Senteça - Marcelo Pegado Correia PDF
Senteça - Marcelo Pegado Correia PDF
Senteça - Marcelo Pegado Correia PDF
Processo nº 0116998-31.2014.8.20.0001
ACUSADOS: THIAGO JERÔNIMO PINHEIRO e outros
Vistos etc.,
1 – RELATÓRIO:
2 – FUNDAMENTAÇÃO:
4
Também o Supremo Tribunal Federal:
THIAGO
Ÿ1 JERÔNIMO PINHEIRO (fls. 32/33) afirmou que "participou do
referido crime na companhia de MARCELO PEGADO, GLAUCIO, vulgo
'GLAUCINHO' e do adolescente chamado KEVEN; Que na noite do dia 27,
estava em casa, na companhia de KEVEN, MARCELO e GLAUCIO quando
tiveram a ideia de sair para praticar um assalto; Que nesta ocasião, KEVEN
já trazia consigo um revólver calibre.38; QUE além do revólver calibre .38,
existia ainda uma pistola de brinquedo, de plástico; Que por volta das 20
horas, saíram da residência do interrogado, em duas motocicletas de cor
preta, sendo uma pertencente a MARCELO e a outra a KEVEN; [...];Que ao
passarem pela Panificadora Via Pane, notaram que o local era pouco
iluminado e deserto, motivo pelo qual o escolheram para a prática do assalto;
Que neste momento, GLAUCINHO e KEVEN entraram na panificadora,
enquanto o INTERROGADO e MARCELO permaneceram do lado de fora,
cada um com uma motocicleta; Que pela vidraça da panificadora, presenciou
o momento em que um dos clientes segurou a arma de KEVEN, momento em
que este disparou contra o cliente; Que ouviu dois disparos, mas não sabe se
ambos atingiram a vítima; Que em seguida, GLAUCINHO e KEVEN saíram
correndo de dentro da panificadora e pularam nas garupas das motocicletas
pilotadas pelo INTERROGADO e por MARCELO, que saíram em disparada;
6
[...]; Que GLAUCINHO e KEVEN disseram que não subtraíram nada da
panificadora; [...]; Que não imaginava que o assalto poderia resultar na
morte de uma pessoa; Que não sabe do paradeiro do revólver calibre .38
utilizado no dia do crime, mas sabe que após o fato, a arma permaneceu com
KEVEN; [...]".
MARCELO
Ÿ2 PEGADO CORREIA (34/35), por sua vez, repetiu grande parte
dos fatos narrados por THIAGO, tendo ressaltado que "na noite do fato, viu
apenas uma arma, qual seja, o revólver .38 que KEVEN portava", além de
que "na fuga, seguiu em direção ao centro da cidade e parou nas
proximidades ao Colégio Winston Churchill, na Av. Rio Branco, onde deixou
KEVEN e seguiu para casa".
GLÁUCIO
Ÿ3 HERCULANO FONSECA (fls. 36/38) acrescentou a
participação de "uma pessoa de apelido SANDRINHO" no assalto, o qual
estava em "um corsa, de cor branca, com xênon, placas não lembradas, rodas
sem calotas". Disse, ainda, que "combinaram todos de realizar um assalto
naquele dia" e que "saíram organizados da seguinte forma: o interrogado na
motocicleta de THIAGO COXINHA, MARCELO na motocicleta dele e os
demais (SANDRINHO, KEVIN e THIAGO) no corsa de SANDRINHO; [...];
QUE ao passarem em frente à padaria no bairro Petrópolis, THIAGO
COXINHA mostrou para SANDRINHO o local dizendo que era ideal para
fazer o assalto; QUE pararam mais à frente e combinaram de realizar o
assalto; QUE numa motocicleta foram THIAGO pilotando e o interrogado na
garupa; QUE na outra motocicleta foram MARCELO pilotando e KEVIN na
garupa; QUE THIAGO repassou para o interrogado uma pistola de cor
preta; QUE não sabe informar qual o calibre da arma de THIAGO; QUE
KEVIN estava armado de revólver calibre .38; QUE foram abordar a padaria
os quatro na motocicleta e SANDRINHO ficou no Chevrolet Corsa; QUE
pararam de frente à padaria e desceram o interrogado e KEVIN; QUE ao
adentrar o local, o interrogado apontou a arma para a mulher que estava no
caixa da padaria, solicitando o dinheiro; QUE enquanto isso, KEVIN passou
em frente e foi abordar os clientes, ocasião em que o agente de polícia civil
Ilfran André reagiu segurando a arma de KEVIN; QUE nesse momento,
KEVIN atirou contra a vítima e o interrogado se assustou; QUE o
interrogado se dirigiu para a vítima e acionou o gatilho por três vezes, mas a
arma não funcionou; QUE KEVIN deu o segundo tiro na vítima; QUE depois
dos disparos, eles correram e foram até às motocicletas que estavam fora da
padaria; QUE não conseguiram subtrair nenhum valor da padaria; QUE
saíram em fuga para a Ribeira e pegaram a Ponte Nova; QUE ao chegarem
nas proximidades da Praia do Forte, THIAGO mandou que o interrogado se
desfizesse da arma; QUE ele obedeceu ao comparsa; [...]".
ALESSANDRO
Ÿ4 WALLACE DE FREITAS PROCÓPIO (fls. 39/40) disse
que "de início, a intenção dos cinco [...] era fazer um assalto no município de
Santo Antônio, porém, ao chegarem no depósito de bebidas, o
empreendimento estava fechado e não deu certo a investida criminosa; QUE
sendo assim, retornaram para Natal-RN, onde ficaram procurando um local
para realizarem o assalto; QUE ao chegarem em frente à padaria no bairro
de Petrópolis, Natal-RN, THIAGO deu a ideia de realizarem o assalto ali,
pois o local era deserto e escuro; QUE o interrogado estacionou seu veículo
nas proximidades da Praça Cívica, de onde THIAGO retirou as armas e
entregou para KEVIN e GLAUCINHO; QUE o interrogado foi então para a
frente do Hospital Onofre Lopes, esperando o desfecho do assalto; QUE não
viu o que aconteceu, recebendo em seguida uma ligação de MARCELO
mandando o interrogado ir pegar KEVIN na Lojas Americanas do centro da
cidade; QUE KEVIN contou o que tinha acontecido; QUE KEVIN disse que
tinha atirado contra a vítima, pois ela tinha reagido; QUE foram para uma
casa no bairro Santarém e depois o interrogado deixou KEVIN no Igapó;
7
QUE o carro usado no assalto, um Chevrolet Celta, de cor branca, de placas
KME-6352, pertence ao irmão do interrogado; QUE uma das motocicletas
usadas no assalto, de placa NNW-3154, pertence ao próprio interrogado;
[...]".
1
Código Penal Interpretado, 2ª ed.Atlas, 2001, p.1149.
12
Justiça, consoante trechos dos seguintes acórdãos:
14
É o que ocorre no presente caso, tendo em vista que,
embora os agentes não tenham subtraído objetos de Ilfran André Tavares de Araújo, como era
o seu intento, a conduta delituosa praticada pelos acusados culminou na morte deste, consoante
já devidamente analisado na fundamentação fática, pelo que, em relação à presente vítima,
configura-se o delito do art. 157, § 3º, do Código Penal, em sua forma consumada.
Delitos de Roubos (art. 157, §2º, I e II, c/c art. 14, II, CP):
2
Código Penal Interpretado, 2ª ed.Atlas, 2001, p.1081 e 1088.
3
ob. cit, p.1128/1129.
15
Quanto ao reconhecimento da majorante, preciosa é a
lição do Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo, que decidiu que “para o reconhecimento
da referida qualificadora necessário é que o agente porte ostensivamente a arma, de forma que a
vítima a veja ou, então, que se utilize dela para intimidar a vítima”4, e a do Tribunal de Justiça de
São Paulo, em que “tratando-se de roubo em co-autoria, não importa quem ou quantos estavam
armados, pois, praticada a subtração mediante o emprego de arma, todos os agentes respondem pela
qualificadora”5. Nesse mesmo sentido o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, considerando
que “o emprego de arma por um dos agentes importa no aumento da pena para todos os que do crime
participaram” 6.
Nesse mister, importa ressaltar a posição do Superior
Tribunal de Justiça, que entende não ser imprescindível a apreensão da arma de fogo ou a
realização de perícia sobre a mesma para que se possa conhecer da referida majorante, quando
o restante do conjunto probatório dos autos demonstrar sua efetiva utilização, conforme se
extrai dos julgados abaixo colacionados, in verbis:
4
RT 685/336.
5
RT 759/597.
6
RT 504/407.
16
OFENSIVO. DESNECESSIDADE. CIRCUNSTÂNCIA QUE PODE
SER EVIDENCIADA POR OUTROS MEIOS DE PROVA.
PRECEDENTES. AGRAVO DESPROVIDO. I – A questão de mérito
foi devidamente analisada pela decisão ora recorrida, que, assentando
a reiterada jusrisprudência desta Corte sobre a matéria, afastou a tese
da impetração e negou provimento ao recurso ordinário, com base no
caput do art. 192 do RISTF. II – É irrelevante saber se a arma de fogo
estava ou não desmuniciada, visto que tal qualidade integra a própria
natureza do artefato. Não se mostra necessária, ademais, a apreensão
e perícia da arma de fogo empregada no roubo para comprovar o seu
potencial lesivo. III - Lesividade do instrumento que se encontra in re
ipsa. IV - A majorante do art. 157, § 2º, I, do Código Penal, pode ser
evidenciada por qualquer meio de prova, em especial pela palavra da
vítima - reduzida à impossibilidade de resistência pelo agente - ou
pelo depoimento de testemunha presencial. V – Agravo regimental
desprovido." (Decisão (RHC 104583 AgR / DF - DISTRITO FEDERAL
AG.REG. NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS,
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI; julgamento: 26/10/2010
Órgão Julgador: Primeira Turma).
3 – PARTE DISPOSITIVA:
3.1 - DECISÃO:
ISTO POSTO, e por tudo mais que nos autos consta,
JULGO PROCEDENTE a denúncia, para CONDENAR os
acusados THIAGO JERÔNIMO PINHEIRO, MARCELO
PEGADO CORREIA, GLAUCIO HERCULANO FONSECA
e ALESSANDRO WALLACE DE FREITAS PROCÓPIO
pela conduta delituosa de ROUBO QUALIFICADO PELO
RESULTADO MOTE (LATROCÍNIO), praticado contra a
vítima Ilfran André Tavares de Araújo, tipificada no art. 157, § 3º,
parte final, do Código Penal; bem como pelos delitos de ROUBO
(duas vezes), em sua forma tentada, praticados contra a Padaria
La Via Pane e contra Ilma Araújo Montenegro e tipificados no
art. 157, § 2º, I e II, c/c art. 14, II, do Código Penal; e, ainda, pelo
delito de CORRUPÇÃO DE MENORES capitulado no art.
244-B da Lei 8.069/1990, todos em concurso formal, nos termos
do art. 70 do Código Penal.
Ÿ2 Delitos de Roubo (art. 157, §2º, I e II, c/c art. 14, II, CP):
Ÿ7 Delitos de Roubo (art. 157, §2º, I e II, c/c art. 14, II, CP):
Ÿ11Delitos de Roubo (art. 157, §2º, I e II, c/c art. 14, II, CP):
4 - PROVIMENTOS FINAIS:
30