Petição
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13/10/2024
Número: 0800192-32.2024.8.18.0049
Classe: AÇÃO PENAL DE COMPETÊNCIA DO JÚRI
Órgão julgador: Vara Única da Comarca de Elesbão Veloso
Última distribuição : 25/01/2024
Valor da causa: R$ 0,00
Assuntos: Prisão em flagrante
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
Delegacia de Polícia Civil de Elesbão Veloso
(TESTEMUNHA)
francisco das chagas de medeiros (REU) CLEUDIANA PINHEIRO DA SILVA (ADVOGADO)
JO ERIDAN BEZERRA MELO FERNANDES (ADVOGADO)
RAISSA MOTA RIBEIRO (ADVOGADO)
JOSIEL DO NASCIMENTO SILVA (REU) MIGUEL DE HOLANDA CAVALCANTE FILHO (ADVOGADO)
JOSE PAULO DA SILVA (TESTEMUNHA)
JOSIMAR DE MACEDO CARVALHO (TESTEMUNHA)
TEN. GEORGE DE ARAÚJO SANCHES JÚNIOR
(TESTEMUNHA)
DELEGADO FELIPE EMANUEL DE QUEIROZ BRITTO
ANDRADE (TESTEMUNHA)
PM HÉLIO RENNAN DE SOUSA SILVA (TESTEMUNHA)
PM LAURIANO RODRIGUES NETO (TESTEMUNHA)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
60141 10/07/2024 16:13 Petição Petição
392
EXCELENTÍSSIMO JUÍZ DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE
ELESBÃO VELOSO – PI
ALEGAÇÕES FINAIS,
nos termos dos artigos 403, § 3º e art. 404, parágrafo único, ambos do
Código de Processo Penal:
I- DOS FATOS
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Em suma, consta na peça inaugural acusatória que, em 24 de janeiro de
2024, por volta das 15 horas, a vítima, ANTÔNIO CARLOS ALVES DOS
SANTOS, deslocava-se para sua residência pela Rua Eurípedes de Aguiar,
situada nesta urbe de Elesbão Veloso. Nas imediações do Mercado Zé do Milito,
avistou Francisco das Chagas de Medeiros, vulgo “Guta”, o primeiro denunciado,
com quem a vítima mantinha desavenças, e Josiel do Nascimento Silva,
apelidado “Dica”, que estava próximo.
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acontecimento, quando foi surpreendido com um ataque de facão advindo da
vítima.
Ainda em luta corporal com Antônio, conseguiu pegar o facão e se defender
da injusta agressão, finalizando por dificultar o acesso a arma ao jogá-la em
terreno cercado. Ao andar um pouco, buscando ajuda, acabou por desmaiar
acordando no hospital, em que realizava procedimento médico.
Breve é o relatório.
II- DO DIREITO
1. DA LEGÍTIMA DEFESA.
“(...)Que não tinha desavença nenhuma, que o Sr. Antônio Carlos era
junto com sua irmã e moravam em uma casa sua, e sua mãe “colocou”
sua irmã para Esperantina, separando dele porque ele usava muita
droga e ele quis se vingar dele acusado depois que ele pegou a chave
da casa de volta.(...)”
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Destaca-se, portanto, parte motivada de agressões constantes inversas.
A vítima, Antônio, não só andava armada recorrentemente, como, também, ao
avistar um parente de sua ex-companheira, partiu em busca de agredi-lo com o
referido facão e só não empregando ação homicida por interferência do outro réu
de alcunha “Dica”.
A imputação de crime do art. 121, § 2º, I, III e IV, c/c art. 14, II do CP feito
ao acusado deveria ter sido imposta à Antônio, que somente repousa sobre a
condição por ter encontrado viaturas policiais antes de Francisco.
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Ora, emérito julgador, a presente definição não poderia adequar-se
melhor ao caso em tela. Que se havia de esperar que fizesse o réu?
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de Julgamento: 05/05/2021, Segunda Câmara Criminal, Data de
Publicação: 05/05/2021)
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ampla defesa, na medida em que ao não apontarem uma fonte direta
da informação. Precedentes do STJ.In casu, não há fundamentos que
justifique a reforma da decisão atacada, que entendeu inexistirem os
requisitos para o recebimento da denúncia, consubstanciados na
ausência de justa causa e indícios de autoria. 4. De fato, a justa causa
é exigência legal para o recebimento da denúncia, instauração e
processamento da ação penal, nos termos do artigo 395, III, do Código
de Processo Penal, e consubstancia-se pela somatória de três
componentes essenciais: a tipicidade, a punibilidade e a viabilidade. 5.
À unanimidade de votos, negou-se provimento ao recurso, mantendo
a decisão de impronúncia exarada pelo Juízo de Primeiro Grau. A C Ó
R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos do Recurso em
Sentido Estrito, tendo por partes as acima nominadas. ACORDAM os
Desembargadores componentes da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de
Justiça de Pernambuco, à unanimidade, em negar provimento ao
recurso, mantendo a sentença de impronúncia, nos termos do relatório,
voto, notas taquigráficas e demais peças que passam a integrar o
presente arresto. Recife, data da assinatura eletrônica. Des. Evandro
Magalhães Melo Relator.
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Portanto, deve-se levar em conta a situação de perigo gerada no espírito
de quem se defende. Seria demais exigir que alguém, visualizando agressão
impendente, tenha de aguardar algum ato de hostilidade manifesto e avisado,
pois essa espera, para o ingresso de das agressões, lhe poderia ser fatal. Ainda,
por fim, existiam problemas de cunho familiar em que a vítima foi a única
provocadora e, por avistá-lo, somente poderia se defender.
No caso em comento, não existem nos autos evidências que ditem com
segurança a motivação do fato imputado ao réu, devendo ser efetuado o decote
da qualificadora em caso de pronúncia. Em relato de instrução, o Réu:
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“(...)Que não tinha desavença nenhuma, que o Sr. Antônio Carlos era
junto com sua irmã e moravam em uma casa sua, e sua mãe “colocou”
sua irmã para Esperantina, separando dele porque ele usava muita
droga e ele quis se vingar dele acusado depois que ele pegou a chave
da casa de volta”
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3. DA INEXISTÊNCIA DE RECURSO QUE IMPOSSIBILITOU A DEFESA
DA VÍTIMA
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(TJ-PR - RECSENSES: 250544 PR Recurso em Sentido Estrito -
0025054-4, Relator: Martins Ricci, Data de Julgamento: 12/08/1993, 2ª
Câmara Criminal)
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desferidos apenas na direção do automóvel em que estavam as
vítimas.RECURSO DESPROVIDO.
(TJ-RS - RSE: 70079188249 RS, Relator: José Antônio Cidade Pitrez,
Data de Julgamento: 27/06/2019, Segunda Câmara Criminal, Data de
Publicação: 16/07/2019)
Desta feita, o mesmo que aguardará preso, se torna inviável por causa de
situação, que é de uma eventual sentença condenatória, não ser compatível com
regime mais gravoso.
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PERMANECEU PRESO DURANTE A INSTRUÇÃO CRIMINAL.
NECESSIDADE DE FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA DA SENTENÇA
DE PRONÚNCIA. CONSTRANGIMENTOILEGAL EVIDENCIADO.
ORDEM CONCEDIDA. I. A prisão preventiva é medida excepcional e
deve ser decretada apenas quando devidamente amparada pelos
requisitos legais, em observância ao princípio constitucional da
presunção de inocência ou da não culpabilidade, sob pena de antecipar
a reprimenda a ser cumprida quando da condenação definitiva. II. O
juízo valorativo sobre a gravidade genérica do crime imputado ao
paciente e sua periculosidade abstrata, não constituem fundamentação
idônea a autorizar a prisão cautelar, se desvinculados de qualquer fator
concreto ensejador da configuração dos requisitos do art. 312 do CPP.
(Precedentes) . III. Em que pese a renovação da oitiva das
testemunhas perante o júri, não pode o magistrado concluir que o réu,
solto, irá interferir na instrução criminal, sem base em fatos concretos
que indiquem a real possibilidade deste efetivamente vir a ameaçar as
testemunhas, não sendo tal argumento, portanto, suficiente à
manutenção da custódia provisória. IV. Simples menção aos requisitos
legais da segregação, à necessidade de manter a credibilidade da
justiça e de coibir a prática de delitos graves que não se prestam a
embasar a custódia acautelatória. V. É indispensável a presença de
concreta fundamentação para o óbice ao direito de recorrer da
sentença de pronúncia em liberdade, com base nos pressupostos
exigidos para a prisão preventiva, mesmo tendo o réu permanecido
custodiado durante a instrução criminal. VI. Deve ser cassado o
acórdão recorrido, bem como a sentença condenatória, no tocante à
decretação da prisão do réu, para revogá-la, determinando a expedição
de alvará de soltura em seu favor, para que possa recorrer em
liberdade, se por outro motivo não estiver preso, sem prejuízo de que
venha a ser decretada novamente a custódia, com base em
fundamentação concreta. VII. Ordem concedida, nos termos do voto do
Relator.
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Portanto, excelência, diante de tudo que foi exposto, esta defesa clama
que seja concedido ao réu o direito de responder ao processo em liberdade, já
que estão ausentes os requisitos para a manutenção de sua custódia cautelar.
Jó Eridan B M Fernandes
OAB-PI 11827
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