DUE Prática

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 26

ã

2º ano, 2º semestre

Caros colegas, por forma auxiliar o vosso estudo, reunimos os apontamentos que fomos recolhendo
ao longo das aulas desta Unidade Curricular.

Não obstante, alertamos para o facto de se tratar de apontamentos escritos em aula e,


portanto, podem conter erros e imprecisões quer a nível ortográfico quer a nível conteudístico,
pelo que não devem prescindir, no vosso estudo, do recurso à devida bibliografia indicada pelos
respetivos professores.

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


DUE Prática

Direito da UE - Rege o funcionamento institucional jurídico e político da UE. É o ramo que agrega
todas as matérias ligadas com o direito da UE, se consideramos que a UE é um fenómeno de
integração supranacional, passamos a ter essencialmente aquilo que é um direito constitucional,
um direito processual, um direito de família.

Esta cadeira divide-se por 4 partes:


1. Resenha histórica (desenvolvimento histórico da União).

2. Instituições da UE (Como é que se regulam, atuam, quais são os seus limites, o que fazer
caso as competências tenham sido violadas). Existe uma repetição dos órgãos de soberania
que conhecemos:
Poder executivo - Comissão europeia
Poder legislativo - Parlamento europeu (câmara baixa) - representa os cidadãos dos estados
membros, mas não exerce os seus poderes legislativos sozinho, temos o conselho europeu
(câmara alta) - representa os governos dos estados membros.
Poder jurisdicional - Tribunal de justiça da UE (tribunal supremo), também os tribunais
nacionais participam.
NOTA - O conselho europeu não se confunde com o conselho da Europa, nem o TEDH se
confunde com o TJUE.

3. Fontes do direito (princípios gerais da UE):


Tratados (Tratado da UE e Tratado sobre o funcionamento da UE).
Direito derivado - Os regulamentos; Diretivas; Decisões; Recomendações; Pareceres;
Acórdãos.

4. Contencioso - TJUE, existem normas que são contrárias aos tratados (inconformidade
orgânica, material). Existem ações e processos específicos que ocorrem neste tribunal.

Bibliografia - Direito da União, Miguel Gorjão Henriques

Resenha Histórica

União Europeia

É um fenómeno único a nível mundial de difícil definição (é uma confederação de Estados, é


uma OI de cooperação política económica, é um mercado único com políticas de integração
especificas únicas aos estados membros - não serve para definir completamente a UE). É uma
entidade sus generis ou uma entidade de direito supranacional.

A UE e as entidades que a precederam surgiram no pós 2ª guerra mundial (morreram 75 milhões


de pessoas nesta guerra) ou seja, a Europa estava completamente destruída. A guerra alterou
em grande parte o continente europeu, e a vontade das pessoas se combaterem, antes da 2ª
guerra mundial a Europa estava cercada de conflitos.

NOTA - NATO – aliança militar defensiva/ 5º - partir de um momento em que um Estado da NATO
é atacado todos os estados que dele fazem parte têm que declarar guerra ao país atacante.

As mentes mais brilhantes e sobreviventes da altura juntaram-se e pensaram como é que


fazemos que isto não volte a acontecer, era necessário uma solução permanente, não de
imposição, solidária e construtiva. A 19 de setembro de 1946 Churchill falou na universidade de
Zurique e essencialmente apresentou uma questão relativamente à destruição da
Europa, contrastando com os EUA. Ele refere que se não fosse os EUA a Europa teria voltado
verdadeiramente à idade medieval. A única solução e remédio para impedir o regresso da guerra
era criar uma solução soberana.

“Yet all the while there is a remedy which, if it were generally and spontaneously adopted by the
great majority of people in many lands, would as by a miracle transform the whole scene and
would in a few years make all Europe, or the greater part of it, as free and happy as Switzerland

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


is today. What is this sovereign remedy? It is to recreate the European fabric, or as much of it
as we can, and to provide it with a structure under which it can dwell in peace, safety and
freedom. We must build a kind of United States of Europe.” - Winston Churchill.

A solução era essencialmente criar uma estrutura onde os estados soberanos da Europa se
tinham de reorganizar numa estrutura através da qual se pudessem relacionar em paz,
segurança e liberdade. Apresenta a ideia de que temos que criar um tipo de EUA da Europa.
Refere apenas que esta é uma verdadeira solução que permitia que houvesse paz. É muito
complicado estarmos a integrar Estados num Estado federal e torná-los tão irrelevantes como a
Califórnia ou Nova Iorque são no contexto federal norte-americano todos nós conhecemos os
Estados dos EUA mas não os sabemos a todos).

Esta reorganização estadual da Europa teria todo o apoio os EUA, teria também o apoio da união
soviética e seria também apoiada pelo império britânico.

“I now sum up the propositions which are before you. Our constant aim must be to build and
fortify the United Nations Organisation. Under and within that world concept we must re-create
the European family in a regional structure called, it may be, the United States of Europe, and
the first practical step will be to form a Council of Europe. If at first all the States of Europe are
not willing or able to join a union we must nevertheless proceed to assemble and combine those
who will and who can. The salvation of the common people of every race and every land from
war and servitude must be established on solid foundations, and must be created by the
readiness of all men and women to die rather than to submit to tyranny. In this urgent work
France and Germany must take the lead together.” - Winston Churchill.

Tudo isto tem que começar por criar um conselho na Europa onde todos os estados pudessem
discutir esta forma de aproximação e integração, este 1º passo seria acompanhado de um acordo
de associação entre a França e Alemanha.

Dois anos depois (1948), entre 7 e 10 de maio, tem lugar o congresso europeu de Haia.
Chegaram à conclusão de que a melhor solução seria a criação de uma união económica e
política (questão federal) onde fosse assegurada a segurança dos povos mas também o
progresso social (Como é que podemos criar um Estado único e federal, onde todos os estados
se possam entender sem necessidade de guerra?). Declaram que chegou a hora para as nações
da Europa transferirem certos direitos soberanos para os exercer em comum.

Nesta resolução política é discutido se poderá existiu uma federação europeia ou não. Exigem
que seja convocada uma assembleia europeia no seio de todas as nações envolvidas para darem
a sua opinião e recomendar medidas que terão que se tomadas imediatamente e analisar os
problemas jurídicos.

NOTA - Dia da Europa – 9 de maio.

NOTA - eur-lex.europa.eu - Fontes de direito da União Europeia

Memorando de Jean Monet de 3 de maio:

Jean Monet era o comissário internacional do plano de frança, e o que ele diz essencialmente é
que a melhor ideia seria integrar indústrias especificas, ou seja, pegar nas duas indústrias mais
importantes de um determinado setor e integrar entre dois estados.

Estas importantíssimas indústrias seriam a do carvão e do aço, por causa da criação de


armas. A unificação das indústrias do carvão e do ação, estabelecendo um eixo franco-
alemão permitiria que ambos os países tivessem uma indústria partilhada, e isto tinha 2
efeitos, controlar e a prosperidade da indústria do aço e do carvão de um país seria a
automaticamente a prosperidade do outro.

Declaração Schumann: (inspirada no memorando de Monet)

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


Esta declaração dota essencialmente um modelo de integração passo a passo, que de acordo
com as teorias funcionalistas cada posterior transferência de soberania, feita entre os estados
e por esta unidade única europeia, seria feita á medida que as necessidades fossem surgindo,
ou seja com base funcional.

Para Schumann venceram as teorias funcionalistas, e isto é notório quando ele diz no 3º
parágrafo da sua declaração “a Europa não se fará de um só golpe nem numa construção de
conjunto, será feita por um meio de realização concretas que criem em primeiro lugar uma
solidariedade de facto”.

Essencialmente a questão de Schumann foi adotar a postura do memorando de Monet, da


integração das indústrias do carvão e do aço franco-alemãs, mas dizendo que isto é apenas
um primeiro passo, no sentido em que esperamos que a prosperidade trazida desta integração
e de outras integrações, serão ou fará com que outras indústrias queiram se integrar, e partir
do momento que outras indústrias se integrarem cria-se um efeito de bola de neve. A teoria
económica aqui presente chama-se a teoria da bicicleta, porque se “paramos de dar aos pedais
caímos”, ou seja se a integração parar ela morre e tudo o que foi feito desfaz-se.

A nossa integração não foi absoluta, portanto não se criou um estado federal e total e foi uma
integração de um único setor do carvão e do aço, esta solução teve imenso sucesso e em
razão deste sucesso entraram a Bélgica, Holanda, Alemanha, Itália, França e Alemanha, isto
aconteceu em 1951 com o Tratado de Paris), e o sucesso foi tanto que em 1957 tínhamos o
tratado de Roma a criar a unia económica europeia, que permitia que todas as outras indústrias
fossem uniformizadas.

Quando se cria e se assina o tratado de Roma, o tratado da União Europeia e o tratado da


EURATOM, faz-se no âmbito de uma égide neo-funcionalista, que é passo a passo a
integração progressiva. Isto é relevante pode 2 razões, porque o problema continuou e porque
decidimos que íamos manter a forma progressiva, mas o problema matem se pelo menos até
1966.

O tratado de Roma entrou em vigor em 1 de janeiro de 1958, o que significa que neste
momento passamos a ter 3 comunidades, a CECA (Tratado da Comunidade Europeia do
Carvão e do Aço: 18.4.1951), a CEE (Comunidade Económica Europeia) e a EURATOM
(Tratado da Comunidade Europeia da Energia Atómica: 25.03.1957).

Depois de entrarem em vigor, inicialmente começa o desafio de ir mais longe da CEE e fazer-
se um mercado comum, este não é apenas a integração a nível da união aduaneira, mas é a
possibilidade de as pessoas acabarem não só com as barreiras aduaneiras e ficais, como
também as barreiras físicas e técnicas, ou seja, iniciar harmonização jurídica para termos um
mercado único.

Nesta altura também se determinou os poderes da comissão europeia. A comissão é o órgão


executivo da união, ou seja, como órgão executivo da união é efetivamente o governo da união.
Mais tarde o problema dos poderes da comissão chega á fervura máxima na crise da cadeira
vazia. Existe no âmbito da EU a ideia de supranacionalidade, isto é algo que entre o direito
internacional e o direito nacional.

Como é que os estados entre si regulam ou disciplinam certa realidade?

Através de matéria convencional, fazem tratados e acordos. Isto traz uma ideia de bilateralismo
ou multilateralismo no âmbito da matéria convencional, chamamos a isto de sistema
intergovernamental, isto é a ideia filosófica que esta por detrás do direito internacional, no
sentido em que os estados se juntam debatem, a diplomacia funciona ou não, e chegam á
conclusão de que hão de disciplinar uma determinada realidade, e para tal criam um ato mais ou
menos solene, de natureza internacional, que vai regular essa realidade. A ideia aqui é que foram
os governos desses estados que se juntaram e debateram entre si e decidiram.

A ideia de supranacionalidade é antagónica á ideia de intergovernamentabilidade, porque


intergovernamentabilidade caracteriza-se pela transferência de poderes soberanos por parte do

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


estado para instituições que estão acima desses estados, essas instituições que vão exercer
essa soberania partilhada entre os estados, isto quer dizer que vão ser essas instituições que
vão olhar para essa certa realidade e que a vão disciplinar através de legislação, exemplo: a
comissão é o órgão executivo mas tem iniciativa legislativa, ela faz a proposta na maioria dos
casos, mas é regra geral. Portanto a comissão propõem legislação, vai ao parlamento, os
representantes dos cidadãos da EU tomam a sua posição, vota, delibera, comunica a sua
decisão ao conselho, ou seja a câmara baixa já votou, vai para a câmara alta, onde se sentam
os governos dos estado membros que também debatem, deliberam e votam e se aprovarem a
proposta que foi feita pela comissão e votada pelo parlamento e que foi para o conselho, é
adotada a legislação, quer seja, regulamento ou uma diretiva – procedimento legislativo que é
levado a cabo por instituições

Onde é que os governos dos estados entram para debaterem entre si e celebrarem tratados
para disciplinar certa realidade? Não entram, os governos fechados quanto muito entram no
âmbito das instituições, porque tem um assento no âmbito do conselho, mas têm que seguir as
regras do procedimento, eles estão inseridos numa instituição, e ela que vota e delibera entre
os membros da instituição. O que é que sito quer dizer? Enquanto no intergovernamentalismo
um estado só adota se quiser adotar, mas na supranacionalidade um estado pode votar contra
, mas por exemplo, se estivermos a falar de uma regra de maioria simples e outra de maioria
absoluta, o estado pode estar do lado contrário é adotado na mesma e é imposto, o estado
está obrigado a cumprir.

Na supranacionalidade são as instituições através dos seus procedimentos que decidem como
é que irão regular determinado fenómeno e realidade, é a legislação criada pelas instituições,
isto quer dizer que existe claramente uma diminuição do poder negocial dos estados, logo
temos uma relação completamente diferente do intergovernamentalismo no qual os estados
tratam entre si.

A UE tem um carácter principalmente supranacional, apesar de existirem alguns resquícios de


intergovernamentalismo, chama-se a isto a crise de cadeira vazia

O problema dos poderes da comissão, é que esta já era demasiado poderosa, reunia-se com
representantes estrangeiros, arrogava-se representar os estado em determinadas matérias,
não notificava os estados de certos assuntos dos quais deveriam ser notificados, ou seja, a
comissão agia verdadeiramente com um governo federal quando ainda não o era. Antes
chegarmos a este problema, este modelo de integração levou a vários pedidos de adesão, 31
de julho a Irlanda, 9 de agosto a Dinamarca e a 10 de agosto do Reino Unido de 1973.

Um general francês, o Gaulle recusa a adesão britânica, porque desconfia das intenções, pois
eles não queriam a unificação política, estavam apenas interessados no comércio livre.

Este modelo de integração era atrativo pois trazia um crescimento económico superior, trazia
dinheiro, capacidade produtiva, a capacidade de vender aos outros estados e uma capacidade
negocial estrangeira sem pagar impostos.

Á data, o modelo tinha um tendência bastante supranacional, não só no âmbito dos poderes da
comissão, mas no âmbito dos poderes de decisão em sede do conselho, sendo o conselho o
órgão onde se sentam os governos dos estados membros, ou seja, parte das decisões era
tomadas.

No conselho existem 3 formas deliberação, e respetivamente fórmulas de cálculo:

- unanimidade

- maioria qualificada

- maioria simples

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


Nem sempre a unanimidade estava escolhida, quando estas entidades foram criadas tendia-se
mais para as maiorias qualificadas. Ora de Gaulle estava irritado com tudo isto, pois ele tinha
entrado para que houvesse paz, e não para que alguém em Bruxelas decidisse por ele, ou que
lhe fosse retirado mais soberania do que aquela que a França já tinha transferido. Ele tinha um
problema com o excesso de supranacionalismo em sede do conselho.

O que é que eles fazem ?

Durante a presidência francesa do concelho em 1965. Os franceses levantaram-se e saíram, não


da União mas deixaram a cadeira vazia.

Esta situação resolve-se com o compromisso de Luxemburgo de 1976 – reintrodução da


unanimidade para determinadas matérias.

Crise da cadeira vazia - gerada pelo presidente francês. O de Gaulle era o pai europeu
integovernamentalista, ele acreditava que o caminho da integração europeia seria feito através
do diálogo multilateral entre os estados, e não através da criação de instituições, embora elas já
tivessem sido criadas. Ele achava que as instituições não deviam ter poder suficiente para se
imporem á vontade dos estados, os estados deviam ter a capacidade de promover a integração,
para além disto, a França no seio desta integração, devia ser forte, (essencialmente o Gaulle
queria um tratamento diferenciado) ele queria que existisse um conselho em Paris, para que os
estados pudessem negociar multilateralmente entre si. Ele queria também que a França tivesse
um poder de veto, sobre matérias com a qual não de estaria de acordo (matérias absolutamente
essenciais para o estado).

Gaulle tinha outras criticas:


- Ele discordava dos poderes extraordinários da comissão (poderes de natureza supranacional),
a comissão começava-se a comportar cada vez mais como o governo destas comunidades,
começava a substituir os estados em muito daquilo que eles faziam.

A comissão não consultava os estados, ela divulgava publicamente as suas propostas, e os


estados sabiam-no através dos media, não havia ligações de natureza diplomática. Os estados
eram reduzidos quase á qualidade de cidadãos, a comissão estava a tomar uma perspectiva
demasiado supranacional, e portanto o general que queria esta posição forte para a França não
concordava, ele era um integracionista o que significa que ele se regia pela ideia clássica de DIP
– das convenções de natureza biomaterial, em que o que interessa é a vontade dos estados, no
sentido de se vincularem ou não á matéria que eles convencionam.

A comissão também tomava algumas posições, e fazia-o publicamente sem consultar o conselho
– (instituição onde os governos dos estados-membros se sentam). O presidente da comissão
funcionava como um verdadeiro presidente de um estado federal, ou seja, destratava os estados
membros destas comunidades. Também a comissão conseguia chamar a si poderes especiais,
através da alteração do regulamento, que dava lugar a um risco do aumento imprevisível de
poderes por parte da comissão, não previsto nos tratados, temos um órgão executivo que cria
poderes para si próprio através de legislação.

Em 1965, a PAC (política agrícola comum) estava em vistas de ser implementada, e a visão que
o general tinha, posicionava a comissão e o parlamento de uma forma não tão intervertiva e a
política não dependia de uma forma tão forte destas instituições, dependeria mais da atuação
estadual, o que prova desde já, uma ideia mais intergovernamentalista por parte do general de
Gaulle do que propriamente supranacionalista, ora os estados não concordaram em sede do
conselho, nem os alemães quiseram estar envolvidos com isso.
Isto leva a que a Franca se sentisse isolada em sentido de conselho, e levantou-se e saiu (deixou
a cadeira da presidência vazia), a presidência do conselho está ausente, cria-se um problema
para poder trabalhar, porque o conselho necessita de ter presidente, estivemos cerca de um ano
sem presidência.

Esta situação é resolvida com o compromisso de Luxemburgo. Essencialmente este


compromisso estabelece uma regra, em que cria um poder de veto informal (ele não existe - a
única vez que ele foi exercido foi pelos franceses relativamente a uma questão puramente

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


britânica) - quando estiverem em causa interesses fundamentais dos estados e não existir um
consenso “unanimidade” entre estes, a negociação deve prosseguir até que se chegue a uma
solução unânime, ou seja, não se avança até que cheguemos a acordo.

O compromisso tem ainda um sub regra - Este impasse não obsta, a que o funcionamento das
comunidades prosseguiam normalmente, nomeadamente o funcionamento das instituições em
que o estado tem assento.

Texto do compromisso de Luxemburgo:


Sempre que nos casos de decisão suscetível de ser tomada por maioria por proposta da
comissão, em matérias em que a decisão é proposta por maioria, assim basta que exista apenas
mais um adicionado à metade dos estados, eles criaram um poder de veto informal, no sentido
de que um dos estados pode-se arrogar de que aquela matéria, é de matéria acrescida para o
estado, e portanto temos um acordo em que vamos continuar a discutir até que possa existir
unanimidade. E não que essa matéria seja decidida por mera maioria.

“Sempre que nos casos de decisão suscetível de ser tomada por maioria por proposta da
comissão, interesses muito importantes de um ou de vários parceiros que estejam em causa, os
membros do conselho esforçar-se-ão por chegar num prazo razoável, a soluções que respeitem
os seus interesses e os da comunidade em conformidade com o artigo 2 do tratado”

Essencialmente isto foi o problema da paralisia institucional, e funcionou muito bem durante
algum tempo, mas veja-se que, nunca houve veto desta natureza (os estados apenas diziam que
isto era demasiado importante para mim e ia-se negociando até que se chega-se a um consenso)
só que o Reino Unido decide entrar novamente e toda a gente estava de acordo, mas a França
exerce o veto, e o veto desfaz-se porque nunca existiu era meramente informal.

A 1 de junho de 1967 temos o Tratado de Bruxelas, para que serve?


Serve para fundir os executivos, nomeadamente o conselho e a comissão (porque cada uma
destas instituições a CECA a CEE e a CEA tinha comissões e tinham conselhos separados, os
estados eram os mesmos mas eram organismos diferentes para coisas diferentes) e decidiriam
fundir isto tudo, e passamos a ter uma identidade única.

Em 68 temos a entrada em vigor da união aduaneira, o que é ?


É o modelo de integração em que, os estados que integram a UE possuem todos a mesma pauta
aduaneira, pelo que os produtos importados para dentro da UE estarão sujeitos a iguais taxas,
independentemente do seu ponto de entrada.
Essencialmente consagra a livre circulação das mercadorias.

Exemplo: uma empresa que estivesse em Franca, e que encomendasse uma mercadoria que
fosse importada por uma empresa holandesa, paga exatamente o mesmo, isto diminui o custo e
aumenta o comércio.

Em 69 temos a cimeira de Haia


Relançamento das relações institucionais, nomeadamente da ideia do supranacionalismo após
o afastamento do general de Gaulle.
Criamos uma FTA com uma EFTA, isto quer dizer que as trocas comerciais entre a comunidade
económica europeia e a EFTA não eram taxadas, tudo o que entrasse nos países EFTA seria
taxado com taxas diferentes porque não existe união aduaneira.

O conselho europeu é de que natureza ?

O conselho europeu tem uma natureza intergovernamental, este estabelece as prioridades


políticas da UE, (não tem poder absolutamente nenhum), ele essencialmente é o último resquício
do intergovernamentalismo da UE (não confundir conselho europeu com conselho), é em sede
do conselho europeu que os estados praticam aquela diplomacia pura e dura típica do direito
internacional.

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


Se a UE se federalizar na totalidade o conselho europeu desaparece, o conselho europeu
continua a ser esta instituição fora do quadro supranacional. As decisões aqui são decisões de
negociação dos estados, eles não legislam, são apenas statements (resoluções de natureza
política).

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


Caso prático 1

a) Imagine que a comissão propõe legislação que visa especificar a produção de máscaras de
proteção pessoal. Proposta que após passar pelo parlamento europeu sobe ao conselho.
Quais são as percentagens necessárias para a aprovação do ato?

Resposta - A comissão propõe legislação, depois é votada no PE e sobe para o conselho e


depois dai é aprovada (esqueleto do processo legislativo ordinário, este permite que criem
regulamentos e diretivas).
Quando chega ao conselho este vai deliberar por maioria qualificada (art.16/3) salvo exposição
em contrário no tratado, e segundo o artigo 16/4 as percentagens são 55% dos membros do
conselho (no mínimo 15) devendo estes representar 65% da população.

b) Imagine que o Luxemburgo, o Chipre e Portugal votavam em sentido negativo seria suficiente
para fazer uma minoria de bloqueio?

Resposta – Aqui a minoria de bloqueio não estava verificada, são necessários pelo menos 4
estados para formarem a minoria de bloqueio, ou 35

c) Imagine agora que a França decidiu não comparecer na votação, alteraria alguma coisa?

Resposta - O artigo 16º/4 diz-nos que “as restantes regras aplicáveis, á votação por maioria
qualificada são estabelecidas portelo número 2 do artigo 238 TFUE” remete-nos para o artigo
238º/3/a/, aqui seja 55% dos membros do conselho, e 65% dos participantes da população dos
estados.

No conselho europeu a regra geral é a unanimidade, e no conselho a regra geral é a maioria


qualificada, mas temos exceções como por exemplo no artigo 24 TUE.

d) Imaginemos que a proposta era sobre a pesca, a França e o Luxemburgo ficaram em casa,
e os estados vão votar e Portugal não quer, como é que se impede que se adote o ato?
Resposta - Impede-se se alguém votar contra, e os restantes que faltam votar a sua votação não
prejudica por força do artigo 238/4 TFUE.

e) Poderia Portugal, Chipre e o Luxemburgo opor-se ?


Resposta - Portugal – 2,30%, Chipre -0,20% e Luxemburgo – 0,14% = 2,64%, logo segundo o
artigo 238 número 3 alínea a) TFUE, isto não firmaria uma minoria de bloqueio denso que o
valor mínimo teria de ser de 35% da população com mais um membro.

Exemplo: Alemanha -18,57% + França -15,7% = 33,63% + Portugal = 35,94%, neste caso apesar
de já termos ultrapassado os 35%, é necessário mais um estado como diz no artigo 238/3/a
TFUE, pois a Alemanha e a França são dos países que detém mais poder político da União
Europeia é só lhes bastava convencer mais um estado para ter os 35%, isto não pode acontecer.

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


Tem de ter sempre mais um membro independentemente da percentagem, e esse mais um
membro pode ser de qualquer percentagem.

Essencialmente, o afastamento do de Gaulle faz com que se possa dar o primeiro alargamento
com a adesão do Reino Unido, da Irlanda, da Dinamarca e a Noruega, e também o acordo do
comércio livre entre a CEE e a EFTA e assim tirar o protagonismo francês que era reivindicado
pelo general.

Todos estes acontecimentos desde 1970 a 1973, serviram para preparar mais alargamentos e
também o ato único europeu em 1996.

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


Todos estes tratados costumam ser celebrados na capital do estado que vaia aderir e a adesão
espanhola e portuguesa foram ao mesmo tempo, mas não chegam a uma conclusão de onde
vai ser celebrado o tratado, por isso o tratado ficou denominado de tratado de Lisboa e Madrid.

Antigamente o nome da entidade jurídica que hoje chamamos de União Europeia era
Comunidade/es Europeia/as, na altura já havia fios tratados, um era o tratado CE que hoje dia
corresponde ao TFUE e também já existia o tratado da EU este existe desde 1992. No final dos
anos 90 substitui-se na linguagem das pessoas as comunidades europeias pela União Europeia.

A União Europeia é a evolução natural das comunidades europeias, porque de facto a partir do
tratado de Lisboa temos apenas a união. Acontece que se for uma questão de evolução não
podemos ver na União Europeia a evolução das comunidades e continuamos a ter comunidade
europeia, ou temos uma coisa ou temos, outra, pois não podemos ter a evolução e continuar a
ter aquilo que foi evoluindo na sua forma desenvolvida.

O facto é que esta expressão das comunidades permaneceram e o próprio sistema de


funcionamento funcionava através de pilares das comunidades europeias. Um tratado de
natureza institucional portanto um tratado da união e um tratado de natureza constitucional
chamado tratado funcional, chamado o tratado sobre o funcionamento O tratado seja em que
língua for é válido pois todas as línguas da união são oficias, as inglês e em francês já são línguas
consuetudinárias.

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


Nós chamamos tratado da União Europeia, mas esse “da” é operativo, mas deveria ser tratado
sobre a União Europeia, o que significa que a união é um conceito e não uma entidade jurídica,
na altura que estes tratados foram assinados.

A comissão muitas vezes propõem-se a disciplinar matérias através da publicação de livros


brancos, este livros são textos de natureza não vinculativa e não jurídica na qual a comissão
estuda determinada questão ou posição e a oferecer várias soluções de como é que irá evoluir.

A primeira grande revisão dos tratados dá-se com o ato único europeu, este cria o mercado
interno. Dentro da formas de integração temos o EFTA, depois tínhamos a unidos aduaneira e
por último temos o mercado interno ele é o terceiro patamar, a seguir temos o mercado único e
temos ainda o mercado único mais políticas.
Isto veio afastar barreiras físicas, ou seja, os trabalhadores começaram a conseguir passar entre
as fronteiras, mas não podemos confundir com o espaço Schengen, pois este fala da abolição
do controlo fronteiriço.
Esta criação do mercado interno permite que se transmitam os bens e o serviços bem como as
mercadorias e os trabalhadores, e vai abolir para além das barreiras físicas as barreiras técnicas,
ou seja, começaram-se a harmonizar legislações.

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


A Suécia, Áustria e Finlândia que pediram a adesão depois de Chipre e de Malta entram antes,
e porquê? Porque conseguiram cumprir com os critérios de Copenhaga o mais rapidamente
possível.

Artigo 13 TUE.

Conselho europeu é aquele que determina as formações do conselho.

Caso prático 2
A comissão propõe um conjunto de normas destinadas a regular a empreitadas públicas para o
Imagine que o Conselho europeu elegeu Sanna Marine, 1ª ministra da Finlândia como sua
presidente no entanto dado que é imensamente popular, prometeu exercer ambos os mandatos
em simultâneo. Por sua vez, o alto representante da União para os NE e política de segurança
contestou a validade da deliberação do conselho europeu, como argumento de que o seu voto
deveria ter sido contabilizado, facto que impediria a obtenção da maioria qualificada exigida para
a sua eleição.

→ Como se elege o presidente? Maioria Qualificada - art,° 15 n°5 TUE.


→ O presidente podia exercer algum mandato nacional? Art.° 15° in fine.
→ O alto representante contesta - desde logo, não tem razão porque é por maioria qualificada e
não unanimidade, mas ainda, diz que o seu voto devia ter sido contabilizado - devia?
o 235° TFUE - apesar de no 235º não falar no alto representante, nos
termos do 159/2 TUE, ele participa nos trabalhos por isso não vota.

Caso prático 3

Imagine que apos um escândalo político que envolveu o presidente da comissão e vários
comissários, incluindo o alto representante dos negócios estrangeiros e política de segurança,
é apresentado ao parlamento europeu uma moção de censura á comissão, com o objetivo de
obrigar a mesma a demitir-se em bloco.

Na sessão de votação comparecem apenas 250 deputados ao parlamento europeu, sendo que
a moção é adotada com 170 a favor e 80 contra.

A comissão é politicamente responsável perante o parlamento europeu (art.17º/8 TUE), o


parlamento pode votar uma noção de censura á comissão em conformidade com o artigo
234ºTFUE. Mas não é só a comissão é também o alto representante dos negócios estrangeiros
(18º/2 TUE), que essencialmente é um comissario á parte e tem regras próprias, as suas
responsabilidade ao nível da comissão, e penas em relação a essas responsabilidades, logo o
representante fica sujeito aos processos que regem o funcionamento da comissão - 18º/4TUE,

O processo da comissão apresenta-se no artigo 234º.

“Quando uma moção de censura sobre as atividades da Comissão for submetida à apreciação
do Parlamento Europeu, este só pode pronunciar-se sobre ela por votação pública e depois de
decorridos pelo menos três dias sobre o depósito da referida moção. PODE SAIR RATOEIRA
COM OS 3 DIAS.

Se a moção de censura for adotada por maioria de dois terços dos votos expressos que
representem a maioria dos membros que compõem o Parlamento Europeu, os membros da
Comissão devem demitir-se coletivamente das suas funções e o Alto Representante da União
para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança deve demitir-se das funções que
exerce na Comissão. Devem permanecer em funções e continuar a gerir os assuntos correntes
até à sua substituição, nos termos do artigo 17º do Tratado da União Europeia. Neste caso, o
mandato dos membros da Comissão designados para os substituir expira na data em que
expiraria o mandato dos membros da Comissão obrigados a demitirem-se coletivamente das
suas funções.”

O parlamento europeu no total pode ter 750 membros (14º/2 TUE), portanto neste caso em
concreto claramente tal como diz o artigo 234º “ por maioria de dois terços dos votos expressos

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


que representem a maioria dos membros que compõem o Parlamento Europeu”, logo aqui nem
sequer os 250 serviam mesmo que estes votassem a favor, e assim a moção de censura não
seria adotada.

Caso prático 4

Contextualize o procedimento de nomeação da comissão em razão da sua dependência


política perante o parlamento europeu.

O Eduardo não respondeu a este caso.


Caso prático 5

A comissão europeia tendo em vista aumentar a segurança dos transportes ferroviários, propôs
ao conselho a adoção de um regulamento, no qual se premia a obrigatoriedade de
cumprimento de determinados requisitos técnicos na construção de novos comboios, bem
como a adaptação dos comboios em circulação no prazo máximo de 2 anos.

O parlamento europeu e o comité económico e social foram consultados, tendo o primeiro


proposto que o prazo referido fosse alargado para 4 anos. O conselho apresentou a sua
posição ao parlamento europeu, na qual mantinha o prazo de 2 anos para adaptação dos
comboios em circulação. O parlamento europeu não obstante votou uma emenda em que
fixava o prazo em 4 anos.
A comissão mostrou-se em completo desacordo com essa alteração acusando o parlamento de
adiar a segurança dos passageiros europeus. O conselho não querendo antagonizar o
parlamento europeu, e uma vez que essa foi a única alteração proposta pelo parlamento
europeu, sujeitou assim a posição alterada da votação, com todos os membros a votar a favor
com exceção de Malta, Luxemburgo, Chipre e Portugal.

Pronuncie-se sobre a regularidade do processo.

A base jurídica do ato desta matéria é o artigo 91º TFUE:

“Para efeitos de aplicação do artigo 90º, e tendo em conta os aspetos específicos dos
transportes, o Parlamento Europeu e o Conselho, deliberando de acordo com o processo
legislativo ordinário (289º e 294º TFUE) e após consulta ao Comité Económico e Social (301º
TFUE) e ao Comité das Regiões (305º TFUE), estabelecem:

a) Regras comuns aplicáveis aos transportes internacionais efetuados a partir de ou com destino
ao território de um Estado-Membro, ou que atravessem o território de um ou mais Estados-
Membros;
b) As condições em que os transportadores não residentes podem efetuar serviços de transporte
num Estado-Membro;
c) Medidas que permitam aumentar a segurança dos transportes;
d) Quaisquer outras disposições adequadas.”

A consulta ao CES e ao CR é obrigatória, se esta não for feita vai ter uma consequência, que
neste caso o ato vai carecer de um elemento essencial e depois a comissão como guardiã dos
tratados lança mão do 263º TFUE e vai ao tribunal de justiça para anular o ato (ainda não
demos esta matéria nas teóricas).

O conselho não aprova a posição do parlamento europeu e adota e adota a posição dos anos
em que deveria ser implementado e transmitia ao parlamento, depois o parlamento faz uma
nova proposta nos termos do artigo 294º/7/c TFUE, daqui das duas uma ou o parlamento
aprova ou não.

Como a comissão deu um parecer negativo temos o artigo 294º/9 TFUE, em que tem de
deliberar por unanimidade se não chumba.

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


No caso em concreto não temos dados suficientes para perceber se aqueles países votaram
contra ou se abstiveram. Se se tiverem abstido então nos termos do artigo 238º/4 TFUE passa,
se tiveram votado contra chumba.

De acordo com o artigo 294º/7/a o conselho estava em posição de adotar as propostas, o que
faria adotar as emendas, mas é condicionado pelo 294º/9 TFUE que obriga a que seja feito por
unanimidade.

Nota: quando se diz que a comissão é guardiã dos tratados – isto quer dizer que é a comissão
que verifica o cumprimento do direito da UE, tem de existir o princípio da cooperação leal (4º/3
TUE). É a comissão que revela a parte que não cumpre ao tribunal de justiça de acordo com o
artigo 258º TFUE, e quem tem a legitimidade ativa para propor é a comissão.

Caso pratico 6

Suponha que estão em preparação na UE 3 atos distintos:

Um regulamento visando uma proteção uniforme dos direitos de propriedade intelectual na UE


(118º TFUE). Uma diretiva relativa ao controlo dos acordos entre empresas suscetíveis de
afetarem a concorrência no mercado interno (101º e 103º TFUE)
Uma moção de censura à comissão (234º)

Admita que em relação a todos os atos, a confirmar se a necessidade de intervenção:


No PE votaram a favor 350 deputados e 165 contra enquanto no conselho votaram contra a
Hungria, a Irlanda, a Croácia, a Lituânia, a Eslovénia e Malta. Abstendo-se a Alemanha, a
Espanha, Estónia, Chipre e Luxemburgo.

1) Indique se as votações permitiam a adoção dos atos; (118º - base jurídica)

No parlamento europeu passa - 14º/2 TUE e 231º TFUE, os votos que foram expressos foram
350+165=515. Nem precisávamos de fazer esta conta porque 350 votaram a favor e já é mais
dos que votaram contra.

O artigo 118º - “o Parlamento Europeu e o Conselho, deliberando de acordo com o processo


legislativo ordinário, estabelecem as medidas relativas à criação de títulos europeus, a fim de
assegurar uma proteção uniforme dos direitos de propriedade intelectual na União.”

No conselho, ele vota por:

Maioria qualificada – 16º/3 TUE (nada é dito, o processo legislativo ordinário, aplica-se a regra
geral deste artigo).

Soma dos estados = 35,2% votos contra. Os estados que votaram a favor foram 16 logo a
percentagem vai ser de 64,8%, portanto esta acima dos 55% de estados, so que a nível da
população não chega aos 65% necessários, isto quer dizer que não seria aprovado porque os
requisitos são cumulativos.

Nota: a minoria de bloqueio é importante para casos em que a percentagem faz com que passe
o ato.

750 - 14º/2 - 231º

2) Relativamente ao regulamento referido na alínea a), explique se a iniciativa do mesmo cabia


obrigatoriamente à comissão ou se outras entidades podiam fazê-lo; (101º e 103º - base
jurídica)

3) Relativamente à diretiva da alínea b), explique se a oposição do PE impediria a adoção do


ato; (234º - base jurídica)
Este ato específico é adotado pelo conselho por consulta.

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


263º - “violação de formalidades essenciais”

Efeito direito – Este efeito direito é reconhecido aos tratados, às diretivas se as exceções
estiverem indicadas e as decisões. Os tratados se as normas contidas nos tratados forem
claras, precisas (a nível de interpretação), e incondicionadas, são invocáveis em juízo, os
tratados para alem de regularem esta existência constitucional, eles também contêm direitos.

Nota: O que é a aplicabilidade direta dos regulamentos?


Os regulamentos são diretamente aplicáveis mas as diretivas não, o regulamento tem carater
geral e abstrato e vinculam todos os estados e todos os seus elementos. O facto de eles serem
de aplicabilidade direta mostra-nos que não é preciso transformá-los em decreto-lei ou lei, eles
vão ser aplicados tal como são, não perde a sua essência internacional. Tudo isto é o oposto
com a diretiva.

Caso pratico 7:

Suponha que estão em preparação na EU 3 atos distintos:


a) A criação de um comité de emprego; (150º)
b) A reorganização dos fundos com finalidade estrutural (FEOGA, FSE, FEDER); (177º
TFUE)
c) A alteração da composição do comité económico social; (301º)
Explique em relação a cada uma das decisões doa tos se intervém o conselho, o parlamento
europeu e a comissão, e sendo caso disso como delibera cada uma dessas instituições na
intervenção.

No caso do conselho assuma por facilidade, que nos 3 casos coincidiram as posições dos
estados-membros, o que se traduziu, numa votação favorável da frança, Itália, Espanha,
Roménia, Holanda, Bélgica, Grécia, Chéquia, Portugal, Suécia, Hungria, Áustria, Bulgária, e
Dinamarca. Os restantes estados-membros abstiveram-se.

Neste enquadramento indique se no conselho as votações permitiram a adoção dos atos

a) Quem delibera é o conselho com consulta do parlamento europeu (mas como é consulta
não vincula. O processo legislativo utilizado é o especial, a comissão não faz nada. O ato
seria adotado, a regra de votação é maioria simples 238º/1. Na questão consultiva o
parlamento europeu por regra geral artigo 231º/1 TFUE.

b) Artigo 177º - conselho e PE. Processo legislativo ordinário 8proposta da comissão, tem
poder de iniciativa 294º/3 e 17º/4). Conselho delibera por maioria qualificada artigo
163º/3, o parlamento delibera por maioria simples artigo 231º, não passa votam apenas
14 e tinham que ser 15.

c) O conselho delibera por unanimidade, que é uma exceção é o processo legislativo


especial, sob proposta da comissão e seria dotado 238º/4.

Caso prático 10
Suponha que a Polónia EM da UE tenha adotado de forma sistemática no seio do seu
ordenamento jurídico legislação que limita de forma inadmissível a liberdade de expressão,
pondo em causa na opinião dos principais partidos da oposição nesse país o regular
funcionamento da democracia. Alertada para a situação pelas múltiplas queixas de cidadãos da
UE, a comissão solicitou ao conselho que tomasse as medidas adequadas. Este depois de ouvir,
o EM em questão e apesar da manifesta discordância do PE resolveu suspender o direito de
voto do representante do governo desse EM no seio do conselho.
Sabendo que a decisão em causa foi aprovada com um voto contra da Alemanha, França e
Portugal.
Pronuncie-se sobre a regularidade do processo.

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


Tentativa de suspender o direito de voto da Polonia.
Artigo 7º/3 – base jurídica do ato (este número diz-nos o que é necessário para suspender o
direito de voto).

3. Se tiver sido verificada a existência da violação a que se refere o n.o 2, o Conselho,


deliberando por maioria qualificada, pode decidir suspender alguns dos direitos decorrentes da
aplicação dos Tratados ao Estado-Membro em causa, incluindo o direito de voto do
representante do Governo desse Estado-Membro no Conselho. Ao fazê-lo, o Conselho terá em
conta as eventuais consequências dessa suspensão nos direitos e obrigações das pessoas
singulares e coletivas. 7.6.2016 Jornal Oficial da União Europeia C 202/19 PT O Estado-Membro
em questão continuará, de qualquer modo, vinculado às obrigações que lhe incumbem por força
dos Tratados.

Nota: o estado continua obrigado ao tratado, são apenas suspensos alguns direitos que esses
estado tem mas obrigações não são suspensas.

Regras de aplicação – art.7º/2)/3) e 5), este último remete para o 354º TFUE.

238º/b) TFUE - 55,14%, não chega aos 65% da população, logo não é possível suspender o
direito de voto.

Alemanha + frança + Portugal = 35,94% - também não há minoria de bloqueio, mas isso
também não importa porque não se reúne a percentagem suficiente da população.

TEMOS DE EXPLICAR SEMPRE AS DUAS PERCENTAGENS.

238º/3/a)

Caso pratico 11
A 23 de Outubro de 2014, o Conselho adotou um Regulamento onde estabelecia as medidas
definidoras do quadro de execução da política comercial comum para : o ano de 2015.
Foi consultado o Parlamento Europeu e o Comité Económico e Social. Votaram a favor todos os
Estados, com exceção q Portugal, Espanha e França. O regulamento entrou em vigor no dia 01
de Janeiro de 2015. Portugal e Espanha exprimiram de imediato a sua recusa cumprir o referido
regulamento, que consideraram prejudicial às suas economias.

A Alemanha, invocando o princípio da solidariedade, propôs contra cada um desses Estados,


respetivamente, no tribunal competente, ação com vista a sancionar a respetiva recusa.

Portugal e Espanha, em sua defesa, solicitaram a título incidental a apreciação da regularidade


do regulamento.

Mário, empresário de renome, também ele quer impugnar o Regulamento.


Quid Juris?

Qual a base jurídica do ato? 207/2 TFUE


De que tipo de ato se trata? Regulamento
Quais as suas principais caraterísticas? Tem carater geral, sendo diretamente aplicável em todos
os EEMM.
Tipo de competência: exclusiva ou partilhada? Exclusiva. Art&s 2º/1 + 39/1/e
Quem é competente para a sua adoção? PE + Conselho, nos termos do disposto no arte 207/2
TFUE conjugado com os artigos 14/1 e 16/1 do TUE
Qual o processo de adoção? Legislativo ordinário
Qual o regime de votação? PE (231TFUE-maioria dos votos expressos) Conselho: 16/3/A TUE
(maioria qualificada)
Há lugar à consulta de algun(s) órgão(s)? Não
Validade/invalidade do ato: vícios/desconformidades – Incompetência do Conselho
O PE não tinha que ser consultado.

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


Impugnação contenciosa junto do TJUE.: Recurso de anulação (263 TFUE) Tipo de ação e
respetivas condições
Há lugar à aplicação do princípio da proporcionalidade Sim. SEMPRE
Há lugar à aplicação do PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE? Não, Arte 5º/3 TUE

Caso pratico 12

• 1. Artigo 19º TFUE, “a titulo de” quer dizer se pode e qual a natureza da competência
exclusiva, partilhada ou de apoio, artigos 3º, 4º e 6º TFUE
• Sendo que aqui esta situação não está no artigo 3º ou no artigo 6º, então trata-se de uma
competência partilhada, pelo artigo 4º nº1 TFUE.
• A) base jurídica: artigo 19º nº2 TFUE e este implica uma competência partilhada nos termos
do artigo 4º nº1 TFUE, logo a UE pode adotar pois está prevista no 19º nº2, tratando-se de
uma competência partilhada nos termos do artigo 4º nº1.
• B) pelo artigo 19º trata-se de um processo legislativo ordinário e pelo artigo 289º nº1 trata-
se de um regulamento, diretiva ou decisão necessariamente. Sendo que isto é um
incentivo, trata-se de uma recompensa com dinheiro e desse modo a diretiva é pouco
adequada para esse tipo de coisas e sendo que são regras gerais em que a UE define os
princípios, então trata-se de um regulamento sendo que a diretiva já manda os Estados
fazer x coisa

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


• C) natureza do regulamento: legislativa, sendo que nos termos do 19º nº2 e nº3 do 289º
quando são adotados por processo legislativo, tratam-se de atos legislativos.
• D) processo legislativo ordinário, 19º nº2 e 294º

Caso pratico 13

• 1. Base jurídica: artigo 113º


• A) fala na base jurídica de mercado interno, então pelo artigo 4º nº2 a) então trata-se de
uma competência partilhada
• B) como se adota por processo legislativo, logo trata-se de regulamentos, diretivas ou
decisões, 289º nº2 e 3 e neste caso uma diretiva (sempre que é harmonização ou
aproximação normalmente é diretiva)
• C) procedimento de adoção: processo legislativo especial, sendo que é um ato legislativo
é proposto pela comissão pelo artigo 17º nº2 regra geral e é isso que falta quando se fala
do procedimento, mas o procedimento está descrito no 113º
• D) natureza: legislativa, sendo que derivam de um processo legislativo, 289 nº3

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


Caso pratico 14

• Artigo 165º nº2


3. Processo legislativo ordinário nos termos do nº4 do 165º, nos termos do 294º
2. Nos termos do nº1 do 289º poderiam ser regulamentos, diretivas ou decisões e para isto seria
melhor um regulamento para termos o mesmo regime para cooperarem, se não através de uma
diretiva cada um fazia como entendesse
4. Natureza legislativa pois são adorados pelo processo legislativo, 289º nº3

Caso pratico 15

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


Base jurídica: 207º nº2
• aqui tratam-se de regulamentos nos termos do nº2 que o diz especificamente
• Processo legislativo ordinário, 207º nº2 e 294º
• Aqui trata-se de competência exclusiva, artigo 3º e), para haver reapreciação tem que se
aplicar o princípio da subsidiariedade e para se aplicar esse principio e os mecanismos de
controlo do principio da subsidiariedade só ocorre quando há competência partilhada
Pergunta: quando no 288º diz que os regulamentos são obrigatórios em todos os seus elementos
o que é que quer dizer “em todos os seus elementos”?
5. Significa que é obrigatório quando aos meios, forma e fins, por exemplo se fosse com a
diretiva a forma e fins não eram obrigatórios
6. A forma tem a ver com a transposição

Caso prático 15
Suponha que a comissão entende ser necessário, para facilitar o reconhecimento mututo das
sentenças e decisões judicias em matéria penal com dimensão transfronteiriça. Neste
enquadramento explique:

1) Se a UE pode intervir nesta matéria

Art.3º, 4º e 6º TFUE, neste caso específico aplica-se o princípio da subsidiariedade. A UE pode


intervir segundo o artigo 82º/1/2 TFUE

2) Qual seria a base jurídica apara esta intervenção


A base jurídica é o 82º/2

3) Que atos poderiam ser adotados para essa intervenção


Diretivas

4) Qual o procedimento de adoçado desses atos


Processo legislativo ordinário – maioria qualificada 294º

5) Que natureza teriam esses atos


Legislativa

Caso pratico 16
Suponha que a comissão entenda ser necessário intervir no sentido regular em termos
precisos, as garantias de não discriminação dos transportadores rodoviários em matéria de
preços e condições de transporte. Neste enquadramento explique:

1) Qual seria a base jurídica para a intervenção:


A competência é partilhada art.4º TFUE. Neste caso específico é o artigo 95º/1 e 3.

2) Que atos poderiam ser adotados nessa intervenção:


Segundo o artigo 3º TFUE, os atos seriam regulamentos

3) Qual o procedimento de adoção desses atos


→ Quando não diz o processo e diz que é sobre proposta da comissão, não é processo
legislativo ordinário. Quando diz que é processo legislativo ordinário na base jurídica é porque
é processo legislativo ordinário, mas quando diz que é sob proposta da comissão e que não é
processo legislativo ordinário é na mesma adotado o ato mas este não tem carater legislativo.
(se é legislativo tem de dizer, se nada diz é porque não é legislativo ordinário). Este é um
procedimento meramente consultivo pois é o que esta no artigo da base jurídica.

4) Que natureza teriam esses atos


Não legislativo

5) Se os parlamento nacionais poderiam impor uma reapreciação da proposta caso


entendessem ser mais eficaz em intervenção ao nível nacional
Artigo 12º/b TUE.

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


Caso pratico 16
Suponha que a comissão entendes ser necessária intervir no sentido de regular a proibição dos
acordos entre empresas suscetíveis de restringir ou falsear a concorrência no mercado interno.
Neste enquadramento explique:

1) Qual seria a base jurídica para essa intervenção


Art.101º e 103º TFUE.

2) Que categoria de competência se trata


Competência exclusiva 3º/b) TFUE.
3) Que a atos poderiam ser adotados essa intervenção
Regulamentos e diretivas
4) Qual o procedimento de adoção desses atos
Procedimento consultivo do PE, sob proposta da comissão após consulta ao parlamento.
5) Que natureza teriam esses atos.
Não legislativo

Caso pratico 17
Suponha que a comissão entende ser necessária regular em termos DEQUADOS os auxílios
de estados às empresas nas medidas que que este são suscetíveis de restringir ou falsear a
competência no mercado interno
1) Qual seria a base jurídica para essa intervenção
Artigo 109º TFUE

2) Que categoria de competência se trata


Competência exclusiva 3º/1/b) TFUE

3) Que a atos poderiam ser adotados essa intervenção


Regulamentos

4) Qual o procedimento de adoção desses atos


Procedimento consultivo.

5) Que natureza teriam esses atos.


Não legislativo.

Caso pratico 18
Suponha que a comissão entende ser necessária harmonizar os impostos comercias de
consumo na medida que estes são suscetíveis de restringir ou falsear a concorrência no
mercado interno. Neste enquadramento explique:

1) Se a EU pode intervir na matéria


Competência exclusiva 3º/1/b) TFUE. A união pode intervir nesta matéria segundo o artigo 110º
TFUE.

2) Qual seria base jurídica


Artigo 113º TFUE.

3) Que atos poderiam ser adotados nessa intervenção


Regra do 296º TFUE – se o tratado nada diz a instituição é que escolhe, derivando caso para
caso.
O ato que poderia ser adotado seria as diretivas (quando fala de harmonização é diretiva), pois
eles é que vão adaptar aos ordenamentos jurídicos nacionais, a diretiva estabelece uma
obrigação de resultados - os estados só estão vinculados ao resultado e não á forma e meios -
liberdade de forma e meios 288º

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


4) Qual o procedimento de adoção desses atos
Processo legislativo especial, temos de explicar o 238º/4 TFUE é uma exceção á regra do 16º
TUE. Consulta ao PE e ao comité económico social.

5) Que natureza teriam os atos


Legislativos

Efeito direto vertical das disposições/normas das diretivas:


(última pergunta do 2º teste)

As disposições das diretivas não têm por regra efeito direito, todavia desde que seja ultrapassado
o período de transposição que parece já acontecer já que a diretiva já está em vigor. Tendo a
sido submetida a uma operação especial e as disposições em causa sejam precisas e
incondicionais durante o efeito direito vertical acorda (17/12/1970). Assim trata-se de uma
disposição incorreta já que falta assegurar direito de celeridade dos policias afetos á cooperação
e esse direito era preciso, ou seja, mínimo de 25% incondicional, não dependia de qualquer
circunstância o direito, assim sendo o polícia croata podia invocar a diretiva contra o estado
croata – efeito direito vertical.

Normas das diretivas têm de ser:


→Precisas – no sentido do direito;
→Incondicionadas – não depende de qualquer circunstância, na verdade até depende pois tem
de estar envolvida mas ao estar envolvida não esta dependente de mais nada.

A disposição não pode ser transposta no prazo indicado pela diretiva (este
prazo vem indicado na própria diretiva

As diretivas não vinculam as pessoas apenas vinculam estados.

Caso Prático 19

Nos termos do artigo 177º o parlamento europeu e o conselho deliberando de acordo com o
processo legislativo ordinário decidiriam adotar um regulamento visando a reorganização dos
fundos com finalidade estrutural.
Consultou-se o Comité e económico social mas não o comité das regiões.

Suponha que o governos polaco considera o regulamento adotado como invalido por falta de
consulta ao comité das regiões. Recusa-se, por isso, a adotar as medidas de execução
necessárias á execução do mesmo.

1) Avalie a licitude da posição polaca e explique o que poderá o governo em questão


defender-se numa ação por incumprimento que a comissão lhe mova em razão da
referida recusa.

A Polonia não se poderia recusar a cumprir porque esta obrigado nos termos do artigo 4º/3
TUE – princípio da cooperação leal. Em vez disso a polonia poderia tentar impugnar o ato
nos termos do artigo 263º TUE indicando que falha uma formalidade essencial, mas tem
um prazo para o fazer que é de 2 meses nos termos do artigo 263º.

Se o prazo passar é passível de não ser aplicado, assim a polonia faria por exceção de
ilegalidade artigo 277º TUE – apenas pode ser arguida em juízo, esta exceção não da
legitimidade á polónia para iniciar processo, serve apenas como uma arma de defesa caso
seja levada a tribunal, mas não anula a norma apenas exceciona a sua aplicação o que
quer dizer que o tribunal irá declarar mesma inaplicável mas manter-se-á dentro do
ordenamento jurídico.

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


Esta é uma norma de caso a caso de carater incidental – incidente processual, e a norma
mantém-se no ordenamento jurídico perde apenas a sua eficácia.

Ação por incumprimento 258º

2) Suponha agora que um cidadão polaco pretende que as autoridades nacionais


apliquem uma disposição do referido regulamento, mas as autoridades recusam por
darem preferência a uma lei nacional incompatível. Explique como devera agir agora o
cidadão polaco para defender os direitos decorrentes do referido regulamento.

O que está aqui em causa é um conflito normativo de duas normas, ambas que se arrogam
com a mesma normatividade para regularem o mesmo fenómeno da vida real.
Logo em caso de conflito com uma norma de direito da união europeia e uma norma de direito
nacional aplica-se o princípio do primado – este princípio em caso de conflito das normas que
já referi o direito da união europeia prevalece na aplicação e portanto não se aplica o direito
nacional. Aqui não se pode aplicar o 263º pois o TJ não é competente para conhecer da
validade do direito nacional. Quem faz este exercício de desaplicação do direito nacional para
poder invocar o direito da união europeia são os tribunais nacionais, a decisão é centralizada e
a aplicação é sempre descentralizada.

Assim sendo o cidadão polaco apenas tinha de ir aos tribunais nacionais.

Frequência de 2021:

Suponha que numa dada reunião do conselho, esta instituição deliberou sobre 3 atos distintos:
a) O convite a fazer á comissão a fim de que esta apresentasse determinadas propostas;
b) A alteração do estatuto do TJUE, a pedido deste e apos consulta da comissão;
c) O regulamento tendo em vista uma taxa europeia em matéria ambiental, com o objetivo
de incentivar a transição para hábitos sustentáveis.
Por facilidade assuma que nos 3 casos coincidiram as posições do estados-membros, o que se
traduziu na votação favorável da frança, Itália, Espanha, Roménia, holanda, bélgica, Grécia
república checa, Portugal, suécia, Hungria, Áustria, Bulgária e Dinamarca. Os restantes
estados-membros abstiveram-se.

Neste enquadramento responda às seguintes questões, justificando as suas repostas:


1. Explique se as deliberações em causa permitiam a adoção dos atos referidos.
a) 241º - esta deliberação é tomada através de maioria simples e portanto os 14
estados-membros seriam suficientes para a adoção do ato;

b) processo legislativo ordinário - 294º e 16º/3 TFUE. 72% dos estados-membros e


65% da população, estavam reunidos 66,27% pela população, mas não estavam
reunidos os 72% logo não estariam reunidas as condições.

d) 192º/2 TFUE – exposições de carater fundamentalmente fiscal tem de ser adotado


por unanimidade, e esta está verificada – 238º/4.

Suponha que o governo húngaro considera que o regulamento suprarreferido é invalido


por falta de consulta do comité das regiões. Recusa-se por isso a adotar as medidas de
execução necessárias á aplicação do mesmo.

Avalie da licitude posição húngara e explique como poderá o governo em questão


defender-se numa ação por incumprimento que a comissão lhe arroga em remissão da
referida recusa.

Não segundo o artigo 4º/3 TUE, o vicio de que padecia era a falta de formalidades
essenciais. Em vez disso ele poderia fazer um recurso de anulação -262º o prazo para
o fazer é de 2 meses, e depois de passado este prazo ele poderia defender-se exceção
da ilegalidade.

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


2. Suponha agora que um cidadão húngaro pretende que o tribunal nacional imponha a
aplicação do referido regulamento que as autoridades recusam alegando a falta de
medidas de execução necessárias á pretendida aplicação. O cidadão em causa insiste
que a disposição cuja aplicação pretende não necessita de qualquer medida de
execução, mas as autoridades consideram que a aplicação apenas se pode fazer na
totalidade, sugerem por isso ao tribunal, que efetue um reenvio.
Regra geral – 267º TFUE - o tribunal húngaro aqui está obrigado a efetuar reenvio,
quando já não comporta mais recurso ordinário, em última instância, desde que não
sejam verificadas as 3 exceções do acórdão ? – 1º impertinencia da instância. 2º-
clareza da interpretação do ato e 3º - que o TJ já se tenha pronunciado sobre a
matéria. Neste caso aplicar-se-ia as duas primeiras exceções.

3. Explique se o tribunal húngaro está obrigado a efetuar o reenvio sugerido.

Caso prático 20:


Suponha que a comissão entende ser necessário intervir no sentido de regular em termos
precisos as garantias de não discriminação dos transportadores rodoviários, em matéria de
preços e condições de transportes. Neste enquadramento:
1) Indique a base jurídica para essa intervenção e qual o procedimento das adoções do
atos.
Artigo 95º TFUE.

2) Qual a natureza desses atos.


Este é um procedimento de consulta do conselho ao parlamento europeu sob proposta da
comissão, e esta adoção de regulamentação é um ato não legislativo, tendo em conta que
na base jurídica não é indicada a natureza legislativa do ato, devemos assumir que este
ato regulamentar não terá natureza legislativa.

3) Poderiam os parlamentos nacionais impor uma reapreciação da proposta caso


entendessem ser mais eficaz a intervenção a nível nacional.
Esta matéria é de competência partilhada nos termos do artigo 4º/2/g, tem aplicação o
princípio da subsidiariedade. Compreende-se pelo princípio da subsidiariedade nos termos
do artigo 5º/3, que visa a proximidade da atuação da união no seu todo aos cidadãos,
privilegia a atuação estadual da implementação das ações da união, só atuando a união
quando se comprova que os estados-membros não conseguem cumprir os objetivos a nível
central, regional ou local. Mediante a aplicação do princípio da subsidiariedade os
parlamentos nacionais participam nos termos do artigo 12º/b) na observação do princípio
da subsidiariedade. De acordo com os artigo 6º e 7º do protocolo 2 os parlamentos podem
pedir uma reapreciação da proposta caso entendam que a intervenção a nível nacional
será mais eficaz.

4) Adotado o ato poderia um estado-membro regular a matéria?


Tratando-se de competência partilhada tem aplicação o princípio da preclusão, no qual os
estados-membros apenas exercem a sua competência na medida em que a união ainda
não tenha atuado nos termos artigo 2º/2 TFUE, e portanto a partir do momento em que a
união regulou não pode o estado posteriormente vir regular matéria. Não obstante se um
estado tentasse ainda regular matéria pela aplicação do princípio do primado esta não se
aplicaria.

5) Imagine que nesta matéria foi adotado um regulamento. A empresa portuguesa de


transportes de passageiros Roda Norte, compreende que da aplicação do regulamento
a mesma iria perder injustificadamente. Visando impugnar a aplicação do regulamento,
como deveria Roda Norte reagir?
O regulamento pela sua natureza é obrigatória em todos os seu elementos e tem carater
geral, significando que se aplica tanto aos estado como aos particulares, mas esta
aplicação é uma aplicação de natureza genérica e geral pelo que os particulares que se
veem abrangidos na generalidade pelas medidas revistas no regulamento não se
encontram direta e individualmente visados por estes, para efeitos do 263º TFUE, ou seja,
para um particular poder lançar mão do recurso de anulação como meio de impugnar a
validade de determinado ato, é necessário que este ato vise direta e individualmente esse

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima


particular – não o abrangendo, á contrario, através da generalidade como característica
dos regulamentos.
Falamos aqui das decisões que poderá nos termos do 288º designar destinatários sendo
apenas obrigatória para estes. Assim a única solução que aquele particular poderia utilizar
seria recorrer: -aos tribunais nacionais peticionando, que aquela medida não lhe fosse
aplicável, pela fundamentação a apresentar por parte do particular, pelo qual o tribunal
nacional poderia lançar mão do artigo 267º para apresentar uma questão prejudicial
visando obter pronuncia sobre a validade do regulamento em questão, pelo que em caso
de invalidade estaria obrigado a não aplicar as normas do regulamento.

101º a 107º - concorrência do mercado interno


Questões do mercado interno - 206º ss

Contencioso -270º/260º ? não consegui perceber o áudio.

Rute Magalhães, Érica Pereira, Inês Lima

Você também pode gostar