, estão me olhando e julgando. Pessoas que me conhecem, claro, não estou 'ainda' tendo um surto psicótico, sinto que os meus amigos tem me omitido coisas. E eu não gosto de omissão.
Eu sei que ando por aí me arrastando pelos cantos, sei que tenho ficado sozinha demais, que quando falo muitas vezes devaneio e sou cruel, sei também que eu tenho racionalizado tudo e que as emoções - meio que tiraram férias -, porém vejam bem, no meu último tombo feio (do qual ainda me recupero) eu não estava racionalizando as coisas - puta-que-pariu foi um tropeço do caralho - e tudo isso aconteceu porque eu estava muito envolvida 'como-só-eu-sou-capaz-de-fazer' sem calcular em que altura exatamente eu estava rodopiando de olhos vendados.
Não sou de defender a frieza, não acho que é o melhor caminho calcular tudo, ponderar sempre, quem me conhece sabe, gosto das coisas feitas por impulso, me apaixono sempre e por quase todo mundo que tem brilho no olhar, só que o tempo não está bom pra sair e tomar banho de chuva, não está bom pra se apaixonar pelo brilho de ninguém.
Eu estou organizando as coisas aqui dentro novamente, estou tentando achar um cantinho estratégico onde eu possa colocar uma jaula pra trancar essa minha mania de ir tão fundo nas pessoas, de deixar que elas entrem em mim e me conheçam a ponto de me sabotar. Eu preciso me proteger de mim, colocar essas minhas emoções intensas de castigo até segunda ordem.
Preciso digerir e ao mesmo tempo de algo que me entretenha durante esse período. Preciso também não enlouquecer remoendo essas coisas que me doem tanto.

A verdade mesmo é que preciso dar um tempo nesse livro que ainda me deprimindo assim.

terça-feira, março 02, 2010

Percebi.

Eu sou feliz. Dei-me conta disso às quatro da tarde de um dia chuvoso, por ter amado a todos com tudo que podia, por ter ido até onde nem os meus olhos alcançavam, por ter dado até aqueles restinhos de amor que ficam nos cantos. Hoje sei que dei o que era necessário. Nem mais, nem menos, nem.

Amei cada um como se fizesse uma oração por todos juntos. Em cada pôr-do-sol de tirar o fôlego. Em cada amanhecer na praia. Todas as vezes que inesperadamente quase pisei numa flor que surgiu no meio do caminho como uma espécie de presente, agradeci os instantes divididos e inesquecíveis.

Desde pequena, sempre que eu me sinto muito feliz, sempre que sinto aquele cheiro mágico de momento único no ar, faço uma panorâmica. Tento reter tudo que pode me fazer lembrar dali a muitos e muitos anos aquele instante que não viverei mais. Eu nunca consegui aceitar sem queixas que um dia eu esquecerei tudo. Como minha avó que no fim da vida não era capaz de pronunciar palavra alguma nem lembrava de ter feito isso um dia ou a importância que isso tinha.

Como poderia esquecer todas as conversas reveladoras que tive, todos os amigos-irmãos de alma, todos os amores inesquecíveis. Como?

Como poderia ter vivido essa vida sem ter amado a todos que amei, sem ter vivido tudo que ela tinha para me oferecer. Dos presentes que essa vida me proporcionou o que foi mais delicioso viver foi o amor. Todos os tipos. Aqueles que surgiram da admiração mútua. Aqueles que transbordaram da amizade. Aqueles que só tinham explicação na carne. Aqueles que só existiram nos sonhos. Os que surgiram sutilmente. Os avassaladores. Aqueles que sem os quais a vida não faria sentido. Aqueles que depois de tudo deram sentido a minha vida. Eu fui o amor. Eu sou.

Principalmente o amor que dedico à palavra. E toda a emoção que ela me dedicou por toda a vida. A minha maior devoção. A única.

Amei. Amigos. Idéias. Livros. Telas. Filmes. Fotografias. Movimento. Dança. Música e músicos. Autores. Completos Desconhecidos. Noites. Dias. Tardes. Segundos. Amei quase sem querer tudo que passou pelos meus olhos, tudo que por mim foi pronunciado. Tudo que faz com que o amor ainda exista em mim.

Peço à força que movimenta o mundo e proporciona tudo, que eu não perca as minhas lembranças quando a velhice me encontrar. Que as lembranças que as pessoas que convivi possui de mim não sejam descartadas quando desaparecer, elas são a minha própria vida. Que as palavras não me abandonem nunca. Que os amigos-irmãos-de-alma sejam eternos. Que a alma para sempre transborde de amor, para que cada dia eu ame mais e mais mesmo que isso me deixe um pouco zonza, confusa, e com os olhos cheios d’água. Mesmo que...

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Prefiro não rotular

Eu tinha o que alguns chamam de amizade perfeita. Eu prefiro chamar de completude. Graças a uma força maior que desconheço, tenho algumas amizades perfeitas parecidas com essa que perdi, porém, nenhuma dessas me faz sentir menos a falta que ela me faz. Quais os motivos para o fim? A sociedade. Estranho né? Mas nesse caso foi. Essa mania besta que as pessoas tem de generalizar para achar o nome certo para as coisas, levou meu amigo embora. Quero deixar bem claro que eu nunca - principalmente agora depois que ele se foi - eu nunca tentei achar um nome para o que a gente tinha. Porque qualquer palavra já existente não caberia para o que tinhamos, nem se eu inventasse uma nova palavra para conceituar, ela ainda não diria tudo que essa amizade me disse com: troca de olhares, cumplicidade, amor (porque não dizer?), sinceridade e aquela magia que liga pessoas por aí - todos os dias que ela existiu. Eu tinha um amigo (um ex-namorado muito próximo e meio estranho como preferiram rotular) mas ele foi embora. Mudou-se da minha vida, da vida que a gente dividia quando estavamos juntos, para um outro lugar provavelmente sem o mesmo brilho que eu não sei onde é. Eu tinha um amigo cheio de defeitos; cheio de manias que me enlouqueciam, de cobranças sem lógica e ciúmes de irmão que me fez perder a cabeça e discutir feio várias vezes, mas nunca em nenhuma de nossas conversas acalorodas me fez esquecer o carinho sem pedidos, daquele abraço de urso, do ouvido que adorava minhas abobrinhas - e o mais incrível, que entendia todas elas - que só ele tinha. Das conversas da madrugada, dos passeios não programados de qualquer hora, das risadas e daquela cumplicidade que nem se comenta. Sim ele tinha defeitos que me enlouqueciam e me faziam gostar mais ainda deste "não-saber-porque-tanto-gostar-de-alguém-tão-irritante" que me deixava maravilhada em todos os dias. Mas esse meu amigo não quer mais dividir coisas comigo. Porque em algum momento que eu não sei bem precisar, eu ou ele, até os dois, ficamos meio assustados com a pressão do mundo com suas nomeclaturas e talvez tenhamos desistido. De quê? De defender o direito de amar e ainda sim não ter necessidade sexual alguma pelo outro. Como em o conto Os sobreviventes de Caio Fernando Abreu, nós tentamos algo mais a algum tempo atrás e não era bem isso que a gente precisava pra ficar junto. Faço-me clara? Nós só queriamos viver, compartilhando momentos algumas vezes, nos divertindo como amigas mulheres "não lésbicas" fazem. Ter o direito de não ouvir piadinhas, indiretas e até broncas mesmo de quem nem tem noção como amizade perfeita pode ser. Mas infelizmente nessa vida, essa minha alma-irmã tão querida e eu desistimos por puro cansaço de lutar contra essa tortura cultural desumana de rotular tudo e todos sempre. E olha que eu não fujo de briga.

sexta-feira, dezembro 04, 2009

Puta medo do mar

Eu tenho um puta medo do mar daquela imensidão toda... As vezes tenho um puta medo de mim quando me vejo assim tão imensa. Tenho um puta medo de tudo que eu me reservo, tudo que há dentro da minha imensidão que eu não posso controlar... e eu quase não controlo nada.

Cabe em mim um maracanã para cada amigo querido distante, alguns muros de Berlin que coleciono com medo de ver o que há do outro lado, uma árvore de natal imensa de más recordações da infância e um daqueles edifícios gigantescos de Dubai de recordações de coisas boas que já vivi nessa vida. Eu só não sei onde exatamente cada coisa fica, não sei como organizar tudo, manter limpo e calmo esse lugar que eu nem sei direito onde fica dentro de mim.

E com tantas coisas para pensar, eu ainda tenho que me preocupar por que eu não consigo me livrar dessa saudade de você, não consigo explicar pra mim que não vale a pena que é melhor mesmo "deixar ir" que você não sente o mesmo nem pretende entender o que acontece com a gente. Sabe eu sinto uma puta falta da sua companhia, das conversas e dos passeios mesmo que alguns amigos digam pra mim que eu posso ter companhias melhores, mesmo assim, eu acredito no que acontece quando a gente divide momentos.

Eu tive que aprender tanto de você para conviver, e no momento, -bem nesse lugar onde estou para você- percebo que não aprendi o suficiente, entendo que não há nada mais para ensinar a você sobre como manter pessoas queridas por perto porque definitivamente você não é capaz de aprender.

Eu queria tecer novos momentos, eu queria compreender cada dia mais porque essa amizade é tão importante para mim, porque eu faço tanta questão de preservar você...

Eu queria entender porque eu gosto tanto do mar e ao mesmo tempo tenho tanto medo de não saber lidar com ele, de não entender onde ele quer me levar e de não conseguir pisar no chão.
Porque as coisas não podem ser menores, as imensidões transformadas em caixinhas de fósforo só por alguns dias, porque talvez assim eu consiga percorrer todos os caminhos que existem em mim e que infelizmente no momento é impossível chegar.

sexta-feira, outubro 02, 2009

Como você me doí vezemquando*

Sempre tive uma grande admiração por você, e não é difícil admirar você por tantos motivos. Sempre tive a certeza que o queria sempre perto, e fomos amigos próximos durante muitos anos. Um dia você me contou, depois de me fazer perder uns 3 ônibus para casa que você tinha se apaixonado por mim, e eu nunca tinha visto você tão desajeitado, tão sem palavras. E eu fiquei tão emocionada, apesar de já saber depois de uma fofoquinha amiga, mas ouvir de você deu um tom de verdade àquela dúvida.
Eu já tinha pensado na possibilidade de querer você, e eu mesma me convenci muito tempo antes da descoberta que eu era caótica e louca demais para alguém como você. Eu achava mesmo que tinha que rolar na lama dos poços que me ofereciam como possibilidade de amor pra achar alguém, eu achava que o meu caos só seria feliz quando se juntasse a um caos tão caótico quanto o meu. Mas eu me enganei.
Depois de muitas conversas, paciência e companheirismo, eu cedi, decidi tentar e estamos juntos desde de então, e esse mês faremos quatro anos. Quatro anos de amor, e porque não dizer quatro anos de luta. Pra mim, por muito tempo, você foi uma causa que valia a pena. Foi tão difícil ser inserida na sua vida, ser conhecida pela sua família tão comercial de margarina. E nela nunca fui aceita.
Hoje sou sua segunda família. Hoje moramos juntos e temos uma filha felina que nos dá muita felicidade. Depois de muita confusão pra você sair de casa e tentar a vida comigo, a ovelha negra.

É muito bom saber que você vai chegar em casa depois das sete, coisa boba né? Mas é sério, como a raposa do Pequeno Príncipe, eu começo a ficar feliz as seis da tarde só por saber que as sete você vem.
Mesmo nesse momento tão estranho que eu ando vivendo, mesmo você não entendendo nenhuma das minhas cobranças. meus medos ou atitudes. Eu queria dizer que hoje as 4 da tarde eu já fiquei feliz por saber que as sete estaremos em casa juntos. E mesmo com as minhas "brigas-monólogos que fazem todo o sentido pra mim e nenhuma lógica pra você", saiba que eu te amo desde que aceitei dividir esse sentimento com você, desde que deixei você entrar e habitar meu coração que vivia repleto de lama dos antigos poços.

Infelizmente estou tentando te dizer que ando infeliz, que você não tem me ouvido como eu queria, me querido como eu queria, me vivenciando como antes, e aguardo aquela conversa que só verdadeiros amigos-amores podem ter. Só não demora viu?


* Caio Fernando Abreu, Harriet.

terça-feira, setembro 15, 2009

saí de cartaz.

É o que acontece no fim da temporada. Não foi isso que tivemos, uma temporada?
Se o texto fosse bom, se os atores tivessem química e a produção fosse competente, até dava pra estender um pouco mais. Mas não foi o que aconteceu, não é mesmo? Puro improviso, sem texto, personagens despreparados sem nenhum ensaio, sem produção ou verbas.
A vida é mesmo assim. E o segundo encontro das nossas vidas não seria diferente. Estavamos por nossa conta. Tinhamos tanto... (pelo menos pra mim - o suficiente), tantos sentimentos a serem trabalhados. Eu acabar te conhecendo mais, você ia entender meus devaneios e a gente ia acabar conhecendo uma outra eu, um outro você.
E onde fomos parar? Você não investiu em nós. Isso mesmo, você não acreditou que essa amizade era possível. E para fugir me tirou de cartaz, cancelou a temporada. E eu ainda estou me equilibrando depois do golpe. Estou tentando achar um meio, focalizar um bom sentimento, algum bom momento nosso. Estou tentando guardar o que há de bom em você, do mesmo jeito que fiz na primeira vez, na verdade, na mesma caixa. E essa será a última vez que entulharei a sua caixa em mim, essa foi a última vez que eu quis que você estivesse perto e dividisse coisas comigo.
"E é pra não ter recaída que não me deixo esquecer
Que é uma pena, mas você não vale a pena".

segunda-feira, agosto 03, 2009

Momento de encarar os fatos*

O 5 de Copas é o seu arcano do aconselhamento nesta tiragem, Bin, e vem para lembrar deste momento como sendo importante para que você possa ver as coisas que você evitava ver. Chega de ilusões auto-impostas! Por mais dolorido que seja, é hora de identificar o que precisa ser mudado e parar de projetar expectativas excessivas nos outros, afinal isso não é justo nem com você, nem com os outros. Confronte-se com os fatos, ainda que uma parte sua evite tacitamente fazê-lo, por puro medo de sofrer. Lembre-se que sofremos mais ainda quando insistimos em histórias que não dão certo. A maior parte de nossos sofrimentos deriva de insistências tolas que fazemos, a despeito de todos os conselhos em contrário.

*tirando tarô no personare. Diz tudo, diz não?

quinta-feira, junho 04, 2009

Uma outra.

Até o mamão de todas as manhãs hoje tem um novo gosto. Hoje eu sou outra, não tão diferente assim apenas outra. Pelo menos é o que sinto. E me volta aquele gosto de antes, sentimentos de antes, assim, a vida se renova voltando a ser, confuso não? É exatamente assim que me sinto.
Sou o que foi revirado, tenho novos cacos nas mãos. E tantas outras cicatrizes... E nenhuma dor é maior do que o prazer de vivenciar o novo, mesmo que ele venha do revirado. Nenhuma dor é maior. É no revirado que me refaço, compondo-me novamente, reorganizando as mesmas notas. A perfeccionista que eu não sou, ou não me reconheço sendo, entrando em ação.
Surgem sentimentos novos, lógico, surgem idéias novas e eu me refaço não tão totalmente feita do antes, repaginada. Livro antigo reaberto. Aquele jogado num canto qualquer, por causa da dor que causou, do desatino, pelo que não foi entendido, e de repente reaberto. Revisto e revivido pelo meu leitor ávido de descobertas perdidas na experiência anterior.

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Sobre o externo

Saindo do museu - da boca pra fora - vivi outras experiências. Reconheci o meu olhar no olhar de um grande amigo. De um grande. E bom viver a amizade e sua completude. Bom poder conversar durante horas passado-presente-futuro e poder palpitar sinceramente sobre tudo.
Reconhecer a paixão, o objetivo comum não tem preço. Nessas horas eu nem lembro de todos os quilômetros que nos separam, muito pelo contrário, nesses momentos eu só consigo vê-lo dentro de mim de uma maneira muito particular e indescritível. E eu gosto disso em mim, essa possibilidade para acolher algumas pessoas. Pessoas muito especiais, humanas. E quando eu me abro desse jeito, quando me exponho dessa forma, talvez eu não consiga exemplificar aqui apenas com palavras, sem minhas gesticulações inconfundíveis, esse prazer. Sinto que me re-componho, construo uma nova versão da minha melodia, reorganizo a letra, reposiciono os músicos (todos os músicos, piada interna) e não sou mais a mesma.
Ou melhor sou a mesma-o outro-a outra que cruza a linha tênue do não-ser-mais e ser. O aperfeiçoamento da essência (seria uma boa representação do que acontece) e eu me sinto abastecida para tantas outras batalhas, perdas, incertezas, dúvidas e felicidades. Reconheço-me humana na humanidade do outro, tão intímo que mora em mim e me visita 'vezenquando' mas no cotidiano nem o percebo aqui perambulando entre as minhas vivências.
Tenho que colocá-lo para fora reencontrá-lo fora de mim, ele e todos os meus sentimentos.
Tenho pensado muito nisso, nessa necessidade de externar para compreender, principalmente depois do Focault e do Freud de ontem, e sobre todas as possibilidades que eu tenho para externar de diferentes maneiras.

Agradeço a honra do direito de compartilhar a vida com você meu querido amigo, distante-íntimo e principalmente possível.