Educação Financeira Na Educação Básica
Educação Financeira Na Educação Básica
Educação Financeira Na Educação Básica
NA EDUCAÇÃO BÁSICA
1ª Edição
Indaial - 2020
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
A927e
ISBN 978-65-5646-126-7
ISBN Digital 978-65-5646-119-9
CDD 513.93
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Matemática Financeira...................................................................7
CAPÍTULO 2
Introdução à Educação Financeira...........................................55
CAPÍTULO 3
Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro................................................. 110
APRESENTAÇÃO
Prezado acadêmico! Seja bem-vindo à disciplina de Educação Financeira para
Educação Básica. O objetivo desta disciplina é fornecer subsídios fundamentais
para a formação acadêmica do discente na área financeira, para que este possa
atuar como agente de divulgação da cultura de educação financeira no país.
8
Capítulo 1 Matemática Financeira
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Caro acadêmico, para iniciar nosso estudo sobre educação financeira
na educação básica, nessa primeira unidade de ensino estudaremos o que
é matemática financeira e seus conceitos básicos, que se constitui como uma
ferramenta indispensável para o processo de ensino e aprendizagem da educação
financeira.
Quanto vale um título que vence em dois anos? Quanto tempo preciso
poupar para realizar o meu sonho? Se eu desejo comprar alguma coisa, é melhor
eu pagar à vista ou a prazo? Se eu fizer um empréstimo, quanto vou pagar de
juros? Essas são apenas algumas questões que aparecem no nosso cotidiano e
que as soluções são dadas com base na matemática financeira.
2 MATEMÁTICA FINANCEIRA NA
EDUCAÇÃO BÁSICA
A matemática financeira pode ser aplicada em várias situações do nosso dia
a dia, como no financiamento de uma casa, de um automóvel, no empréstimo de
dinheiro etc., e todas essas aplicações são movimentadas por uma taxa de juros,
que é a remuneração do capital empregado.
9
Educação financeira na educação básica
10
Capítulo 1 Matemática Financeira
11
Educação financeira na educação básica
12
Capítulo 1 Matemática Financeira
13
Educação financeira na educação básica
FONTE: <https://trovoacademy.com/dinheiro/cartao-de-
credito-ter-ou-nao-ter/>. Acesso em: 7 mar. 2020.
14
Capítulo 1 Matemática Financeira
Nessa pesquisa foi apontado que para quase metade dos consumidores
entrevistados (46,7%), estar endividado significa ter contas atrasadas, e 3 em
cada 10 entrevistados (30,6%) afirmam que é ter o nome registrado em entidades
de proteção ao crédito. Apenas 20,2% dos consumidores compreendem o
significado real do que é estar endividado.
15
Educação financeira na educação básica
16
Capítulo 1 Matemática Financeira
17
Educação financeira na educação básica
Assaf Neto (2012, p. 1), autor de diversos livros sobre mercado financeiro,
em seu livro “Matemática financeira e suas aplicações”, ressalta que a matemática
financeira “trata, em essência, do estudo do valor do dinheiro ao longo do tempo.
O seu objetivo básico é o de efetuar análises e comparações dos vários fluxos
de entrada e saída de dinheiro de caixa verificados em diferentes momentos”. O
autor também destaca:
18
Capítulo 1 Matemática Financeira
3 CONCEITOS BÁSICOS E
FUNDAMENTAIS DA MATEMÁTICA
FINANCEIRA
Após compreendermos o que é matemática financeira e qual a sua
importância na educação básica e na vida das pessoas, estudaremos sobre os
conceitos básicos e fundamentais da matemática financeira.
3.1 TERMINOLOGIA
Caro acadêmico, você conhecerá agora os termos mais utilizados na
matemática financeira e o que eles representam. Veja o quadro a seguir.
19
Educação financeira na educação básica
Agora, após conhecer esses termos, veja o exemplo a seguir que sintetiza os
diversos elementos envolvidos em uma transação financeira.
20
Capítulo 1 Matemática Financeira
Como já vimos no quadro anterior (Quadro 1), que tratava sobre os termos
mais utilizados na matemática financeira, o capital corresponde ao recurso
financeiro que o seu proprietário cede temporariamente ao tomador. Ele é
chamado também de principal, capital inicial, valor atual e valor presente em
muitos textos financeiros.
21
Educação financeira na educação básica
FONTE: <https://blog.professorferretto.com.br/juros-simples-e-sua-relacao-
com-funcao-afim-e-progressao-aritmetica/>. Acesso em: 10 mar. 2020.
Lembrando que, nessa figura, o capital (C) está representado pela figura do
dinheiro emprestado, ou seja, o dinheiro emprestado (capital) mais a remuneração
pelo empréstimo (juros) é igual ao montante que será recebido.
22
Capítulo 1 Matemática Financeira
3.2 PORCENTAGEM
Atualmente, é muito comum nos meios de comunicação, principalmente
em notícias na televisão e na internet, o uso de porcentagens para representar
aumento ou redução de preços, valores ou quantidades em geral.
Antes, vimos uma notícia sobre endividamento (Figura 2), que já trazia no
título um dado em porcentagem. Usando essa mesma notícia e acessando na
íntegra (no site), veja como a porcentagem é utilizada para apresentar vários
dados da pesquisa:
23
Educação financeira na educação básica
Quando uma taxa de juros é expressa na forma percentual, temos que dividir
essa taxa por 100 e transformá-la em forma unitária ou decimal para realizar os
cálculos. Veja os exemplos a seguir:
5
a) 5% = = 0,05
100
20
b) 20% = = 0,2
100
75
c) 75% = = 0,75
100
24
Capítulo 1 Matemática Financeira
25
Educação financeira na educação básica
1 Calcule:
a) 10% de R$ 320,00:
b) 5% de 80 pessoas:
c) 7% de R$ 60,00:
d) 1% de 360:
26
Capítulo 1 Matemática Financeira
27
Educação financeira na educação básica
Como foi calculado o juro de R$ 200,00 sabendo que a taxa de juro era 20%?
Utilizando a seguinte fórmula:
Lembre-se de que o capital deve ser sempre multiplicado pela taxa de juro na
forma unitária, ou seja, em número decimal. No exemplo anterior, transformamos
20% em forma unitária da seguinte forma: 20% = 20 = 0,20 ou 0,2.
100
M=C+J
e
J= C ⋅ i
M = C + (C ⋅ i)
28
Capítulo 1 Matemática Financeira
M = C (1 + i)
M = 1000 (1 + 0,20)
M = 1000 (1,20)
M = 1200
M
C=
1+ i
1200
C=
1 + 0, 20
1200
C=
1, 20
C = 1000
M
i= −1
C
1200
i= −1
1000
i = 1,2 – 1
i = 0,2
Logo, i = 20%
29
Educação financeira na educação básica
30
Capítulo 1 Matemática Financeira
Agora, caro acadêmico, compare os montantes dos juros simples e dos juros
compostos (Figuras 6 e 7). Comparando os dois exemplos, percebemos que:
• O montante 1 é igual nas duas figuras (R$ 1.000,00), pois existe somente
a primeira capitalização de juro.
• A partir do montante 2, começamos a perceber a diferença no valor dos
juros, pois enquanto na capitalização simples o juro é calculado sempre
sobre o capital inicial (R$ 1.000,00), na capitalização composta, o juro
do primeiro período é incorporado ao montante 1, que servirá como base
de cálculo para o montante 2, e assim sucessivamente.
• No regime de capitalização simples, os juros são calculados sempre
sobre o capital inicial de R$ 1.000,00 e, no prazo de 3 meses, à taxa de
2% a.m., totalizam R$ 60,00.
• No regime de capitalização composta, os juros são calculados sobre o
capital de R$ 1.000,00 e também sobre os juros que vão se acumulando
sucessivamente e, no prazo de 3 meses, à taxa de 2% a.m., os juros
totalizam R$ 61,21.
31
Educação financeira na educação básica
32
Capítulo 1 Matemática Financeira
33
Educação financeira na educação básica
Assim, as fórmulas básicas dos juros simples são as seguintes (HOJI, 2016):
Montante M = C (1 + i ⋅ n)
Capital M
C = 1+ i ⋅ n
Capital J
C = i⋅n
Taxa M
-1
C
i= n
Taxa J
i = C⋅n
Número de capitalização j
n = C⋅i
FONTE: A autora
34
Capítulo 1 Matemática Financeira
Depois, precisamos ver o que o problema está nos pedindo que, nesse caso,
é o valor do juro (J). Agora, vamos olhar as fórmulas e ver qual utilizaremos,
sempre observando os dados que foram identificados no problema. Nesse caso,
a fórmula a ser utilizada será a fórmula do juro. Observe:
J=C ⋅ i ⋅ n
Substituindo os dados na fórmula, temos que:
J = 1000 ⋅ 0,02 ⋅ 3
J = 60
Logo, o valor do juro foi R$ 60,00.
35
Educação financeira na educação básica
J
C=
i⋅n
2000
C = 0,1⋅ 2
2000
C= 0,2
C = 10000
Logo, o valor aplicado foi R$ 10.000,00.
Precisamos descobrir qual foi a taxa de juro cobrada, por isso devemos
utilizar a fórmula da taxa: i = J . Substituindo os dados na fórmula, temos que:
C⋅n
150
i=
2500 ⋅ 3
150
i=
7500
i = 0,02
Logo, a taxa de juro cobrada foi 2%.
36
Capítulo 1 Matemática Financeira
J
n=
C⋅i
100
n=
500 ⋅ 0,02
100
n=
10
n = 10
M = C (1 + i ⋅ n)
M = 3200 (1 + 0,02 ⋅ 3)
M = 3200 (1 + 0,06)
M = 3200 (1,06)
M = 3392
37
Educação financeira na educação básica
M = C (1 + i ⋅ n)
M = 3200 (1 + 0,02 ⋅ 36)
M = 3200 (1 + 0,72)
M = 3200 (1,72)
M = 5504
M = C (1 + i ⋅ n)
M = 3200 (1 + 0,24 ⋅ 3)
M = 3200 (1 + 0,72)
M = 3200 (1,72)
M = 5504
n=3
i = 2% = 0,02
M = 1060
38
Capítulo 1 Matemática Financeira
M
Queremos descobrir o capital e, para isso, utilizaremos a fórmula: C =
1+i ⋅ n
C = 1000
C = 1000
39
Educação financeira na educação básica
J = C [ (1 + i ) − 1]
n
FONTE: A autora
−3 1
b) 1,10 = = 0,7513148
1,10 x 1,10 x 1,10
40
Capítulo 1 Matemática Financeira
1
f) 3
8 8 = 80,3333...= 2
3
n
M = C (1 + i )
M = 10000 (1 + 0,01)8
M = 10000 (1,01)8
M = 10000 (1,082857)
M = 10.825,57
Perceba que o prazo está em meses e a taxa de juros está em anos. Logo,
como o prazo da operação financeira é menor do que um ano (7 meses) o número
de capitalização (n) é fração de um ano (12 meses). Substituindo os dados na
fórmula do montante:
7
M = 100000 (1 + 0,26)12
7
M = 100000 (1,26)12
41
Educação financeira na educação básica
M = 100000 (1,1443253)
M = 114432,53
i = (1, 331) −1
0 ,33333
i = 0,1
n = ln 1, 5
ln 1, 02
0, 405465
n=
0, 019802
42
Capítulo 1 Matemática Financeira
J = 1000 [ (1 + 0,02)3 – 1]
J = 1000 [ (1,02)3 – 1]
J = 1000 [ 1,061208 – 1]
J = 1000 [0,061208]
J = 61,21
43
Educação financeira na educação básica
Conforme destaca Hobold (2016, p. 7), “apesar de não terem sido pensadas
para propósitos pedagógicos, as planilhas eletrônicas podem ser utilizadas como
recursos tecnológicos úteis à aprendizagem matemática”. A autora ainda destaca
que “elas oferecem um ambiente adequado para experimentar sequências
numéricas e explorar algumas de suas propriedades, por exemplo, comparar
44
Capítulo 1 Matemática Financeira
45
Educação financeira na educação básica
FONTE: A autora
FONTE: A autora
46
Capítulo 1 Matemática Financeira
FONTE: A autora
FONTE: A autora
FONTE: A autora
FONTE: A autora
47
Educação financeira na educação básica
FONTE: A autora
FONTE: A autora
Lembrando que nesse exemplo foi considerado 1 mês = 30 dias e, por isso,
15 dias = 0,5 (metade de um mês).
48
Capítulo 1 Matemática Financeira
FONTE: A autora
FONTE: A autora
FONTE: A autora
49
Educação financeira na educação básica
10º passo: Na célula F8, digitar a fórmula = G7 * 0,1 e apertar a tecla enter.
50
Capítulo 1 Matemática Financeira
FONTE: A autora
51
Educação financeira na educação básica
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Nessa unidade, você teve a oportunidade de compreender o que é
matemática financeira e quais são os conceitos básicos. Com o estudo dessa
unidade, você pôde também reconhecer a importância do conhecimento desses
conceitos básicos na vida das pessoas e o quanto é importante os professores
analisarem criticamente a contribuição da matemática financeira em sala de aula.
Por fim, você estudou como empregar o uso da planilha eletrônica Excel para o
ensino da matemática financeira.
52
Capítulo 1 Matemática Financeira
REFERÊNCIAS
ASSAF NETO, A. Matemática financeira e suas aplicações. 12. ed. São Paulo:
Atlas, 2012.
53
Educação financeira na educação básica
SPC BRASIL. 79% dos consumidores não sabem ao certo o que é estar
endividado, diz SPC Brasil. 2016. Disponível em: https://www.spcbrasil.org.br/
pesquisas/pesquisa/1191. Acesso em: 7 mar. 2020.
54
C APÍTULO 2
Introdução à Educação Financeira
56
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Para dar continuidade ao nosso estudo, nesta segunda unidade de ensino,
daremos início ao estudo da educação financeira e a sua importância na educação
básica e na vida das pessoas.
2 CONCEITO DE EDUCAÇÃO
FINANCEIRA E SUA IMPORTÂNCIA
Para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), educação financeira é o processo mediante o qual os indivíduos e as
sociedades melhoram a sua compreensão em relação aos conceitos e produtos
financeiros de forma que, com informação, formação e orientação as pessoas
possam desenvolver valores e competências que são necessários para se
tornarem mais conscientes das oportunidades e riscos que eles envolvem (ENEF,
2017).
57
Educação financeira na educação básica
Por fim, o autor defende que educação financeira é criar o hábito de poupar
para aprender a investir; é conquistar a independência financeira.
58
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
59
Educação financeira na educação básica
60
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
61
Educação financeira na educação básica
FONTE: A autora
62
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
FONTE: <https://www.vidaedinheiro.gov.br/modelo-conceitual-
e-objetivos/>. Acesso em: 12 abr. 2020.
Segundo o CONEF (2014, p. 11), ser cidadão “[...] é ter direito de usufruir
várias possibilidades que a vida oferece, tais como liberdade, igualdade,
propriedade, participação política, educação, saúde, moradia, trabalho, entre
outras”, ou seja, ser cidadão é ser responsavelmente ativo na sociedade,
protagonizando a construção da democracia.
63
Educação financeira na educação básica
Godfrey e Edwards (2007, p. 46) destacam que “como acontece nos países,
a vida em família segue conceitos de cidadania. Compartilhamos um planeta, um
país, uma comunidade – e uma família. Bons cidadãos tentam fazer sua parte
para que essas instituições se tornem melhores a todos”. As autoras apresentam
algumas concepções sobre cidadania muito interessantes:
Nesse sentido, Perrenoud (2002) colabora com a ideia que ensinar direitos e
deveres sem a vivência de ações concretas e sem uma mudança de pensamento
não é suficiente para se formar cidadãos. Nesse sentido, podemos destacar
que “é necessário o exercício contínuo da cidadania, ingrediente indispensável
da construção de uma sociedade democrática e justa. A Educação Financeira
tem como principal propósito ser um dos componentes dessa formação para a
cidadania” (CONEF, 2014, p. 12).
64
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
65
Educação financeira na educação básica
Ferreira (2007) destaca que a nossa volta circula uma quantidade excessiva
de informações financeiras, e que muitas vezes são descontextualizadas e
incompreensíveis para muitas pessoas. A compreensão da linguagem do
mundo financeiro possibilita às pessoas obterem informações necessárias para
que tomem suas decisões de forma autônoma, embora nem todas as decisões
sejam tomadas com base em informações, pois estudos de psicologia econômica
indicam a concorrência de variáveis de ordem emotiva nas decisões de ordem
financeira (FERREIRA, 2007).
66
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
Domingos (2011) aponta que comprar e gastar faz parte da nossa vida, e que
muitas mercadorias que estão a nossa disposição realmente são fundamentais,
porém, temos que fazer uma análise do nosso comportamento de consumo e
mudar os hábitos que não fazem bem para a nossa saúde e para as nossas
finanças, porque somos diariamente atingidos com mensagens publicitárias que
instigam a compra desnecessária.
67
Educação financeira na educação básica
Autoconfiança exag- A pessoa tem certeza de que se algo acontecer ela resolverá
erada tudo sem problema. A pessoa, nesse caso, não enxerga suas
próprias limitações. Acredita que nada pode acontecer com
ela, apenas com os outros.
Avaliação subjetiva de Trata-se da distorção do valor que damos a coisas que
valor e eventos passa- passaram e o valor que elas tiveram. Primeiro, ficamos muito
dos mais presos ao passado recente, lembrando mais do que nos
aconteceu essa semana do que há dez anos. Fazemos essas
distorções contrastando coisas. Podemos não nos lembrar de
benefícios se eles foram introduzidos há mais tempo, pois os
incorporamos com rapidez, mas sentimos muito se eles forem
retirados.
68
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
Aversão à perda, mas Em contextos de perda, é mais comum que se aceite correr
não necessariamente mais riscos, em nome de tentar evitar novas perdas ou de re-
aos riscos verter as que já ocorreram, e, em geral, o resultado é perder
mais ainda. O problema aqui é não aceitar que perdeu – e,
com isso, acabar perdendo a cabeça também.
Contabilidade mental É o hábito de pensar no dinheiro que ganhamos e nas nos-
sas despesas como coisas totalmente separadas. Dividimos
o que recebemos e o que gastamos em compartimentos inco-
municáveis, parecidos com gavetas ou pastas de um arquivo,
o que faz com que tomemos decisões não razoáveis.
Falta de atenção aos Pequenos gastos costumam ser desprezados, mas somados
pequenos valores acumulam grandes quantias. Por isso é importante anotar os
gastos e analisá-los, pode-se economizar bastante cortan-
do desperdícios, o que permite fazer poupança e manter
pequenos gastos que trazem prazer (lanche, cinema etc.).
Framing ou enquadra- A maneira como as informações são apresentadas influencia
mento a avaliação que se faz delas. As informações podem ser idên-
ticas, mas o impacto é diferente; por exemplo, se uma profes-
sora lhe diz: “você tem 90% de chance de passar no concurso
X”, ou “você tem 10% de chance de falhar no concurso”, a
informação não é diferente, mas o modo como se recebe a
notícia é bem diferente.
Imediatismo É pensar só no agora, sem se preocupar com suas conse-
quências ou no preço a pagar no futuro. Esse é um erro que
se comete muitas vezes quando se toma decisões importantes
sem parar para pensar, como é o caso de compras feitas por
impulso ou quando se começa um trabalho sem planejá-lo an-
tes. Nesses casos, as falhas na execução por imprevistos po-
dem pôr tudo a perder.
Influência dos outros Quando fazemos alguma coisa apenas para acompanhar os
outros, sem parar para pensar se é isso mesmo o que deseja-
mos ou precisamos fazer.
Ostentação Desejo de se exibir que pode levar uma pessoa a tentar com-
prar coisas acima da sua renda, seja para se sentir bem, seja
para impressionar parentes, amigos e vizinhos.
Otimismo excessivo Ocorre quando uma pessoa sempre acha que tudo vai dar cer-
to e, por isso, assume um risco exagerado porque tem certeza
de que nada de errado vai acontecer. Só que essa certeza não
é verdadeira, pois é a pessoa que não está vendo os riscos
que corre.
69
Educação financeira na educação básica
Percepção seletiva Quando uma pessoa só vê e escuta o que quer ver e ouvir.
Nesses casos, a pessoa simplesmente se recusa a enxergar
o que lhe desagrada ou algo que vá contra o que ela acredita.
Por exemplo, ela quer tanto comprar um telefone novo que se
convence de que ele está barato porque a prestação é só de
R$ 30,00. Quando alguém lhe fala que são dez prestações
que, somadas, dão R$ 300,00 e por isso o telefone está caro,
a pessoa não escuta. Ela só consegue perceber que o telefone
de que gostou custa “apenas” R$ 30,00 por mês.
FONTE: CONEF (2014, p. 35-37)
70
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
Percepção financeira É preciso saber o que são taxas de juros, como funcionam
(pelo menos conceitualmente), entender a diferença entre em-
préstimo e financiamento etc. Assim, podem-se evitar erros
como não somar todas as despesas, mantendo-as individual-
mente e tendo surpresas desagradáveis no futuro, quando as
contas tiverem que ser pagas; contar com mais dinheiro do que
de fato terá no futuro, misturando receita certa com a duvidosa.
Planejamento Contribui para evitar o vício cultural do “imediatismo”.
FONTE: CONEF (2014, p. 38)
Diante disso, podemos dizer que uma população bem informada e educada
financeiramente pode tomar decisões financeiras mais responsáveis e ter atitudes
mais adequadas que auxiliam as pessoas a terem uma vida financeira mais
saudável. Nesse sentido, a educação financeira na sala de aula pode ajudar os
estudantes a refletirem sobre suas práticas financeiras, auxiliando na tomada de
decisões autônomas e responsáveis baseadas em mudança de atitude.
71
Educação financeira na educação básica
Segundo o CONEF (2014, p. 14), o ser humano passa, nos dias de hoje,
mais tempo na condição de aposentado do que no passado e, esse aumento,
em termos nacionais, “[...] constitui um quadro financeiro delicado, uma vez que
a pessoa deverá sobreviver com os recursos da aposentadoria por um período
mais longo, o que requer um planejamento desde cedo”. É importante destacar
que isso se deve à expectativa de vida das pessoas no Brasil, que se ampliou
com o tempo.
72
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
Afinal, o que isso quer dizer? Isso significa que “[...] no que se refere a temas
do cotidiano [...] não é preciso aguardar que uma criança seja madura o suficiente
para compreender um determinado conceito em toda a sua complexidade lógica”
(CONEF, 2014, p. 15). Por fim:
73
Educação financeira na educação básica
74
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
75
Educação financeira na educação básica
76
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
( ) I e II.
( ) I e III.
( ) II e III.
( ) I, II e III.
77
Educação financeira na educação básica
( ) V – V – F – F.
( ) V – V – V – F.
( ) F – V – V – V.
( ) F – F – F – V.
78
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
O Banco Central do Brasil (2013) destaca que, desde cedo, todas as pessoas
começam a lidar com uma série de situações ligadas às finanças e que, para tirar
melhor proveito do nosso dinheiro, é muito importante sabermos como utilizá-lo da
melhor forma possível. “O aprendizado e a aplicação de conhecimentos práticos
de educação financeira podem contribuir para melhorar a gestão de nossas
finanças pessoais, tornando nossas vidas mais tranquilas e equilibradas sob o
ponto de vista financeiro” (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2013, p. 11).
79
Educação financeira na educação básica
Agora, uma ideia que temos de estar cientes é a de que usamos o nosso
dinheiro no dia a dia para trocá-lo por alguma coisa, certo? Entretanto, é importante
ressaltar que quando compramos algo, não estamos simplesmente fazendo uma
troca, pois fazer uma escolha de consumo envolve uma série de informações.
80
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
81
Educação financeira na educação básica
Com relação aos ensinamentos dos pais para os seus filhos, Domingos
(2011) destaca que muitos pais tentam mostrar para os seus filhos como é
importante ganhar dinheiro, mas o problema é que são poucos os pais que se
preocupam em preparar seus filhos para controlar esse dinheiro, até porque nem
mesmo eles possuem esse conhecimento para serem capazes de fornecer essa
orientação.
82
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
Nesse sentido, é importante destacar que o papel dos pais em cada idade
da criança até a adolescência, apresentado por Cerbasi (2006), pode servir
como referência para os professores, para que estimulem as percepções
dos estudantes em sala de aula, para uma educação financeira consciente e
responsável conforme cada faixa etária dos estudantes.
83
Educação financeira na educação básica
Nesse sentido, Buaes, Comerlato e Doll (2015) defendem que, cada vez
mais as pessoas estão se endividando para satisfazer as suas necessidades de
consumo, e que esse problema está aliado à facilidade de contratar empréstimos,
às compras parceladas e ao uso de cartões de crédito. Os autores também
apontam que:
84
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
Alves (2014) enfatiza que os estudantes nos dias de hoje estão sendo
frequentemente bombardeados por propagandas que apelam para o consumo e
vivem em uma sociedade altamente consumista. Por isso, para o autor, é preciso
evidenciar a importância da educação financeira por meio de resoluções de
problemas com situações que os estudantes enfrentam no seu dia a dia. “[...] é
importante ressaltar que os alunos estão inseridos em uma economia capitalista,
na qual as empresas estão em busca do aumento da lucratividade, muitas vezes,
desconsiderando a ética ao utilizar a mídia de maneira desonesta ou dissimulada”
(ALVES, 2014, p. 16).
85
Educação financeira na educação básica
Uma notícia publicada no site do SPC Brasil em janeiro de 2020, mostra que
em cada 10 brasileiros, apenas 1 tem renda suficiente para pagar as despesas de
início de ano.
FONTE: <https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas/
pesquisa/7140>. Acesso em: 25 abr. 2020.
Tolotti (2007, p. 31) apresenta que uma pessoa pode ser considerada
endividada “[...] quando não consegue cumprir seus compromissos financeiros e
possui um atraso que oscila entre 1 mês e 3 meses”. A autora ressalta que o
endividamento pessoal pode ser dividido em dois grupos:
• endividamento passivo;
• endividamento ativo.
86
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
87
Educação financeira na educação básica
88
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
89
Educação financeira na educação básica
90
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
FONTE: <http://www.recicloteca.org.br/noticias/consumismo-infantil-proibida-
a-propaganda-voltada-para-as-criancas/>. Acesso em: 26 abr. 2020.
91
Educação financeira na educação básica
92
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
93
Educação financeira na educação básica
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
_______________________________________________.
4 USO DO CRÉDITO E
ADMINISTRAÇÃO DAS DÍVIDAS
Caro acadêmico, para finalizar esta unidade de estudos, neste último tópico
estudaremos sobre o uso do crédito e a administração das dívidas.
94
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
95
Educação financeira na educação básica
Para Buaes, Comerlato e Doll (2015), o uso do crédito é uma prática muito
mais comum na vida das pessoas do que imaginamos. Os autores apontam que,
normalmente, as pessoas não se dão conta de que, nas compras a prazo, estão
fazendo o uso de um crédito. “Quando compramos um produto com pagamento
parcelado, não precisamos pagar o valor total no momento da compra, mas
ficamos com uma dívida. Assumimos o dever de pagar, no futuro, as parcelas
restantes” (BUAES; COMERLATO; DOLL, 2015, p. 48). Nesse caso, estamos
utilizando o crédito, e o vendedor fica com o crédito, ou seja, o direito de receber
as partes restantes do valor. Veja a figura a seguir.
96
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
FONTE: A autora
97
Educação financeira na educação básica
Uma forma de crédito muito comum nos dias de hoje ocorre com o uso de
cartões de crédito, certo? O cartão de crédito é utilizado por muitas pessoas para
o pagamento parcelado das compras.
FONTE: <https://www.dsop.com.br/imprensa/2018/11/
cartao-credito/>. Acesso em: 28 abr. 2020.
98
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
Alguns cuidados que as pessoas devem ter ao usar cartão de crédito são:
Além das compras a prazo e do uso do cartão de crédito, outra forma de usar
o crédito é o cheque especial, que é uma espécie de empréstimo ofertado pelos
bancos aos seus clientes.
99
Educação financeira na educação básica
100
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
101
Educação financeira na educação básica
102
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
É importante destacar, caro acadêmico, que nos dias de hoje é muito comum
as pessoas deixarem durante o mês coisas para pagar no próximo mês ou em
pagamentos futuros. Por isso, é fundamental controlar os gastos, principalmente
os no crédito ou em parcelas, e estar atento para que o acúmulo de contas
não leve ao descontrole do orçamento. Lembrando que no próximo capítulo,
estudaremos sobre a importância do orçamento e do planejamento financeiro.
Diante disso, não podemos deixar de destacar que, caso uma pessoa esteja
em situação de superendividamento, existem meios para a pessoa se livrar dessa
situação, ou seja, há meios que auxiliam a pessoa a acabar com as suas dívidas.
Conforme destaca o Banco Central do Brasil (2013, p. 32), para uma pessoa
“se livrar” das dívidas, ela deverá estar ciente que “[...] isso exigirá algumas
atitudes, que podem parecer um pouco desagradáveis de se fazer, mas que têm
o potencial de devolver a tranquilidade financeira e psicológica perdida devido às
preocupações com o excesso de compromissos financeiros”.
103
Educação financeira na educação básica
endividamento.
• Renegociar as dívidas: negociar condições mais vantajosas para o
pagamento das dívidas é outro aspecto fundamental para a saída do
endividamento. Essa é a hora de procurar trocar dívidas que pagam juros
elevados por dívidas com juros menores. Negociar os prazos também
pode ajudar na reorganização financeira do endividado.
• Reduzir gastos: outra ação imprescindível para a saída do
endividamento é o corte de gastos. Sobre o assunto, é essencial refletir
sobre os três tipos de gastos:
104
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
( )É
importante refletir antes de tomar crédito e não o utilizar de
forma indiscriminada.
( )
O cartão de crédito pode ser uma alternativa para realizar
compras, desde que usado com muito critério.
( )A
única desvantagem do uso do crédito é o pagamento de juros.
( )A
s pessoas devem estar conscientes de que, ao tomar crédito,
podem limitar o consumo futuro.
105
Educação financeira na educação básica
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Nessa unidade você teve a oportunidade de compreender o que é educação
financeira, você pôde reconhecer a importância da educação financeira na
vida das pessoas e o quanto é importante os professores estarem cientes da
contribuição e da importância da educação financeira em sala de aula. Você
também estudou nessa unidade sobre a educação financeira e a nossa relação
com o dinheiro. Por fim, foram apresentadas algumas reflexões sobre o uso do
crédito e sobre a administração das dívidas.
106
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
REFERÊNCIAS
ALVES, G. M. Em busca de uma educação financeira cidadã: promovendo o
desenvolvimento da cidadania dos alunos. Ouro Preto: Ed. da UFOP, 2014.
BUFFETT, M.; CLARCK, D. O Tao de Warren Buffett. São Paulo: Actual, 2007.
107
Educação financeira na educação básica
Papirus, 1996.
108
Capítulo 2 Introdução à Educação Financeira
109
C APÍTULO 3
Educação Financeira: Orçamento,
Planejamento, Consumo e Futuro
Financeiro
111
Educação financeira na educação básica
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Para finalizar o nosso estudo sobre educação financeira na educação básica,
neste último capítulo estudaremos sobre orçamento, planejamento, consumo e
futuro financeiro.
2 ORÇAMENTO E PLANEJAMENTO
FINANCEIRO
Diante de tudo o que estudamos até agora, podemos dizer que é fundamental
que as pessoas leiam e aprendam constantemente sobre dinheiro. É importante
também ser organizado, disciplinado, ter um controle dos seus gastos e ter uma
preocupação em analisar e revisar periodicamente seu orçamento e objetivos
financeiros. Neste tópico, estudaremos primeiramente sobre orçamento financeiro.
Em seguida, será apresentada a temática do planejamento financeiro.
112
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
113
Educação financeira na educação básica
E você, caro acadêmico, gasta mais do que ganha? Gasta menos do que
ganha? Gasta o mesmo que ganha?
O CONEF (2014) destaca que a palavra orçamento é usada no dia a dia com
dois sentidos diferentes. O primeiro é quando uma pessoa pede um orçamento
para, por exemplo, fazer alguns reparos na sua casa, para a compra de algum
material, entre outras situações. O outro sentido da palavra orçamento se refere,
segundo os autores, ao orçamento pessoal ou doméstico/familiar, que caracteriza
como uma ferramenta financeira. “Simplificando, podemos ver esse tipo de
orçamento como uma tabela em que em um dos lados estão as receitas, ou seja,
o dinheiro que entra, e do outro as despesas, ou seja, o dinheiro que sai” (CONEF,
2014, p. 31).
114
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
115
Educação financeira na educação básica
116
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
Os autores Buaes, Comerlato e Doll (2015, p. 42) destacam que “os nossos
sonhos e desejos são os motores da nossa vida, são os ingredientes que tornam
nossa existência mais prazerosa”. É importante ressaltar que nem todos os sonhos
precisam de dinheiro para serem realizados, porém, para os que precisam, como
a aquisição da casa própria, é necessário uma organização e um planejamento
financeiro.
FONTE: <https://montante.com.br/financiamento-caixa-fique-por-dentro-sobre-as-
regras-para-realizar-o-sonho-da-casa-propria/>. Acesso em: 14 maio 2020.
117
Educação financeira na educação básica
Perceba que, para seguir todas essas dicas, a pessoa deve ter consciência e
responsabilidade financeira, assuntos já discutidos neste livro.
118
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
Com o orçamento, uma pessoa consegue identificar para onde vai o seu
dinheiro, verificar quanto está gastando em coisas necessárias e coisas supérfluas
(desnecessárias), observar se o seu gasto aumentou ou diminuiu comparado ao
mês anterior, entre outros aspectos.
1ª etapa: planejamento
119
Educação financeira na educação básica
120
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
Interessante essa atividade, não é mesmo? Muitas vezes não nos damos
conta das despesas que temos no mês e do quanto elas variam de um mês para
o outro.
121
Educação financeira na educação básica
2ª etapa: registro
3ª etapa: agrupamento
Com o tempo você perceberá que são muitas as anotações e, para que
você as entenda melhor, agrupe-as conforme alguma característica similar,
como alimentação, educação, transporte, lazer etc. Lembrando que essa não é a
única forma de agrupar as despesas, e que cada pessoa pode utilizar a forma de
agrupamento mais adequada a sua realidade (BANCO CENTRAL DO BRASIL,
2013).
4ª etapa: avaliação
122
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
para realizá-los?
• É possível reduzir gastos desnecessários? Observe os
pequenos gastos, pois a soma de “muitos poucos” pode ser
bastante relevante.
• É possível aumentar as receitas?
123
Educação financeira na educação básica
124
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
Para Frankenberg (1999, p. 31), autor do livro “Seu futuro financeiro: você
é o maior responsável”, “planejamento financeiro pessoal significa estabelecer e
seguir uma estratégia precisa, deliberada e dirigida para a acumulação de bens
e valores que irão formar o patrimônio de uma pessoa e de sua família”. Assim,
dizemos que o planejamento financeiro vai muito além do que simplesmente
saber se você tem dinheiro suficiente para pagar suas contas, ou, economizar
o suficiente para ter uma conta bancária positiva. Ele permite às pessoas terem
uma qualidade de vida e auxilia as pessoas a conquistarem a sua independência
125
Educação financeira na educação básica
financeira.
Uma sugestão é, por exemplo, trazer uma notícia com dados atuais sobre
endividamento, e questionar os estudantes sobre as medidas que podiam ter
sido tomadas para evitar essa situação. É nessa hora que o professor utiliza
os conceitos da educação financeira. Você, professor, pode abordar diversos
conteúdos sobre cidadania, consumismo, endividamento, desenvolvimento
sustentável etc., conteúdos estudados nas unidades anteriores desse livro.
126
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
127
Educação financeira na educação básica
• Ser indisciplinado
Para que uma pessoa crie um planejamento financeiro, ela precisa ser (ou
se tornar) uma pessoa disciplinada, organizada e responsável. Ser indisciplinado
prejudica muito no controle do planejamento financeiro. É preciso ter consciência
da importância do planejamento. A indisciplina é um dos principais erros e motivos
da desistência do gerenciamento das finanças de uma pessoa.
128
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
que a pessoa tenha planos (seja a curto, médio ou longo prazo) para conseguir
alcançar os resultados esperados.
129
Educação financeira na educação básica
FONTE: <https://www.mobills.com.br/images/infograficos/Como-elaborar-um-
planejamento-financeiro-pessoal-incrivel-em-13-passos.pdf>. Acesso em: 24 maio 2020.
130
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
saiba qual o seu ponto fraco para aprender a contorná-lo. Gastos desnecessários,
principalmente quando ocorrem com frequência, irão atrapalhar o seu
planejamento. Por isso, decidir comprar somente o que você realmente precisa, é
importante para o seu planejamento financeiro pessoal.
Devemos sempre pagar à vista quando tiver desconto. É inegável que pagar
à vista um produto quando tem desconto é sempre mais vantajoso, pois assim
compraremos o produto a um preço mais barato, não é mesmo? É claro que,
nesse caso, devemos ficar atentos às propagandas enganosas de descontos.
131
Educação financeira na educação básica
132
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
uma pessoa endividada, isso pode ser um problema. Todo tipo de pagamento
deve ser analisado com cuidado.
FONTE: A autora
133
Educação financeira na educação básica
PORQUE
134
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
R.:____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
________________________________________________.
135
Educação financeira na educação básica
3 CONSUMO PLANEJADO E
CONSCIENTE
Segundo o CONEF (2014), consumo é o ato de consumir, comprar um
produto ou utilizar um serviço. Como estudamos anteriormente, o consumo deve
ser feito de maneira consciente, responsável e planejada. Consumir de maneira
planejada e consciente não significa restringir gastos ou deixar de comprar. Na
verdade, com o planejamento financeiro, a pessoa pode consumir mais e melhor.
136
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
atitudes que podem ser adotadas pelo consumidor para evitar o consumo por
impulso, e, também, promover o consumo consciente com práticas sustentáveis,
inclusive no que se refere ao uso e à conservação do dinheiro (BANCO CENTRAL
DO BRASIL, 2013).
137
Educação financeira na educação básica
138
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
Em sala de aula, você, professor, pode trazer algumas ideias como essas
e discutir com os estudantes sobre as consequências de ser um “consumidor
consumista” e sobre as vantagens de ser um consumidor consciente.
Para que uma pessoa deixe de ser consumista é necessário ter muita
disciplina e organização. Com a mudança de alguns dos seus hábitos e com um
planejamento financeiro, certamente a pessoa aprenderá a consumir de forma
mais responsável e consciente.
Nesse sentido, algumas dicas e atitudes que podem ser tomadas pelas
pessoas que vão ao supermercado e desejam se tornar um consumidor consciente
e responsável são:
139
Educação financeira na educação básica
O Banco Central do Brasil (2013) apresenta algumas atitudes que podem ser
adotadas pelo consumidor no comércio:
140
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
Para finalizar este tópico de estudos, veja algumas dicas para você pôr em
prática para se tornar um consumidor consciente:
141
Educação financeira na educação básica
Planeje suas compras parceladas. Quando você anota suas prestações para os
meses futuros, torna-se mais consciente do quanto sua renda está comprometi-
da. Isso evita compras parceladas em excesso e protege contra problemas de
se endividar demasiadamente.
Reconheça as estratégias de vendas. Ao tomar conhecimento do que o market-
ing e o comércio fazem, você será mais capaz de resistir às tentações de con-
sumo e das armadilhas que aparecem.
142
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
4 FUTURO FINANCEIRO
Neste último tópico, para finalizar o nosso estudo sobre educação financeira,
estudaremos sobre poupança, investimento, prevenção, proteção e aposentadoria.
143
Educação financeira na educação básica
144
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
145
Educação financeira na educação básica
Segundo o Banco Central do Brasil (2013), para que uma pessoa faça um
investimento que atenda as suas necessidades, é importante que ela conheça as
três características dos investimentos: liquidez, risco e rentabilidade.
146
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
Outro aspecto que uma pessoa precisa saber antes de investir são os
objetivos do investimento. O que você pretende fazer com o seu dinheiro?
Comprar uma casa? Comprar um carro novo? Formar uma poupança para utilizar
futuramente? Saber como você pretende utilizar o seu dinheiro no futuro é um
passo muito importante para a escolha do tipo de investimento.
147
Educação financeira na educação básica
A partir do momento que a pessoa define o seu objetivo, fica muito mais fácil
saber em quanto tempo ela precisará dele, ou seja, sua necessidade de liquidez.
O prazo de realização, segundo Silvestre (2016, p. 42), “é a quantidade de meses
ou anos entre o ponto de partida da acumulação e aquele momento futuro no
qual você pretende realizar seu sonho”, ou seja, em outras palavras, é o tempo
total (medido em meses) que uma pessoa leva para conseguir bater sua meta de
acumulação.
Por exemplo, vamos supor que você esteja começando a formar sua
poupança e o seu objetivo é comprar uma casa. É muito provável que serão
necessários alguns anos para você juntar o dinheiro para comprar a casa. Agora,
por outro lado, se o seu objetivo é comprar um carro novo daqui a exatamente
seis meses, dependendo do valor do carro, você precisa de investimentos de
maior liquidez. Nesse caso, é muito provável que você não tolerará investimentos
com alta volatilidade (maior risco) que possam colocar em risco o seu objetivo.
A pessoa que reserva seus recursos sem saber exatamente como funciona
seu produto financeiro, sem noção do quanto poderá ter dentro de alguns meses,
ou anos, ou até sem objetivos claros a alcançar, está seriamente correndo o risco
de estar apenas reservando dinheiro para algum impulso de consumo, que pode
ocorrer de forma breve, ou seja, essa pessoa está poupando e não investindo.
Mais precisamente, essa pessoa está apenas postergando seu consumo,
enquanto o investidor multiplica riquezas para consumir muito mais em algum
momento futuro. Assim, sem bons planos, não há conquistas (CERBASI, 2012).
148
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
Segundo o Banco Central do Brasil (2013, p. 50), “não é pelo fato de não
termos total controle sobre as diversas situações da vida que somos totalmente
impotentes diante dela”. Os autores ainda estacam que “talvez não tenhamos
condições de saber se e quando nosso automóvel será furtado, ou se ficaremos
doentes, mas certamente podemos tomar medidas para minimizar essas
possibilidades”.
Os seguros mais comuns nos dias de hoje são: previdência privada, seguros
pessoais (como seguro de vida, seguro funeral, seguro-desemprego), seguro do
automóvel, seguro viagem e seguro residencial.
149
Educação financeira na educação básica
150
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
Não minta nem omita infor- Não minta nem omita informações solicitadas
mações solicitadas quando o contrato exigir declarações. Essas
informações devem ser verdadeiras, para que
você tenha a segurança de que receberá a in-
denização nos casos previstos no contrato.
Consulte o Susep Lá você encontra informações valiosas para re-
alizar uma boa contratação de seguros.
FONTE: Adaptado de Banco Central do Brasil (2013)
151
Educação financeira na educação básica
destacam que há três pontos muito importantes para uma pessoa refletir e que
afetarão a sua aposentadoria:
É fato que ninguém sabe até quando vai viver, porém, não podemos negar
que, quanto mais nos preparamos para viver com qualidade por mais anos,
melhor.
Nesse momento, você pode estar se perguntando: mas afinal, quem precisa
se preocupar, e quando uma pessoa deve começar a se preocupar com a
aposentadoria?
152
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
153
Educação financeira na educação básica
envelhecer, não é mesmo? Justamente por ser algo esperado por nós, é
que devemos ter consciência da importância do planejamento financeiro
para podermos envelhecer com tranquilidade e com qualidade de vida.
154
Capítulo 3 Educação Financeira: Orçamento, Planejamento,
Consumo e Futuro Financeiro
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Estamos no fim do nosso estudo sobre educação financeira. Esperamos
que esse livro tenha fornecido subsídios fundamentais para a sua formação
acadêmica discente na área financeira, para que você possa atuar como agente
de divulgação da cultura de educação financeira no país. Também esperamos que
esse estudo tenha ampliado o seu nível de compreensão sobre a importância de
as pessoas efetuarem escolhas conscientes relativas à administração de seus
recursos financeiros e também da importância de nós, professores, colaborarmos
para a preparação dos estudantes para o consumo sustentável e para uma vida
financeira consciente e responsável.
Por fim, esperamos que você tenha adquirido muito conhecimento com o
estudo desse livro, e lembre-se sempre de que a educação financeira pode mudar
a vida de muitas pessoas.
REFERÊNCIAS
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Caderno de Educação Financeira – Gestão de
Finanças Pessoais. Brasília: BCB, 2013.
155
Educação financeira na educação básica
156