Tributario RNOAB40

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ESPÉCIES

TRIBUTÁRIAS
CONCEITO DE TRIBUTO
Art. 3º do CTN (Código Tributário Nacional)
O art. 3º do CTN apresenta o conceito de tributo, do
qual é possível extrair os seus principais elementos:

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária


compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito,
instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
E, AFINAL, QUAIS TRIBUTOS PODEM SER
INSTITUÍDOS?
Teoria pentapartite do tributo
O ordenamento jurídico brasileiro adota a
teoria pentapartite do Direito Tributário,
pela qual tem-se 5 espécies tributárias
distintas:
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
IMPOSTO
O imposto é um tributo não vinculado, ou seja,
que não existe uma contrapartida estatal
específica, uma vez que o Estado precisa ter a
flexibilidade de aplicar os recursos provenientes
dos impostos onde julgar ser mais necessário,
visando o bem comum.
Isso fica explicitado no art. 16 do CTN, que
dispõe que:
Art. 16 Imposto é o tributo cuja obrigação
“ tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade
estatal específica, relativa ao
contribuinte.
Impostos custeiam serviços públicos gerais,
inespecíficos e indivisíveis e que são
prestados universalmente (“uti universi”), a
exemplo da saúde, segurança pública,
educação, limpeza urbana, etc.
Competência tributária para a
instituição de impostos

A CF atribuiu aos entes federativos (União,


Estados, DF e Municípios) a competência
para instituir os seguintes impostos:
IMPOSTO

+ IS
TAXA
As taxas são tributos vinculados à uma atividade estatal
específica, que deve consistir no exercício regular do
poder de polícia ou na utilização, efetiva ou potencial,
de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição (art. 145,II da CF
e art. 77 do CTN)

O fato gerador da taxa é vinculado, ou seja, para que


o ente federativo cobre a taxa, precisa realizar uma
atividade específica voltada ao contribuinte.
Tal atividade precisa ser, necessariamente,
o exercício regular do poder de polícia
(caso em que será cobrada a TAXA DE
POLÍCIA) ou a utilização efetiva ou
potencial de serviço público específico e
divisível (caso em que será cobrada a
TAXA DE SERVIÇO).
TAXA DE POLÍCIA👮
Trata-se de tributo cobrado para custear a atividade
estatal de fiscalização em razão da atividade exercida
pelo contribuinte.

As atividades que demandam fiscalização são as que


se relacionam com o rol exemplificativo do art. 78 do
CTN, cuja leitura é recomendada, a exemplo da
segurança e da higiene.
Exemplos:
● Alvará de eventos;
● Taxa anual de vigilância sanitária;
● Taxa de controle e
fiscalização ambiental;
● Taxa de localização e
funcionamento.
ATENÇÃO!!
O STF definiu no julgamento do RE 416601
que são 2 os requisitos que o ente
federativo deve cumprir para cobrar a taxa
quando de uma fiscalização:
● Existência de um aparato fiscalizatório;
● Fiscalização efetiva (não se confunde
com fiscalização individualizada)
TAXA DE SERVIÇO
Para que o ente federativo cobre a taxa de
serviço, o serviço deve ser específico e divisível
(“uti singuli”) e a sua utilização deve ser efetiva
ou potencial.

Exemplos:
● Taxa de emissão de passaporte;
● Custas processuais;
● Taxa de coleta de lixo.
Assim, não podem ser custeados por meio de taxas
os serviços públicos inespecíficos e indivisíveis, a
exemplo de:
● Limpeza urbana, cf. Súmula Vinculante nº 19 (é
custeado por impostos);
● Iluminação pública, cf. Súmula Vinculante nº 41 (é
custeado pela COSIP, espécie de contribuição
especial);
● Combate a incêndios, cf. entendimento do STF
firmado no julgamento do RE 643247 (serviço de
segurança pública, é custeado por impostos).
Competência tributária para a instituição de
taxas
A Constituição atribuiu a todos os entes federativos a
competência tributária para instituir taxas, tratando-se de
competência comum.

Poderá instituir a taxa o ente que for o responsável por prestar


o serviço público ou realizar a fiscalização correspondente (art.
80 do CTN), a exemplo da taxa para emissão de passaporte
que é federal, da taxa para emissão de RG que é estadual e
da taxa de coleta de lixo que é municipal.
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
A Contribuição de Melhoria é um tributo que decorre de
atuação estatal que se vincula de forma indireta ao
contribuinte, através da realização de obra pública da
qual decorra valorização imobiliária. Nesse sentido, a
contribuição de melhoria visa evitar o enriquecimento
sem causa dos particulares.
Assim, o fato gerador do tributo é a valorização
imobiliária que decorre da obra pública (se não houver
valorização imobiliária ou se a obra for particular, o tributo
não pode ser cobrado).
Competência tributária para a instituição
da contribuição de melhoria

A Constituição atribuiu a todos os entes federativos a


competência tributária para instituir contribuições de
melhoria, tratando-se de competência comum.
Assim, nos termos do art. 81 do CTN, poderá instituir a
contribuição de melhoria o ente que for o responsável
pela realização da obra pública da qual decorra
valorização imobiliária.
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
O Empréstimo Compulsório é espécie tributária
que visa obter recursos para custear situações
fáticas descritas no art. 148 da Constituição:

Art. 148. A União, mediante lei complementar,


poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias,

“ decorrentes de calamidade pública, de guerra


externa ou sua iminência; [...]
II - no caso de investimento público de caráter
urgente e de relevante interesse nacional [...]
Parágrafo único. A aplicação dos recursos
provenientes de empréstimo compulsório será
vinculada à despesa que fundamentou sua
instituição.
Da leitura do referido dispositivo já é
possível depreender as principais
características deste tributo: competência
tributária exclusiva da União Federal,
instituição por lei complementar e
arrecadação que tem destinação vinculada à
despesa que justificou a instituição.
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
As contribuições especiais são tributos cujo
produto da arrecadação tem destinação
vinculada, ou seja, cuja lei de instituição
deve prever a destinação das receitas.

São 4 as espécies do gênero “contribuições


especiais”:
Competência tributária para a instituição
das contribuições especiais

A Constituição Federal atribuiu aos entes


federativos a competência tributária para
instituir as seguintes contribuições
especiais:
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
VAMOS VER SE VOCÊS ESTÃO
AFIADOS?
OAB

V O CÊ S
COMO CAI NA OAB?
As taxas são os tributos que têm por hipótese de incidência uma
atuação estatal.
Assinale a alternativa que corretamente delimite tal atuação, nos
termos da Constituição da República Federativa do Brasil e da
legislação tributária.
a) Os serviços públicos universais (uti universi) podem ser custeados
por meio de taxas, já que alcançam a coletividade considerada como
um todo, o mesmo não podendo se dizer a respeito dos atos de
polícia.
b) Tanto os serviços públicos uti universi como os uti singuli, também
chamados singulares, na medida em que são mensuráveis e divisíveis,
podem ser custeados por meio de taxas, juntamente com os atos de
polícia.
c) Somente os serviços públicos específicos, por serem de
utilização individual e mensurável, podem ser custeados mediante
taxas de serviço, ocorrendo o mesmo com os atos de polícia, que
devem ser específicos e divisíveis para serem custeados
mediante taxas de polícia.
d) A atuação estatal suscetível de ser custeada mediante taxa é
aquela que se refere indiretamente ao contribuinte, tal como uma
obra pública que causa valorização imobiliária, aumentando o
valor de mercado dos imóveis localizados em suas imediações.
GABARITO COMENTADO
a) Errada. Serviços públicos universais (uti universi) são
custeados por impostos.
b) Errada. Serviços públicos universais (uti universi) são
custeados por impostos e serviços públicos singulares (uti
singuli) são custeados por taxa.
c) Correta.
d) Errada. É custeada por contribuição de melhoria a
atuação estatal que se refere indiretamente ao
contribuinte, tal como uma obra pública que causa
valorização imobiliária.
PRINCÍPIOS
TRIBUTÁRIOS
O QUE SÃO?
Os princípios tributários constituem algumas das limitações
constitucionais ao poder de tributar dos entes federativos,
visando garantir direitos fundamentais dos contribuintes.
Trata-se de uma matéria de altíssima incidência, sendo os
principais princípios tributários para fins de estudo para o
Exame de Ordem:
PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE TRIBUTÁRIA
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA
Genericamente, o Princípio da Legalidade se encontra
no art. 5º II da Constituição Federal que preceitua que
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei”.
Especificamente para o Direito Tributário, referido
princípio está previsto no art. 150, I da CF, constituindo
uma limitação ao poder de tributar da União, dos
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal:
“ Art. 150. Sem prejuízo de outras
garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que
o estabeleça.
REGRA
O CTN (arts. 97 e 161, §1º) estabelece algumas
matérias que exigem lei tributária formal:
Infrações e penalidades
Instituição de tributos Redução de tributos
(inclusive dispensa ou
redução)
Extinção de tributos Definição do fato gerador
e do sujeito passivo da Exclusão, extinção e
obrigação tributária principal suspensão de créditos
Majoração de tributos tributários
Fixação de alíquota e base
de cálculo do tributo Incidência de juros
de mora
EXCEÇÕES: MATÉRIAS QUE
DISPENSAM LEI FORMAL
● Atualização monetária da base de cálculo do tributo (é
válida a alteração por decreto do Chefe de Poder
Executivo);
● Majoração de alíquotas do II, IE, IPI e IOF (impostos
regulatórios podem ser alterados por ato do Executivo
Federal)
Obs.: no caso do II e do IE, é possível, ainda, alteração pela Câmara
de Comércio Exterior – CAMEX, órgão do Governo Federal);
EXCEÇÕES: MATÉRIAS QUE
DISPENSAM LEI FORMAL
● Redução e restabelecimento de alíquotas do
CIDE-Combustíveis (alteração por decreto do
Chefe do Executivo Federal)
● Redução e aumento das alíquotas do ICMS
monofásico incidente sobre combustíveis
(alteração autorizada por meio de convênio
firmado entre os entes federativos);
EXCEÇÕES: MATÉRIAS QUE
DISPENSAM LEI FORMAL
● Disposições relativas às obrigações acessórias
(conforme o art. 113, §2º do CTN, as obrigações
acessórias decorrem da “legislação tributária”, que
compreende também os atos normativos
administrativos);
● Alteração na data de vencimento do pagamento do
tributo (conforme o art. 160 do CTN, a definição do
tempo do pagamento pode ser feita pela “legislação
tributária”).
INSTITUIÇÃO POR LEI ORDINÁRIA,
LEI COMPLEMENTAR OU MP?
Em regra, lei ordinária.

Excepcionalmente, por lei complementar, e


apenas nos casos de 7 tributos, quais sejam:
empréstimos compulsórios, Imposto sobre
Grandes Fortunas (IGF), contribuições sociais
residuais, impostos residuais + Reforma.
IGF
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
RESIDUAIS
IMPOSTOS RESIDUAIS
+ Reforma (Imposto Seletivo, IBS e
CBS)
E a medida provisória?

Podem ser instituídos por medida


provisória todos os tributos que não
exijam lei complementar, com base no art.
62, §1º, III da CF.
PRINCÍPIO DA
ANTERIORIDADE
TRIBUTÁRIA
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
Princípio que se relaciona com a ideia de segurança
jurídica, conforme previsão do art. 150, III, “b” e “c”
da CF, devendo ser observado pela União, pelos
Estados, pelos Municípios e pelo Distrito Federal:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias


asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
“ b) no mesmo exercício financeiro em que
haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data
em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou, observado o
disposto na alínea b.
O Princípio da Anterioridade, assim, se
relaciona com a ideia de eficácia da lei
tributária (ou seja, quando a lei tributária
começará a produzir efeitos).

O Princípio da Anterioridade Tributária é


doutrinariamente dividido entre:
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
REGRA
A instituição/majoração de tributos deve
obedecer cumulativamente a ambos os
prazos: tributo majorado/instituído será
cobrado no exercício financeiro seguinte ao
da sua instituição/majoração, desde que já
tenham transcorrido 90 dias desde a
publicação da lei que o instituiu/majorou.
Exemplo: lei publicada em 13/06/2020
majorando o ISS apenas poderá ser cobrada
em 01/01/2021).

Redução/extinção de benefício fiscal


também deve respeitar o Princípio da
Anterioridade, pois configura majoração
indireta do tributo.
EXCEÇÕES
Exceções à anterioridade nonagesimal (ou seja,
não é necessário esperar o decurso dos 90 dias
desde a publicação da lei, mas é necessário
esperar o próximo exercício financeiro):
● Imposto de Renda (IR);
● Alteração na base de cálculo do IPTU;
● Alteração na base de cálculo do IPVA.
Exceções à anterioridade de exercício (ou seja,
não é necessário esperar o próximo exercício
financeiro, mas é necessário esperar o decurso dos
90 dias desde a publicação da lei):
● Contribuição Social de Seguridade Social;
● Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
● CIDE-Combustíveis (apenas na redução ou
reestabelecimento da alíquota);
● ICMS-Combustíveis (apenas na redução ou
reestabelecimento da alíquota).
Exceções à toda anterioridade (não é
necessário esperar prazo algum; o ente federativo
já pode começar a cobrar o tributo imediatamente
após a instituição/majoração):
● Imposto de Importação;
● Imposto sobre Operações Financeiras;
● Imposto Extraordinário de Guerra;
● Empréstimos compulsórios em caso de guerra
externa ou de calamidade pública;
● Imposto de Exportação.
TABELA GERAL:
EXCEÇÕES
Outras situações excepcionais:
● Redução ou extinção de tributo (como não há
prejuízo para o contribuinte, não é necessário
respeitar a anterioridade);
● Alteração de prazo de pagamento do tributo,
inclusive para antecipar, conforme Súmula
Vinculante nº 50 (hipótese que também
configura exceção ao Princípio da Legalidade);
● Atualização monetária da base de cálculo do
tributo (hipótese que também configura exceção
ao Princípio da Legalidade);
● Redução ou extinção de desconto
anteriormente previsto.
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
“ Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes
que se encontrem em situação equivalente,
proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos
rendimentos, títulos ou direitos.
A partir da leitura do art. 150, II da CF é
possível concluir que é proibido o
estabelecimento de distinções por critérios
profissionais.
Exemplo: Município institui isenção de taxa
de coleta de lixo apenas para funcionários
públicos municipais.
Exemplo de aplicação prática do Princípio
da Isonomia Tributária:

SIMPLES NACIONAL - instituir um regime


tributário diferenciado para as
microempresas e empresas de pequeno
porte não viola o Princípio da Isonomia
Tributária, conforme entendimento do STF.
COMO CAI NA OAB?
A União, diante de grave desastre natural que atingiu
todos os estados da Região Norte, e considerando
ainda a severa crise econômica e financeira do país,
edita Medida Provisória, que institui Empréstimo
Compulsório, para que as medidas cabíveis e
necessárias à reorganização das localidades atingidas
sejam adotadas.
Sobre a constitucionalidade da referida tributação,
assinale a afirmativa correta.
a) O Empréstimo Compulsório não pode ser instituído para
atender às despesas extraordinárias decorrentes de
calamidade pública.
b) O Empréstimo Compulsório deve ser instituído por meio
de Lei Complementar, sendo vedado pela CRFB/88 que
Medida Provisória trate desse assunto.
c) Nenhum tributo pode ser instituído por meio de Medida
Provisória.
d) A União pode instituir Empréstimo Compulsório para
atender às despesas decorrentes de calamidade pública,
sendo possível, diante da situação de relevância e urgência,
a edição de Medida Provisória com esse propósito.
GABARITO COMENTADO
a) Errada. Uma das hipóteses que autorizam a instituição do
empréstimo compulsório é o atendimento às despesas
extraordinárias decorrentes de calamidade pública.
b) Correta.
c) Errada. Tributos podem ser instituídos por Medida Provisória,
posteriormente convertida em lei, exceto aqueles que exigem
instituição por lei complementar (imposto sobre grandes fortunas,
empréstimo compulsório, impostos residuais e contribuições
sociais residuais).
d) Errada. Medida Provisória não pode instituir empréstimo
compulsório, visto que esse tributo exige lei complementar para
sua instituição.
A REFORMA PASSOU, E AGORA?
AGORA VOCÊ COMEMORA UM
MERCADO CHEIO DE…

OPORTUNIDADES!!
REFORMA TRIBUTÁRIA
Princípios Tributários:
- Fundamento legal: art. 145, §§3º e 4º da CF.
-Novos Princípios: Simplicidade, transparência,
justiça tributária, cooperação e defesa do meio
ambiente.
- Atenuação dos efeitos regressivos: evitar que
população de baixa renda pague mais.
REFORMA TRIBUTÁRIA
Tributos Municipais:
1. IPTU:
- Fundamento legal: art. 156, §1º, III da CF.
- Permissão de atualização da base de cálculo
do IPTU pelo Poder Executivo (através de
Decreto), conforme critérios estabelecidos em
Lei Municipal. (Súmula 160 do STJ)
REFORMA TRIBUTÁRIA
2. COSIP (Contribuição de Serviço de Iluminação
Pública):
- Fundamento legal: art. 149-A da CF.
- Expansão da base tributável da COSIP: aplicação da
Contribuição para o custeio de serviço de iluminação
pública, bem como para a expansão e melhoramento do
serviço, e custeio de sistemas de monitoramento para
segurança e preservação de logradouros públicos (ex.
instalação de câmeras de segurança, de sensores
destinados à gestão do espaço público).
REFORMA TRIBUTÁRIA
Tributos Estaduais:
1. ITCMD:
- Fundamento legal: art. 155, § 1º, II, VI e VII da CF;
- Competência relativa a bens móveis, títulos e créditos: deixou
de ser de competência do Estado onde se processava o
inventário ou arrolamento e passou a ser de competência do
“Estado onde era domiciliado o de cujus”, sendo que as
alterações serão aplicadas às sucessões abertas a partir da
data da publicação da Emenda Constitucional.
- Progressividade expressa: será progressivo “em razão do valor
do quinhão, do legado ou da doação”.
REFORMA TRIBUTÁRIA
1. ITCMD:
- Imunidade: não haverá cobrança em doações para
instituições sem fins lucrativos de relevância pública e social,
incluindo entidades religiosas, organizações assistenciais e
institutos científicos e tecnológicos, observadas as condições
estabelecidas em lei complementar.
- Doador residente no exterior: regras transitórias até a
regulamentação por Lei Complementar da situação prevista
na CF sobre doadores no exterior ou pessoas falecidas no
exterior. (Não entra na nossa prova)
REFORMA TRIBUTÁRIA
2. IPVA:
- Fundamento legal: art. 155, §6º, II, III da CF.
- Alíquotas diferenciadas: prevê a possibilidade de aplicação de
alíquotas diferenciadas, levando em consideração o tipo, o valor,
a utilização e o impacto ambiental do veículo (incentivar a
produção de veículos híbridos e eletrificados que, via de regra
são menos poluentes; Logo, veículos que fazem uso de
combustíveis fósseis poderão ter uma alíquota mais elevada, ao
passo que, outros tipos, isto é, que utilizam etanol, biodiesel,
biogás e eletricidade, por exemplo, poderão ter uma alíquota
reduzida), a ser posteriormente regulado internamente em cada
estado).
REFORMA TRIBUTÁRIA
2. IPVA:
- Novas incidências: incluiu a previsão de cobrança para
embarcações e aeronaves.
*Exceções:
● Aeronaves agrícolas e de operador certificado a
prestar serviços aéreos a terceiros (v.g: companhias
aéreas, empresas de táxi aéreo);
● Embarcações de titularidade de pessoas jurídicas
que possuam outorga para prestar serviços de
transporte aquaviário;
REFORMA TRIBUTÁRIA
*Exceções:
● Embarcações de titularidade de pessoa física ou jurídica
e que pratique pesca à título industrial, artesanal,
científico ou de subsistência;
● Plataformas suscetíveis de se locomover na água por
meios próprios, inclusive aquelas cuja finalidade principal
seja a exploração de atividades econômicas em águas
territoriais e na zona econômica exclusiva e embarcações
que tenham essa mesma finalidade principal;
● Tratores e máquinas agrícolas;
COMO CAI NA OAB?
Maria Silva, que, durante sua vida, foi domiciliada no
Distrito Federal, faleceu deixando um apartamento
no Rio de Janeiro e um automóvel que, embora
registrado no DETRAN do Amazonas, atualmente
está em uso por um de seus herdeiros no Ceará. O
inventário está em curso no Distrito Federal.
Quanto ao Imposto de Transmissão Causa Mortis e
Doação – ITCMD devido, assinale a afirmativa
correta.
A) O ITCMD referente ao apartamento compete ao
Distrito Federal, local onde o inventário está sendo
processado.
O ITCMD referente ao automóvel compete ao
Ceará, local onde o bem está sendo usado.
C) O ITCMD referente ao automóvel compete ao
Distrito Federal, local onde o inventário está sendo
processado.
D) O ITCMD referente ao automóvel compete ao
Amazonas, local onde o bem está registrado.
GABARITO COMENTADO
Foi domiciliada no Distrito Federal, faleceu deixando um apartamento no
Rio de Janeiro e um automóvel que, embora registrado no DETRAN do
Amazonas, atualmente está em uso por um de seus herdeiros no Ceará. O
inventário está em curso no Distrito Federal.
A) ERRADO. Bem Imóvel compete ao local de situação do bem.
B) ERRADO. Bem móvel compete ao local onde era domiciliado o de
cujus.
C) (CUIDADO COM A REFORMA!!) Esse item continua certo, mas
pelos motivos errados. O que ocorre é que, coincidentemente, o
inventário foi processado no mesmo lugar onde era domiciliado o de
cujus, fato esse que agora importa!!
D) ERRADO. Bem móvel compete ao local onde era domiciliado o de
cujus.
VOCÊ ANTES DESSA AULA:
VOCÊ DEPOIS DESSA AULA:
IMUNIDADES
TRIBUTÁRIAS
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS: O QUE SÃO? 🤔
As imunidades tributárias constituem
algumas das limitações constitucionais ao
poder de tributar dos entes federativos.
São hipóteses de não incidência de
tributos sobre determinadas matérias, o
que representa uma delimitação da
competência tributária.
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
As imunidades tributárias são sempre
previstas na Constituição (diferentemente
das isenções, que são previstas em lei),
independentemente da nomenclatura.
��
IMUNIDADE RECÍPROCA
A imunidade recíproca tem previsão no art. 150, VI, a, da
CF/1988, e dispõe que a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios não podem fazer incidir impostos uns sobre
os outros.
➔ Estão protegidos pela imunidade o patrimônio, a renda e
os serviços dessas entidades, bem como suas
autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, desde que vinculados às suas
finalidades essenciais ou às delas decorrentes. Isto
porque os impostos impõem ato de força entre aquele que
cobra e o que deve pagar, o que não deve existir entre os
entes federados.
É uma imunidade que se aplica
exclusivamente aos impostos, de
modo que os entes federativos podem
cobrar, por exemplo, taxas uns dos
outros.
REFORMA TRIBUTÁRIA
Após a reforma tributária ocorreu a ampliação da
imunidade tributária recíproca dos correios expressa
no texto constitucional: “A vedação do inciso VI, "a",
§2º, é extensiva às autarquias e às fundações
instituídas e mantidas pelo poder público e à empresa
pública prestadora de serviço postal, no que se
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas
decorrente”.
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IMUNIDADE DE TEMPLOS RELIGIOSOS
A imunidade dos templos de qualquer culto tem previsão no
art. 150, VI, b, da CF/1988, e refere-se ao lugar que se
destina à prática de atos religiosos, de um culto, seja
este qual for.

Por ser o Brasil um Estado laico (sem religião oficial), estão


abrangidas pelo conceito quaisquer crenças ou cultos
religiosos, expressão de garantia da liberdade de crença
(art. 5.º, VI, da CF/1988), desde que excluídas do conceito
de religião somente aquelas seitas (ilegais) em que haja
violação dos direitos humanos.
DICA DA RUIVA 󰫷: não se confunde a
instituição religiosa com o líder religioso
– as instituições religiosas possuem
imunidade e os líderes religiosos não
possuem (exemplo: padre/pastor
paga IRPF sobre seu salário).
Conforme determina o art. 150, §4º da CF, a imunidade
dos templos religiosos compreende “somente o
patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as
finalidades essenciais das entidades”. Exemplos:

- Igreja possui loja de lembrancinhas religiosas: não


pagará ICMS sobre as mercadorias porque elas possuem
relação com o objeto da atividade religiosa;
- Igreja possui cemitério anexo ao templo: não pagará
IPTU sobre a propriedade porque se relaciona com a
atividade essencial;
REFORMA TRIBUTÁRIA

Após reforma tributária ocorreu a ampliação da


imunidade tributária de templos de qualquer
culto: “entidades religiosas e templos de
qualquer culto, inclusive suas organizações
assistenciais e beneficentes”, segundo o
Fundamento legal: art. 150, VI, “b” da CF; e §2º
da CF.
Líder Religioso? Paga IPVA e os Entidade Religiosa? Tem
demais Impostos! imunidade
Entidade Religiosa que tem como Entidade Religiosa que tem como
primórdio obtenção de lucro? Não premissa difundir a Religião? Tem
segue a finalidade essencial, logo Imunidade, pois é finalidade
não possui imunidade. essencial;
O que ela não pode ter? Seitas que O que ela deve ter? Elevação
incentivem o autoflagelo e suicídio espiritual, profissão de fé e prática
em massa não possuem imunidade. de virtudes.
Construções de terceiros próximo Construções da própria igreja?
a igreja? Não possui imunidade. Ex: Convento. Sim! Respeita a
finalidade essencial
��
IMUNIDADE CULTURAL/DE IMPRENSA
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,
é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI
- instituir impostos sobre: d) livros, jornais, periódicos e o papel
destinado a sua impressão.
Prevendo essa imunidade, a Constituição objetivou proteger a
liberdade de expressão e promover a cultura.
Trata-se de imunidade com ampla interpretação, aplicando-se a
livros/jornais/periódicos que difundem qualquer tipo de
conhecimento.
(exemplo: revistinha em quadrinhos, revista pornográfica, Atlas, listas
telefônicas, álbum de figurinhas).
ATENÇÃO: encartes publicitários com finalidade
exclusivamente comerciais (que só possuem promoções e
propagandas – exemplo: encartes de supermercado) e
revistas de revendedores (exemplo: revistas da AVON)
não possuem imunidade tributária, conforme
entendimento do STF.

Contudo, porém, todavia… o fato de uma publicação


eventualmente veicular peça de caráter publicitário
não retira dela a imunidade, ok?
DICA DA RUIVA 󰫷: Os insumos de impressão são
interpretados restritivamente: a Constituição só prevê a
imunidade para o papel destinado à impressão dos
livros/jornais/periódicos (logo, insumos como tinta,
impressora e cola não terão imunidade).

Mutação constitucional: interpretando a Constituição


conforme a atualidade, o STF estendeu a aplicação da
imunidade tributária para os livros digitais (e-books) e para os
leitores eletrônicos (e-readers – exemplo: Kindle), que são
utilizados exclusivamente para leitura e funcionam como o
“papel para impressão”.
Encartes publicitários e Revistas de Livros, revistinha em quadrinhos,
Revendedores com finalidades comerciais, revista pornográfica, Atlas, listas
segundo o STF. telefônicas, álbum de figurinhas para
difundir amplo acesso à cultura.

Insumos como tinta, impressora e cola


não possuem imunidade. E-books, e-readers, Kindle.

Notebook e Tablet não possui imunidade,


pois compreende outras funções, que não Papel
apenas a leitura.
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IMUNIDADE MUSICAL - art. 150, VI, “e” da CF/88
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no
Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores
brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas
brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos
digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação
industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
Imunidade objetiva que visa desincentivar a
pirataria, possibilitando a prática comercial de
menores preços sobre a música nacional, sendo
aplicável a:
- fonogramas (arquivo de áudio com música),
- videofonogramas (arquivo de vídeo com
música, ou seja, clipes musicais) e
- suportes materiais ou arquivos digitais que os
contenham (exemplos: CDs e DVDs).
Requisitos para aplicação da
imunidade:

- Produção no Brasil;
- Obra de autor brasileiro ou obra em geral
(ou seja, mesmo que estrangeira)
interpretada por artista brasileiro.
EXEMPLO:

Monkeys
COMO CAI NA OAB?
Determinada editora de livros, revistas e outras publicações foi
autuada pela fiscalização de certo Estado, onde mantém a sede
da sua indústria gráfica, pela falta de recolhimento de ICMS
incidente sobre álbum de figurinhas. Nessa linha, à luz do
entendimento do STF sobre a matéria em pauta, tal cobrança é:

A) inconstitucional, por força da aplicação da isenção tributária.


B) inconstitucional, por força da aplicação da imunidade tributária.
C) constitucional, por força da inaplicabilidade da imunidade
tributária.
D) inconstitucional, por estar o referido tributo adstrito à competência
Monkeys
tributária da União Federal.
RESPOSTA CORRETA:

B) inconstitucional, por força da aplicação da imunidade tributária.

Comentários:
A imunidade tributária sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à
sua impressão alcança os álbuns de figurinha.

“... a imunidade tributária sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado


à sua impressão tem por escopo evitar embaraços ao exercício da liberdade
de expressão intelectual, artística, científica e de comunicação, bem como
facilitar o acesso da população à cultura, à informação e à educação” (RE
221.239/SP, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma).
OBRIGAÇÃO
TRIBUTÁRIA
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA - O QUE É?
A obrigação tributária é uma relação jurídica composta por um credor
(Fazenda Pública) e por um devedor (contribuinte ou responsável). A origem
dessa relação jurídica pressupõe a existência de uma hipótese de incidência
e da prática de um fato gerador.

Exemplo: a lei prevê que os proprietários de veículos de passeio deverão


pagar IPVA. Ou seja, a hipótese de incidência é a previsão legal que
determina que, ao se tornar proprietário de um veículo, o sujeito está
praticando o fato gerador que origina a obrigação tributária, que é o dever de
pagar o IPVA.
OBRIGAÇÃO PRINCIPAL x OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA
Conforme o art. 113 do CTN, a obrigação tributária
pode ser principal (obrigação de pagar) ou
acessória(obrigação de fazer ou não fazer).

- A obrigação tributária principal consiste no dever


de pagar um tributo ou uma multa tributária, possuindo
natureza pecuniária (ou seja, a obrigação principal
sempre será expressa em dinheiro).
- A obrigação tributária acessória, por sua vez,
consiste no esforço humano de fazer (ex:
entregar declaração, emitir nota fiscal) ou de não
fazer (ex: não rasurar livros fiscais, não
transportar mercadoria sem nota fiscal)
determinados atos com o objetivo de facilitar a
arrecadação e a fiscalização do tributo,
possuindo natureza burocrática.
SUJEITOS DA
OBRIGAÇÃO
TRIBUTÁRIA
Sujeitos da obrigação tributária
Sujeito passivo – quem paga! 💸
•É o devedor da obrigação tributária que, conforme art. 121
do CTN, pode ser o contribuinte ou o responsável. Exemplos:

- Contribuinte: conforme art. 121, §único, I do CTN, é


aquele que tem “relação pessoal e direta com a situação que
constitua o respectivo fato gerador”(exemplo: o proprietário
do veículo é o contribuinte do IPVA por possuir relação
pessoal e direta com o fato gerador do referido tributo);
Sujeito passivo – quem paga! 💸
- Responsável: conforme art. 121, §único, II do CTN, é aquele
diverso do contribuinte(ou seja, o responsável não pratica o fato
gerador), mas é obrigado por lei a recolher o tributo (exemplo:
empresa que retém Imposto de Renda dos salários dos
seus empregados e repassa à União – aqui os contribuintes
são os empregados, pois são eles que estão auferindo renda e,
portanto, praticando diretamente o fato gerador; enquanto a
empresa é apenas a responsável por recolher o tributo).
Sujeito ativo – quem cobra! 󰡄💰
• É o ente público que possui a competência tributária (poder de
instituir o tributo) e/ou a capacidade tributária ativa (poder de fiscalizar e
exigir o tributo), conforme art. 119 do CTN.

Exemplos:
- União, Estados, Municípios e DF podem ser os sujeitos ativos da
obrigação tributária (possuem competência tributária, que é
indelegável);
- Conselhos de classes profissionais podem ser os sujeitos ativos da
obrigação tributária relativamente às contribuições corporativas
(possuem capacidade ativa tributária, a eles delegada pela União –
exemplo: CRM e CREA).
Para que o agente seja considerado sujeito passivo da obrigação
tributária, deve possuir capacidade tributária (não confundir com a
capacidade estudada no Direito Civil!).

• A capacidade tributária, conforme art. 126 do CTN, independe da


capacidade civil da pessoa natural, independe do pleno exercício de
direitos e independe da regular constituição da pessoa jurídica.

- Exemplos:

- Criança de 11 anos herda casa de seus falecidos pais,


tornando-se a contribuinte do ITCMD (não possui capacidade civil,
mas possui capacidade tributária);
Exemplos práticos! 🚀

- O proprietário de um veículo de passeio é preso,


mas continua sendo o contribuinte do IPVA, apesar
de estar sofrendo uma limitação do exercício de
atividades civis (não possui o pleno exercício de
direitos, mas possui capacidade tributária).
Exemplos práticos! 🚀
- Duas amigas se unem e montam uma loja de roupas
online, mas, apesar de não possuírem contrato social e não
terem registrado a loja como empresa, vendem mercadorias
como se empresa fossem, de forma que a loja será
contribuinte de ICMS independentemente de estar
irregularmente constituída, bastando que se configure como
unidade econômica/profissional (não possui constituição
regular, mas possui capacidade tributária).
O sujeito passivo legalmente definido não pode ser modificado por
convenções particulares, conforme art. 123 do CTN.

- Exemplo:
- A lei define que o sujeito passivo do IPTU é o proprietário do imóvel. O
proprietário aluga o imóvel e no contrato do aluguel dispõe que o locatário
é quem deve realizar o pagamento do IPTU (ou seja, o contrato visa
modificar o sujeito passivo do tributo).
Se o locatário não pagar o IPTU, o Município cobrará do proprietário
do imóvel, pois a convenção particular não pode ser oposta à
Fazenda Pública. O proprietário terá que pagar o IPTU, por ser o
contribuinte legalmente definido, e posteriormente poderá cobrar o
valor do locatário em ação regressiva (que já não mais estará no
âmbito do Direito Tributário, mas sim do Direito Civil).
COMO CAI NA OAB?
João e Maria celebraram entre si contrato de locação, sendo João o locador
e proprietário do imóvel. No contrato, eles estipularam que a
responsabilidade pelo pagamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e
Territorial Urbana (IPTU) do imóvel será de Maria, locatária. Com base
nessas informações, assinale a afirmativa correta.
a) O contrato será ineficaz entre as partes, pois transferiu a obrigação de
pagar o imposto para pessoa não prevista em lei.
b) O contrato firmado entre particulares não poderá se opor ao fisco
municipal, no que tange à alteração do sujeito passivo do tributo.
c) O contrato é válido e eficaz, e, por consequência dele, a
responsabilidade pelo pagamento do tributo se tornará solidária,
podendo o fisco municipal cobrá-lo de João e/ou de Maria.
d) No caso de o fisco municipal cobrar o tributo de João, ele não poderá
ajuizar ação regressiva em face de Maria.
RESPOSTA CORRETA:

b)O contrato firmado entre particulares não poderá se opor ao


fisco municipal, no que tange à alteração do sujeito passivo do
tributo.

Comentários:
Nesse caso a alternativa correta é a letra B, pois o contrato
firmado entre particulares não pode ser oposto ao fisco para
deixar de pagar tributos.
VOCÊ É CAPAZ!
EU ACREDITO EM
VOCÊ!
LANÇAMENTO
TRIBUTÁRIO
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO - O QUE É?
O lançamento tributário é um ato
administrativo que declara a existência da
obrigação e constitui o crédito tributário,
possuindo, portanto, natureza híbrida/mista
(natureza declaratória e constitutiva,
simultaneamente).
O lançamento está previsto no art. 142, caput do CTN:
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa
constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o
procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do
fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria
tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o
sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade
cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é
vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO - O QUE VAI FAZER?
● verificar a ocorrência do fato gerador;
● determinar a matéria tributável;
● calcular o montante do tributo devido;
● identificar o sujeito passivo;
● sendo caso, propor a aplicação da
penalidade cabível.
MODALIDADES
São 3 as modalidades de lançamento tributário,
determinadas pelo grau de participação do sujeito passivo:

1.Lançamento de ofício: a autoridade administrativa


realiza todo o lançamento, porque já possui todas as
informações relativas à obrigação tributária, e o sujeito
passivo apenas paga o tributo.

Exemplos: IPVA, IPTU, contribuições de interesse das


categorias profissionais, contribuições de melhoria, taxas;
2.Lançamento misto/por declaração: o
sujeito passivo declara algumas informações
relativas à obrigação tributária e a autoridade
administrativa realiza os cálculos do tributo e
procede ao lançamento.

-Exemplos: ITBI, ITCMD, IE, II;


3.Lançamento por homologação: o sujeito
passivo declara todas as informações relativas à
obrigação tributária (quais foram os fatos
geradores, cálculos do tributo, etc) e a autoridade
administrativa apenas procede ao lançamento a
partir da homologação.

-Exemplos: IPI, ICMS, IR, Empréstimo


Compulsório, PIS/PASEP e COFINS.
BOA PROVA! 🤍

CONTE CONOSCO
E TE ESPERAMOS NA
2ª FASE DE DIREITO
TRIBUTÁRIO DO
MÉTODO VDE!

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