5 - Direito Tributario

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1 – Noções de Direito Tributário: Sistema Tributário Nacional.

Princípios constitucionais
tributários. Competência legislativa. Limitações da competência tributária. Espécies tributárias.
Repartição das receitas tributárias. Obrigação tributária: principal e acessória, fato gerador,
sujeitos ativo e passivo, contribuinte e responsável. Crédito tributário: constituição,
lançamento, suspensão, extinção e exclusão.

Noções de Direito Tributário: Sistema Tributário Nacional. Espécies Tributárias

Item

Receitas públicas originárias: Receitas arrecadadas por meio da exploração de atividades


econômicas pela Administração Pública. Resultam, principalmente, de rendas do patrimônio
mobiliário e imobiliário do Estado (receita de aluguel), de prestação de serviços comerciais e
de venda de produtos industriais ou agropecuários. (direito privado) (vínculo contratual)
(igualdade entre as partes)

Receitas públicas derivadas: Receitas obtidas pelo poder público por meio da soberania
estatal. Decorrem de norma constitucional ou legal e, por isso, são auferidas de
forma IMPOSITIVA, como, por exemplo, as receitas tributárias. (direito público) (vínculo legal)
(supremacia interesse público)

Item

CTN, Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Item

A pecúnia representa a prestação em dinheiro, em moeda corrente, ou em cheque, conforme


o inc. I do art. 162 do CTN:

Art. 162. O pagamento é efetuado: I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; II - nos casos
previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico.

Item

O inc. XI do art. 156 do CTN estipula a possibilidade de dação em pagamento em bens imóveis
para a quitação dos débitos tributários. Em síntese, a dação em pagamento refere-se ao
adimplemento de obrigação com coisa diversa da prevista no acordo originário (por exemplo: a
dívida do IPTU deve ser paga em dinheiro, porém, não o tendo, o contribuinte poderia honrar
a obrigação com a entrega de determinado imóvel).

Item

Tripartite = CTN
Pentapartida = CF/88

Item

Natureza jurídica do Tributo:

CTN, Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da
respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:

I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;

II - a destinação legal do produto da sua arrecadação

Item

IMPOSTO - tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte (caráter pessoal, solidário)
(graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte)

TAXA - em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de


serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua
disposição; (caráter contraprestativo) (dependência atividade estatal específica)

- CF/88, Art. 145, § 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

- CTN, Art. 77, parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador
idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das
empresas

CONTRIBUIÇÃO MELHORIA - CTN, Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União,
pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização
imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo
de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. (caráter contraprestativo)
(dependência atividade estatal específica)

EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS – exclusiva da UNIÃO

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:

I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra


externa ou sua iminência; (exceção ao princípio da anterioridade)

II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse


nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". (exceção ao princípio da anterioridade)
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será
vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. (deve obedecer ao princípio da
anterioridade)

CONTRIBUIÇÕES –

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no


domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas , como
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e
150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que
alude o dispositivo. (CSLL, CIDE e Cat. Profissionais)

Art. 149. § 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de
lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos
servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas
progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos proventos de
aposentadoria e de pensões.

Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art.
150, I e III. (COSIP)

Sobre a receita de concurso de prognósticos (art. 195, III, CF);

Sobre a importação de bens e serviços (art. 195, IV, CF);

Contribuição Social residual para a seguridade social (art. 195, § 4º, CF).

Item

Classificação tributos quanto ao:

Ente instituidor:

União – todas as espécies. (EC é exclusivo da União)

Estados - imposto, taxa, contribuição melhoria, contribuições especiais (previdenciária)

DF – imposto, taxa, contribuição melhoria, contribuições especiais (previdenciária) e COSIP

Municípios - imposto, taxa, contribuição melhoria, contribuições especiais (previdenciária) e


COSIP

Função:

Fiscal - (arrecadar recursos financeiros para o Estado)


Extrafiscal – (intervir na economia ou no comportamento da sociedade)
(arrecadação é consequência secundária)
Parafiscal – (instituídos pelo poder público) (arrecadação é destinada às
instituições que desenvolvem atividade de interesse público paralelas
àquelas desenvolvidas pelo poder público)

Fato Gerador:
Vinculado - o fato gerador do tributo depende de alguma atuação estatal
específica em relação ao contribuinte. (taxas e contribuições de melhoria)

Não Vinculado - o fato gerador do tributo não depende da atuação


estatal específica em relação ao contribuinte. (Impostos, Empréstimos
Compulsórios e Contribuições Especiais)

Destinação dos recursos arrecadados:


Arrecadação vinculada - os recursos devem ser aplicados
especificamente em determinadas atividades, conforme estabelecido na
legislação. (taxas e contribuições de melhoria PODEM ter recursos
vinculados)

Arrecadação não vinculada - os recursos estão livres para serem


aplicados pelo poder público. (impostos, mas com ressalva do inciso IV, art.
67, CF/88:
Repartição constitucional dos impostos;
Destinação de recursos para as ações e serviços públicos de
saúde;
para manutenção e desenvolvimento do
ensino;
para realização de atividades da administração
tributária;
para prestação de garantias às operações de
crédito por antecipação de receita.

Encargo da tributação:
Contribuinte de direito: Pessoa que tem atribuição legal de realizar o
pagamento do tributo. Ou seja, é ela quem recolhe o tributo para os cofres
públicos.
Contribuinte de fato: Pessoa que, de fato, realiza ou suporta o ônus do
pagamento realizado pelo contribuinte de direito.
Tributos diretos - o ônus da tributação recai sobre o agente
causador do fato gerador
- Contribuinte de direito é o contribuinte de fato
- IPVA, IPTU, ITBI (...) (impostos sobre patrimônio e renda)

Tributos indiretos - o contribuinte de direito repassa o encargo


tributário para o contribuinte de fato
- Contribuinte de direito não é o contribuinte de fato
- ICMS, IPI, ISS (...) (impostos sobre produção e circulação)

Pessoalidade da Tributação:

Tributos pessoais (subjetivos) são aqueles que levam em consideração as particularidades de


cada contribuinte, ou seja, a tributação depende de características pessoais.

CF/88, Art. 145. § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e
serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte , facultado à
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar,
respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte

Tributos Impessoais (objetivos) ou Reais - não levam em consideração as particularidades de


cada contribuinte, ou seja, a tributação não depende de características pessoais.

Base econômica da tributação:

4 classificações baseados na atividade econômica:

Impostos sobre o Comércio Exterior – II e IE

Impostos sobre o Patrimônio e a Renda – IPTU, IPVA, ITBI, ITCMD, IR e ITR

Impostos sobre a Produção e a Circulação – IPI, ICMS, ISS e IOF

Impostos Especiais – Impostos Extraordinários

Item

Técnicas de Tributação
Progressividade (gradual ou simples)
- Progressivos - a alíquota aplicável aumenta de acordo com o
aumento da capacidade econômica do contribuinte. Ex.: IR
- Regressivos - a alíquota aplicável diminui de acordo com o aumento
da capacidade econômica do contribuinte. Ex.: tributos sobre consumo
- Proporcionais - a alíquota aplicável é a mesma independentemente
da operação ou da capacidade econômica do contribuinte

Não cumulatividade - não tributar o que já foi tributado anteriormente


- tributos cumulativos: PIS, COFINS, CPMF. Obs.: o PIS e COFINS
também podem ser não cumulativos caso o contribuinte opte pelo lucro
real ou presumido.
- Não cumulativos: ICMS, IPI

Seletividade (essencialidade) - a carga tributária incidente sobre as


operações ou prestações sejam maiores (ou menores) conforme a
essencialidade dos bens ou serviços.

Item

Equidade e Progressividade

Cada contribuinte deve contribuir com uma parcela justa para cobrir os custos do governo.

Como definir parcela justa?

- Princípio do benefício: cada indivíduo deve contribuir com uma quantia proporcional aos
benefícios gerados pelo consumo do bem público. (difícil implementação) (fórmula tributária
geral não possível).

- aplicação parcial: o financiamento do serviço público (função alocativa) ocorre


diretamente através do pagamento de entradas, tarifas ou taxas de utilização (trens urbanos)
(consumo rival e princípio da exclusão). Exemplos: tributo sobre combustíveis cuja arrecadação
seja direcionada para o financiamento da manutenção ou construção de rodovias. Exemplo 2:
contribuições para a previdência social.

- Princípio da capacidade de pagamento: o ônus tributário deve garantir as equidades


horizontais (mesma capacidade de pagamento, mesmo nível de impostos) e verticais (as
contribuições dos indivíduos devem diferenciar-se conforme suas diversas capacidades de
pagamento. (permite uma regra geral)

- qual o melhor indicador da capacidade? Fluxo (renda ou consumo) ou estoque


(riqueza)

Item

Neutralidade
O objetivo da neutralidade é que o sistema tributário não provoque uma distorção da alocação
de recursos, prejudicando, dessa forma, a eficiência do sistema.

-não afeta a eficiência nas decisões de alocação de recursos para a produção e o


consumo de mercadorias e serviços.

- impostos sobre consumo: não há neutralidade

- impostos sobre renda: há neutralidade

Item

Simplicidade relaciona-se com a facilidade de operacionalização da cobrança do tributo e de


fácil entendimento para quem vai pagá-lo.

Item

Curva de Laffer

Pág. 50, Giambiagi Finança Pública

Item

Sobre taxas:

Súmula Vinculante 19 - A taxa cobrada exclusivamente em razão dos


serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou
resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição
Federal.

Súmula Vinculante 41 - O serviço de iluminação pública não pode ser


remunerado mediante taxa. (caráter INESPECÍFICO e INDIVISÍVEL.)

É constitucional a taxa de serviços urbanos referente à limpeza pública quando a sua base de
cálculo guarda pertinência com a metragem da área construída do imóvel e respectiva
finalidade.

É constitucional taxa de renovação de funcionamento e localização municipal, desde que


efetivo o exercício do poder de polícia, demonstrado pela existência de órgão e estrutura
competentes para o respectivo exercício (RE 588322).

Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato normativo
infralegal fixar o valor de taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal,
valor esse que não pode ser atualizado por ato do próprio conselho de fiscalização em
percentual superior aos índices de correção monetária legalmente previstos (RE 838284).
Súmula Vinculante 29 do STF - É constitucional a adoção, no
cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo
própria de determinado imposto, desde que não haja integral
identidade entre uma base e outra.

Súmula 595 do STF - É inconstitucional a taxa municipal de


conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja
idêntica à do Imposto Territorial Rural.

Súmula 665 do STF - É constitucional a taxa de fiscalização dos


mercados de títulos e valores mobiliários instituída pela Lei 7.940/1989.
Súmula 667 do STF - Viola a garantia constitucional de acesso à
jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa.

Item

Fornecimento de água e esgoto  contraprestação cobrada por concessionárias de serviço


público de água e esgoto detém natureza jurídica de trarifa ou preço público. (direito privado)

- facultatividade (não compulsório)

- fornecimento de água: Súmula nº 407: É legítima a cobrança da tarifa de


água fixada de acordo com as categorias de usuários e as faixas de consumo.

- tratamento de esgoto: entendimento do STJ “...a contraprestação cobrada por


concessionárias de serviço público de água e esgoto detém natureza jurídica de tarifa ou
preço público¨.

Fornecimento de energia elétrica  natureza jurídica da remuneração pela prestação de


serviço público, cobrada por concessionárias de serviço público, é de natureza tarifa ou preço
púbico

Item
Contribuição de Melhoria

STF

Realização de pavimentação nova, suscetível de vir a caracterizar benefício direto a imóvel


determinado com incremento de valor, pode justificar a cobrança de contribuição de
melhoria, o que não acontece com o mero recapeamento de via pública já asfaltada, que
constitui simples serviço de manutenção e conservação, não ocasionando, destarte, a cobrança
do gravame.

Item
o fato gerador de contribuição de melhoria se perfaz somente após
a conclusão a obra que lhe deu origem e quando for possível aferir
a valorização do bem imóvel beneficiado pelo empreendimento
estatal.
Princípios constitucionais tributários. Competência legislativa. Limitações da competência
tributária.

Item

Limitações ao poder de tributar

- Trata-se de um conjunto de regras e princípios que tem por objetivo estabelecer uma série de
limites ao poder de o Estado retirar de seus cidadãos, na condição de contribuintes, as
riquezas necessárias para o sustento e gestão da coisa pública.
- Ao mesmo tempo em que o Estado detém o “poder de tributar”, na face “do dever
fundamental de pagar tributos”, há também uma regulação deste poder, para que se evite a
tributação arbitrária e abusos por parte do Estado.

STF: o princípio da anterioridade tributária (art. 150, III, b, da CF/1988) é garantia individual
do contribuinte, e, nesta qualidade, não pode ser abolido, por estar alcançado pelo conceito
de cláusula pétrea (§4º do art. 60 da CF/1988).
- Declaradas inconstitucionais as normas que determinavam que o IMPF incidisse sobre os
templos de qualquer culto (art. 150, VI, b); patrimônio, renda ou serviços dos partidos
políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das
instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos (art. 150, VI, c); e dos
livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão (art. 150, VI, d), por
ofenderem, respectivamente, a liberdade religiosa; a liberdade de expressão e a livre difusão
de ideia; a liberdade sindical e a liberdade de criação e filiação aos partidos políticos.

Princípio da Princípio da Legalidade previsto na CF/88:


Legalidade
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;


- Ao Estado apenas é lícito instituir e, por consequência, cobrar (exigir)
tributos por meio de lei em sentido formal.

§ 6º do art. 150. Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de


cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão,
relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser
concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal,
que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o
correspondente tributo ou contribuição.

Princípio da reserva legal apresentado pelo CTN:

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda


ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de
ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.

Matérias que devem observar o princípio da reserva legal (CTN):

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:

I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;

II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto


nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;

III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal,


ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu
sujeito passivo;

IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo,


ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;

V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões


contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela
definidas;

VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos


tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.

§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base


de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.

Lei ordinária = regra

Lei complementar = Empréstimos Compulsórios, IGF, Impostos


Residuais e Contribuições Sociais Residuais

CF/88, Art. 62. § 1º É vedada a edição de medidas


provisórias sobre matéria:

III – reservada a lei complementar;

Exceções ao princípio da legalidade tributária:

- É permitido que a majoração ou a diminuição do tributo seja feita


por outro ato normativo que não a lei em sentido estrito.

- É lícito ao Poder Executivo atualizar a base de cálculo do IPTU por


meio de decreto (STF e STJ).

- A utilização do decreto expedido pelo Poder Executivo apenas é


permitida para a atualização e não para o alargamento da
base de cálculo do tributo.

- Ao Município é proibido realizar atualização que ultrapasse o


percentual previsto em índices oficiais.

Súmula: É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante


decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção
monetária.

Prazo para pagamento de tributo:

- É possível que o Poder Executivo fixe, por meio de decreto, a data


de recolhimento do tributo, uma vez que tal dado não compõe a
obrigação tributária principal, sendo obrigação acessória, que
não precisa ser necessariamente normatizada via lei em sentido
formal (RE 172394/SP, RE 195.218/MG e RE 230557/DF).

Exceções ao princípio da legalidade constitucionalmente


previstas:

§ 1º do art. 153. Observadas as condições e limites previsto em lei,


pode o Poder Executivo alterar as alíquotas dos Impostos de
Importação (II), Imposto de Exportação (IE), Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio
e Seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF).

Conforme EC n° 33/2001, duas novas Exceções surgiram:

- permissão ao Poder Executivo Federal para reduzir ou


restabelecer as alíquotas da contribuição de intervenção no
domínio econômico relativa às atividades de importação e
comercialização de petróleo (CIDE – combustíveis) (§ 4º do
art. 177).

- permissão aos Estados e ao Distrito Federal, por meio do Conselho


Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), determinar quais as
alíquotas de incidência única sobre os combustíveis sujeitos à
tributação do ICMS. (ICMS monofásico)

Leis Delegadas:

- É possível a instituição de tributo por meio de lei delegada e


que, tecnicamente, isto não pode ser considerado um exceção ao
princípio da legalidade tributária, uma vez que lei delegada é lei.

Medidas Provisórias:

- É possível a instituição de tributos por meio de medida provisória,


desde que presentes os seus requisitos constitucionais de
relevância e urgência (STF).

§ 2º do art. 62 CF. Medida provisória que implique instituição ou


majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V,
e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se
houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi
editada.

- Caso a CF/1988 preveja que determinado tema tributário ou que


uma específica espécie tributária deva ser objeto de lei
complementar, resta vedado ao Poder Executivo a edição de
medida provisória neste campo.

- Cabe à lei complementar dispor sobre as limitações constitucionais


ao poder de tributar, estabelecer normas gerais em matéria de
legislação tributária sobre definição de tributos e de suas espécies,
sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência
tributários, entre outros assuntos.

- É inconstitucional a medida provisória que institui o Imposto


sobre Grandes Fortunas e empréstimos compulsórios por
necessidade de atendimento de despesas extraordinárias em
virtude de calamidade pública ou guerra externa.

Decretos:

- Decretos autônomos não são aplicáveis no campo do


Direito Tributário, mas apenas em questões de organização do
funcionalismo que não impliquem em aumento de despesa (Direito
Administrativo) e no caso de extinção de funções e cargos públicas,
quando vagos.

- No campo tributário, apenas têm-se os decretos


regulamentares, que são fundados na lei e que detalham seu
conteúdo, permitindo sua aplicação:

Art. 99 CNT. O conteúdo e o alcance dos decretos


restringem-se aos das leis em função das quais sejam
expedidos, determinados com observância das regras de
interpretação estabelecidas nesta Lei.

Art 110. São normas complementares das leis, dos tratados e


das convenções internacionais e dos decretos:

I - os atos normativos expedidos pelas autoridades


administrativas;

- O decreto em matéria tributária possui a mesma


normatividade da lei que o regulamenta, desde que não
ultrapasse ou extrapole aquilo que foi previsto em lei.

- A contrariedade entre decreto (regulamentar) e lei não configura


inconstitucionalidade, mas ilegalidade, o que não é passível de
controle de constitucionalidade (STF).

- O princípio da igualdade vai além da mera igualdade formal.

- Implemento da igualdade material ou substancial, ou seja, a igualdade de


oportunidades, de condições.

- O Direito Tributário adotou em seu campo as ideias da igualdade


material.

Princípio da Dois dispositivos constitucionais que impõe na área tributária o


Igualdade ou princípio da isonomia:
Isonomia
“os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte” (art. 145, § 1º CF/88).

É vedado:

II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se


encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em
razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos,
títulos ou direitos (art. 150, II CF/88).

Princípio da - A tributação deve se ser efetivada de maneira a taxar mais aqueles que
Capacidade possuem maior capacidade econômica.
Contributiva
- A capacidade contributiva é o principal parâmetro a permitir tratamento
diferenciado entre contribuintes.
-A capacidade contributiva é vista por muitos doutrinadores
como subprincípio da solidariedade.

Art. 145, § 1º CF/88 - Sempre que possível, os impostos terão


caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos
termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte.

- Em regra, os impostos tem que ter caráter pessoal, isto é, sempre que
possível deve se optar por impostos pessoais e não reais (STF).

- Atualmente, o STF entende que a progressividade da alíquota é vedada


nos impostos reais, uma vez que esta espécie exação, em virtude de
sua estrutura, não permite a aferição da capacidade contributiva.

Aplicação da capacidade contributiva nas taxas:

- Não se aplica o princípio da capacidade contributiva, afinal, o


valor cobrado se relaciona diretamente com uma atividade prestada
pelo Estado e não com as condições econômicas e pessoais do
contribuinte. Todavia, o STF tem aceitado, excepcionalmente, a
aplicação do princípio da capacidade contributiva às taxas.

A questão da identificação da capacidade contributiva versus o


sigilo do contribuinte:

É facultado à administração tributária (...) identificar, respeitados os


direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte (§ 1º do
art. 145 - CF/88).

- O Estado, por meio de seu órgão tributante, pode ter acesso às


informações bancárias do contribuinte para, por meio de lançamento fiscal
em processo administrativo fiscal, dar concretude ao princípio da
capacidade contributiva.

Art. 6º Lei Complementar n° 105/2001 - As autoridades e os


agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e
registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas
de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo
administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais
exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade
administrativa competente.

Possibilidade de o Fisco acessar dados bancários do contribuinte:

- O STF entendeu ser constitucional o acesso, por parte do Fisco,


aos dados bancários do contribuinte.

Princípios - É considerado uma norma geral do sistema jurídico.


Relacionados
à Segurança - A CF/1988 estabeleceu uma série de regras que visam limitar a atividade
Jurídica tributante do Estado, tornando-a previsível e estável. A este conjunto de
regras alguns doutrinadores deram o nome de “princípio da não surpresa”.

Normas que regulam este tema na Constituição Federal:

- princípio da irretroatividade (art. art. 150, III, "a") ;

- princípio da anterioridade (art. 150, III, "b") e o


- princípio da noventena ou anterioridade nonagesimal (art. 150, III,
"c" e art. 195, § 6º).

Princípio da irretroatividade:

art. 150, III, “a”, da CF/1988:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios:

(...)

III - cobrar tributos:

a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da


vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;

Classificação do “fato geradores pendentes”:

- Instantâneos: a conduta ou o fato previsto na hipótese de


incidência e que gera a obrigação tributária se exaure em um único
ato, resultando no dever de pagar tributo. Exemplo clássico é o IOF.

- Periódicos: o fato gerador do tributo, ao invés de ser


instantâneo, refere-se a uma situação que se estende num período
de tempo determinado (como se fosse um estado) ou é formado por
acontecimentos que se sucedem num período de tempo
determinado (conjunto de acontecimentos).

- Fatos geradores “periódicos simples”: a lei prevê uma data


específica e única para a incidência do tributo (evento
único). Exemplos clássicos são os fatos geradores do IPVA e do
IPTU.

- Fatos geradores “periódicos complexos ou complexivos”:


além de não acontecerem em data específica, única, precisa e de
forma imediata, compõem-se de um conjunto de fatos ocorridos
num intervalo de tempo. É o caso, por exemplo, do Imposto de
Renda (IR).

- Em princípio, a obediência à regra da irretroatividade tributária - e


também da anterioridade tributária, que determina que é vedado aos
entes tributantes cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que
haja sido publicada a lei que os instituiu - impediria que a lei tributária
alcançasse os fatos geradores que se iniciaram antes de sua vigência. No
plano prático, uma lei de março de 2014 que aumentasse alíquota do IR
não poderia incidir nem sofrer o exercício financeiro de 2014, tampouco
sobre o de 2013, cuja declaração de ajuste ainda estava por ser entregue
até 30 de junho de 2014. Ao apreciar a matéria, o STF editou a Súmula nº
584 de 1976, a qual estatui:

Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base,


aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser
apresentada a declaração.

- No entanto, a Súmula foi REVOGADA pelo STF.

Para fins de concursos públicos deve se ter em mente que:

a) a Constituição não elencou qualquer exceção ao princípio


da irretroatividade, o que significa dizer que a ele se sujeitam
todas as espécies tributárias (impostos, taxas, contribuições
sociais e empréstimos compulsórios);

b) se a questão for de múltipla escolha e não mencionar


jurisprudência, a melhor opção é se orientar pela literalidade
do texto constitucional, marcando a alternativa que diga que
a lei não pode retroagir para atingir fatos geradores
anteriores a sua vigência;

c) se o exercício mencionar jurisprudência do STJ e do STF, a


resposta deverá apontar que não há Exceções ao princípio
da irretroatividade, jamais podendo a lei retroagir para
alcançar fatos geradores passados (cancelamento da Súmula
584 do STF).

Duas Exceções ao princípio da irretroatividade das leis (art. 106


do CTN):

a) leis meramente interpretativas;

b) leis que reduzam penalidades ou deixem de definir determinados


atos como infração tributário - no direito tributário penal, a lei mais
benéfica pode retroagir nos casos que ainda não foram
definitivamente julgados.

- O princípio da irretroatividade tem matriz constitucional e não apresenta


qualquer exceção e o CTN ao tratar da aplicação da legislação tributária
não contraria o texto constitucional, pois não se infere da leitura do art.
106 que seja permitido a cobrança de tributos cujos fatos geradores
tenham ocorrido antes da vigência da lei que os tenha instituído.

Princípio da anterioridade (do exercício financeiro):

Art. 150 CF/1988. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios:

III - cobrar tributos:

(...)

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei


que os instituiu ou aumentou;

- Princípio que cuida da geração de efeitos da normas, ou seja, sua


eficácia.

- Tem-se uma norma constitucional que condiciona a geração de efeitos


(aplicação de norma) da norma majoradora ou instituidora de tributo,
determinando-se um ponto no tempo para que, no mundo dos fatos,
observado o fato gerador, surgirá a obrigação tributária.

- A alteração do prazo de vencimento para o pagamento do


tributo não viola o princípio da anterioridade, uma vez que não se trata
de aumentar a carga tributária, mas, na realidade, de mera alteração de
data de pagamento:

Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação


tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade (súmula n°
669 do STF).

Exceções constitucionais ao princípio da anterioridade:

 o Imposto de Importação (II), o Imposto de Exportação (IE), o


Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF) (art. 150, § 1º, CF/1988);
 o Imposto Extraordinário de Guerra e os empréstimos
compulsórios decorrentes de guerra ou calamidade pública (art.
150, § 1º, CF/1988);
 o restabelecimento de alíquota de ICMS sobre combustíveis (art.
155, § 4º, IV, c, CF/1988) e a CIDE - combustíveis (art. 177, § 4º, I,
b, CF/1988); e
 as contribuições da seguridade social, as quais se submetem
apenas ao princípio da noventena (art. 195, § 6º, CF/1988).

Princípio da anterioridade e a revogação ou a redução de


isenções:

- Revogação ou redução de uma isenção significa que o contribuinte


terá de arcar com uma carga tributária maior, ou seja, terá de pagar
mais tributos.

Art. 104 CTN: Entram em vigor no primeiro dia do exercício


seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os
dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio
ou a renda:

(...)

III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei


dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e
observado o disposto no artigo 178.

- O dispositivo legal fala em postergação da vigência da lei,


enquanto a doutrina e a jurisprudência entendem que a lei
tributária é vigente desde sua publicação, não produzindo
efeitos por determinado período de tempo (princípios da
anterioridade e da noventena – suspensão da eficácia
normativa da lei tributária).

- O STF, ao apreciar o assunto, entendeu que a revogação de


isenção deve observar o art. 150, III, b, da CF/1988.

Princípio da anterioridade e as Medidas Provisórias:

Restrições à produção de efeitos da norma tributária


veiculada em medida provisória:

§ 2º do art. 62, CF/1988. Medida provisória que implique


instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos
nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no
exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em
lei até o último dia daquele em que foi editada.

- Em regra, no tocante aos impostos, não basta a publicação da


medida provisória no exercício anterior para que as exações nela
previstas sejam plenamente cobráveis no exercício seguinte. O
exercício financeiro seguinte é aquele subsequente à aprovação
(conversão) da medida provisória pelo parlamento, com a devida
promulgação e publicação.

- Exclui desta sistemática: o Imposto de Importação (II), o


Imposto de Exportação (IE), o Imposto sobre operações financeiras
(IOF) e o imposto de guerra e extraordinário.

Princípio da noventena ou da anterioridade nonagesimal:

- Veio para reforçar o princípio da anterioridade, em e


consequência, o da não surpresa.

- Não envolve a ideia de exercícios financeiros, mas estabelece um


prazo mínimo a ser observado (90 dias) entre a criação ou aumento
do tributo e sua cobrança.

- Vedado ao Estado, por meio de seu poder de tributar, cobrar


tributos até 90 dias após a publicação da lei que os criou ou
majorou.

- A contagem do prazo tem como termo inicial a publicação da lei.

Início do prazo no caso das medidas provisórias:

- Até a Emenda Constitucional n° 32/2001 -as medidas


provisórias tinham vigências de 30 dias e o Presidente da República
podia renová-las sucessivamente, a cada trinta dias, desde que o
Congresso Nacional não as tivesse expressamente rejeitado.

- O STF decidiu que se as reedições da MP não alterassem


substancialmente a medida provisória inaugural, isto é, a
primeira delas, o intervalo entre a publicação e a cobrança
deveria ser contado da data da edição (publicação) da
primeira medida provisória. Em caso contrário, ou seja, casos
de alteração relevante no texto da medida provisória, o
termo inicial para o cálculo da data de eficácia se reiniciaria
com a publicação da nova medida provisória.

- A partir da Emenda Constitucional n° 32/2001 - o prazo de


vigência das medidas provisórias foi alterado para 60 dias,
prorrogáveis por mais 60 dias (120 dias), não se permitindo mais ao
Presidente da República outras renovações sucessivas do conteúdo
da medida. Nesta nova sistemática, o prazo conta-se a partir da
publicação da medida provisória e o tributo instituído ou majorado
poderá ser cobrado a partir do 90º de vigência.

Se a medida provisória for convertida em lei sem alterações


substancias, o prazo permanece sendo este e a cobrança continua
normalmente. Caso a medida provisória seja relevantemente
alterada, o prazo se reinicia com a publicação da lei resultante do
processo legislativo de conversão. Por fim, se a medida provisória
for rejeitada, o tributo será cobrado por 30 dias (nos casos em que a
medida provisória viger pelos 120 dias) após o transcurso do prazo
de 90 dias e, então, cessará seus efeitos.

Exceções constitucionais ao princípio da noventena:

Ao princípio da noventena não se submetem:


o Imposto de Importação (II), o Imposto de Exportação (IE), o
Imposto sobre operações financeiras (IOF) (art. 150,§ 1º, CF/1988);
 o Imposto Extraordinário de Guerra e os empréstimos
compulsórios decorrentes de guerra ou calamidade pública;
 o Imposto de Renda (IR);
 a base de cálculo do imposto predial territorial urbano (IPTU);
 a base de cálculo do imposto sobre propriedade de veículos
automotores (IPVA).
Quadro Sinótico de Exceções ao princípio da anterioridade e ao
princípio da anterioridade

Tributos não
Tributos não sujeitos ao Tributos não
sujeitos ao
princípio da sujeitos a nenhum
princípio da
anterioridade dos dois princípios
noventena

- II - II - II

- IE - IE - IE
- IPI
- IR
- IOF
- IOF
- Empréstimos compulsórios - IOF
(guerra ou calamidade) - Imposto
extraordinário de - Imposto
- Restabelecimento de guerra extraordinário de
alíquotas de ICMS guerra
monofásico sobre - Empréstimos
combustíveis compulsórios (guerra - Empréstimos
ou calamidade) compulsórios (guerra
- Alteração da alíquota CIDE ou calamidade)
– combustível - BC de IPVA

Contribuições para a - BC de IPTU


seguridade social

Princípio do - Veda ao Estado utilizar tributo com efeito de confisco.


Não Confisco
- No Brasil, o confisco, que implica em desconsideração ao direito de
propriedade, apenas é permitido em situações muito específicas, como
forma de sanção.

Aplicabilidade a todos os tributos:

- É pacífico e unânime o fato de que ele é aplicável aos impostos


sobre renda e proventos.

Impostos que incidem sobre o patrimônio:

- Podem ter efeitos confiscatórios quando considerados em suas


duas perspectivas:

- Estática: relacionada à propriedade do bem em si, como


ocorre nos caso do IPTU, IPVA e do IR.

- Dinâmica: refere-se à transmissão do bem (venda,


alienação, doação, transmissão causa mortis), como
acontece no ITCMD e ITBI.

- O princípio do não confisco abarca as taxas, mas seu parâmetro não


será o patrimônio do contribuinte e o direito de propriedade, mas, sim, a
diferença significativa entre o custo da atividade estatal e a taxa
cobrada para fruição deste serviço.

Princípio do não confisco e as multas tributárias:

- É pacífico na doutrina e na jurisprudência de que o princípio do


não confisco alcança também as multas tributárias.

Citação Doutrinária:

Aquilo que os tributaristas chamam de confisco é a invasão do


núcleo essencial pela instituição de um tributo excessivo que viola o
direito de propriedade. A multa, porém, mesmo não sendo tributo,
restringe o mesmo direito fundamental, que é o da propriedade e
da liberdade. Por isso, pouco importa que o art. 150, IV, faça
referência a tributos. Pelo próprio direito fundamental chega-se à
proibição de excesso, que, no caso de instituição de tributos, se
chama-se proibição de confisco. Nesse caso, a multa de mora, de
tão elevada, pode facilmente restringir de modo excessivo a
liberdade de exercício de atividade econômica e a propriedade, na
medida em que pela mera impontualidade, obriga o contribuinte a
pagar mais 60% do valor do tributo, cerceando a organização e
direção da empresa pela captura de capital de giro que lhe são
essenciais.

- O STF considera que o princípio do não confisco também se refere às


multas tributárias, ora fundamentando suas decisões no postulado da
razoabilidade, ora no postulado da proporcionalidade.

- Vedado aos entes federados “estabelecer limitações ao tráfego de


pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais,
ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo
Poder Público”.

- Natureza do pedágio: têm a natureza de preço público,


afastando-se a necessidade de via alternativa para a caracterização
Princípio da da natureza tarifária da cobrança (STF).
Liberdade de
Tráfego

ICMS interestadual:

- Alguns autores, como Ricardo Alexandre, afirmam que esse seria uma
segunda exceção ao princípio da liberdade de tráfego. Em que pese o
brilhantismo do autor, não se trata de exceção, pois, na realidade, o ICMS
interestadual não é imposto diferente do ICMS (“estadual”).

Normas que - A CF/1988 estabeleceu, em seus arts. 151 e 152, quatro vedações:
Visam
Proteger o - três delas direcionadas à União; e
Pacto
- uma endereçada aos demais entes federados, todas elas com o
Federativo
intuito de preservar o equilíbrio na federação brasileira e a
autonomia dos entes federados.

Princípio da uniformidade geográfica:

- Em regra, não é permitida a criação de exações que não incidam


uniformemente em todo o território nacional ou que resultem em
tratamento desigual entre Estados ou Municípios, salvo quando tal
discriminação tiver por objetivo a promoção e o equilíbrio socioeconômico
das regiões menos desenvolvidas.

Inciso I do art. 153 da CF/1988: - é vedado à União


instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional
ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao
Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio
do desenvolvimento sócioeconômico entre as diferentes regiões do
País.

Princípio da uniformidade da tributação da renda - vedação à


utilização do IR como instrumento de concorrência desleal:

Inciso II do art. 151 da CF/1988: - é vedado à União tributar


a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e
os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis
superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes.

Duas esferas de proteção direcionado ao Imposto de Renda:

i. a isonomia (igualdade de condições) entre os entes federados na


busca por dinheiro para o financiamento de suas dívidas públicas, e

i. a tributação isonômica de todos os servidores públicos,


independentemente da esfera de governo.

Princípio da vedação às isenções heterônimas:


- Isenções heterônomas ou heterotópicas: isenções concedidas
por ente tributante distinto daquele que detém a competência para
instituir o tributo objeto de isenção.

- O inc. III do art. 151 da CF/1988 determina que é vedado à União:

III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios.

Duas correntes sobre a natureza jurídica da Isenção:

- A primeira: a norma isentiva atinge a relação tributária em


seu início, impedindo o nascimento do crédito tributário. É o
que comumente se denomina de “não incidência
legalmente qualificada”.

- A segunda: isenção é a dispensa legal do pagamento do


tributo.

- Independentemente do posicionamento adotado, nos casos de


isenção, o crédito tributário jamais é exigível, pois há lei que
impede sua exigibilidade (seja do crédito, seja do pagamento).

Exceções à vedação da concessão de isenções heterônimas:

1 - Exceção prevista no art. 156, § 3º, inc. II, da CF/88, o


qual autoriza a União a estabelecer, por meio de lei
complementar, a não incidência do ISS (imposto de
competência dos Municípios) sobre a exportação de
serviços (LC nº 116/2003, art. 2º, inc. I).

2 - Embora não seja mais permitido à União conceder isenções


heterônomas, o art. 41 da ADCT dispõe que os incentivos
fiscais setoriais (isenções onerosas) concedidos antes da vigência
da CF/1988, sob condição e com prazo certo, são direitos adquiridos
e não podem ser revogados.

3 - Enquanto pessoa jurídica de direito internacional público,


a República Federativa do Brasil, formada pela União, Estados, DF e
Municípios, é autorizada a conceder isenções de tributos federais,
estaduais ou municipais.

Princípio da não discriminação tributária em razão da procedência


ou do destino:

- Princípio dirigido aos Estados, ao Distrito Federal e aos Munícipios.

- A Constituição veda que a procedência e o destinode bens e


serviços sejam utilizados como elementos capazes de alterar a
alíquota ou a base de cálculo do tributo, como forma de diferenciar
a tributação, onerando ou privilegiando bens e destinos de
determinadas áreas.

- O STF e o STJ têm repudiado a tributação diferenciada em função


da procedência e do destino do serviço ou produto.

Exigência de Art. 150, § 6º, da CF/1988: Qualquer subsídio ou isenção,


Lei redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido,
Específica anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só
para a poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou
Concessão municipal, que regule exclusivamente as matérias acima
de enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem
Benefícios prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela
Fiscais Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

- Nenhum benefício fiscal pode ser concedido por decreto ou por meio de
lei que trate de assunto estranho ao benefício fiscal.

- Basta o benefício ser deferido em lei que trate do tributo como um todo,
ou melhor, que haja pertinência temática entre o assunto tratado na lei e a
norma isentiva (STF).

- A concessão de benefícios fiscais relativos ao ICMS deve precedida


de deliberação conjunta dos Estados e do Distrito Federal, na forma
prevista em lei complementar.

- Ausente o convênio para a concessão do benefício, configura-se a


chamada “guerra fiscal” e a legislação desafiada é inconstitucional (STF).

- A guerra fiscal resta configurada toda vez que em há a concessão, sem


convênio prévio, de benefícios em geral, de crédito presumido, de redução
de alíquota, de prazo especial para pagamento do imposto, de diferimento
impróprio (em operação de importação de ativos), previsão de dispensa de
multa e juros relativos a créditos exigidos em razão de anterior declaração
de inconstitucionalidade, de não incidência do imposto sobre encargos
financeiros incorporados ao valor da operação na hipótese de venda a
prazo, de cancelamento de notificações fiscais e devolução do
indébito (STF).

Item

Competência legislativa - A competência tributária ou poder de tributar é a prerrogativa


conferida aos entes federativos para editarem leis para a criação de tributos, já que não é o
texto constitucional o normativo responsável pela criação direta dos tributos.

- facultativa e imprescritível (incaducável)

- irrenunciável, indelegável e intransferível

- competência concorrente entre União, Estados e DF

Item

Competência tributária

- instituir tributo

- capacidade tributária ativa

Capacidade tributária ativa

CTN, Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de


arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas
em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos
do § 3º do artigo 18 da Constituição.

Item

Constituição Federal - estabelece a repartição de competências tributárias.


Além disso, o exercício da competência plena NÃO É
AFASTADA caso a União estabeleça normas gerais em matéria tributária,
apenas suspende a eficácia da lei estadual (ou municipal) no que lhe for
contrário.

Código Tributário Nacional – prevê os atributos da competência tributária e as funções da


capacidade tributária ativa.

Item
Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de
direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.

Item

Competência para legislar em matéria tributária – em regra, poder conferido à União para
elaboração das normas gerais em matéria tributária.

Competência tributária – poder conferido aos entes federativos para tributar (criar, fiscalizar
e arrecadar os tributos).

Item

Repartição competências tributárias

Privativa

- União: II, IE, IR, IOF, IPI, ITR e IGF

- Estados: ICMS, IPVA, ITCMD

- Municípios: IPTU, ITBI e COSIP

Comum
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os
seguintes tributos:

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de


serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

Art. 149. § 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de
lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos
servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas
de acordo com o valor da base de contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de
pensões.
Cumulativa

- No DF: os impostos municipais e estaduais

- Na União:

- impostos estaduais quando Território Federal dividido em municípios

- impostos estaduais e municipais quando Território Federal não dividido em


municípios

Residual

Art. 154. A União poderá instituir:

I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam
não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados
nesta Constituição;

- instituído por Lei complementar

- não cumulativos

- não podem ter FG ou BC próprios dos impostos

União possui competência residual para instituir novas contribuições sociais para garantir a
manutenção ou a expansão da seguridade social

Extraordinária

Art. 154. A União poderá instituir:

II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou


não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as
causas de sua criação.

Item

Bitributação e bis in idem

Bitributação: dupla tributação instituída por dois entes políticos sobre o mesmo fato gerador.

- em regra, proibida

- exceção: bi tributação internacional e o IEG

Bis in idem: dupla tributação estabelecida por um único ente.

- Não há regra geral proibitiva.


- Ex.: PIS e COFINS; II e IPI/Importação.

Item

Imunidades tributárias

https://www.tecconcursos.com.br/aulas/materias/18/assuntos/586

- Imunidade recíproca às pessoas políticas (União, Estados, DF e Municípios) e ao patrimônio,


renda e serviços das autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
(aplicabilidade restrita a impostos) (SEM e EP não poderão gozar de privilégios fiscais não
extensivos às do setor privado) (exceção: realizem a prestação de serviços públicos
obrigatórios e exclusivos do Estado!!!)

- três funções:

- salvaguarda do pacto federativo;

- proteger atividade desprovida de capacidade contributiva;

- não deve beneficiar a expressão econômica de interesses particulares e nem


afetar intensamente a livre iniciativa e a livre concorrência

- Imunidade do patrimônio, da renda e dos serviços dos templos de qualquer culto


(Imunidade Religiosa); (finalidades institucionais) (não se aplica a maçonaria, pois não
professam religião)

- Imunidade dos partidos políticos, sindicatos dos empregados, instituições assistenciais e


educacionais sem fins lucrativos; (ainda que imóveis alugados para terceiros, desde que o
valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas)

- Imunidade dos jornais, livros, periódicos e o papel destinado a sua impressão (Imunidade
Cultural).

- Imunidade de fonogramas e videogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras de


artistas brasileiros (Imunidade Musical)

Item

Outras imunidades

Impostos Federais

- não incidirá IPI sobre produtos industrializados destinados ao exterior

- não incidirá ITR sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o
proprietário que não possua outro imóvel;
Impostos Estaduais

- não incide ICMS:

- Exportação

- saída interestadual de combustíveis derivados de petróleo e energia elétrica

- ouro: ativo financeiro, instrumento cambial

- serviço de comunicação não oneroso

Impostos Municipais

- Não incide IBTI:

- incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital;

- decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica.

- exceção: salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for


a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento
mercantil

Contribuições

- Sociais

- receitas decorrentes de exportação

- aposentadoria e pensão pelo RGPS

- entidades beneficentes de assistência social que atendam as exigências


estabelecidas em lei

- Intervenção no domínio econômico

- receitas decorrentes de exportação

Casos especiais

- Incidirá somente ICMS, II e IE: energia elétrica, telecomunicações, derivados de


petróleo, combustíveis e minerais.

- art. 5º. XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas

- direito de petição aos Poderes Públicos

- obtenção de certidões em repartições públicas


- isento de custas judiciais (ação popular)

- ações de habeas corpus e habeas data

- o registro civil de nascimento e a certidão de óbito;

- O casamento é civil e gratuita a celebração.

Repartição das receitas tributárias.

Item

A necessidade de um sistema de repartição de receitas tributárias decorre diretamente da


forma federativa de Estado, caracterizada pela autonomia dos entes (autonomia financeira)

as regras de repartição de receita tributária visam a assegurar a autonomia


financeira indispensável para a autonomia política dos entes que compõem a federação
brasileira.

Item

O Sistema Brasileiro de discriminação das receitas tributárias classifica-se como misto. Duas
técnicas utilizadas:

- DISCRIMINAÇÃO POR FONTE: atribuição de competência tributária própria a cada


ente federado.

- DISCRIMINAÇÃO POR PRODUTO: participação dos entes menores na receita arrecada


pelos entes maiores.
Item

Tributos cujas receitas NÃO estão sujeitas à repartição:

- As taxas e as contribuições de melhoria não estão sujeitas a qualquer repartição, tendo


em vista que são tributos vinculados, consistindo em uma contraprestação a uma atividade
estatal diretamente relacionada ao contribuinte.

- Os empréstimos compulsórios também não se sujeitam à repartição das receitas por


eles arrecadadas, uma vez que há a vinculação constitucional da sua arrecadação às
despesas que fundamentaram sua instituição.

- As contribuições especiais (art. 149 da CF/1988) e a contribuição de melhoria (art. 149-A


da CF/1988), em regra, também não estão sujeitas à repartição das receitas arrecadadas,
em razão da vinculação do destino dos recursos. A única exceção é a CIDE-combustíveis

- Os seguintes Impostos:

- todos os impostos arrecadados pelos Municípios;


- todos os impostos arrecadados pelo Distrito Federal (os impostos estaduais, mesmos
- sujeitos a repartição, quando arrecadados pelo DF, não são sujeitos à repartição);
- o Imposto Estadual sobre Transmissão causa mortis e doação – ITCMD;
- os impostos federais sobre importação, exportação, grandes fortunas e os
extraordinários de guerra (II, IE, IGF, IEG).

Item

Tributos cujas receitas estão sujeitas à repartição:

Impostos (restante) e a CIDE-combustíveis.

Item

Espécies de repartição

REPARTIÇÃO DIRETA: o ente maior transfere o recurso diretamente para o ente


menor, sem qualquer intermediário e sem que esta receita faça parte de qualquer fundo
constitucional. Por exemplo: o valor do repasse do ICMS vai direto do orçamento do
Estado para o orçamento do Município. Por isso, alguns autores dizem que a repartição
direta é uma “repartição orçamentária”.

REPARTIÇÃO INDIRETA: os recursos a serem repartidos são destinados a um fundo de


participação, cujas receitas são divididas entre os entes beneficiários, de acordo com
critérios previamente definidos da Constituição e na Lei. O fundo mais comum é o fundo
de participação dos Estados e Municípios.
Item

Sinteticamente, a repartição constitucional de receitas pode ser descrita da seguinte forma


(ver quadro Estratégia, aula 05, pág. 37)

 Transferências diretas da União para Estados e DF:


1. 100% do produto da arrecadação do IR-FONTE (IRRF), alcançando administração direta
e indireta (autarquias e fundações);
2. 30% do produto da arrecadação do IOF-OURO, para o Estado de origem no qual
houver extração do ouro;
3. 10% do produto da arrecadação do IPI, proporcionalmente ao valor das respectivas
exportações de produtos industrializados;
4. 20% do produto de arrecadação do Imposto Residual;
5. 29% do produto de arrecadação da CIDE-Combustível;

 Transferências diretas da União para Municípios:


1. 100% do produto da arrecadação do IR-FONTE (IRRF), alcançando administração direta
e indireta (autarquias e fundações);
2. 50% do produto da arrecadação do ITR, podendo chegar a 100% caso a fiscalização e
arrecadação, por opção deste, fique a cargo do Município;
3. 70% do produto da arrecadação do IOF-OURO, para o Município de origem no qual
houver extração do ouro;

 Transferências diretas dos Estados para Municípios:


1. 50% do produto da arrecadação do IPVA , relativo aos veículos automotores
licenciados em seus territórios;
2. 25% do montante entregue pela União, a título de IPI REPARTIDO (10%), aos Estados e
Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das exportações de produtos
industrializados;
3. 25% do produto da arrecadação do ICMS (3/4, no mínimo, na proporção do valor
adicionado nas operações realizadas em seus territórios e até 1/4 de acordo com a lei
estadual, desde que não exclua, por completo, a participação do Município);
4. 25% do produto da arrecadação da CIDE-Combustível REPARTIDA (29%), entregue pela
União ao Estado em que se situe o referido Município;

 - Transferências indiretas:
1. Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE), constituído por 21,5%
do produto da arrecadação do IR e do IPI;
2. Fundo de Participação dos Municípios (FPM), constituído por 22,5% do produto da
arrecadação do IR e do IPI;
3. Fundos Regionais, constituídos por 3% do produto da arrecadação do IR e do IPI.

Item

Garantias de repasse

A Constituição Federal estabeleceu, em seu artigo 160, a impossibilidade de retenção ou


condicionamentos de repasses.

Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de
condicionarem a entrega de recursos:
I - ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias;

II - ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III.

Importante: não é permitido o condicionamento ao cumprimento do percentual mínimo de


despesas com educação.

Obrigação tributária: principal e acessória, fato gerador, sujeitos ativo e passivo, contribuinte e
responsável.

Crédito tributário: constituição, lançamento, suspensão, extinção e exclusão.

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