EDUCAÇÃO FINANCEIRA - ESTRUTURA TEÓRICA

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JUSTIFICATIVA

O mundo é sinônimo de consumo e cuidar do dinheiro envolve saúde financeira e


material. A educação financeira por se tratar de um tema de suma importância para a
beneficência do crescimento financeiro de futuros adultos, ajudando-os a ter um equilíbrio e
entendimento sobre seus gastos. A Educação financeira não é tão presente na vida escolar,
como também não é tão conhecido nem abordado na sociedade brasileira. O problema do
analfabetismo financeiro tomou proporções enormes e, especificamente na região nordeste, é
onde mais a população é punido pelo não oferecimento de ferramentas que aproximem do
"ideal" na perspectiva de "educado financeiramente".
Com objetivo de beneficiar os adolescentes que serão futuros adultos, serão os
adolescentes que passarão pelo projeto, porém, indiretamente pode-se influenciar as famílias.
O objetivo do trabalho é conscientizar jovens sobre educação financeira, explicando o que é e
a sua importância, para que possam aprender a controlar suas finanças com inteligência.
Dando-os oportunidade de colocarem em prática tudo que aprenderem sobre educação
financeira.

METODOLOGIA

O projeto busca evidenciar a importância da educação financeira na vida de


estudantes do ensino médio, ajudando-os a lidar melhor com o dinheiro e suas economias.
Para isso, alunos do curso de ciências contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN) irão se dirigir a escolas de nível médio localizadas em Natal-RN para instruir
alunos do segundo ano do ensino médio sobre os seguintes temas: A história da moeda,
definição de juros, formas de pagamento, tipos de investimento, inflação, crédito,
planejamento financeiro, sustentabilidade, economia pessoal, importância do dinheiro e
consumismo x consumo consciente.
A ação tem divisão pré-estabelecida, sendo este reconhecido em três dias de
execução. A primeira etapa se dará através de um debate, onde os temas serão explicados
através de uma palestra, buscando levar exemplos reais encontrados no cotidiano, junto de
um estudo de caso para observar o conhecimento e a educação financeira presente na vida
dos alunos. Após isso, na segunda etapa, será a continuação da palestra com uma dinâmica na
qual os alunos deverão socializar e escolher qual a melhor opção financeira a seguir para a
empresa que será sorteada, com o objetivo de aplicar os conhecimentos aprendidos em sala.
Na terceira e última etapa, terá uma revisão dos conteúdos e será conduzido um Quiz
envolvendo perguntas sobre os temas abordados para observar o entendimento do tema por
parte do público alvo.

REFERENCIAL TEÓRICO
A educação financeira no Brasil, em relação a outros países, teve seu início de
elaboração tardio nesta discussão extremamente importante para o bom desenvolvimento
social do país como um todo, que é a educação financeira. As primeiras discussões no campo
legislativo do país iniciaram-se por meados de 2010, com o decreto-lei 7.397 onde cria
procedimentos para a educação financeira em todo território nacional com implementação de
estratégias aos quais auxilia no combate à problemática no país, mas de que fato ainda
“engatinha” no que tange estas adversidades sistemáticas. Entretanto, tais práticas no âmbito
educacional (mais especificamente na Base Nacional Comum Curricular - BNCC) obtiveram
seu início mais fortemente nas discussões através da Projeto de lei nº 4915, onde acrescenta o
§ 10 no 26º artigo da Lei das diretrizes nacionais de educação nº 9.394 de 1996 (PL
4915/2016).
Com a prematuridade tanto legislativa quanto cultural, os jovens crescem sem saber,
de fato, o que ocorre com o sistema financeiro. Muitos têm a perspectiva de que se trata de
um "animal" indomável, que muitas vezes adquire essa personalidade de vilão, inimigo,
ameaça, etc. Entretanto, a educação financeira deve ser tratada como aliada do progresso e
desenvolvimento daqueles que serão futuros membros efetivos da sociedade, contribuindo
por fim, ao tão temido sistema financeiro. Recomenda-se também, que não seja estes
conhecimentos limitados somente aos jovens, mas para todos os integrantes da sociedade, o
fundamental conhecimento das engrenagens desse sistema, assim afirma Nilton José Neves
Cordeiro et al (2018).
Mas primeiramente, precisa-se delimitar o que de fato é este termo "Educação
financeira". Uma possibilidade é de que a educação financeira é o meio que liga e
conscientiza a população abrangente do mercado entre investidores e consumidores
financeiros, de forma que auxilie na formação da compreensão acerca dos potenciais perigos
e oportunidades pecuniárias (OCDE, 2005). A OCDE (2005) afirma que: "A educação
financeira deve ser considerada no arcabouço regulador e administrativo e deve ser tida como
ferramenta para promover crescimento econômico, confiança e estabilidade, juntamente com
a regulação das instituições financeiras e a proteção do consumidor".
Uma informação que deve-se levar em consideração é de que, muitas vezes, a
educação financeira é estritamente ausente em lares onde há menor faixa de renda, assim
afirma Atkinson e Messy (2012 apud POTRICH, VIEIRA, KIRCH 2014). Logo, cresce-se a
observação de que, pessoas com menor capacidade financeira, são os que menos convivem
com este “analfabetismo” financeiro. Entretanto, vale salientar que essa carência no que tange
à educação financeira não restringe-se apenas à população mais carente, é um mal que afeta
toda a sociedade. Referente a esta fase ao qual os jovens estão aprendendo nas escolas os
assuntos de diversas áreas de conhecimento, é um dos momentos mais propícios para se
implementar lições de educação financeira. Com isto, a influência da educação financeira se
faz necessário para o desenvolvimento de boas atitudes e melhor qualidade de vida para estes
no que refere-se a este campo de estudo (SILVA et al 2017).
Além da questão relacionada à situação social, há o âmbito da educação parental
sobre finanças. Detoni e Lima (2011) por meio de uma pesquisa exploratória, afirmaram que
os jovens lidam, cada vez mais cedo, com o dinheiro, fazendo com que os pais tenham a
missão de orientar esse gasto responsável. Eles evidenciaram, também, que a família pode
influenciar nesse aspecto, mas que não deve ser papel apenas dela. Dessa forma, há a
preocupação das escolas de informar mais esses jovens em relação a Educação Financeira.
Além de que, pode-se afirmar que ensinar e saber sobre Educação Financeira não foi e
não é fácil para os pais por conta do contexto histórico que o Brasil teve em relação à moeda.
Afinal, de acordo com Savoia, Saito e Santana (2007, p. 1137),
O extenso período de inflação comprometeu a capacidade de
planejamento econômico-financeiro de longo prazo. Com a
abertura econômica, no início dos anos 1990, e o processo de
estabilização do Plano Real, o mercado financeiro nacional se
transformou e criou novos instrumentos, aumentando a
complexidade dos produtos oferecidos. Desse modo, os indivíduos
e as famílias passaram a demandar maior conhecimento e
informação atualizada, para tomarem as suas decisões financeiras
de forma fundamentada e segura.

No entanto, mesmo que a Educação Financeira seja muito importante para o


desenvolvimento do aluno, segundo um estudo de caso feito por Carvalho e Scholz (2019), há
uma dificuldade para os docentes, principalmente de matemática, atentarem por esse assunto.
Uma vez que esses professores têm um grande cronograma dos conteúdos que devem ser
abordados, fazendo com que a educação financeira seja ensinada de forma superficial demais
ou não seja citada com a devida importância.
Além disso, outro obstáculo enfrentado pelas escolas é que a Educação Financeira
deve ser aplicada com o intuito de que os alunos se tornem mais críticos em relação às suas
decisões financeiras. Dessa forma, Teixeira (2016, p. 69) desenvolveu uma experiência
didática com os alunos do 2º ano do Ensino Médio onde concluiu:
um único conceito fechado em si e uma única situação, não são
suficientes para dar conta da aquisição de um dado conhecimento
de forma plena e consistente, capaz de proporcionar segurança de
seu uso em diferentes contextos, matemáticos ou não. É preciso
provocar novos desafios por meio da proposição de novos
problemas e a proposição de discussões coletivas, com o objetivo
de verificar se o estudante se apropriou corretamente dos conceitos
que foram desenvolvidos.

Após os fatos expostos, de fato, há uma busca conjunta para seja praticado em todo o
mundo, níveis ideais de educação financeira e, principalmente, durante o período escolar,
onde se encontra a maior taxa suscetível para corroborar o aprendizado.
REFERÊNCIAS

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2012. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1787/5k9csfs90fr4-en. Acesso em: 26 out. 2019.

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file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/Downloads/Carvalho_Scholz_2019_-Se-Ve-o-Basico-do-
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