Tributario RNOAB40
Tributario RNOAB40
Tributario RNOAB40
TRIBUTÁRIAS
CONCEITO DE TRIBUTO
Art. 3º do CTN (Código Tributário Nacional)
O art. 3º do CTN apresenta o conceito de tributo, do
qual é possível extrair os seus principais elementos:
+ IS
TAXA
As taxas são tributos vinculados à uma atividade estatal
específica, que deve consistir no exercício regular do
poder de polícia ou na utilização, efetiva ou potencial,
de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição (art. 145,II da CF
e art. 77 do CTN)
Exemplos:
● Taxa de emissão de passaporte;
● Custas processuais;
● Taxa de coleta de lixo.
Assim, não podem ser custeados por meio de taxas
os serviços públicos inespecíficos e indivisíveis, a
exemplo de:
● Limpeza urbana, cf. Súmula Vinculante nº 19 (é
custeado por impostos);
● Iluminação pública, cf. Súmula Vinculante nº 41 (é
custeado pela COSIP, espécie de contribuição
especial);
● Combate a incêndios, cf. entendimento do STF
firmado no julgamento do RE 643247 (serviço de
segurança pública, é custeado por impostos).
Competência tributária para a instituição de
taxas
A Constituição atribuiu a todos os entes federativos a
competência tributária para instituir taxas, tratando-se de
competência comum.
V O CÊ S
COMO CAI NA OAB?
As taxas são os tributos que têm por hipótese de incidência uma
atuação estatal.
Assinale a alternativa que corretamente delimite tal atuação, nos
termos da Constituição da República Federativa do Brasil e da
legislação tributária.
a) Os serviços públicos universais (uti universi) podem ser custeados
por meio de taxas, já que alcançam a coletividade considerada como
um todo, o mesmo não podendo se dizer a respeito dos atos de
polícia.
b) Tanto os serviços públicos uti universi como os uti singuli, também
chamados singulares, na medida em que são mensuráveis e divisíveis,
podem ser custeados por meio de taxas, juntamente com os atos de
polícia.
c) Somente os serviços públicos específicos, por serem de
utilização individual e mensurável, podem ser custeados mediante
taxas de serviço, ocorrendo o mesmo com os atos de polícia, que
devem ser específicos e divisíveis para serem custeados
mediante taxas de polícia.
d) A atuação estatal suscetível de ser custeada mediante taxa é
aquela que se refere indiretamente ao contribuinte, tal como uma
obra pública que causa valorização imobiliária, aumentando o
valor de mercado dos imóveis localizados em suas imediações.
GABARITO COMENTADO
a) Errada. Serviços públicos universais (uti universi) são
custeados por impostos.
b) Errada. Serviços públicos universais (uti universi) são
custeados por impostos e serviços públicos singulares (uti
singuli) são custeados por taxa.
c) Correta.
d) Errada. É custeada por contribuição de melhoria a
atuação estatal que se refere indiretamente ao
contribuinte, tal como uma obra pública que causa
valorização imobiliária.
PRINCÍPIOS
TRIBUTÁRIOS
O QUE SÃO?
Os princípios tributários constituem algumas das limitações
constitucionais ao poder de tributar dos entes federativos,
visando garantir direitos fundamentais dos contribuintes.
Trata-se de uma matéria de altíssima incidência, sendo os
principais princípios tributários para fins de estudo para o
Exame de Ordem:
PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE TRIBUTÁRIA
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA
Genericamente, o Princípio da Legalidade se encontra
no art. 5º II da Constituição Federal que preceitua que
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei”.
Especificamente para o Direito Tributário, referido
princípio está previsto no art. 150, I da CF, constituindo
uma limitação ao poder de tributar da União, dos
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal:
“ Art. 150. Sem prejuízo de outras
garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que
o estabeleça.
REGRA
O CTN (arts. 97 e 161, §1º) estabelece algumas
matérias que exigem lei tributária formal:
Infrações e penalidades
Instituição de tributos Redução de tributos
(inclusive dispensa ou
redução)
Extinção de tributos Definição do fato gerador
e do sujeito passivo da Exclusão, extinção e
obrigação tributária principal suspensão de créditos
Majoração de tributos tributários
Fixação de alíquota e base
de cálculo do tributo Incidência de juros
de mora
EXCEÇÕES: MATÉRIAS QUE
DISPENSAM LEI FORMAL
● Atualização monetária da base de cálculo do tributo (é
válida a alteração por decreto do Chefe de Poder
Executivo);
● Majoração de alíquotas do II, IE, IPI e IOF (impostos
regulatórios podem ser alterados por ato do Executivo
Federal)
Obs.: no caso do II e do IE, é possível, ainda, alteração pela Câmara
de Comércio Exterior – CAMEX, órgão do Governo Federal);
EXCEÇÕES: MATÉRIAS QUE
DISPENSAM LEI FORMAL
● Redução e restabelecimento de alíquotas do
CIDE-Combustíveis (alteração por decreto do
Chefe do Executivo Federal)
● Redução e aumento das alíquotas do ICMS
monofásico incidente sobre combustíveis
(alteração autorizada por meio de convênio
firmado entre os entes federativos);
EXCEÇÕES: MATÉRIAS QUE
DISPENSAM LEI FORMAL
● Disposições relativas às obrigações acessórias
(conforme o art. 113, §2º do CTN, as obrigações
acessórias decorrem da “legislação tributária”, que
compreende também os atos normativos
administrativos);
● Alteração na data de vencimento do pagamento do
tributo (conforme o art. 160 do CTN, a definição do
tempo do pagamento pode ser feita pela “legislação
tributária”).
INSTITUIÇÃO POR LEI ORDINÁRIA,
LEI COMPLEMENTAR OU MP?
Em regra, lei ordinária.
OPORTUNIDADES!!
REFORMA TRIBUTÁRIA
Princípios Tributários:
- Fundamento legal: art. 145, §§3º e 4º da CF.
-Novos Princípios: Simplicidade, transparência,
justiça tributária, cooperação e defesa do meio
ambiente.
- Atenuação dos efeitos regressivos: evitar que
população de baixa renda pague mais.
REFORMA TRIBUTÁRIA
Tributos Municipais:
1. IPTU:
- Fundamento legal: art. 156, §1º, III da CF.
- Permissão de atualização da base de cálculo
do IPTU pelo Poder Executivo (através de
Decreto), conforme critérios estabelecidos em
Lei Municipal. (Súmula 160 do STJ)
REFORMA TRIBUTÁRIA
2. COSIP (Contribuição de Serviço de Iluminação
Pública):
- Fundamento legal: art. 149-A da CF.
- Expansão da base tributável da COSIP: aplicação da
Contribuição para o custeio de serviço de iluminação
pública, bem como para a expansão e melhoramento do
serviço, e custeio de sistemas de monitoramento para
segurança e preservação de logradouros públicos (ex.
instalação de câmeras de segurança, de sensores
destinados à gestão do espaço público).
REFORMA TRIBUTÁRIA
Tributos Estaduais:
1. ITCMD:
- Fundamento legal: art. 155, § 1º, II, VI e VII da CF;
- Competência relativa a bens móveis, títulos e créditos: deixou
de ser de competência do Estado onde se processava o
inventário ou arrolamento e passou a ser de competência do
“Estado onde era domiciliado o de cujus”, sendo que as
alterações serão aplicadas às sucessões abertas a partir da
data da publicação da Emenda Constitucional.
- Progressividade expressa: será progressivo “em razão do valor
do quinhão, do legado ou da doação”.
REFORMA TRIBUTÁRIA
1. ITCMD:
- Imunidade: não haverá cobrança em doações para
instituições sem fins lucrativos de relevância pública e social,
incluindo entidades religiosas, organizações assistenciais e
institutos científicos e tecnológicos, observadas as condições
estabelecidas em lei complementar.
- Doador residente no exterior: regras transitórias até a
regulamentação por Lei Complementar da situação prevista
na CF sobre doadores no exterior ou pessoas falecidas no
exterior. (Não entra na nossa prova)
REFORMA TRIBUTÁRIA
2. IPVA:
- Fundamento legal: art. 155, §6º, II, III da CF.
- Alíquotas diferenciadas: prevê a possibilidade de aplicação de
alíquotas diferenciadas, levando em consideração o tipo, o valor,
a utilização e o impacto ambiental do veículo (incentivar a
produção de veículos híbridos e eletrificados que, via de regra
são menos poluentes; Logo, veículos que fazem uso de
combustíveis fósseis poderão ter uma alíquota mais elevada, ao
passo que, outros tipos, isto é, que utilizam etanol, biodiesel,
biogás e eletricidade, por exemplo, poderão ter uma alíquota
reduzida), a ser posteriormente regulado internamente em cada
estado).
REFORMA TRIBUTÁRIA
2. IPVA:
- Novas incidências: incluiu a previsão de cobrança para
embarcações e aeronaves.
*Exceções:
● Aeronaves agrícolas e de operador certificado a
prestar serviços aéreos a terceiros (v.g: companhias
aéreas, empresas de táxi aéreo);
● Embarcações de titularidade de pessoas jurídicas
que possuam outorga para prestar serviços de
transporte aquaviário;
REFORMA TRIBUTÁRIA
*Exceções:
● Embarcações de titularidade de pessoa física ou jurídica
e que pratique pesca à título industrial, artesanal,
científico ou de subsistência;
● Plataformas suscetíveis de se locomover na água por
meios próprios, inclusive aquelas cuja finalidade principal
seja a exploração de atividades econômicas em águas
territoriais e na zona econômica exclusiva e embarcações
que tenham essa mesma finalidade principal;
● Tratores e máquinas agrícolas;
COMO CAI NA OAB?
Maria Silva, que, durante sua vida, foi domiciliada no
Distrito Federal, faleceu deixando um apartamento
no Rio de Janeiro e um automóvel que, embora
registrado no DETRAN do Amazonas, atualmente
está em uso por um de seus herdeiros no Ceará. O
inventário está em curso no Distrito Federal.
Quanto ao Imposto de Transmissão Causa Mortis e
Doação – ITCMD devido, assinale a afirmativa
correta.
A) O ITCMD referente ao apartamento compete ao
Distrito Federal, local onde o inventário está sendo
processado.
O ITCMD referente ao automóvel compete ao
Ceará, local onde o bem está sendo usado.
C) O ITCMD referente ao automóvel compete ao
Distrito Federal, local onde o inventário está sendo
processado.
D) O ITCMD referente ao automóvel compete ao
Amazonas, local onde o bem está registrado.
GABARITO COMENTADO
Foi domiciliada no Distrito Federal, faleceu deixando um apartamento no
Rio de Janeiro e um automóvel que, embora registrado no DETRAN do
Amazonas, atualmente está em uso por um de seus herdeiros no Ceará. O
inventário está em curso no Distrito Federal.
A) ERRADO. Bem Imóvel compete ao local de situação do bem.
B) ERRADO. Bem móvel compete ao local onde era domiciliado o de
cujus.
C) (CUIDADO COM A REFORMA!!) Esse item continua certo, mas
pelos motivos errados. O que ocorre é que, coincidentemente, o
inventário foi processado no mesmo lugar onde era domiciliado o de
cujus, fato esse que agora importa!!
D) ERRADO. Bem móvel compete ao local onde era domiciliado o de
cujus.
VOCÊ ANTES DESSA AULA:
VOCÊ DEPOIS DESSA AULA:
IMUNIDADES
TRIBUTÁRIAS
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS: O QUE SÃO? 🤔
As imunidades tributárias constituem
algumas das limitações constitucionais ao
poder de tributar dos entes federativos.
São hipóteses de não incidência de
tributos sobre determinadas matérias, o
que representa uma delimitação da
competência tributária.
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
As imunidades tributárias são sempre
previstas na Constituição (diferentemente
das isenções, que são previstas em lei),
independentemente da nomenclatura.
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IMUNIDADE RECÍPROCA
A imunidade recíproca tem previsão no art. 150, VI, a, da
CF/1988, e dispõe que a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios não podem fazer incidir impostos uns sobre
os outros.
➔ Estão protegidos pela imunidade o patrimônio, a renda e
os serviços dessas entidades, bem como suas
autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, desde que vinculados às suas
finalidades essenciais ou às delas decorrentes. Isto
porque os impostos impõem ato de força entre aquele que
cobra e o que deve pagar, o que não deve existir entre os
entes federados.
É uma imunidade que se aplica
exclusivamente aos impostos, de
modo que os entes federativos podem
cobrar, por exemplo, taxas uns dos
outros.
REFORMA TRIBUTÁRIA
Após a reforma tributária ocorreu a ampliação da
imunidade tributária recíproca dos correios expressa
no texto constitucional: “A vedação do inciso VI, "a",
§2º, é extensiva às autarquias e às fundações
instituídas e mantidas pelo poder público e à empresa
pública prestadora de serviço postal, no que se
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas
decorrente”.
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IMUNIDADE DE TEMPLOS RELIGIOSOS
A imunidade dos templos de qualquer culto tem previsão no
art. 150, VI, b, da CF/1988, e refere-se ao lugar que se
destina à prática de atos religiosos, de um culto, seja
este qual for.
- Produção no Brasil;
- Obra de autor brasileiro ou obra em geral
(ou seja, mesmo que estrangeira)
interpretada por artista brasileiro.
EXEMPLO:
Monkeys
COMO CAI NA OAB?
Determinada editora de livros, revistas e outras publicações foi
autuada pela fiscalização de certo Estado, onde mantém a sede
da sua indústria gráfica, pela falta de recolhimento de ICMS
incidente sobre álbum de figurinhas. Nessa linha, à luz do
entendimento do STF sobre a matéria em pauta, tal cobrança é:
Comentários:
A imunidade tributária sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à
sua impressão alcança os álbuns de figurinha.
Exemplos:
- União, Estados, Municípios e DF podem ser os sujeitos ativos da
obrigação tributária (possuem competência tributária, que é
indelegável);
- Conselhos de classes profissionais podem ser os sujeitos ativos da
obrigação tributária relativamente às contribuições corporativas
(possuem capacidade ativa tributária, a eles delegada pela União –
exemplo: CRM e CREA).
Para que o agente seja considerado sujeito passivo da obrigação
tributária, deve possuir capacidade tributária (não confundir com a
capacidade estudada no Direito Civil!).
- Exemplos:
- Exemplo:
- A lei define que o sujeito passivo do IPTU é o proprietário do imóvel. O
proprietário aluga o imóvel e no contrato do aluguel dispõe que o locatário
é quem deve realizar o pagamento do IPTU (ou seja, o contrato visa
modificar o sujeito passivo do tributo).
Se o locatário não pagar o IPTU, o Município cobrará do proprietário
do imóvel, pois a convenção particular não pode ser oposta à
Fazenda Pública. O proprietário terá que pagar o IPTU, por ser o
contribuinte legalmente definido, e posteriormente poderá cobrar o
valor do locatário em ação regressiva (que já não mais estará no
âmbito do Direito Tributário, mas sim do Direito Civil).
COMO CAI NA OAB?
João e Maria celebraram entre si contrato de locação, sendo João o locador
e proprietário do imóvel. No contrato, eles estipularam que a
responsabilidade pelo pagamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e
Territorial Urbana (IPTU) do imóvel será de Maria, locatária. Com base
nessas informações, assinale a afirmativa correta.
a) O contrato será ineficaz entre as partes, pois transferiu a obrigação de
pagar o imposto para pessoa não prevista em lei.
b) O contrato firmado entre particulares não poderá se opor ao fisco
municipal, no que tange à alteração do sujeito passivo do tributo.
c) O contrato é válido e eficaz, e, por consequência dele, a
responsabilidade pelo pagamento do tributo se tornará solidária,
podendo o fisco municipal cobrá-lo de João e/ou de Maria.
d) No caso de o fisco municipal cobrar o tributo de João, ele não poderá
ajuizar ação regressiva em face de Maria.
RESPOSTA CORRETA:
Comentários:
Nesse caso a alternativa correta é a letra B, pois o contrato
firmado entre particulares não pode ser oposto ao fisco para
deixar de pagar tributos.
VOCÊ É CAPAZ!
EU ACREDITO EM
VOCÊ!
LANÇAMENTO
TRIBUTÁRIO
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO - O QUE É?
O lançamento tributário é um ato
administrativo que declara a existência da
obrigação e constitui o crédito tributário,
possuindo, portanto, natureza híbrida/mista
(natureza declaratória e constitutiva,
simultaneamente).
O lançamento está previsto no art. 142, caput do CTN:
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa
constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o
procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do
fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria
tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o
sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade
cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é
vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO - O QUE VAI FAZER?
● verificar a ocorrência do fato gerador;
● determinar a matéria tributável;
● calcular o montante do tributo devido;
● identificar o sujeito passivo;
● sendo caso, propor a aplicação da
penalidade cabível.
MODALIDADES
São 3 as modalidades de lançamento tributário,
determinadas pelo grau de participação do sujeito passivo:
CONTE CONOSCO
E TE ESPERAMOS NA
2ª FASE DE DIREITO
TRIBUTÁRIO DO
MÉTODO VDE!