259-Texto Do Artigo-692-1012-10-20130814

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O Sinaes e a qualidade da educação

Claudia Maffini Griboski*


Suzana Schwerz Funghetto**

RESUMO: O artigo analisa o sentido da avaliação nas po-


líticas de gestão da educação, explicitando a legislação e a
importância de o processo de avaliação se tornar política
de Estado, subsidiando a qualidade, ao se regulamentar
pelo sistema com todos os níveis de ensino. A referência
é o Plano Nacional de Educação (PNE) e o Sistema Nacio-
nal de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), à luz de
novos modos de avaliação e regulação, pela construção de
medidas de controle e a transformação na organização da
educação.

Palavras-chave: Sinaes. Política de avaliação. Educação su-


perior. Qualidade.

Introdução

A
qualidade da educação tem se constituído, nos últimos tempos, em tema
central do debate político e pedagógico. Sua base está ancorada em medi-
das diversas de caráter político e legal que têm afetado a gestão da educa-
ção. É nesse contexto que se insere a política de avaliação, quando, a partir dos seus
resultados, se promovem medidas de natureza política e administrativa que acabam

*
Doutoranda em Educação. Professora da Faculdade de Saúde da Universidade de Brasília (UnB).
Membro da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes) e da Comissão Técnica
de Acompanhamento da Avaliação (CTAA). Diretora de Avaliação da Educação Superior do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). Coordena a implementa-
ção do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), do Sistema Arcu-Sul e do Exa-
me Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos expedidos por instituições de educação superior
estrangeiras (Revalida). Brasília/DF, Brasil. E-mail: [email protected].
**
Doutoranda em Ciências e Tecnologias da Saúde. Coordenadora-geral de Avaliação dos Cursos de
Graduação e IES, onde coordena a avaliação in loco para cursos e instituições do Brasil pelo Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e a avaliação para acreditação de cursos do
Sistema Arcu-Sul no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Brasília/DF, Brasil. E-mail: [email protected].

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por interferir e alterar os modos de regulação dos sistemas de educação. Diga-se de


passagem que a depender do modelo de avaliação adotado no país – voltado ao pro-
pósito de promover melhorias no processo educacional ou a serviço do controle do
Estado sobre as instituições – essas medidas podem ocasionar um fortalecimento das
ações da gestão ou indicar um viés de substituição do poder público pelo privado jus-
tificado por técnicas de desburocratização e ineficiência do Estado. Segundo Barroso
(2005), essas medidas podem ser orientadas
[...] por imperativos de natureza política, de acordo com projetos neoliberais
e neoconservadores, com o fim de ‘libertar a sociedade civil’ do controle do
Estado (privatização), ou mesmo de natureza filosófica e cultural (promover a
participação comunitária, adaptar ao local) e de natureza pedagógica (centrar
o ensino nos alunos e suas características específicas). (p. 725).

Nessa perspectiva, aponta-se que o modo de condução da política de avaliação,


seja pelo lugar de destaque que ocupa nas políticas públicas do País ou mesmo pelo
“não lugar” nessas políticas, pode estar vinculado a um projeto conservador, com a
finalidade de promover o controle do Estado no desenvolvimento da educação. Mes-
mo quando aborda a característica cultural, pode estar associando a participação da
comunidade escolar apenas ao ajustamento da população às condições locais, descon-
siderando a possibilidade de emancipação dos sujeitos e construção social. No âmbi-
to pedagógico, aponta a centralidade no desempenho dos estudantes como resultado
do ensino, distanciando o processo de ensino e aprendizagem do projeto pedagógico
e d e sua intrínseca relação com fatores internos e externos à instituição, que podem
facilitar ou prejudicar o desenvolvimento do processo educacional.
Este artigo analisa o sentido do processo de avaliação nas políticas de gestão da
educação, à luz da construção do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Supe-
rior (Sinaes), em 2004, e suas implicações para a qualidade da educação. Na primei-
ra parte, explicitam-se as medidas legais que orientam a realização da avaliação e a
implantação do Sinaes, tomando-se como referência o Plano Nacional de Educação
(PNE) e os conceitos de avaliação e regulação que perpassam essa construção.
Na segunda parte, toma-se como referência o Sinaes e a emergência de novos mo-
dos de avaliação e de regulação. Destacam-se, nesse sentido, as principais convergên-
cias e divergências nesse domínio. Apresenta-se o sentido dessas medidas e as possí-
veis transformações na organização da educação. Questiona-se o papel da avaliação
na regulação da educação e a sua compreensão como política de Estado, que subsidie
a melhoria da qualidade e se empenhe na ampliação do acesso e na formação para o
desenvolvimento pessoal e profissional na população.

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O Sinaes e a qualidade da educação

Os marcos da avaliação e da regulação

Na Constituição Federal, foram instituídos princípios para o controle e a garan-


tia da qualidade da educação, definindo o dever do Estado em estabelecer um Plano
Nacional de Educação e articular o Sistema Nacional de Educação.
Segundo Bonamino e Sousa (2012), a análise dos desenhos das avaliações em an-
damento, para dar consequência ao estabelecido no marco legal, leva a que se identi-
fiquem três gerações de avaliações da educação em larga escala:
A primeira geração enfatiza a avaliação com caráter diagnóstico da qualidade
da educação ofertada no Brasil, sem atribuição de consequências diretas para
as escolas e para o currículo. [...] Avaliações de segunda geração, por sua vez,
contemplam, além da divulgação pública, a devolução dos resultados para as
escolas, sem estabelecer consequências materiais. [...] Avaliações de terceira ge-
ração são aquelas que referenciam políticas de responsabilização forte ou high
stakes, contemplando sanções ou recompensas em decorrência dos resultados
de alunos e escolas. (p. 375).

Embora com objetivos distintos, as iniciativas de avaliação, independentemente


do grau de descentralização ou centralização das formas de regulação, associam-se à
promoção da qualidade da educação, estabelecendo novos parâmetros de gestão dos
sistemas educacionais.
Na perspectiva das três gerações citadas, tem-se na educação básica um conjun-
to de avaliações vista, pelos sistemas educacionais, de forma isolada e muitas vezes
desarticulada, entretanto com finalidades próprias e inerentes a cada processo ava-
liativo.
Com relação à avaliação na educação básica, destacam-se: i) o Sistema Nacional
de Avaliação da Educação Básica (Saeb), com a finalidade de subsidiar, a partir dos
resultados dos alunos, políticas de responsabilização com consequências para as ins-
tituições; ii) a Prova Brasil, fundamentada no princípio de que o conhecimento dos
resultados da avaliação favorece a mobilização das equipes escolares para a melho-
ria da educação; e iii) o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que,
como um indicador de qualidade, é calculado com base na taxa de rendimento esco-
lar (aprovação e evasão) e no desempenho dos alunos no Saeb e na Prova Brasil. Esse
último, o Ideb, referencia as políticas e tem forte responsabilização da gestão, contem-
plando, no âmbito de cada uma das esferas (municipal, estadual e federal), sanções
ou recompensas, em decorrência dos resultados de alunos e escolas.
Essas experiências de avaliação educacional afirmam a necessidade de se consti-
tuir um sistema nacional de avaliação que garanta a qualidade em todos os níveis de
ensino e sirva de orientação para a formulação das políticas referentes a todo o siste-
ma educacional. Entretanto, na educação básica, com todas as dimensões territoriais

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que podem dificultar o acompanhamento da qualidade pelas políticas de Estado, e


considerando-se, ainda, o regime de organização descentralizada em colaboração com
estados e municípios e uma população de 50.545.050 estudantes matriculados (INEP,
2013), nota-se que essa situação não foi suficiente para o estabelecimento de um mar-
co legal que induzisse à criação de um sistema nacional de avaliação da Educação Bá-
sica (BRASIL, 2013).
Diferentemente da realidade da educação básica, a educação superior, compos-
ta por um conjunto complexo e diversificado de instituições públicas e privadas, com
diferentes organizações acadêmicas e normatização formalizada na Constituição Fe-
deral (BRASIL, 1988) e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº
9.394 (BRASIL, 1996), constituiu, em 2004, o Sistema Nacional de Avaliação da Educa-
ção Superior (Sinaes), expresso pela Lei nº 10.861, de 2004. Essas referências estão con-
solidadas na Constituição Federal de 1988, que afirma o dever do Estado em realizar
a avaliação da qualidade da educação ofertada pelas instituições de ensino superior
(IES) públicas e privadas. O art. 9º da LDBEN explicita a finalidade da avaliação do
sistema educacional brasileiro e as atribuições da União:
VI – assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensi-
no fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino,
objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino;

VIII – assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educação


superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre
este nível de ensino;

IX – autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamen-


te, os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do
seu sistema de ensino. (BRASIL, 1996).

Na sequência das disposições legais sobre avaliação, o PNE, instituído pela Lei
nº 10.172, de 2001, em relação à educação superior, define no artigo 4º: “A União ins-
tituirá o Sistema Nacional de Avaliação e estabelecerá os mecanismos necessários ao
acompanhamento das metas constantes do Plano Nacional de Educação.” (BRASIL,
2001).
Esses dispositivos ratificam as competências da União expressas na Constituição
Federal (BRASIL, 1988), a partir da compreensão do direito à educação como um di-
reito social. Com a institucionalização do processo de avaliação, uma nova dinâmica
é implementada na educação superior, com sucessivos ciclos avaliativos, integrando
os processos de avaliação.
Nessa concepção sistêmica, o Sinaes apresenta como princípios norteadores: a
responsabilidade social da educação superior; o reconhecimento da diversidade do
sistema; o respeito à identidade institucional; a globalidade da instituição e uso ar-
ticulado de um conjunto de indicadores; a legitimidade técnica, ética e política; a

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O Sinaes e a qualidade da educação

continuidade do processo avaliativo como instrumento de política educacional para


cada instituição e o sistema de educação superior em seu conjunto; o compromisso
com a finalidade construtiva e formativa da avaliação; a publicidade de todos os pro-
cedimentos, dados e resultados (INEP, 2009).
A apresentação do conjunto dos resultados de instituições, cursos e estudantes
e a criação de referenciais para a avaliação marcam um momento de avanços na ava-
liação da educação superior rumo à construção da cultura de avaliação na graduação
(DIAS SOBRINHO, 2009; DOURADO; CATANI; OLIVEIRA, 2013; RISTOFF; GIOLO,
2006; SCHMITZ; ARGOLLO; TENÓRIO, 2009; SPELLER; ROBL; MENEGHEL, 2012).
Para regulamentar o Sinaes, o Decreto nº 5.773, de 2006, dispõe sobre o exercício
das funções de regulação, supervisão e avaliação de IES e cursos superiores de gra-
duação no sistema federal de ensino, garantindo que essas três funções se tornariam
interligadas. Dessa forma, os resultados das avaliações do Sinaes se confirmam como
subsídios para a regulação na emissão dos atos autorizativos de credenciamento e re-
credenciamento institucional e autorização, reconhecimento e renovação de reconhe-
cimento de cursos de graduação (INEP, 2009).
Em 2007, foi instituído pela Portaria Normativa nº 40 o e-MEC, um sistema ele-
trônico com o objetivo de dar transparência ao fluxo de trabalho e gerenciamento de
informações relativas aos processos de regulação, avaliação e supervisão da educação
superior, no sistema federal de educação. Essa portaria teve nova redação em alguns
artigos e foi consolidada em dezembro de 2010, acrescentando-se novos elementos
que não faziam parte do sistema eletrônico, a exemplo da gestão do Banco Nacional
de Avaliadores do Sinaes (BASis)1.
Uma das finalidades do Sinaes é a orientação da expansão da oferta, que vem
se caracterizando pela crescente ampliação de matrículas decorrentes também do in-
centivo à democratização do acesso. Entre essas políticas públicas, destacam-se: os
processos de interiorização; o fortalecimento da educação tecnológica; o estímulo à
modalidade a distância; o fomento aos programas de inclusão e ações afirmativas; o
compromisso com a formação de professores da educação básica; o financiamento
estudantil (Programa Universidade para Todos [ProUni2] – e Fundo de Financiamen-
to Estudantil [Fies3]) e de políticas para o desenvolvimento das próprias instituições
(Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Fede-
rais [Reuni4]); e o aumento de vagas na rede pública.
A análise e a discussão sobre o sistema de avaliação podem oportunizar, ainda,
aos diferentes atores sociais, uma reflexão fundamental acerca da função social da
educação superior, bem como dos limites entre a garantia de identidade institucio-
nal e de um patamar básico de qualidade, refletindo e antecipando novas funções e
identidades das IES na sociedade contemporânea (DOURADO; CATANI; OLIVEI-
RA, 2013).

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A Tabela 1 mostra a evolução do crescimento das instituições, cursos e matrícu-


las na educação superior e revela a estabilidade no número de instituições a partir de
2008 e o crescimento significativo no número de cursos e matrículas. Espera-se que
essa expansão, à luz do Sinaes, tenha ocorrido de acordo com a qualidade estabeleci-
da pelo sistema, já que a avaliação subsidia a criação de novos cursos nas instituições
já credenciadas.

Tabela 1 – Evolução das IES, cursos e matrículas na educação superior


Brasil (1990-2011)

Ano IES % de Cursos % de Matrículas % de


Crescimento Crescimento Crescimento
1990 918 - 4.712 - 1.540.080 -
1995 894 0,26 6.252 32,6 1.759.703 1,14
2000 1.180 31,9 10.585 52,1 2.694.245 53,1
2005 2.165 86,0 20.407 92,7 4.453.156 65,2
2008 2.252 4,01 24.709 21,0 5.080.056 14,0
2009 2.314 2,8 28.671 16,0 5.954.021 17
2010 2.377 2,7 29.507 2,9 6.379.299 7
2011 2.365 -0,5 30.420 3,0 6.739.689 5,64
Fonte: Inep (2011).

Mesmo com essa expansão, o Brasil ainda precisa avançar na meta de crescimen-
to do número de matrículas na educação superior. O PNE, considerando os objetivos
estabelecidos e a realidade de outros países5, estabeleceu a meta de crescimento de
33% das matrículas até 2020.
Configurando-se o cenário da qualidade da educação, o PNE 2001-2010 estabe-
leceu a meta de criação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior e o
PNE 2011-2020 se prepara para orientar a garantia da sua implementação como su-
porte para a melhoria da qualidade e verificação do alcance dos objetivos da educa-
ção superior expressos no plano.
Entre as metas do PNE para o decênio 2011-2020 referentes à educação superior,
está a elevação da taxa bruta de matrícula nesse nível de ensino para 50% e a taxa lí-
quida para 33% da população de 18 a 24 anos, buscando assegurar a elevação da quali-
dade da educação superior. A Meta 13: “Elevar a qualidade da educação superior pela
ampliação da atuação de mestres e doutores nas instituições de educação superior para
75%, no mínimo, do corpo docente em efetivo exercício, sendo, do total, 35% doutores”
(BRASIL, 2010b), expressa que uma das medidas para a garantia da qualidade é a am-
pliação da qualificação de mestres e doutores nas instituições de educação superior.

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A partir da função indutora de qualidade, o Sinaes já colocou em pauta essa


meta do PNE na construção dos indicadores do instrumento de avaliação de cursos.
O indicador referente à titulação docente foi reformulado para atender à perspectiva
de alcance das metas do PNE e, para se alcançar a nota máxima 5, a instituição terá
que ter um quadro docente de 35% de doutores, tal como estabelece o PNE. Portan-
to, espera-se que, até 2020, as instituições possam se organizar para promover me-
lhorias na formação do quadro docente dos seus cursos de graduação. Dessa forma,
também devem ser analisadas as demais metas do PNE, acompanhando, por meio
do Sinaes, a sua evolução no período de vigência do plano.
É fato, portanto, que as medidas legais para a implantação do Sinaes contribuí-
ram para o desenvolvimento do sistema educacional. Registra-se a referência impor-
tante do PNE e a vontade política para tal constituição. Os limites para sua evolução
são demarcados pela orientação dos conceitos de avaliação e regulação, que podem
se alterar a depender da forma de gestão do sistema educacional.
O Sinaes, próximo a completar dez anos de implementação, tem se destacado
pelo caráter intrínseco de promover um diagnóstico da situação da educação supe-
rior e de orientar melhorias no processo pedagógico e administrativo, caracterizado
pelo conceito de avaliação com papel formativo e emancipatório pela oportunidade
de induzir qualidade, respeitando a liberdade e a autonomia institucional na cons-
trução do plano de desenvolvimento institucional e projetos pedagógicos de cursos.
Nesse contexto, compreende-se o Sinaes como uma política de Estado. Entretan-
to, muitas são as influências percebidas na relação da avaliação com a regulação. O
uso dos resultados da avaliação ou o não uso desses resultados podem revelar que
estamos diante de duas políticas. A primeira, do Sinaes como política de Estado, e,
a segunda, da regulação como política de governo, o que altera a forma de uso dos
resultados a depender do rigor e controle que se quer estabelecer em determinada
gestão.

Os modos de avaliação e de regulação

Ao sistema educacional compete responder aos diferentes contextos políticos,


culturais e sociais por meio de políticas públicas que considerem a diversidade e a
participação, num processo contínuo de aprendizagem e desenvolvimento, permeado
pela ética e legitimidade (SCHMITZ; ARGOLLO; TENÓRIO, 2009).
A partir da LDBEN, de 1996, os processos de avaliação tiveram maior ênfase na
construção da política pública, sendo uma atribuição e responsabilidade do Estado a
qualidade da educação. Os processos avaliativos passaram a ser realizados pelo Insti-
tuto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), tendo sido
incrementados e redimensionados (SPELLER; ROBL; MENEGHEL, 2012).

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Os principais instrumentos que compõem o Sinaes, atentos às distintas dimen-


sões complementares da avaliação da educação superior, são a avaliação institucio-
nal, que compreende três momentos distintos: a autoavaliação6 e a avaliação externa;
a Avaliação de Cursos de Graduação (ACG), que visa a “identificar as condições de
ensino oferecido aos estudantes, em especial as relativas ao perfil do corpo docente,
às instalações físicas e à organização didático-pedagógica” (p. 153); e o Exame Na-
cional de Desempenho de Estudantes (Enade), que busca mensurar os conhecimen-
tos dos estudantes acerca de conteúdos programáticos, competências e habilidades
(INEP, 2009).
O histórico dos processos de avaliação do Sinaes realizados pelo Inep7 demons-
tram evolução e permanente busca do órgão para adquirir competência e expertise na
área da avaliação. Em 2004, ano de início do Sinaes, foram realizadas 1.919 avaliações
in loco e em 2005 foram 2.649 avaliações. Em 2006 e 2007, ainda de forma moderada,
foram realizadas 3.246 e 2.500 avaliações, respectivamente. Em 2008 e 2009, o núme-
ro de avaliações foi de 2.709 e 1.250, ainda não respondendo à necessidade do fluxo
avaliativo em correspondência com o número de cursos de graduação e instituições
em atividade no País. A partir de 2010, o sistema teve seu pico de realização de ava-
liações, alcançando 4.100 avaliações e manteve essa meta em 2011 e 2012, realizando
5.209 e 4.560, respectivamente. O número de avaliações in loco realizadas pelo Sinaes
no período de 2004 a 2012 alcançou um total de 28.139 cursos e instituições. Do total,
25.017 são avaliações de cursos e 3.122, institucionais. A Figura 1 apresenta o total das
avaliações in loco realizadas por ano no período de 2004 a 2012.

Figura 1 – Total de avaliações in loco realizadas no período de 2004 a 2012

6000

5000

4000

3000

2000

1000

0
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Fonte: Brasil (2013).

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O Sinaes e a qualidade da educação

Além da avaliação in loco, o Sinaes prevê a avaliação dos cursos por meio da ava-
liação de desempenho dos estudantes, entendida como componente curricular obri-
gatório aos cursos de graduação.
Com esse formato, assegura-se a pesquisa e a avaliação para fins de orientar a
expansão da oferta e garantir a qualidade. O Enade é aplicado periodicamente aos
estudantes de todos os cursos de graduação, inscrevendo no histórico escolar do es-
tudante a situação regular em relação a essa obrigação, atestada pela sua efetiva par-
ticipação ou, quando for o caso, dispensa oficial pelo Ministério da Educação.
Seus resultados, disponibilizados na forma de relatórios, produzem dados por
instituição de educação superior, categoria administrativa, organização acadêmica,
município, estado, região geográfica e Brasil. Assim, constituem-se referenciais para
a definição de ações voltadas à melhoria da qualidade dos cursos de graduação por
parte de professores, técnicos, dirigentes e autoridades educacionais.
O Enade é desenvolvido com o apoio técnico de comissões assessoras de áreas,
compostas por especialistas de notório saber, responsáveis pela determinação das
competências, conhecimentos, saberes e habilidades a serem avaliados e todas as es-
pecificações necessárias à elaboração da prova a ser aplicada pelo Enade.
A avaliação da educação superior, realizada por meio do Enade, compreende o
ciclo avaliativo definido pela realização periódica de avaliação de instituições e cursos
superiores, com base nas avaliações trienais de desempenho de estudantes.
O calendário do ciclo avaliativo para as áreas observa as seguintes referências: a)
Ano I – saúde, ciências agrárias e áreas afins; b) Ano II – ciências exatas, licenciaturas
e áreas afins; e c) Ano III – ciências sociais aplicadas, ciências humanas e áreas afins. O
calendário para os eixos tecnológicos segue as áreas definidas para os cursos de gra-
duação: a) Ano I – ambiente e saúde, produção alimentícia, recursos naturais, militar
e segurança; b) Ano II – controle e processos industriais, informação e comunicação,
infraestrutura e produção industrial; e c) Ano III – gestão e negócios, apoio escolar,
hospitalidade e lazer, produção cultural e design (BRASIL, 2010a).
Nesse processo, totalizam-se, de 2004 a 2012, 80 áreas avaliadas, distribuídas
em cada ciclo avaliativo. Tem-se, portanto, que no primeiro ciclo avaliativo (2004-
2006) foram avaliados pelo Enade 13.396 cursos e 804.676 estudantes, no segundo
ciclo avaliativo (2007-2009), 17.371 cursos e 1.374.449 estudantes, e no terceiro ciclo
(2010-2012), 20.323 cursos e 1.183.798 estudantes.
Para a análise desse quantitativo, sob a ótica da expansão e crescimento do sis-
tema educacional, é preciso lembrar-se de mudanças estabelecidas na definição do
exame, tais como: i) até 2008, admitia-se uma amostra de estudantes ingressantes e
concluintes para participação no exame; ii) a partir de 2009, o exame passou a ser cen-
sitário; e iii) a partir de 2011, a prova passou a ser aplicada somente aos concluintes.
Feitas essas observações, percebe-se que aumenta significativamente em cada ciclo o

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número de cursos avaliados. O crescimento no número de cursos no segundo ciclo


é de 7,71% em relação ao primeiro e de 1,7% do terceiro em relação ao segundo ciclo
avaliativo do Sinaes.
A proposição de avaliar a educação superior de forma sistêmica representa a
possibilidade de orientação da gestão pública, seja na esfera estatal ou no âmbito das
próprias instituições, e tem na avaliação um referencial pedagógico e administrativo
para dar suporte às mudanças nos planos, missão, atitudes e responsabilidade social.
Nessa direção, a política de avaliação proposta pelo Sinaes pretende assegurar,
no País, a qualidade acadêmica das instituições e a consolidação de um sistema de
educação superior com alto valor científico e social. Por isso, para o cumprimento das
metas expressas no PNE, surge a necessidade de entendimento da avaliação como ins-
trumento que servirá para o reconhecimento da diversidade do sistema e a qualidade
atribuída à educação superior.
As avaliações realizadas pelo Sinaes trazem à tona assimetrias regionais e insti-
tucionais, mas, independentemente da natureza administrativa, permanece a preo-
cupação com o estabelecimento de critérios e procedimentos avaliativos capazes de
assegurar, diante da necessária expansão da educação superior, a qualidade das ati-
vidades e dos processos formativos das instituições.
Entre os desafios da avaliação, para a próxima década, está a instalação de polí-
ticas de promoção de qualidade que permitam avançar na organização de um efetivo
sistema nacional, que articule a avaliação, regulação e supervisão com as metas pre-
vistas no PNE, além de propiciar a interação com outros países, por meio de critérios
internacionais de qualidade.
É nesse sentido que se coloca a emergência de novos modos de avaliação e de
regulação. O Sinaes, instituído nacionalmente, deve avaliar com pressupostos indu-
tores de qualidade, e a política regulatória deve considerar a trajetória institucional
e os compromissos assumidos no projeto pedagógico e em sua implementação com
base nas avaliações realizadas. Se for para mudar, é preciso saber: o que, como e por
que é preciso mudar. Nessa ótica, as instituições avançariam em um projeto coletivo
de educação superior e a gestão estatal, a partir do panorama da educação superior,
traçaria um planejamento para o alcance das metas de desenvolvimento da educação
superior, associado aos objetivos e finalidades do PNE.
As convergências se apresentam quando a regulação pauta a avaliação para fins
de estabelecer as suas ações, entretanto, as divergências podem aparecer, dependendo
da forma e do uso da avaliação pela regulação. O Sinaes prevê a existência de elemen-
tos integrados na avaliação (estudantes, cursos e instituições). Possíveis divergências
podem aparecer sempre que os resultados da avaliação dos elementos que compõem
o Sinaes são utilizados de forma desarticulada, em dissonância com os seus princí-
pios e diretrizes.

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O Sinaes e a qualidade da educação

Volta-se, portanto, aos pressupostos legais que constituem o Sinaes: o incentivo


a novas práticas e possíveis transformações na organização da educação, com vistas à
ampliação do acesso e à garantia da qualidade na formação dos estudantes.

Considerações finais

A implementação e a operacionalização do Sinaes, nestes dez anos, cumpriram as


premissas legais, tendo como foco uma política de indução da qualidade na educação su-
perior. Ao avaliar de forma sistêmica, com indicadores de qualidade estabelecidos e apro-
vados pela comunidade acadêmica em fóruns e audiências públicas, as avaliações que
compõem o Sinaes devem ser observadas pelo seu conjunto, com critérios de verificação
da qualidade dos cursos, instituições e desempenho dos estudantes.
O respeito à diversidade das instituições, expresso no plano de desenvolvimento ins-
titucional e nos projetos pedagógicos dos cursos, deve ser construído a partir de um con-
texto educacional que respeite a pluralidade de ideias e concepções pedagógicas e con-
forme as metas estabelecidas no PNE. As diretrizes curriculares nacionais, importantes
condutores no processo de formação dos estudantes, são verificadas tanto na avaliação in
loco dos cursos, na organização didático-pedagógica, quanto no exame de desempenho
dos estudantes, pelas matrizes das provas.
Ao ser verificada e aferida de forma global e sistêmica por diferentes atores (gestores,
professores, alunos, avaliadores e sociedade civil), a avaliação torna-se importante ferra-
menta de gestão pública estatal e no âmbito das próprias instituições, buscando assegu-
rar a qualidade acadêmica e a consolidação de um sistema de educação superior no País.
Como os resultados da avaliação são referenciais básicos para a regulação, a políti-
ca regulatória deverá ser enfocada de acordo com a premissa do Sinaes: “como modo de
articulação e coordenação de ações – de governação – e não, apenas, como dispositivo de
controle.” (DUARTE; SANTOS, 2012, p. 79).
Um dos maiores desafios para o Sinaes na próxima década, a partir do PNE, é a apro-
priação de uma política que tenha como foco o conjunto do sistema e não apenas uma par-
te dele. Essa política deverá consolidar as ações desenvolvidas nestes dez anos do Sinaes,
respeitando o estímulo aos programas de internacionalização e de integração internacional.
A análise de indicadores para a educação superior no Brasil na última década, bem
como os documentos que foram utilizados para a construção do PNE 2011-2020, aponta
não só a quantidade, mas também a complexidade dos desafios, especialmente em rela-
ção à política de expansão de vagas, e a promoção da qualidade, para ampliação da de-
mocratização do ensino, considerando as tendências de internacionalização da educação,
de educação a distância, de diversificação institucional e de articulação com a educação
básica (SPELLER; ROBL; MENEGHEL, 2012).

Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 7, n. 12, p. 49-63, jan./jun. 2013. Disponível em: <http//www.esforce.org.br> 59
Claudia Maffini Griboski e Suzana Schwerz Funghetto

Debater a experiência brasileira acerca de um sistema de avaliação para a educação


superior e a criação do Sistema de Avaliação da Educação Básica com certeza incremen-
tará a qualidade com base em referenciais conceituais e políticos que privilegiem a quali-
dade acadêmica nesses níveis de ensino.
Em síntese, um dos maiores desafios da educação superior brasileira é a realização
contínua da meta-avaliação do Sinaes, atenta para as características do sistema nacional
com múltiplos papéis e funções locais, regionais, nacionais e internacionais.
Ao mesmo tempo, essa política de avaliação, extensiva a todos os níveis de ensino,
criando-se também o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, a partir da ex-
periência do já instituído na educação superior (o Sinaes), contribuirá para a visão de um
sistema educacional articulado. Essa proposição contribui para o desenvolvimento do
projeto educacional da Nação, com expansão e garantia de boa formação profissional,
respeito à diversidade e identidade das instituições, sustentabilidade e inclusão social e
acesso à educação de qualidade.

Notas

1 “As comissões de avaliação in loco de instituições serão compostas por três avaliadores e as de curso,
por dois avaliadores, sorteados pelo sistema e-MEC dentre os integrantes do Banco de Avaliadores do
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior[Basis]).” (BRASIL, 2010a).

2 Programa do Ministério da Educação, criado em 2004, que concede bolsas de estudo integrais e parciais
(50%) em instituições privadas de ensino superior, em cursos de graduação e sequenciais de formação
específica, a estudantes brasileiros, sem diploma de nível superior.

3 Programa do Ministério da Educação destinado a financiar a graduação na educação superior de es-


tudantes matriculados em instituições não gratuitas. Podem recorrer ao financiamento os estudantes
matriculados em cursos superiores que tenham avaliação positiva nos processos conduzidos pelo
Ministério da Educação.

4 O programa do Ministério da Educação tem como principal objetivo ampliar o acesso e a permanência
na educação superior, criando condições para que as universidades federais promovam a expansão
física, acadêmica e pedagógica da rede federal de educação superior. As ações do programa con-
templam o aumento de vagas nos cursos de graduação, a ampliação da oferta de cursos noturnos, a
promoção de inovações pedagógicas e o combate à evasão, entre outras metas que têm o propósito de
diminuir as desigualdades sociais no País.

5 Na América Latina, em países como a Argentina, esse índice de matrículas, na população de 18 a 24


anos é de 45%, na Venezuela é de 60% e no Chile é cerca de 47% . No Japão, esse percentual é de 90%,
na Bélgica, 80%, na França, 79%, em Portugal, 66%, na República Checa, 63%, na Hungria, 62%, na
Suécia, 61%, na Coreia do Sul, 60%, na Grécia, 56%, e na Nova Zelândia, 50%.

6 Na concepção do Sinaes, a autoavaliação se constitui como um movimento interno de avaliação da


instituição e de seus cursos e se insere como um componente importante para o entendimento da
política de avaliação.

7 A consulta das avaliações pode ser realizada no Sistema Integrado de Monitoramento (Simec), no
Painel de Execução e Controle do Ministério da Educação (http://simec.mec.gov.br/painel).

60 Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 7, n. 12, p. 49-63, jan./jun. 2013. Disponível em: <http//www.esforce.org.br>
O Sinaes e a qualidade da educação

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Recebido em julho de 2013 e aprovado em julho de 2013

62 Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 7, n. 12, p. 49-63, jan./jun. 2013. Disponível em: <http//www.esforce.org.br>
O Sinaes e a qualidade da educação

Sinaes and the quality of education


ABSTRACT: This paper analyzes the meaning of assessment in educational management policies. It
explicates the legislation and the importance of assessment becoming a state policy, which enhances
quality, when regulated by the system across all levels of education. The National Education Plan (NEP)
and the National System for the Assessment of Higher Education (Sinaes) are used as a reference, in
the light of new ways of assessing and regulating, in order to set up control measures and transform
educational organization.

Keywords: Sinaes. Assessment policy. Higher education. Quality.

Le Sinaes et la qualité de l´éducation


RÉSUMÉ: Cet article analyse le sens de l´évaluation dans les politiques de gestion de l´éducation, en
explicitant la législation et l’importance d´un procédé d´évaluation relevant d´une politique d´État,
assurant ainsi la qualité par une réglementation du système à tous les niveaux de l´enseignement. Les
références sont le Plan National d´Education (PNE) et le Système National d´Evaluation de l’Enseigne-
ment Supérieur (Sinaes), à la lumière des nouveaux modes d´évaluation et de réglementation, pour la
construction de moyens de contrôle et la transformation de l´organisation de l´éducation.

Mots-clés Sinaes. Polítique d´Evaluation. Enseignement Supérieur. Qualité.

O Sinaes y la calidad de la educación


RESUMEN: El artículo analiza el sentido de la evaluación en las políticas de gestión de la educación,
explicitando la legislación y la importancia del proceso de evaluación tornarse política de Estado, sub-
sidiando la calidad al reglamentarse por el sistema, con todos los niveles de enseñanza. La referencia es
el Plano Nacional de Educación (PNE) y el Sistema Nacional de Evaluación de la Educación Superior
(Sinaes), a la luz de nuevos modos de evaluación y regulación, por la construcción de medidas de con-
trol y la transformación en la organización de la educación.

Palabras clave: Sinaes. Política de evaluación. Educación superior. Calidad.

Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 7, n. 12, p. 49-63, jan./jun. 2013. Disponível em: <http//www.esforce.org.br> 63

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