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EDUCAÇÃO FINANCEIRA NAS ESCOLAS PARA ENSINO MÉDIO

SOBRENOME, nome 1
SOBRENOME, nome 2

RESUMO

A aplicação da matemática financeira tradicionalmente se dá por aplicações de


fórmulas, sendo o conteúdo conduzido através do livro didático, que possui grande
importante no processo educacional, mas ainda são perceptíveis algumas
inconsistências em sua didática, abordando-o sem que sua complexidade o
justifique, com aplicações vagas e sem um ensino eficaz. Para que o ensino não se
prendesse aos livros didáticos, o Ministério da Educação juntamente com o Comitê
Nacional de Educação Financeira (CONEF), lançaram um Programa de Educação
Financeira nas Escolas para o Ensino Médio que facilita a aplicação da Matemática
Financeira aos alunos, sendo apresentada de forma dinâmica e eficaz aos
educandos. Os aspectos estudados no presente trabalho têm por objetivo analisar o
contexto da aplicação dos conteúdos da Matemática Financeira do Programa, com o
intuito de transformar esses estudantes em cidadãos mais conscientes aos se tratar
de suas vidas financeiras, evitando possíveis abusos, explorações ou até dividas. O
estudo teve aplicação ao decorrer do ano letivo, durante as respectivas aulas sobre
o conteúdo de Matemática Financeira, onde os educandos de forma online
acompanharam a aplicação do conteúdo por meio de web-conferencias e publicação
de atividades postadas no portal de ensino (Classroom), utilizando seus respectivos
livros do Programa. Com participação ativa dos estudantes as aulas fluíram de
maneira agradável e dinâmica, sendo um sucesso sua aplicação, mas sendo
interrompida para aplicação dos demais conteúdos escolares.

Palavras-chave: Matemática Financeira. Ensino Médio. Ensino da Matemática.


Educação Financeira.

1 INTRODUÇÃO

Usualmente nos deparamos com situações que nos fazem refletir sobre a
educação financeira, a importância de sua aplicação para turmas do ensino médio,
demonstrando como sua aplicação pode aumentar o conhecimento na área de forma
a evitar que os estudantes enfrentem situações comprometedoras. A oferta aos
estudantes de um conhecimento de qualidade que aumente a tomada de decisões
1
Graduanda em Licenciatura em Matemática pelo Centro Universitário Internacional Uninter
Universidade, de São Miguel do Oeste; [email protected].
2
Especialista em Novas Tecnologias no Ensino de Matemática pela UNICESUMAR, Especialista em
Engenharia de Produção pelo Centro Universitário UNINTER, Licenciatura Plena em Matemática pela
UNICESUMAR, Bacharel em Engenharia Elétrica pela Faculdade Estácio de Curitiba, Orientador de
TCC no Centro Universitário UNINTER, Professor na rede pública de ensino, Professor corretor de
provas discursivas EAD e presencial no Centro Universitário UNINTER.
convenientes para uma vida financeira saudável, que seja repassada a família e a
comunidade geral é uma forma de transformar o futuro de um estudante/cidadão.
A estratégia do ensino matemático financeiro é justamente preparar
estudantes a enfrentar desafios do cotidiano com maior autonomia, estando menos
suscetíveis a dividas, fraudes e situações indesejadas, as quais possam prejudicar
sua qualidade de vida.
Com a proposta de desenvolver hábitos que permitam ao aluno investir,
consumir e poupar de forma cautelosa e equilibrada, criando uma geração mais
segura financeiramente, agregando ao desenvolvimento do país. E objetivo de trazer
um novo olhar sobre o dinheiro, a educação financeira nas escolas, deve ofertar
novas formas de aplicação e ferramentas que possam fazer com que os estudantes
prendam ter atitudes financeiras autônomas, em um período curto, médio e de longo
prazo. Essas mudanças serão apresentadas e aplicadas ao decorrer do estudo,
como uma forma de aprimorar os conhecimentos dos educandos. Devendo levar em
consideração que a realidade de cada estudante é única e será utilizada como
exemplo para facilitar o aprendizado. Com essa fala chegamos ao ponto alvo do
estudo, como a aplicação da matemática financeira de forma pratica pode auxiliar na
mudança de visão para um futuro financeiro confortável?

2 A MATEMÁTICA FINANCEIRA

Ao longo da ultima década, o baixo nível de conhecimento financeiro de


cidadãos, particularmente jovens, preocupou governos de vários países. Onde
inicialmente a preocupação se dava pelo impacto do encolhimento o sistema público
e privado que esta voltado para o bem-estar/cuidados, envelhecimento populacional
e previdência (NOGUEIRA, 2016).
Ainda conforme Nogueira (2016) no ano de 1994 com o sucesso do Plano
Real do Brasil ocorreu uma explosão da oferta/facilidade de crédito, o que significou
melhora na qualidade de vida de boa parte da população, mas a combinação desse
crescimento do crédito com a fraca educação financeira da grande maioria da
sociedade resultou no endividamento de muitas famílias. Em 2008, outra crise
financeira preocupou especialistas da área. Levando em consideração esses
episódios aumenta ainda mais as preocupações de como os alunos estão
recebendo as aulas de matemática financeira, se o que está nos livros realmente
ajuda aos estudantes a lidarem com suas situações financeiras.
A Matemática é a disciplina ideal para iniciar o educando no mercado
financeiro, desde os anos iniciais onde se aprende a noção básica de troco e
identificação de cédulas e moedas, até uma das abordagens mais significativa de
conceitos como: função exponencial, função afim, razão, proporção e regra de três,
que são apresentadas no ensino médio. Por esse fato que os professores devem
enfatizar a importância do aprendizado de tais conceitos e transformá-los em
ferramentas de análise crítica e de tomada de decisão (JOVER, 2014).
O autor dinamarquês Skovsmose afirma que:

As questões econômicas por trás das formula matemáticas e os problemas


matemáticos, devem ter significado para o aluno e estarem relacionados a
processos impotentes da sociedade. Assim, o aluno tem um
comprometimento social e politico, pois identifica o que de fato é relevante
no seu meio cultural (SKOVSMOSE, 2008).

Quando se fala em educação financeira é necessário ter por objetivo


incentivar ações que levem as crianças a crescerem com atitudes diferentes quanto
a essa questão e consequentemente tendo mais visão sobre as ações que deverão
tomar assim que assumirem certas responsabilidades a medidas que eles vão
crescendo (BRASIL, 2017).
Em uma percepção mais ampla da matemática e seus conceitos, é de grande
importância que a mesma possa contribuir nas decisões vida profissional, social e
pessoal, diante dos desafios impostos. O Ministério da Educação, em seus
documentos orientadores, especialmente nos Parâmetros Curriculares Nacionais
(BRASIL, 2000) deixa clara a importância da Matemática para o jovem no Ensino
Médio. Podemos destacar a seguinte redação:

Em um mundo onde as necessidades sociais, culturais e profissionais


ganham novos contornos, todas as áreas requerem alguma competência
em Matemática e a possibilidade de compreender conceitos e
procedimentos matemáticos é necessário tanto para tirar conclusões e fazer
argumentações, quanto para o cidadão agir como consumidor prudente ou
tomar decisões em sua vida pessoal e profissional. (BRASIL, 2000).

A Educação Financeira é fundamental a todos, e quando inserida nas


escolas, os estudantes buscarão compreender a melhor forma de gerir o seu
dinheiro, e assim, terem a chance de aumentar as possibilidades de alcançar a
independência financeira no futuro e/ou poderá reduzir o endividamento das famílias
(BRASIL, 2017).
Segundo Santos (2012), auxiliar o aluno a entender o mundo em que vive,
torna-o mais critico, sendo um cidadão ativo e não passivo perante a sociedade,
como consumidor, vendedor, fornecedor ou ouvinte, conseguindo compreender e
cobrar seus direitos e analisar seus deveres. Ao incentivar o aluno a tomar decisões
assertivas sobre a vida financeira, leva-o a pensar não somente em como calcular
lucros com um investimento, mas principalmente, entender o que é um investimento
e quais os objetivos que levaram a criação desta operação financeira, contribuindo
no desenvolvimento de um olhar mais amplo e indagador em situações do cotidiano.
Com intuito de oferecer aos alunos informações e orientações que favoreçam
a construção de um pensamento financeiro consistente e que desenvolva
comportamento financeiro autônomo e saudável, é necessário se utilizar muito mais
que a matemática financeira dada em livros.
Em uma breve analise aos livros didáticos de Matemática para o ensino
médio percebe-se que por muitos anos a matemática financeira é apresentada como
um pequeno complemento, sem importância, mas ao passar dos anos a matemática
financeira se tornou fundamental, mesmo que somente no volume destinado ao
terceiro ano do ensino médio, entretanto saber a matemática financeira deve ser
muito mais que aplicação de formulas de montante, variáveis, juros compostos e
juros simples, são de extrema necessidade que o aluno construa uma interligação
com os conceitos matemáticos e saiba fazer uma analise critica dos resultados
obtidos (ROHDE, 2018).
A relevância da Matemática Financeira como temática fundamental é uma
forma explícita sobre a necessidade de resolver problemas relacionados ao
cotidiano, destaca que ao final do Ensino Médio, o aluno deve ser capaz de decidir
sobre as vantagens/desvantagens de uma compra à vista ou a prazo; avaliar o custo
de um produto em função da quantidade; conferir se estão corretas informações em
embalagens de produtos quanto ao volume; calcular impostos e contribuições
previdenciárias; avaliar modalidades de juros bancários (BRASIL, 2006).
Rocha (2018) demonstra a que o ensino praticado desse modo travava o
desenvolvimento da criatividade e da especulação, Minimizando a ação de
investigação, fator determinante para o desenvolvimento de estudantes autônomos e
reflexivos, tornando-os, assim, dependentes das ações do professor e refém desse
processo robotizado.
Mas muito além de aprender a tomar decisões financeiras inteligentes, a
matemática financeira deve ultrapassar questões individuais para pensar na
coletividade, pois indivíduos que tenham discernimento sobre decisões financeiras
são responsáveis pelo futuro, não só dos problemas das suas vidas, mas
acontecimentos da economia em geral, que pode incluir também agravantes sociais,
entre eles podemos citar: esgotamento dos recursos naturais, acúmulo de lixo,
divisão de renda, capitalismo crítico, problemas psicológicos e sociais e futuro
incerto de uma nação, promovendo uma educação financeira de forma a atingir a
próxima geração dominante do nosso mercado de trabalho e de consumo (ROHDE,
2018).
Para isso o Comitê de Regulação e Fiscalização dos Mercados Financeiros,
de Capitais, de Seguros, de Previdência e de Capitalização (COREMEC),
juntamente com o grupo de trabalho coordenado pela Comissão de Valores
mobiliários (CVM), passou a elaborar uma estratégia nacional de educação
financeira, e de forma estratégica, elaborou um programa voltado para crianças e
jovens. O programa ganhou o apoio de várias instituições governamentais, não
governamentais, bancos, conselhos municipais e estaduais e, finalmente o ministério
da Educação e Cultura (MEC). Nasce então o “Programa de Educação Financeira
nas Escolas”. A partir deste programa, algumas escolas estaduais do estado de
Santa Catarina receberam uma coleção didática intitulada “Educação Financeira nas
Escolas – Ensino Médio”. O material é organizado em três blocos, e cada bloco é
composto do livro do professor, do livro do aluno e do caderno de anotações do
aluno.

Figura 1 – Livros Educação Financeira nas Escolas – Ensino Médio – Bloco 1, 2 e 3.

Fonte: Governo do Brasil (2017)


Os livros apresentam ao educando uma nova visão sobre a educação
financeira de forma organizada e interativa com a realidade do jovem, o material
provoca o pensamento crítico e propõe ao aluno a familiarização como o hábito de
poupar. Apesar de o material ser um aprendizado extracurricular, não sendo muito
utilizados por professores para o aprendizado durante as aulas de matemática
escolar, os livros desde o seu primeiro bloco já incentivam o controle financeiro
pessoal, desenvolvendo conceitos matemáticos de grande relevância e não apenas
repassando a aplicação de formulas.
Outro ponto a ser destacado é a relevância dada à tecnologia digital, seu uso
didático e suas implicações no aprendizado. Diante do impacto provocado pela
tecnologia da informação e comunicação na configuração da sociedade atual, Brasil
(2006) evidencia a necessidade do uso de objetos tecnológicos de aprendizagem,
como calculadoras, planilhas e softwares (programas de computador) educativos,
mencionando a importância de contemplar uma formação escolar seguindo esses
dois sentidos, ou seja, a Matemática como ferramenta para entender a tecnologia, e
a tecnologia como ferramenta para entender a Matemática.
Existem inúmero softwares e aplicativos que podem facilitar a realidade
financeira dos usuários, facilitando o controle de receitas e despesas e organizando
registros, no entanto a Educação Financeira usualmente é aplicada na construção
do conhecimento e apropriação do senso crítico através da análise de resultados, e
para este fim um dos recursos mais adequados é o uso das planilhas eletrônicas.
Segundo Filho (2008), as planilhas eletrônicas permitem a visualização de uma
relação financeira no seu decorrer de tempo, diferente da aplicação de uma fórmula
que apresenta somente o resultado final da dívida a ser paga, ou do crédito a ser
recebido, por exemplo.
A junção da tecnologia, com a educação financeira escolar, mais o programa
de educação financeira é um inicio para a formação de cidadãos educados
financeiramente para uma vida social sem desperdícios e com consciência voltada
as boas atitudes financeiras.

2.1. PROPOSTA E A ABORDAGEM DA MATEMÁTICA FINANCEIRA

A grande maioria dos professores vê o material didático de seus alunos como


Situações Didáticas onde os alunos conseguem identificar a sua realidade e
desenvolver suas tarefas com maior facilidade utilizando seu material de apoio, na
área da matemática financeira não é diferente (ROHDE, 2018).
A proposta do ensino da Educação Financeira nas escolas vem para auxiliar
não só a poupar, mas entender sobre impostos, métodos de investimento, consumo
consciente, ela pode ser uma importante ferramenta para transformação do
ambiente escolar, além de transformador de histórias de vida (BRASIL, 2017).
Utilizando os livros do Programa Educação financeira nas Escolas – Ensino
Médio, foram selecionadas situações didáticas dos livros, com intuito de demonstrar
uma nova proposta de ensino de matemática financeira (CONEF, 2013).
Com intuito de incentivar os alunos e compreenderem ainda mais as
aplicações das situações financeiras encontradas no dia a dia e saibam tomar
decisões inteligentes para a solução destas situações. Segundo (CONEF, 2013), os
livros são divididos e aplicados da seguinte forma.

a) BLOCO 1 – Você Aqui e Agora


O foco do primeiro livro é a economia financeira voltada para casa e vida
social e se divide em três grandes seções Vida Familiar Cotidiana, Vida Social e
Bens Pessoais. Serão abordadas sete situações didáticas voltadas a renda,
despesas, receita e orçamento, que serão aplicados através de personagens e
casos para reflexão que demonstram situações vivenciadas no dia a dia do público
estudantil.
I. Situação Didática: Vida Familiar Cotidiana
Será feita uma analise dos gastos mensais fixos e a renda fixa disponível, a
partir de fontes literárias esta é a primeira lição para manter uma vida financeira
equilibrada, não causando incômodos desnecessários à família. As palavras
“orçamento”, “receita” e “imprevistos”, terão papel importante.
Para os exemplos de situações muito cotidianas, como ir ao mercado ou lojas,
serão relacionadas ao tema proposto pelo livro Vida Familiar Cotidiana, promovendo
reflexão e aprendizado sobre como aproveitar melhor a renda disponível sem cair
em armadilhas.
II. Situação Didática: Vida Social
Há momentos da vida social dos jovens como sair com amigos ou a
realização de uma festa que requerem organização e planejamento financeiro para
que evitemos não cair em ciladas financeiras, por querer “acompanhar” nossos
amigos e amigas em eventos não planejados, gastando mais que o disposto no
momento, encarando citações de endividamento.
É importante estarmos atentos a essas situações e com uma calculadora a
disposição, não deixando de lado o planejamento e cálculos. Por esse motivo será
realizado uma situações didáticas como acampamento e festa junina, usadas para
ilustrar erros comuns e caminhos para serem evitados na vida social.
III. Situação Didática: Bens Pessoais
Inúmeras vezes se torna difícil priorizar quais itens comprar, as diversas
ofertas de produtos dificultam essa decisão, levando em consideração que as
facilidades de se adquirir são tantas - parcelas, juros baixos, prazos estendidos,
entre outras – além das propagandas que seduzem e instigam a vontade de comprar
um novo celular, tênis, roupas novas, computador, tudo ao mesmo tempo.
A proposta do terceiro capítulo é falar abertamente sobre limites, prioridades e
também direito do consumidor, utilizando exemplos didáticos vivenciados em nosso
dia a dia, abordando um consumo consciente, que abre as portas para um novo
tema a ser trabalhado sobre o aquecimento global que tem relação importante com a
educação financeira abordada.

b) BLOCO 2 – Você seu Futuro Fazendo Acontecer!


Planejar o futuro, ter planos e objetivos é de suma importância e é o principal
objetivo deste livro, onde sonhos e vida real são tratados envolvendo o assunto
“trabalho” e “empreendedorismo”. Levantando questionamentos aos estudantes do
que é importante saber sobre o mercado e as suas possibilidades, trabalhado com
projetos maiores como a compra de um carro ou casa própria.
IV. Situação Didática: Trabalho
O capitulo quatro faz a seguinte pergunta “O que você quer ser quando
crescer?”, o qual demonstra que a escolha da profissão também é uma escolha de
identidade.
Apesar de ser um tema complexo é inevitável passar pelo processo de
formação, mas adentrar no mercado de trabalho pode ser um grande desafio, por
esse fato serão demonstradas situações didáticas que tratam que ajudaram os
educandos a lidar com a renda e com os benefícios a que o trabalhador brasileiro
tem direito.
V. Situação Didática: Empreendedorismo
Criar um empreendimento requer dedicação e tempo, assumindo riscos
financeiros, sociais e psicológicos, é sobre empreendedorismo que pode ser definido
como o processo de criar algo novo com valor e é tratado no capitulo 5,
apresentando situações didáticas sobre por onde começar? Como empreender?
Como se tonar empreendedor (a)?
VI. Situação Didática: Grandes Projetos
Devemos nos perguntar quais são os grades objetivos para nossa vida, um
pergunta fundamental para a busca da realização de nossos sonhos. Os sonhos
podem ser considerados uma viagem, a compra de uma casa, carro, uma nova
formação curricular ou aprender um novo idioma. Sonhar com o que vai acontecer
em nossas vidas daqui a 5 ou 6 anos, isso tudo pode estar relacionado com as
decisões que tomamos hoje, e a educação financeira permite, entre outras coisas,
poupar e investir com mais consciência, compreendendo os melhores investimentos,
evitando desperdício de dinheiro e de oportunidades relacionadas também aos
grandes projetos.

c) BLOCO 3 – Você Eu, Nós no Mundo!


O terceiro livro explica como a crise econômica que acontece nos Estados
Unidos pode afetar a economia brasileira e qual a sua importância, fazendo como os
cidadãos tenham maior conhecimento ao acompanhar e compreender politicas e
investimentos do governo. Então é necessário ressaltar que o livro 3 vai abordar
com suas seções “Bens Públicos”, ‘Economia do País” e “Economia do Mundo”.
VII. Situação Didática: Bens Públicos
Conhecer o que é um bem público, e quem paga a conta deste bem publico
são algumas das explicações apresentadas no capitulo 7, bem como exemplos
práticos de sobre ciclovia de uma cidade, estátuas, praças que são bens públicos e
necessitam de manutenções constantes que geram custos ao setor público. Todas
essas questões serão apresentadas ao longo do capitulo.
VIII. Situação Didática: Economia do País
No oitavo capitulo serão demonstrados os desafios internos e externos da
economia de um país, como estar inserido no mercado de trabalho de forma
saudável, com a balança comercial equilibrada. Outros assuntos de extrema
relevância como previdência e impostos, inflação e leis de incentivo para a Cultura e
o Esporte, história do sistema financeiro brasileiro serão abordados ao longo
das situações didáticas.
IX. Situação Didática: Economia do Mundo
Por fim no último capitulo da serie com os três livros, serão demonstradas
história da economia mundial, desde a revolução industrial, agronegócio, uma
apresentação sobre o FMI, Banco Mundial, BID, entre outros bancos que financiam
mundialmente e uma explicação bem dinâmica sobre crise mundial.
O Programa Educação Financeira nas Escolas tem por objetivo ajudar jovens
estudantes a conquistar sonhos e desejos de forma consciente. E para que isso
ocorra faz-se necessário que professores promovam a educação financeira dentro
das escolas, contribuindo para o fortalecimento da cidadania e da tomada de
decisão consistente por parte da comunidade na qual estão inseridos.
A proposta de formação é composta por atividades que abordam alguns
conceitos financeiros que integram os materiais de Educação Financeira. Além de
possibilitar a troca de conhecimentos e reflexões entre os membros da Comunidade
na qual estão inseridos, possibilitando a participação em fóruns, enquetes e o
conhecimento de boas práticas dos colegas.
Devido ao vírus da COVID-19, o Programa de Educação Financeira nas
Escolas aconteceu de forma online, web conferencia e publicação de conteúdo no
portal de ensino, com alunos do terceiro ano do ensino médio em suas aulas de
Matemática Financeira sendo aplicado o Bloco 1 dos livros. Na apresentação dos
resultados não serão revelados os nomes de alunos que participaram do programa,
entretanto os mesmo estão cientes da utilização dos dados colhidos. Foram
realizadas as conceituações dos temas, apresentando alguns exercícios sugeridos
pelo Livro onde em conjunto com os estudantes foram resolvidos. Destaque para o
fato de esses exercícios apresentarem inúmeras situações de aprendizagem.
Todas as atividades foram muito bem aceitas pelos alunos. Inicialmente cada
aluno desenvolveu seu autoconhecimento quanto sua atual situação financeira.
Onde os questionamentos que mais se destacaram pela maioria foram pelo fato de
escolherem a alternativa “vivendo e gastando”, o que preocupou até mesmo os
estudantes por não haver o habito de poupar, nenhum dos alunos do programa
demonstrou que faça anotações ou guardar suas notas de despesas ou receitas, o
que facilita o fato que não lembrarem ou saberem onde investiram o dinheiro. Outro
ponto que chamou atenção foi pelo fato das compras impulsivas, onde praticamente
todos já se arrependeram de ter adquirido algum produto.
Durante as aulas do Programa algo que muitos destacaram foi à falta de
controle sobre o destino do dinheiro, pelo menos 85% dos educandos não sabem
descrever o investimento que fizeram com seu dinheiro, deve-se ressaltar que a
grande maioria já atua no mercado de trabalho. Nas perguntas sobre empréstimos,
nenhum aluno salientou a necessidade do ato, mas demonstraram interesse sobre o
assunto. A atividade inicial aos estudantes foi praticar as anotações de todos os
seus gastos, durante os próximos 30 dias.
No encontro seguinte o livro propõe a criação de uma tabela manual para
anotações de receitas e despesas, sempre partindo da conscientização por parte do
aluno em registrar todas as movimentações. Para a realização da tabela ficou livre
para cada estudante escolher a melhor forma de executar a planilha, alguns
preferiram realizar a tabela manualmente outro já tiveram a ideia de construi-la de
forma eletrônica. Tanto na tabela eletrônica, quanto a manual os alunos precisaram
aplicar fórmulas de soma e multiplicação, e compreender o princípio básico da
função afim. A construção da tabela proporcionou a cada estudante analisar seus
investimentos durante os primeiros 30 dias e se foram investimentos inteligentes ou
não.
Para o terceiro encontro o material propõe ao aluno pensar em algo que
gostaria de comprar, e analisar o “custo efetivo total” de um empréstimo para
adquiri-lo. A discussão gira em torno de qual a condição de pagamento que o aluno
escolheria. Qual é o fator levado em consideração na hora de optar por uma forma
de pagamento?
Para isso os alunos aplicaram as formulas de montante simples e montante
composto, possibilitando a discussão sobre o rendimento simples e composto, um
dos objetivos didáticos da proposta apresentada.
Para uma situação fictícia dada pelo livro, propõem-se três orçamentos para
um empréstimo de R$ 2.000,00.
Loja 1: taxa de 2% ao mês em 30 parcelas;
Loja 2: taxa de 1,8% ao mês em 20 parcelas;
Loja 3: taxa de 3% ao mês em 40 parcelas.
Sendo utilizadas as seguintes formulas para a aplicação
Montante Simples=C .(1+i. t)
Montante Composto=C . ¿

Figura 2 – Tabela de calculo dos empréstimos.

Fonte: autora 2020.

Os estudantes montaram suas tabelas (Figura 02) seguindo as formulas e


obtiveram seus resultados, os quais surpreenderam muitos dos alunos, ao comparar
o montante final pago ficaram surpresos com a diferença dos juros em cada caso.
Concluindo que para se entender o custo efetivo total de um empréstimo deve se
multiplicar o número de parcelas pelo seu valor. Assim é possível analisar qual será
o valor total pago referente aos juros da operação.
Ainda dando sequencia com a problemática apresentada sobre os
comparativos de empréstimos, foram projetadas tabelas para entendimento do
funcionamento de cobrança do montante simples e montante composto (Figura 03).

Figura 3 – Comparação entre Montante Simples e Montante Composto

Fonte: autora 2020.


Os alunos observaram que a coluna do montante simples possui um aumento
constante, sempre de R$ 40,00 reais, o que demonstra que o aumento calculado
sobre o capital se aplica na formula da função afim y=40 , 00 . x +2000 , 00 , onde x é
o numero da parcela e y o valor da parcela. Para a coluna do montante composto
houve a explicação de que o juro seria calculado sempre sobre o último montante
(juro sobre juro). A compreensão dos diferentes tipos de montante ficou mais clara
pra os alunos após a aplicação das atividades.

3 METODOLOGIA

Esse trabalho possui metodologia exploratória, visando contribuir com


profissionais da educação e estudantes que desejam conhecer um novo método de
aplicação matemática financeira nas escolas.
A pesquisa exploratória tem por objetivo proporcionar maior familiaridade com
o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. A grande
maioria dessas pesquisas envolve: levantamento bibliográfico; entrevistas com
pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e análise de
exemplos que estimulem a compreensão (GIL, 1999).
Para Aaker, Kumar & Day (2004), a pesquisa exploratória costuma envolver
uma abordagem qualitativa, tal como o uso de grupos de discussão; geralmente,
caracteriza-se pela ausência de hipóteses, ou hipóteses pouco definidas.
Zikmund (2000) explica que os estudos exploratórios, geralmente, são úteis
para diagnosticar situações, explorar alternativas ou descobrir novas idéias. Esses
trabalhos são conduzidos durante o estágio inicial de um processo de pesquisa mais
amplo, em que se procura esclarecer e definir a natureza de um problema e gerar
mais informações que possam ser adquiridas para a realização de futuras pesquisas
conclusivas. Dessa forma, mesmo quando já existem conhecimentos do pesquisador
sobre o assunto, a pesquisa exploratória também é útil, pois, normalmente, para um
mesmo fato organizacional, pode haver inúmeras explicações alternativas, e sua
utilização permitirá ao pesquisador tomar conhecimento, se não de todas, pelo
menos de algumas delas.
A ideia de falar sobre o tema Matemática Financeira nas Escolas para o
ensino médio surgiu ao trabalhar com os alunos a matemática financeira em suas
aulas regulares, a falta de interesse na aplicação de fórmulas e falta de
entendimento, fez com que buscasse outra metodologia para o ensino da
matemática financeira. Deste modo começou uma longa investigação sobre o tema
e como poderia ser melhora para a confecção deste artigo.

A matemática financeira possui diversas aplicações práticas. Tais


aplicações são pertinentes às mais variadas pessoas e profissões, desde
aquelas interessadas em benefício próprio, como aquelas com finalidades
profissionais específicas. Não obstante, tal campo estimula a capacidade de
tomar decisões e a consequente necessidade de fundamentação teórica
para que se decida com correção (FILHO, 2016).

Para desenvolver o projeto, foi realizado inicialmente um estudo bibliográfico


utilizando estudos baseados em artigos científicos, livros e materiais digitais obtidos
através de sites e portais de web, que permitiram contextualizar e propor meios de
diagnósticos, intervenções e auxílios para os professores que atravessam situações
de desinteresse pelo aprendizado em sala de aula.
Para Lakatos e Marconi (2001), a pesquisa bibliográfica,

“[...] abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema


estudado, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros,
pesquisas, monografias, teses, materiais cartográficos, etc. [...] e sua
finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi
escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto [...]” ( LAKATOS &
MARCONI 2001).

Após longo estudo bibliográfico foram coletados materiais que


proporcionariam maior interesse na aplicação do conteúdo Matemática Financeira.
Com o material da pesquisa em mãos foi feita a aplicação do método, onde de forma
qualitativa foi apresentado às dados colhidos durante o período de aplicação.
Segundo Triviños (1987) é desejável que a pesquisa qualitativa tenha como
característica a busca por:

“[...] uma espécie de representatividade do grupo maior dos sujeitos que


participarão no estudo. Porém, não é, em geral, a preocupação dela a
quantificação da amostragem. E, ao invés da aleatoriedade, decide
intencionalmente, considerando uma série de condições (sujeitos que sejam
essenciais, segundo o ponto de vista do investigador, para o esclarecimento
do assunto em foco; facilidade para se encontrar com as pessoas; tempo do
indivíduo para as entrevistas, etc.)” (TRIVIÑOS, 1987).

Por fim o principal objetivo deste artigo é a realização do estudo sobre a


Matemática financeira, caracterizada pela dificuldade de aprendizado, citando
algumas formas de melhorar e aumentar a busca por seu estudo de forma favorável
aos estudantes, podendo transformar seu futuro financeiro e de sua família, evitando
desperdícios, dividas e conhecendo um pouco mais sobre questões financeiras.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Matemática financeira é de fundamental importância para o campo da


educação e possui função de transformar estudantes em cidadãos conscientes e
autônomos com atitudes responsáveis em suas vidas financeiras, mas para que isso
se torne realidade será necessário trabalha a matemática financeira de forma mais
humana, fazendo com que não se torne aplicação de formulas, mas possa mudar a
realidade dos alunos e do seu local de convívio.
A matemática financeira é um tema de interesse geral, saber administrar o
uso do dinheiro de forma consciente e segura gera aspectos humanos, que mudam
o meio social, ambiental, emocional e econômico, uma forma dos conceitos
matemáticos se transformarem em ferramentas para uma cidadania com
emancipação financeira.
As mudanças sugeridas na forma de aplicação do material tratam-se da
compreensão contextual com intuito de tornar aulas de matemática mais dinâmicas
com aprendizagem de vida e conceitos fundamenteis, mas cabe a cada professor
fazer bom uso do seu material.
A aplicação dos conceitos do Programa Educação Financeira nas escolas –
Ensino médio trouxe um novo olhar aos educandos sobre a aplicação de seu
dinheiro, fortalecendo o entendimento sobre as aplicações de formulas dadas pelo
livro didático escolar, favorecendo os estudantes.
Não apenas nas escolas, mas em nossas casas podemos aplicar a
matemática financeira, inicie com anotações em um caderno sobre suas despesas
regularmente, classifique suas despesas em fixas (aluguel, água, luz), variáveis e
eventuais. Analise se seus gastos são realmente necessários, identifique categorias
cujas despesas possam ser reduzidas. Lembrem-se imprevistos acontecem, onde
pode devemos avaliar situações que o segura pode fazer diferença. Iniciar hoje pode
mudar toda uma vida, anotações e a pergunta se realmente se aquele gasto é
necessário, isso faz toda a diferença.
O material para estudo de aplicação está disponível no site do Governo
Federal, junto ao material é disponível um curso de forma online gratuito sobre o
tema estudado, para todos, o qual pode ajudar a melhorar a qualidade de vida
financeira da comunidade geral.

REFERÊNCIAS

AAKER, D. A.; KUMAR, V.; DAY, G. S. Pesquisa de marketing. São Paulo: Atlas,
2004.
COMITÊ NACIONAL DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA - CONEF. Educação
Financeira nas Escolas, Ensino Médio – Bloco 1. Brasília, DF. 2013.
_______. Educação Financeira nas Escolas, Ensino Médio – Bloco 2. Brasília,
DF. 2013.
_______. Educação Financeira nas Escolas, Ensino Médio – Bloco 3. Brasília,
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