Protenas Na Nutrio Animal

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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO


UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS TANGARÁ DA SERRA

Proteínas na Nutrição
Animal
5º Semestre
Curso de Graduaçã o Agronomia
Prof. Msc. Elisa Mauro Gomes
Importância da Proteína

🠶 Apesar da proteína remeter à palavra grega proto, que significa “primeiro” ou “mais
importante”, há um consenso que este nutriente não é o fator limitante na produção
animal e sim a energia;

🠶 Para melhores resultados de produção o que importa é ter o melhor


balanço entre os nutrientes.

🠶 Além disso, para aumentar o desempenho animal é fundamental identificar o recurso


nutricional limitante em cada situação específica.
Importância da Proteína
Vários aspectos são responsáveis pelo grande interesse nos teores de
proteína, das quais destaca mos:

1) há muitas situações em que a proteína pode ser o nutriente mais limitante à


produção, permitindo respostas de aumento de produção através de sua
suplementaçã o,

2) é um nutriente de alto custo por unidade (R$/ponto percentual de


proteína);

3) a nutrição energética depende da nutrição proteica, isto é, deficiências de


energia podem ocorrer em função da deficiência proteica ou pela falta de
balanceamento das várias frações da proteína.
O que são Proteínas?
🠶 As proteínas são compostos orgânicos extremamente complexos, de
natureza coloidal, formados fundamentalmente por C, H, O e N;
🠶 Contem ainda S, P e Cu;
🠶 São constituintes dos tecidos mais organizados, e até de vírus.
🠶 As proteínas diferem dos carboidratos e lipídios por conterem N de 15 a
19%, sendo a média 16%.

Mínimo Máximo Médio


Carbono 50,00% 55,00% 52,50%
Hidrogênio 6,6% 7,3% 6,9%
Oxigênio 19,00% 24,00% 21,50%
Nitrogênio 15,00% 19,00% 16,00%
O que são Proteínas?

🠶 O estudo dos ác idos aminados, ou seja, das proteínas, é fundamental para


a nutrologia animal, já que estes precisam da ingestão de alguns
aminoácidos para formar suas próprias proteínas.

🠶 O aminoácidos são como o alfabeto das proteínas, fazendo uma


analogia, fazem várias combinações para a formação de proteínas, assim
como as letras fazem para formar palavras.
O que são Proteínas?

🠶 Proteínas são substâncias compostas por uma sequência de aminoácidos


unidos por ligações covalentes, cuja extensão pode ultrapassar milhares
de aminoácidos em conformações bastante complexas, como no caso
das enzimas.
🠶 As enzimas são as grandes responsáveis pela dinâmica bioquímica, ou
seja, os eventos vitais para o animal, incluindo a expressão das
informações genéticas das células.

Proteína verdadeira: compostos de aminoácidos

Nitrogênio Não Proteico: compostos nitrogenados como a uréia

Proteína ligada à fibra em detergente ácido (PIDA)


O que são Proteínas?
Proteína simples: após a sua hidrólise fornecem apenas
aminoácidos.

Proteína conjugada: constituem uma combinação de uma


proteína simples com um radical não proteico, também chamado
de grupo prostético, os quais podem ser minerais, lipídeos ou
glicose.
Proteína derivada: representam produtos alterados ou
decompostos de proteínas naturais, tornando-se proteína
desnaturada por ação do calor, enzimas ou agentes químico
Exemplos de Proteínas Verdadeiras
Definições importantes
🠶 Polipeptídios: cadeias com menos de 60 aminoácidos, apesar de não existir um rigor
absoluto quanto a isto.
🠶 Peptídeo: é a molécula resultante da união de dois aminoácidos
🠶 Aminoácidos, como o próprio nome denuncia, são moléculas que apresentam um
grupo amina, cujo elemento característico é o nitrogênio (N).
Teor de Proteína nos alimentos
🠶 Para sabermos o teor de proteína na amostra simplesmente
determinamos o N da amostra;
🠶 A conversão de N total para proteína é feita pelo fator 6,25. Esse fator
baseia-se na premissa que, em média, o N corresponde a 16% do peso da
proteína total dos alimentos;
🠶 Isso nem sempre é verdade!. Por não diferenciar entre N que realmente
participa da constituição da proteína do N que não faz parte desta
(nitrogênio não proteico), foi dado o nome de proteína bruta para esse
componente nutricional do alimento.

PROTEÍNA BRUTA DA DIETA

PROTEÍNA OU
NITROGÊNIO NITROGÊNIO
Proteína PIDN/PIDA LIGADO A FIBRA
NÃO NNP
PROTEICO Verdadeira EM DETERGENTE
NEUTRO/ÁCIDO
Exemplos de determinação de PB

🠶 A Tabela 3.1 mostra que, no caso da proteína da folha do milho, o fator


6,25 estaria subestimando a proteína deste em 10%;

🠶 Mas, no caso da lã haveria uma superestimativa de cerca de 11%.

🠶 Essas incorreções não comprometem o uso da PB na nutrição de


ruminantes cujo uso tem sido bem sucedido para as fontes usuais de
proteína.

🠶 É fundamental desmembrar com maiores detalhes a fração proteína


bruta, para podermos formular corretamente uma dieta.
Classificação dos aminoácidos

Aminoácidos
Aminoácidos
não
essenciais
essenciais

São aqueles que não são sintetizados São aqueles sintetizados pelo
pelo organismo em velocidade organismo animal, não sendo
suficiente para atender as necessária sua suplementação e não
necessidades do animal considerando afeta seu valor biológico.
que necessitam de muitos passos
metabólicos para sua biossíntese. AAs não essenciais: Alanina, Arginina,
Ácido aspártico, cisteína, ácido
AAs essenciais:Lisina, Metionina, glutâmico, glutamina, glicina, prolin,
Triptofano, Valina, Histidina, pirrolisina, serina, asparagina.
Fenilalanina, Leucina, Treonina,
Arginina.
Aminoácido Limitante
🠶 Mesmo que todos os aminoácidos essenciais estejam presentes na dieta,
em quantidades adequadas, mas com exceção de um, a síntese proteica
efetuada pelo animal for-se-á até o nível daquele presente em menor
quantidade.

Ordem de limitação dos aminoácidos

Suínos Frangos
1. Lisina 1. Metionina
2. Treonina 2. Lisina
3. Metionina 3. Treonina
4. Triptofano 4. Arginina/Glicina

Fonte: NRC, UFV, Manual de linhagens.


Inter-relação entre AAs

🠶 Alguns exemplos dessa interação já são bem conhecidos:


🠶 Cistina x Metionina: a princípio supôs-se que a cistina fosse também um
aminoácido essencial, mas observações posteriores provaram que é possível
retira-la de uma dieta em que não falta metionina, a qual pode converter-se
em cistina. Porém, se ela estiver presente, diminui a necessidade de conversão
de metionina e, portanto, economiza as quantidades deste aminoácido
essencial na alimentação diária.

🠶 Tirosina x Fenilalanina: a tirosina, aminoácido não essencial pode ser obtido a


partir da fenilalanina. Esta é capaz de substituir aquela, mas o contrário não se
verifica.

🠶 Glicina x Serina: se verifica semelhante inter-relação a Tirosina x Fenilalanina.


Proteínas na alimentação animal
A qualidade de um
Os vegetais sintetizam
alimento pode ser
todos os Aas de que
comparada com a de
precisam, mas têm
outro pela composição
qualidade inferior à
dos Aas (presença de Aas
proteína animal;
essenciais);

Dietas elaboradas apenas A redução da proteína de


com cereais e farelos não rações à base de milho e
atendem as necessidades soja requer
de Aas, sendo necessário a suplementação com Aas
inclusão de Aas industriais; industriais.
Funções das proteínas
❖ Constituintes de elementos estruturais

• Colágeno, elastina, queratina;

❖ Contração muscular: miosina, actina

❖ Transporte (receptor/carreador da membrana celular):

• Gorduras, vitaminas e minerais (hemoglobina, lipoproteína)

❖ Formação de enzimas, hormônios e anticorpos.

❖ Fonte alternativa de energia na falta de carboidratos e


gordura
Qualidade da proteína

• A qualidade de uma proteína refere-se à quantidade,


proporção e interações dos aminoácidos essenciais em
função do requisito animal.

Fatores importantes ligados à qualidade proteíca

• Presenç a de Aas essenciais;


• AA limitante;
• Disponibilidade dos Aas (digestibilidade proteica);
• Quantidade total de proteína na dieta;
• Energia/Vitaminas e Minerais.
Qualidade da proteína
🠶 As proteínas de origem vegetal são deficientes em aminoácidos essenciais,
especialmente os cereais que, de um geral, representam a maior fração das
dietas animais, e são deficientes principalmente de lisina e treonina.

Atualmente as dietas de aves e suínos são formuladas para fornecer aos animais
os aminoácidos essenciais em uma relação balanceada com a lisina –
aminoácido referência.
Disponibilidade dos Aminoácidos

🠶 Digestão proteica pode estar impedida ou limitada, pela presença de inibidores

enzimáticos (o mais conhecido é o inibidor da tripsina presente na soja crua)

🠶 Uma das causas mais comuns do excesso de calor sobre a proteína, é a reação

de Maillard, na qual açúcares redutores combinam-se com o grupo amino da

lisina, tornando o aminoácido biologicamente indisponível para o animal.


Quantidade de
Proteína na Dieta
🠶 Animais monogástricos – as

formulações de rações são realizadas

em função do que se denomina

“Proteína Ideal”
Proteína Ideal
Relação ideal de Aas na dieta

🠶 Refere-se a dietas que possuem o perfil de aminoácidos nas


proporções exatas das necessidades dos animais;

A utilização de dietas equilibradas em todos os


aminoácidos contribui para aumentar
significativamente a retenção dos mesmos e reduzir a
emissão de N de excretas no ambiente
Uso de aminoácidos sintéticos (industriais)

🠶 A exigência nutricional das aves é principalmente por aminoácidos e não


simplesmente pela proteína bruta da raçã o.
🠶 O conceito “proteína ideal” torna possível reduzir o teor proteico das rações e,
concomitantemente, manter os aminoácidos essenciais dentro dos níveis
adequados às exigências das aves.

A proteína ideal é, portanto definida como um balanço exato


de aminoácidos capaz de prover sem excesso ou déficit as
necessidades de todos os aminoácidos essenciais.
Aminoácidos industriais para nutrição
animal
Com o surgimento da produção de aminoácidos sintéticos, as dietas passaram a ser
formuladas com menor nível proteico e com níveis de aminoácidos mais próximos das
necessidades da ave.

Fonte: Duarte e Junqueira, 2013


Aminoácidos industriais para nutrição
animal
A produção dos aminoácidos industriais permitiu a redução da
proteína dietética de forma eficiente, tanto zootecnicamente como
economicamente.

🠶 A redução proteica das dietas via adição de aminoácidos industriais


oferece as seguintes vantagens:
➢ Redução do custo de formulação;
➢ Melhora de desempenho em condições de temperaturas altas.
➢ Otimização da eficiência proteica.
➢ Redução de excreção de nitrogênio e volume de fezes.
Digestão da proteína em monogástricos

ESTÔMAGO INTESTINO DELGADO


Aç ão das enzimas:
Desnaturação
Tripsina, quimotripsina,
proteic a pelo HCL
carboxipeptidase,
Elastase
Suco pancreático

Pepsina
Hidrólise no lúmen do ID

Quebra em
polipeptídios Peptídeos e aminoá cidos

Hidrólise de liga ções


peptídicas Aminopeptidases (mucosa)

Aminoá cidoslivres e Oligopeptídeos


Absorção

🠶 Os sistemas de absorção de Aas podem ser por transporte ativo


(Bomba de Na) ou facilitado;

🠶 O transporteativo apresenta maior efic iênc ia na absorção,por


atuar contra o gradiente de concentração.
Absorção de aminoácidos

Vários
AAs absorvidos destinos
metabólicos

✓ Utilizados para Síntese Proteica – Mantença e Produção


✓ Poderão ser desaminados (def. energética , esqueletos de ca rbono e
metabolismo energético ATP;
✓ Síntese de aminoácidos não essenciais (transaminação);
✓ Precursores de compostos nitrogenados (ác. nucleicos), creatinina, colina
e tiroxina);
✓ Síntese de glicose (gliconeogênese);
✓ Convertidos a gordura (cetona e corpos cetônicos).
Processos biológicos do metabolismo
dos Aas (suínos)
1. Absorção de Aminoácidos

2. Mantença “Turnover” de proteína


corporal; perda tegumental;
perda endógena de Aas no
intestino; síntese de outros
compostos; perda urinária

3. Produção Deposição proteica compostos


úteis (carne, leite, embriões,
etc)
Nota

🠶 Independente da fonte, os Aas absorvidos no intestino vão pra corrente


sanguínea, e aqueles que não são incorporados à proteína biológica são
degradados no fígado, ou seja, AAs em excesso não são armazenados
como AAs.

🠶 AAS excesso >>>>catabolizados:

🠶 O grupo amino é removido e excretado como ácido úrico (aves) e ureia


(mamíferos);

🠶 O esqueleto de C entra nas vias metabólicas de energia.


Exigências de Proteínas/AAs

IDADE DO ANIMAL

✓ Necessidades dietéticas de proteínas decrescem com o avanço da


idade dos animais.

MAIOR IDADE

MENOR EXIGÊNCIA
DE PROTEÍNA NA
DIETA DIÁRIA
Fonte: Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos, UFV, 2005
Fonte: Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos, UFV, 2005

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