DUE Prática
DUE Prática
DUE Prática
2º ano, 2º semestre
Caros colegas, por forma auxiliar o vosso estudo, reunimos os apontamentos que fomos recolhendo
ao longo das aulas desta Unidade Curricular.
Direito da UE - Rege o funcionamento institucional jurídico e político da UE. É o ramo que agrega
todas as matérias ligadas com o direito da UE, se consideramos que a UE é um fenómeno de
integração supranacional, passamos a ter essencialmente aquilo que é um direito constitucional,
um direito processual, um direito de família.
2. Instituições da UE (Como é que se regulam, atuam, quais são os seus limites, o que fazer
caso as competências tenham sido violadas). Existe uma repetição dos órgãos de soberania
que conhecemos:
Poder executivo - Comissão europeia
Poder legislativo - Parlamento europeu (câmara baixa) - representa os cidadãos dos estados
membros, mas não exerce os seus poderes legislativos sozinho, temos o conselho europeu
(câmara alta) - representa os governos dos estados membros.
Poder jurisdicional - Tribunal de justiça da UE (tribunal supremo), também os tribunais
nacionais participam.
NOTA - O conselho europeu não se confunde com o conselho da Europa, nem o TEDH se
confunde com o TJUE.
4. Contencioso - TJUE, existem normas que são contrárias aos tratados (inconformidade
orgânica, material). Existem ações e processos específicos que ocorrem neste tribunal.
Resenha Histórica
União Europeia
NOTA - NATO – aliança militar defensiva/ 5º - partir de um momento em que um Estado da NATO
é atacado todos os estados que dele fazem parte têm que declarar guerra ao país atacante.
“Yet all the while there is a remedy which, if it were generally and spontaneously adopted by the
great majority of people in many lands, would as by a miracle transform the whole scene and
would in a few years make all Europe, or the greater part of it, as free and happy as Switzerland
A solução era essencialmente criar uma estrutura onde os estados soberanos da Europa se
tinham de reorganizar numa estrutura através da qual se pudessem relacionar em paz,
segurança e liberdade. Apresenta a ideia de que temos que criar um tipo de EUA da Europa.
Refere apenas que esta é uma verdadeira solução que permitia que houvesse paz. É muito
complicado estarmos a integrar Estados num Estado federal e torná-los tão irrelevantes como a
Califórnia ou Nova Iorque são no contexto federal norte-americano todos nós conhecemos os
Estados dos EUA mas não os sabemos a todos).
Esta reorganização estadual da Europa teria todo o apoio os EUA, teria também o apoio da união
soviética e seria também apoiada pelo império britânico.
“I now sum up the propositions which are before you. Our constant aim must be to build and
fortify the United Nations Organisation. Under and within that world concept we must re-create
the European family in a regional structure called, it may be, the United States of Europe, and
the first practical step will be to form a Council of Europe. If at first all the States of Europe are
not willing or able to join a union we must nevertheless proceed to assemble and combine those
who will and who can. The salvation of the common people of every race and every land from
war and servitude must be established on solid foundations, and must be created by the
readiness of all men and women to die rather than to submit to tyranny. In this urgent work
France and Germany must take the lead together.” - Winston Churchill.
Tudo isto tem que começar por criar um conselho na Europa onde todos os estados pudessem
discutir esta forma de aproximação e integração, este 1º passo seria acompanhado de um acordo
de associação entre a França e Alemanha.
Dois anos depois (1948), entre 7 e 10 de maio, tem lugar o congresso europeu de Haia.
Chegaram à conclusão de que a melhor solução seria a criação de uma união económica e
política (questão federal) onde fosse assegurada a segurança dos povos mas também o
progresso social (Como é que podemos criar um Estado único e federal, onde todos os estados
se possam entender sem necessidade de guerra?). Declaram que chegou a hora para as nações
da Europa transferirem certos direitos soberanos para os exercer em comum.
Nesta resolução política é discutido se poderá existiu uma federação europeia ou não. Exigem
que seja convocada uma assembleia europeia no seio de todas as nações envolvidas para darem
a sua opinião e recomendar medidas que terão que se tomadas imediatamente e analisar os
problemas jurídicos.
Jean Monet era o comissário internacional do plano de frança, e o que ele diz essencialmente é
que a melhor ideia seria integrar indústrias especificas, ou seja, pegar nas duas indústrias mais
importantes de um determinado setor e integrar entre dois estados.
Para Schumann venceram as teorias funcionalistas, e isto é notório quando ele diz no 3º
parágrafo da sua declaração “a Europa não se fará de um só golpe nem numa construção de
conjunto, será feita por um meio de realização concretas que criem em primeiro lugar uma
solidariedade de facto”.
A nossa integração não foi absoluta, portanto não se criou um estado federal e total e foi uma
integração de um único setor do carvão e do aço, esta solução teve imenso sucesso e em
razão deste sucesso entraram a Bélgica, Holanda, Alemanha, Itália, França e Alemanha, isto
aconteceu em 1951 com o Tratado de Paris), e o sucesso foi tanto que em 1957 tínhamos o
tratado de Roma a criar a unia económica europeia, que permitia que todas as outras indústrias
fossem uniformizadas.
O tratado de Roma entrou em vigor em 1 de janeiro de 1958, o que significa que neste
momento passamos a ter 3 comunidades, a CECA (Tratado da Comunidade Europeia do
Carvão e do Aço: 18.4.1951), a CEE (Comunidade Económica Europeia) e a EURATOM
(Tratado da Comunidade Europeia da Energia Atómica: 25.03.1957).
Depois de entrarem em vigor, inicialmente começa o desafio de ir mais longe da CEE e fazer-
se um mercado comum, este não é apenas a integração a nível da união aduaneira, mas é a
possibilidade de as pessoas acabarem não só com as barreiras aduaneiras e ficais, como
também as barreiras físicas e técnicas, ou seja, iniciar harmonização jurídica para termos um
mercado único.
Através de matéria convencional, fazem tratados e acordos. Isto traz uma ideia de bilateralismo
ou multilateralismo no âmbito da matéria convencional, chamamos a isto de sistema
intergovernamental, isto é a ideia filosófica que esta por detrás do direito internacional, no
sentido em que os estados se juntam debatem, a diplomacia funciona ou não, e chegam á
conclusão de que hão de disciplinar uma determinada realidade, e para tal criam um ato mais ou
menos solene, de natureza internacional, que vai regular essa realidade. A ideia aqui é que foram
os governos desses estados que se juntaram e debateram entre si e decidiram.
Onde é que os governos dos estados entram para debaterem entre si e celebrarem tratados
para disciplinar certa realidade? Não entram, os governos fechados quanto muito entram no
âmbito das instituições, porque tem um assento no âmbito do conselho, mas têm que seguir as
regras do procedimento, eles estão inseridos numa instituição, e ela que vota e delibera entre
os membros da instituição. O que é que sito quer dizer? Enquanto no intergovernamentalismo
um estado só adota se quiser adotar, mas na supranacionalidade um estado pode votar contra
, mas por exemplo, se estivermos a falar de uma regra de maioria simples e outra de maioria
absoluta, o estado pode estar do lado contrário é adotado na mesma e é imposto, o estado
está obrigado a cumprir.
Na supranacionalidade são as instituições através dos seus procedimentos que decidem como
é que irão regular determinado fenómeno e realidade, é a legislação criada pelas instituições,
isto quer dizer que existe claramente uma diminuição do poder negocial dos estados, logo
temos uma relação completamente diferente do intergovernamentalismo no qual os estados
tratam entre si.
O problema dos poderes da comissão, é que esta já era demasiado poderosa, reunia-se com
representantes estrangeiros, arrogava-se representar os estado em determinadas matérias,
não notificava os estados de certos assuntos dos quais deveriam ser notificados, ou seja, a
comissão agia verdadeiramente com um governo federal quando ainda não o era. Antes
chegarmos a este problema, este modelo de integração levou a vários pedidos de adesão, 31
de julho a Irlanda, 9 de agosto a Dinamarca e a 10 de agosto do Reino Unido de 1973.
Um general francês, o Gaulle recusa a adesão britânica, porque desconfia das intenções, pois
eles não queriam a unificação política, estavam apenas interessados no comércio livre.
Este modelo de integração era atrativo pois trazia um crescimento económico superior, trazia
dinheiro, capacidade produtiva, a capacidade de vender aos outros estados e uma capacidade
negocial estrangeira sem pagar impostos.
Á data, o modelo tinha um tendência bastante supranacional, não só no âmbito dos poderes da
comissão, mas no âmbito dos poderes de decisão em sede do conselho, sendo o conselho o
órgão onde se sentam os governos dos estados membros, ou seja, parte das decisões era
tomadas.
- unanimidade
- maioria qualificada
- maioria simples
Crise da cadeira vazia - gerada pelo presidente francês. O de Gaulle era o pai europeu
integovernamentalista, ele acreditava que o caminho da integração europeia seria feito através
do diálogo multilateral entre os estados, e não através da criação de instituições, embora elas já
tivessem sido criadas. Ele achava que as instituições não deviam ter poder suficiente para se
imporem á vontade dos estados, os estados deviam ter a capacidade de promover a integração,
para além disto, a França no seio desta integração, devia ser forte, (essencialmente o Gaulle
queria um tratamento diferenciado) ele queria que existisse um conselho em Paris, para que os
estados pudessem negociar multilateralmente entre si. Ele queria também que a França tivesse
um poder de veto, sobre matérias com a qual não de estaria de acordo (matérias absolutamente
essenciais para o estado).
A comissão também tomava algumas posições, e fazia-o publicamente sem consultar o conselho
– (instituição onde os governos dos estados-membros se sentam). O presidente da comissão
funcionava como um verdadeiro presidente de um estado federal, ou seja, destratava os estados
membros destas comunidades. Também a comissão conseguia chamar a si poderes especiais,
através da alteração do regulamento, que dava lugar a um risco do aumento imprevisível de
poderes por parte da comissão, não previsto nos tratados, temos um órgão executivo que cria
poderes para si próprio através de legislação.
Em 1965, a PAC (política agrícola comum) estava em vistas de ser implementada, e a visão que
o general tinha, posicionava a comissão e o parlamento de uma forma não tão intervertiva e a
política não dependia de uma forma tão forte destas instituições, dependeria mais da atuação
estadual, o que prova desde já, uma ideia mais intergovernamentalista por parte do general de
Gaulle do que propriamente supranacionalista, ora os estados não concordaram em sede do
conselho, nem os alemães quiseram estar envolvidos com isso.
Isto leva a que a Franca se sentisse isolada em sentido de conselho, e levantou-se e saiu (deixou
a cadeira da presidência vazia), a presidência do conselho está ausente, cria-se um problema
para poder trabalhar, porque o conselho necessita de ter presidente, estivemos cerca de um ano
sem presidência.
O compromisso tem ainda um sub regra - Este impasse não obsta, a que o funcionamento das
comunidades prosseguiam normalmente, nomeadamente o funcionamento das instituições em
que o estado tem assento.
“Sempre que nos casos de decisão suscetível de ser tomada por maioria por proposta da
comissão, interesses muito importantes de um ou de vários parceiros que estejam em causa, os
membros do conselho esforçar-se-ão por chegar num prazo razoável, a soluções que respeitem
os seus interesses e os da comunidade em conformidade com o artigo 2 do tratado”
Essencialmente isto foi o problema da paralisia institucional, e funcionou muito bem durante
algum tempo, mas veja-se que, nunca houve veto desta natureza (os estados apenas diziam que
isto era demasiado importante para mim e ia-se negociando até que se chega-se a um consenso)
só que o Reino Unido decide entrar novamente e toda a gente estava de acordo, mas a França
exerce o veto, e o veto desfaz-se porque nunca existiu era meramente informal.
Exemplo: uma empresa que estivesse em Franca, e que encomendasse uma mercadoria que
fosse importada por uma empresa holandesa, paga exatamente o mesmo, isto diminui o custo e
aumenta o comércio.
a) Imagine que a comissão propõe legislação que visa especificar a produção de máscaras de
proteção pessoal. Proposta que após passar pelo parlamento europeu sobe ao conselho.
Quais são as percentagens necessárias para a aprovação do ato?
b) Imagine que o Luxemburgo, o Chipre e Portugal votavam em sentido negativo seria suficiente
para fazer uma minoria de bloqueio?
Resposta – Aqui a minoria de bloqueio não estava verificada, são necessários pelo menos 4
estados para formarem a minoria de bloqueio, ou 35
c) Imagine agora que a França decidiu não comparecer na votação, alteraria alguma coisa?
Resposta - O artigo 16º/4 diz-nos que “as restantes regras aplicáveis, á votação por maioria
qualificada são estabelecidas portelo número 2 do artigo 238 TFUE” remete-nos para o artigo
238º/3/a/, aqui seja 55% dos membros do conselho, e 65% dos participantes da população dos
estados.
d) Imaginemos que a proposta era sobre a pesca, a França e o Luxemburgo ficaram em casa,
e os estados vão votar e Portugal não quer, como é que se impede que se adote o ato?
Resposta - Impede-se se alguém votar contra, e os restantes que faltam votar a sua votação não
prejudica por força do artigo 238/4 TFUE.
Exemplo: Alemanha -18,57% + França -15,7% = 33,63% + Portugal = 35,94%, neste caso apesar
de já termos ultrapassado os 35%, é necessário mais um estado como diz no artigo 238/3/a
TFUE, pois a Alemanha e a França são dos países que detém mais poder político da União
Europeia é só lhes bastava convencer mais um estado para ter os 35%, isto não pode acontecer.
Essencialmente, o afastamento do de Gaulle faz com que se possa dar o primeiro alargamento
com a adesão do Reino Unido, da Irlanda, da Dinamarca e a Noruega, e também o acordo do
comércio livre entre a CEE e a EFTA e assim tirar o protagonismo francês que era reivindicado
pelo general.
Todos estes acontecimentos desde 1970 a 1973, serviram para preparar mais alargamentos e
também o ato único europeu em 1996.
Antigamente o nome da entidade jurídica que hoje chamamos de União Europeia era
Comunidade/es Europeia/as, na altura já havia fios tratados, um era o tratado CE que hoje dia
corresponde ao TFUE e também já existia o tratado da EU este existe desde 1992. No final dos
anos 90 substitui-se na linguagem das pessoas as comunidades europeias pela União Europeia.
A União Europeia é a evolução natural das comunidades europeias, porque de facto a partir do
tratado de Lisboa temos apenas a união. Acontece que se for uma questão de evolução não
podemos ver na União Europeia a evolução das comunidades e continuamos a ter comunidade
europeia, ou temos uma coisa ou temos, outra, pois não podemos ter a evolução e continuar a
ter aquilo que foi evoluindo na sua forma desenvolvida.
A primeira grande revisão dos tratados dá-se com o ato único europeu, este cria o mercado
interno. Dentro da formas de integração temos o EFTA, depois tínhamos a unidos aduaneira e
por último temos o mercado interno ele é o terceiro patamar, a seguir temos o mercado único e
temos ainda o mercado único mais políticas.
Isto veio afastar barreiras físicas, ou seja, os trabalhadores começaram a conseguir passar entre
as fronteiras, mas não podemos confundir com o espaço Schengen, pois este fala da abolição
do controlo fronteiriço.
Esta criação do mercado interno permite que se transmitam os bens e o serviços bem como as
mercadorias e os trabalhadores, e vai abolir para além das barreiras físicas as barreiras técnicas,
ou seja, começaram-se a harmonizar legislações.
Artigo 13 TUE.
Caso prático 2
A comissão propõe um conjunto de normas destinadas a regular a empreitadas públicas para o
Imagine que o Conselho europeu elegeu Sanna Marine, 1ª ministra da Finlândia como sua
presidente no entanto dado que é imensamente popular, prometeu exercer ambos os mandatos
em simultâneo. Por sua vez, o alto representante da União para os NE e política de segurança
contestou a validade da deliberação do conselho europeu, como argumento de que o seu voto
deveria ter sido contabilizado, facto que impediria a obtenção da maioria qualificada exigida para
a sua eleição.
Caso prático 3
Imagine que apos um escândalo político que envolveu o presidente da comissão e vários
comissários, incluindo o alto representante dos negócios estrangeiros e política de segurança,
é apresentado ao parlamento europeu uma moção de censura á comissão, com o objetivo de
obrigar a mesma a demitir-se em bloco.
Na sessão de votação comparecem apenas 250 deputados ao parlamento europeu, sendo que
a moção é adotada com 170 a favor e 80 contra.
“Quando uma moção de censura sobre as atividades da Comissão for submetida à apreciação
do Parlamento Europeu, este só pode pronunciar-se sobre ela por votação pública e depois de
decorridos pelo menos três dias sobre o depósito da referida moção. PODE SAIR RATOEIRA
COM OS 3 DIAS.
Se a moção de censura for adotada por maioria de dois terços dos votos expressos que
representem a maioria dos membros que compõem o Parlamento Europeu, os membros da
Comissão devem demitir-se coletivamente das suas funções e o Alto Representante da União
para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança deve demitir-se das funções que
exerce na Comissão. Devem permanecer em funções e continuar a gerir os assuntos correntes
até à sua substituição, nos termos do artigo 17º do Tratado da União Europeia. Neste caso, o
mandato dos membros da Comissão designados para os substituir expira na data em que
expiraria o mandato dos membros da Comissão obrigados a demitirem-se coletivamente das
suas funções.”
O parlamento europeu no total pode ter 750 membros (14º/2 TUE), portanto neste caso em
concreto claramente tal como diz o artigo 234º “ por maioria de dois terços dos votos expressos
Caso prático 4
A comissão europeia tendo em vista aumentar a segurança dos transportes ferroviários, propôs
ao conselho a adoção de um regulamento, no qual se premia a obrigatoriedade de
cumprimento de determinados requisitos técnicos na construção de novos comboios, bem
como a adaptação dos comboios em circulação no prazo máximo de 2 anos.
“Para efeitos de aplicação do artigo 90º, e tendo em conta os aspetos específicos dos
transportes, o Parlamento Europeu e o Conselho, deliberando de acordo com o processo
legislativo ordinário (289º e 294º TFUE) e após consulta ao Comité Económico e Social (301º
TFUE) e ao Comité das Regiões (305º TFUE), estabelecem:
a) Regras comuns aplicáveis aos transportes internacionais efetuados a partir de ou com destino
ao território de um Estado-Membro, ou que atravessem o território de um ou mais Estados-
Membros;
b) As condições em que os transportadores não residentes podem efetuar serviços de transporte
num Estado-Membro;
c) Medidas que permitam aumentar a segurança dos transportes;
d) Quaisquer outras disposições adequadas.”
A consulta ao CES e ao CR é obrigatória, se esta não for feita vai ter uma consequência, que
neste caso o ato vai carecer de um elemento essencial e depois a comissão como guardiã dos
tratados lança mão do 263º TFUE e vai ao tribunal de justiça para anular o ato (ainda não
demos esta matéria nas teóricas).
O conselho não aprova a posição do parlamento europeu e adota e adota a posição dos anos
em que deveria ser implementado e transmitia ao parlamento, depois o parlamento faz uma
nova proposta nos termos do artigo 294º/7/c TFUE, daqui das duas uma ou o parlamento
aprova ou não.
Como a comissão deu um parecer negativo temos o artigo 294º/9 TFUE, em que tem de
deliberar por unanimidade se não chumba.
De acordo com o artigo 294º/7/a o conselho estava em posição de adotar as propostas, o que
faria adotar as emendas, mas é condicionado pelo 294º/9 TFUE que obriga a que seja feito por
unanimidade.
Nota: quando se diz que a comissão é guardiã dos tratados – isto quer dizer que é a comissão
que verifica o cumprimento do direito da UE, tem de existir o princípio da cooperação leal (4º/3
TUE). É a comissão que revela a parte que não cumpre ao tribunal de justiça de acordo com o
artigo 258º TFUE, e quem tem a legitimidade ativa para propor é a comissão.
Caso pratico 6
No parlamento europeu passa - 14º/2 TUE e 231º TFUE, os votos que foram expressos foram
350+165=515. Nem precisávamos de fazer esta conta porque 350 votaram a favor e já é mais
dos que votaram contra.
Maioria qualificada – 16º/3 TUE (nada é dito, o processo legislativo ordinário, aplica-se a regra
geral deste artigo).
Soma dos estados = 35,2% votos contra. Os estados que votaram a favor foram 16 logo a
percentagem vai ser de 64,8%, portanto esta acima dos 55% de estados, so que a nível da
população não chega aos 65% necessários, isto quer dizer que não seria aprovado porque os
requisitos são cumulativos.
Nota: a minoria de bloqueio é importante para casos em que a percentagem faz com que passe
o ato.
Efeito direito – Este efeito direito é reconhecido aos tratados, às diretivas se as exceções
estiverem indicadas e as decisões. Os tratados se as normas contidas nos tratados forem
claras, precisas (a nível de interpretação), e incondicionadas, são invocáveis em juízo, os
tratados para alem de regularem esta existência constitucional, eles também contêm direitos.
Caso pratico 7:
No caso do conselho assuma por facilidade, que nos 3 casos coincidiram as posições dos
estados-membros, o que se traduziu, numa votação favorável da frança, Itália, Espanha,
Roménia, Holanda, Bélgica, Grécia, Chéquia, Portugal, Suécia, Hungria, Áustria, Bulgária, e
Dinamarca. Os restantes estados-membros abstiveram-se.
a) Quem delibera é o conselho com consulta do parlamento europeu (mas como é consulta
não vincula. O processo legislativo utilizado é o especial, a comissão não faz nada. O ato
seria adotado, a regra de votação é maioria simples 238º/1. Na questão consultiva o
parlamento europeu por regra geral artigo 231º/1 TFUE.
b) Artigo 177º - conselho e PE. Processo legislativo ordinário 8proposta da comissão, tem
poder de iniciativa 294º/3 e 17º/4). Conselho delibera por maioria qualificada artigo
163º/3, o parlamento delibera por maioria simples artigo 231º, não passa votam apenas
14 e tinham que ser 15.
Caso prático 10
Suponha que a Polónia EM da UE tenha adotado de forma sistemática no seio do seu
ordenamento jurídico legislação que limita de forma inadmissível a liberdade de expressão,
pondo em causa na opinião dos principais partidos da oposição nesse país o regular
funcionamento da democracia. Alertada para a situação pelas múltiplas queixas de cidadãos da
UE, a comissão solicitou ao conselho que tomasse as medidas adequadas. Este depois de ouvir,
o EM em questão e apesar da manifesta discordância do PE resolveu suspender o direito de
voto do representante do governo desse EM no seio do conselho.
Sabendo que a decisão em causa foi aprovada com um voto contra da Alemanha, França e
Portugal.
Pronuncie-se sobre a regularidade do processo.
Nota: o estado continua obrigado ao tratado, são apenas suspensos alguns direitos que esses
estado tem mas obrigações não são suspensas.
Regras de aplicação – art.7º/2)/3) e 5), este último remete para o 354º TFUE.
238º/b) TFUE - 55,14%, não chega aos 65% da população, logo não é possível suspender o
direito de voto.
Alemanha + frança + Portugal = 35,94% - também não há minoria de bloqueio, mas isso
também não importa porque não se reúne a percentagem suficiente da população.
238º/3/a)
Caso pratico 11
A 23 de Outubro de 2014, o Conselho adotou um Regulamento onde estabelecia as medidas
definidoras do quadro de execução da política comercial comum para : o ano de 2015.
Foi consultado o Parlamento Europeu e o Comité Económico e Social. Votaram a favor todos os
Estados, com exceção q Portugal, Espanha e França. O regulamento entrou em vigor no dia 01
de Janeiro de 2015. Portugal e Espanha exprimiram de imediato a sua recusa cumprir o referido
regulamento, que consideraram prejudicial às suas economias.
Caso pratico 12
• 1. Artigo 19º TFUE, “a titulo de” quer dizer se pode e qual a natureza da competência
exclusiva, partilhada ou de apoio, artigos 3º, 4º e 6º TFUE
• Sendo que aqui esta situação não está no artigo 3º ou no artigo 6º, então trata-se de uma
competência partilhada, pelo artigo 4º nº1 TFUE.
• A) base jurídica: artigo 19º nº2 TFUE e este implica uma competência partilhada nos termos
do artigo 4º nº1 TFUE, logo a UE pode adotar pois está prevista no 19º nº2, tratando-se de
uma competência partilhada nos termos do artigo 4º nº1.
• B) pelo artigo 19º trata-se de um processo legislativo ordinário e pelo artigo 289º nº1 trata-
se de um regulamento, diretiva ou decisão necessariamente. Sendo que isto é um
incentivo, trata-se de uma recompensa com dinheiro e desse modo a diretiva é pouco
adequada para esse tipo de coisas e sendo que são regras gerais em que a UE define os
princípios, então trata-se de um regulamento sendo que a diretiva já manda os Estados
fazer x coisa
Caso pratico 13
Caso pratico 15
Caso prático 15
Suponha que a comissão entende ser necessário, para facilitar o reconhecimento mututo das
sentenças e decisões judicias em matéria penal com dimensão transfronteiriça. Neste
enquadramento explique:
Caso pratico 16
Suponha que a comissão entenda ser necessário intervir no sentido regular em termos
precisos, as garantias de não discriminação dos transportadores rodoviários em matéria de
preços e condições de transporte. Neste enquadramento explique:
Caso pratico 17
Suponha que a comissão entende ser necessária regular em termos DEQUADOS os auxílios
de estados às empresas nas medidas que que este são suscetíveis de restringir ou falsear a
competência no mercado interno
1) Qual seria a base jurídica para essa intervenção
Artigo 109º TFUE
Caso pratico 18
Suponha que a comissão entende ser necessária harmonizar os impostos comercias de
consumo na medida que estes são suscetíveis de restringir ou falsear a concorrência no
mercado interno. Neste enquadramento explique:
As disposições das diretivas não têm por regra efeito direito, todavia desde que seja ultrapassado
o período de transposição que parece já acontecer já que a diretiva já está em vigor. Tendo a
sido submetida a uma operação especial e as disposições em causa sejam precisas e
incondicionais durante o efeito direito vertical acorda (17/12/1970). Assim trata-se de uma
disposição incorreta já que falta assegurar direito de celeridade dos policias afetos á cooperação
e esse direito era preciso, ou seja, mínimo de 25% incondicional, não dependia de qualquer
circunstância o direito, assim sendo o polícia croata podia invocar a diretiva contra o estado
croata – efeito direito vertical.
A disposição não pode ser transposta no prazo indicado pela diretiva (este
prazo vem indicado na própria diretiva
Caso Prático 19
Nos termos do artigo 177º o parlamento europeu e o conselho deliberando de acordo com o
processo legislativo ordinário decidiriam adotar um regulamento visando a reorganização dos
fundos com finalidade estrutural.
Consultou-se o Comité e económico social mas não o comité das regiões.
Suponha que o governos polaco considera o regulamento adotado como invalido por falta de
consulta ao comité das regiões. Recusa-se, por isso, a adotar as medidas de execução
necessárias á execução do mesmo.
A Polonia não se poderia recusar a cumprir porque esta obrigado nos termos do artigo 4º/3
TUE – princípio da cooperação leal. Em vez disso a polonia poderia tentar impugnar o ato
nos termos do artigo 263º TUE indicando que falha uma formalidade essencial, mas tem
um prazo para o fazer que é de 2 meses nos termos do artigo 263º.
Se o prazo passar é passível de não ser aplicado, assim a polonia faria por exceção de
ilegalidade artigo 277º TUE – apenas pode ser arguida em juízo, esta exceção não da
legitimidade á polónia para iniciar processo, serve apenas como uma arma de defesa caso
seja levada a tribunal, mas não anula a norma apenas exceciona a sua aplicação o que
quer dizer que o tribunal irá declarar mesma inaplicável mas manter-se-á dentro do
ordenamento jurídico.
O que está aqui em causa é um conflito normativo de duas normas, ambas que se arrogam
com a mesma normatividade para regularem o mesmo fenómeno da vida real.
Logo em caso de conflito com uma norma de direito da união europeia e uma norma de direito
nacional aplica-se o princípio do primado – este princípio em caso de conflito das normas que
já referi o direito da união europeia prevalece na aplicação e portanto não se aplica o direito
nacional. Aqui não se pode aplicar o 263º pois o TJ não é competente para conhecer da
validade do direito nacional. Quem faz este exercício de desaplicação do direito nacional para
poder invocar o direito da união europeia são os tribunais nacionais, a decisão é centralizada e
a aplicação é sempre descentralizada.
Frequência de 2021:
Suponha que numa dada reunião do conselho, esta instituição deliberou sobre 3 atos distintos:
a) O convite a fazer á comissão a fim de que esta apresentasse determinadas propostas;
b) A alteração do estatuto do TJUE, a pedido deste e apos consulta da comissão;
c) O regulamento tendo em vista uma taxa europeia em matéria ambiental, com o objetivo
de incentivar a transição para hábitos sustentáveis.
Por facilidade assuma que nos 3 casos coincidiram as posições do estados-membros, o que se
traduziu na votação favorável da frança, Itália, Espanha, Roménia, holanda, bélgica, Grécia
república checa, Portugal, suécia, Hungria, Áustria, Bulgária e Dinamarca. Os restantes
estados-membros abstiveram-se.
Não segundo o artigo 4º/3 TUE, o vicio de que padecia era a falta de formalidades
essenciais. Em vez disso ele poderia fazer um recurso de anulação -262º o prazo para
o fazer é de 2 meses, e depois de passado este prazo ele poderia defender-se exceção
da ilegalidade.