Resenha Sobre o PIA PDF
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Contextualização
AREA JURÍDICA
AREA DE SAÚDE
Situação física e mental. Aspectos a serem observados: uso de medicamento, uso de drogas,
se já fez tratamento para dependência de álcool ou outras drogas, existência de transtorno
mental, tratamento odontológico, DST/ AIDS, atendimento clínico, peso, altura, exame de
fezes, sangue e urina, vacinas, queixas, demandas, outros.
ÁREA PSICOLÓGICA
(afetivo-sexual) dificuldades, necessidades, potencialidades, avanços e retrocessos, saúde
mental. Aspectos a serem observados: história da vida, psicodinâmica, dinâmica familiar,
relações interpessoais, comportamento, relação com drogas, afetividade, história de violência
(interna, externa, doméstica).
ÁREA SOCIAL
Relações sociais, familiares e comunitárias, aspectos dificultadores e facilitadores da inclusão
social; necessidades, avanços e retrocessos
Aspectos a serem observados: histórico de trajetória (nas ruas/drogas), passagem por
instituições, documentação (levantamento dos existentes expedição), visita
domiciliar/condições de moradia, saneamento e gastos básicos, condições socioeconômicas e
renda per-capita, comunidade (vizinhos, amizades, equipamentos sociais, inimizades, relação
com gangues), outros.
Neste aspecto a elaboração do genograma e ecomapa são instrumentos consistentes para a
realização do diagnóstico e apontar direções para as intervenções que se fizerem necessárias
de acordo com o estabelecido pelo MPC.
ÁREA PEDAGÓGICA
Estabelecem-se metas relativas a: escolarização, profissionalização, cultura, lazer e esporte,
oficinas e autocuidado. Enfoca os interesses, potencialidades, dificuldades, necessidades,
avanços e retrocessos.
Aspectos a serem observados: série escolar, repetências, dificuldades de aprendizado e de
permanência na escola.
As intervenções técnicas e socioterapêuticas necessárias são introduzidas de acordo com o
desenvolvimento do Modelo Pedagógico Contextualizado.
A partir do Diagnóstico Polidimensional e do Estudo de Caso cujos processos de
desenvolvimento são dinâmicos e fluidos é que ocorre a elaboração do Plano Individual de
Atendimento em sintonia com a execução do MPC, propiciando avaliar e reavaliar os avanços
ocorridos no período de privação de liberdade.
Destaca-se que se houverem outras áreas contempladas pelo Modelo Pedagógico
Contextualizado deve-se providenciar a inclusão das mesmas, pois os parâmetros do SINASE
representam minimamente o que se espera da execução do atendimento socioeducativo nas
unidades de internação.
A construção do PIA:
“O estudo de caso é uma condição para a construção do PIA. Ele permite que o
orientador, técnico ou educador de referência organize os dados sobre o adolescente, sua
família, grupos de pertencimento e/ou referência, inicie um processo de compreensão desse
adolescente quanto as suas necessidades (p.e., aprendizagem de leitura e escrita, obtenção de
ganho para alimentação e outras necessidades básicas), urgências de encaminhamentos (p.e.,
documentos, saúde bucal, moradia), aptidões e competências (p.e., comunicação oral,
desenho) e interesses (p.e., música. Skate) sentimentos, sonhos”.
O Estudo de caso aponta áreas específicas situadas nos seguintes aspectos:
moradia, documentação, alimentação, saúde física, bucal, mental (drogadição e
encaminhamentos à intervenções terapêuticas previstas no MPC), educação (escolarização,
profissionalização), colocação profissional (ocupação, trabalho), rendimentos financeiros
(bolsas, salários), vida cultural, esportiva, de lazer, participação política (voto). Ainda se
tratando da execução do MPC aponta as terapêuticas demandadas pelo processo de
desenvolvimento emocional e social do adolescente.
Constantemente devem ser realizadas reuniões de estudo de caso, para avaliação
da evolução do adolescente, incluindo as reflexões e auto-avaliações trazidas por ele próprio.
Quem realiza o PIA?
É elaborado pelo adolescente e por sua equipe de referência e isso é iniciado após
a reunião do estudo de caso quando o adolescente se torna o personagem central do encontro
e o maior compromisso que ele assume ao realizar o PIA é consigo mesmo, com a própria vida.
A partir de cada caso analisar a pertinência da participação da família ou de outras
pessoas que o adolescente aponte como referência positiva, contudo a responsabilidade pela
condução deste processo é da equipe da Unidade de Atendimento.
No entanto, é recomendável que a referência afetiva do adolescente, seja da
família biológica ou não, participe ativamente do processo.
Quando realizar o PIA.
Cabe à equipe direcionar a realização do PIA, a princípio por meio de
sensibilização, desde o ingresso do adolescente na Unidade, para que ele perceba que a
privação da liberdade é o momento adequado para repensar a sua vida e assumir mudanças
necessárias nos rumos dos acontecimentos.
O PIA é a própria visualização e operacionalização das possibilidades de
elaboração e apropriação de um projeto de vida diferenciado dos fatos que o levaram à
privação da liberdade. É importante ressaltar que o momento apropriado para essa reflexão se
dá caso a caso e depende muito do estágio do processo socioeducativo que o adolescente se
encontra.
Cabe destacar que o momento de realização do PIA é uma decisão que deve ser
refletida e analisada pela equipe, que por sua vez, deve estar atenta e sensível aos
comportamentos do adolescente, para não atrasar ou antecipar o PIA.
O que trabalhar no PIA?
Questões a serem consideradas:
Saúde Física
Saúde Mental
Auto-Estima
Relacionamento Interpessoal;
Educação Profissional
Trabalho
Esporte
Lazer
Cultura
Relação Familiar;
Relações Afetivas e de amizade
Relações Comunitárias.
Antes de sua internação, Ricardo, 17 anos, ajudou seu tio na lanchonete, servindo
mesas. Ao lembrar desta experiência recorda que enquanto passava a tarde sentindo o cheiro
bom que saía da cozinha, sonhava em aprender e preparar os pratos que eram serv idos e se
tornar um cozinheiro com condições financeiras de manter a família. Em seu PIA, esse sonho
pôde se transformar, primeiramente em visitas a cozinhas de restaurantes e em alguns ensaios
como auxiliar de cozinheiro na própria unidade, e, posteriormente, em um curso
profissionalizante de cozinha, o qual foi desempenhado por ele com muita satisfação.
(QUADROS ANEXOS: Trata-se de esboço que apresenta algumas questões relevantes que
integram o PIA do Caso acima relatado)
Esse aspecto deve se processar diariamente nas salas de aula, nas oficinas, no
refeitório, nas quadras esportivas, na elaboração e apresentação de seminários, das
monografias, nos colóquios, enfim nas várias atividades executadas no MPC. Trata-se de ação
que se processa de forma compartilhada, participante e interativa e ao mesmo tempo que o
socioeducador observa ele intervém, orientando, ouvindo, esclarecendo, estimulando e
apoiando.
Enfim o PIA pode e deve ser alterado de acordo com o envolvimento apresentado
pelo socioeducando. Essas alterações poderão ser feitas nas reuniões de acompanhamento ou
quando, após avaliação conjunta entre socioeducadores, responsáveis e socioeducando,
concluir-se pela necessidade de redefinição ou introdução de novas metas.
Conclusão