Resenha Sobre o PIA PDF

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Plano Individual de Atendimento e o Modelo Pedagógico Contextualizado MPC.

Contextualização

O processo histórico de execução do Modelo Pedagógico Contextualizado–MPC


apresenta resultados comprovadamente positivos na gestão do atendimento a adolescentes
que se encontram em cumprimento de medida socioeducativa de internação no Centro
Socioeducativo de Tucum e na Unidade de Internação de Linhares, sendo que nesta última o
MPC se encontra em desenvolvimento há aproximadamente seis meses.
Embora os resultados obtidos comprovem a eficácia e efetividade do MPC nos
três anos e meio de funcionamento do CSE de Tucum sabe-se que toda prática pedagógica
necessita de aperfeiçoamento constante, e ao se reavaliar o MPC constata-se a necessidade de
se incorporar instrumentos técnicos que contribuam para aprimorar cada vez mais a sua
execução e, por conseguinte, agregar melhorias consistentes na qualidade do trabalho
desenvolvido.
Portanto, apresentamos proposta preliminar de elaboração do Plano Individual de
Atendimento do adolescente a ser incorporado no MPC no sentido de personalizar ainda mais
a execução desse modelo pedagógico e oportunizar melhorias em sua qualidade de execução.
Assim sendo, a elaboração dessa ferramenta demanda a imediata mudança de
denominação do que é intitulado atualmente como PIA no MPC, passando a ser denominado
de Plano de Programa de Atendimento – PPA e concomitantemente será construído o Plano
individual de Atendimento destinado aos adolescentes em cumprimento da medida
socioeducativa de internação, conforme estabelecido no Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo – SINASE -2006.
Desta forma, o profissional que trabalha no Centro de Socioeducativo - CSE e na
Unidade de Internação Regional de Linhares deverá conhecer e utilizar o Plano Individual de
Atendimento como instrumento co-integrante do Modelo Pedagógico Contextualizado, por se
tratar de mais uma das ferramentas que amplia a possibilidade de desenhar e direcionar
cotidianamente a ação socioeducativa junto ao adolescente.
Existem passos que traçam os caminhos para a elaboração do Plano Individual de
Atendimento – PIA que se referem à elaboração do Diagnóstico Polidimensional, do Estudo de
Caso e do PIA. Estas etapas se entrelaçam para propiciarem conjuntamente o
Desenvolvimento pessoal e social do adolescente.
Desenvolvimento pessoal e social do adolescente.
O Sinase considera que o as ações socioeducativas devem exercer uma influência
sobre a vida do adolescente para a construção de sua identidade de modo a favorecer a
elaboração de um projeto de vida, o seu pertencimento social e o respeito às diversidades
(cultural, étnico-racial, de gênero e de orientação sexual), possibilitando que assuma um papel
inclusivo na dinâmica social e comunitária.
Neste aspecto a socioeducação destaca que o desenvolvimento humano deve se
dar de forma integral, contemplando todas as dimensões do ser. É a partir desta premissa que
existe o Diagnóstico Polidimensional, um dos instrumentos necessário para a construção do
Projeto de Vida de cada socioeducando, partindo da identificação das necessidades nos
aspectos jurídico, saúde, psicológico, social, pedagógico de trabalho e geração de renda, além
de outros que por ventura fizerem parte do histórico de vida do adolescente e de sua família.
Diagnóstico Polidimensional.
Este instrumento propõe que os técnicos das respectivas áreas realizem o
atendimento aos adolescentes visando a elaboração do diagnóstico bem como a análise dos
dados obtidos, no sentido de se obter uma visão holística do adolescente.
A partir desta ação faz-se necessário realizar reunião com o adolescente e sua
família para discutir os resultados e promover reformulações caso seja necessário.
Para tanto é importante ressaltar as atividades pertinentes à cada área:
No período inicial de acolhimento, o adolescente conhece as normas e rotinas da casa, por
meio da leitura do Pacto de Convivência.
É um período intensivo de atendimentos e entrevistas devendo ser dado o
amparo emocional que se fizer necessário, na compreensão do momento difícil que é o da
entrada do adolescente em um estabelecimento de privação de liberdade e a escuta
qualificada do adolescente é um instrumento de grande valia durante esta fase de sua vida.
Dessa forma, para a elaboração do Diagnóstico Polidimensional é imprescindível que sejam
abordadas minimamente as seguintes áreas técnicas específicas:

AREA JURÍDICA

Situação processual e providências necessárias Aspectos a serem observados: histórico


infracional e processual, tipologia do ato infracional, medida protetiva, se houver evasão, por
quais unidades já passou, processos na certidão de antecedente (baixados, processos com
medida imposta, processos sem medida imposta), inquéritos, audiências, outros.

AREA DE SAÚDE
Situação física e mental. Aspectos a serem observados: uso de medicamento, uso de drogas,
se já fez tratamento para dependência de álcool ou outras drogas, existência de transtorno
mental, tratamento odontológico, DST/ AIDS, atendimento clínico, peso, altura, exame de
fezes, sangue e urina, vacinas, queixas, demandas, outros.

ÁREA PSICOLÓGICA
(afetivo-sexual) dificuldades, necessidades, potencialidades, avanços e retrocessos, saúde
mental. Aspectos a serem observados: história da vida, psicodinâmica, dinâmica familiar,
relações interpessoais, comportamento, relação com drogas, afetividade, história de violência
(interna, externa, doméstica).

ÁREA SOCIAL
Relações sociais, familiares e comunitárias, aspectos dificultadores e facilitadores da inclusão
social; necessidades, avanços e retrocessos
Aspectos a serem observados: histórico de trajetória (nas ruas/drogas), passagem por
instituições, documentação (levantamento dos existentes expedição), visita
domiciliar/condições de moradia, saneamento e gastos básicos, condições socioeconômicas e
renda per-capita, comunidade (vizinhos, amizades, equipamentos sociais, inimizades, relação
com gangues), outros.
Neste aspecto a elaboração do genograma e ecomapa são instrumentos consistentes para a
realização do diagnóstico e apontar direções para as intervenções que se fizerem necessárias
de acordo com o estabelecido pelo MPC.

ÁREA PEDAGÓGICA
Estabelecem-se metas relativas a: escolarização, profissionalização, cultura, lazer e esporte,
oficinas e autocuidado. Enfoca os interesses, potencialidades, dificuldades, necessidades,
avanços e retrocessos.
Aspectos a serem observados: série escolar, repetências, dificuldades de aprendizado e de
permanência na escola.
As intervenções técnicas e socioterapêuticas necessárias são introduzidas de acordo com o
desenvolvimento do Modelo Pedagógico Contextualizado.
A partir do Diagnóstico Polidimensional e do Estudo de Caso cujos processos de
desenvolvimento são dinâmicos e fluidos é que ocorre a elaboração do Plano Individual de
Atendimento em sintonia com a execução do MPC, propiciando avaliar e reavaliar os avanços
ocorridos no período de privação de liberdade.
Destaca-se que se houverem outras áreas contempladas pelo Modelo Pedagógico
Contextualizado deve-se providenciar a inclusão das mesmas, pois os parâmetros do SINASE
representam minimamente o que se espera da execução do atendimento socioeducativo nas
unidades de internação.

O Estudo de Caso e o PIA

Considerando que o Estudo de Caso é instrumento básico e prioritário para a


elaboração e implantação do PIA do adolescente vale à pena relembrar sobre sua importância
e significado para aqueles que se encontram em cumprimento de medida Socioeducativa de
Internação e neste caso sob a responsabilidade da ACADIS.
O Caderno do IASP em sua pg. 51 ressalta que “o foco do estudo de caso é o
próprio adolescente, a sua história, as suas características, os afetos e desafetos, os encontros
e os desencontros, as rivalidades, os envolvimentos na prática de atos infracionais que
marcaram a sua vida. Todos esses aspectos se constituem no ponto de partida e no ponto de
chegada de todas as ações socioeducativas.”
Esse Caderno destaca ainda sobre o aspecto legal contido no artigo 94 do Ecriad
em seu inciso XIII que estabelece a obrigação de todas as entidades que desenvolvem
programas de internação. “proceder a estudo social e pessoal de cada caso” e para o alcance
do que se propõe é importante conceituar inicialmente o Estudo de Caso.

Conceito - O Estudo de Caso é:

 •“Um método de análise qualitativa usada como meio de organizar dados,


preservando o caráter unitário do objeto estudado no qual ocorre a convergência de
informações, de vivências e de trocas de experiências, partindo da percepção de cada
socioeducador, conduzindo a uma compreensão mais clara do mundo subjetivo e
objetivo do adolescente, de suas necessidades e potencialidades no contexto de sua
realidade pessoal e social”.
 •“É o compilamento de informações originadas de diversas fontes, que promove o
resgate da história pessoal do adolescente construída e configurada a partir das
relações que este estabeleceu ao longo de sua vida”.
 •“É um método de investigação que implica num grande envolvimento do profissional
e que inclui como etapas, a coleta de informações e seu processamento”.
 •“Os dados a serem coletados se referem além da história pregressa do adolescente,
compreendem tudo o que ele faz, sente, verbaliza, gesticula seu comportamento ao
longo do dia e nas diversas oportunidades existentes na unidade”.
 •“O processamento de informações se dá a partir da integração de dados
provenientes dos diversos profissionais envolvidos, cuidando-se para que não haja o
enquadramento do adolescente em parâmetros específicos de algumas ciências,
reduzindo-se assim, as esferas constituintes da vida do adolescente em apenas uma
dimensão”.
Plano Individual de Atendimento – PIA: O que é?

De acordo com o SINASE: Do ponto de vista teórico-metodológico é “um


instrumento pedagógico fundamental para garantir a equidade no processo de cumprimento
da medida socioeducativa” (Sinase, item 6.1 – Diretrizes Pedagógicas do atendimento
socioeducativo – diretriz 4). Do ponto de vista operacional constitui-se em “uma importante
ferramenta no acompanhamento pessoal e social do adolescente e na conquista de metas e
compromissos pactuados com esse adolescente e a família durante o cumprimento da medida
socioeducativa” (SINASE, item 6.2.2 – Dimensão básica do atendimento e desenvolvimento
pessoal e social do adolescente).

A construção do PIA:

“O estudo de caso é uma condição para a construção do PIA. Ele permite que o
orientador, técnico ou educador de referência organize os dados sobre o adolescente, sua
família, grupos de pertencimento e/ou referência, inicie um processo de compreensão desse
adolescente quanto as suas necessidades (p.e., aprendizagem de leitura e escrita, obtenção de
ganho para alimentação e outras necessidades básicas), urgências de encaminhamentos (p.e.,
documentos, saúde bucal, moradia), aptidões e competências (p.e., comunicação oral,
desenho) e interesses (p.e., música. Skate) sentimentos, sonhos”.
O Estudo de caso aponta áreas específicas situadas nos seguintes aspectos:
moradia, documentação, alimentação, saúde física, bucal, mental (drogadição e
encaminhamentos à intervenções terapêuticas previstas no MPC), educação (escolarização,
profissionalização), colocação profissional (ocupação, trabalho), rendimentos financeiros
(bolsas, salários), vida cultural, esportiva, de lazer, participação política (voto). Ainda se
tratando da execução do MPC aponta as terapêuticas demandadas pelo processo de
desenvolvimento emocional e social do adolescente.
Constantemente devem ser realizadas reuniões de estudo de caso, para avaliação
da evolução do adolescente, incluindo as reflexões e auto-avaliações trazidas por ele próprio.
Quem realiza o PIA?
É elaborado pelo adolescente e por sua equipe de referência e isso é iniciado após
a reunião do estudo de caso quando o adolescente se torna o personagem central do encontro
e o maior compromisso que ele assume ao realizar o PIA é consigo mesmo, com a própria vida.
A partir de cada caso analisar a pertinência da participação da família ou de outras
pessoas que o adolescente aponte como referência positiva, contudo a responsabilidade pela
condução deste processo é da equipe da Unidade de Atendimento.
No entanto, é recomendável que a referência afetiva do adolescente, seja da
família biológica ou não, participe ativamente do processo.
Quando realizar o PIA.
Cabe à equipe direcionar a realização do PIA, a princípio por meio de
sensibilização, desde o ingresso do adolescente na Unidade, para que ele perceba que a
privação da liberdade é o momento adequado para repensar a sua vida e assumir mudanças
necessárias nos rumos dos acontecimentos.
O PIA é a própria visualização e operacionalização das possibilidades de
elaboração e apropriação de um projeto de vida diferenciado dos fatos que o levaram à
privação da liberdade. É importante ressaltar que o momento apropriado para essa reflexão se
dá caso a caso e depende muito do estágio do processo socioeducativo que o adolescente se
encontra.
Cabe destacar que o momento de realização do PIA é uma decisão que deve ser
refletida e analisada pela equipe, que por sua vez, deve estar atenta e sensível aos
comportamentos do adolescente, para não atrasar ou antecipar o PIA.
O que trabalhar no PIA?
Questões a serem consideradas:

 Áreas que demonstra interesse


 Experiências vividas consideradas positivas;
 Hábitos negativos que deseja abolir;
 Metas e expectativas que projeta para o futuro;
 Atitudes, habilidades e potencialidades que deseja desenvolver;
 Desejos, sonhos que pretende realizar;
 Conhecimentos que deseja adquirir;
 Circunstâncias de vida que deseja modificar e outras questões pertinentes em sua
trajetória vivencial.

As questões acima apontadas apresentam relação com os seguintes aspectos da vida do


adolescente:

 Saúde Física
 Saúde Mental
 Auto-Estima
 Relacionamento Interpessoal;
 Educação Profissional
 Trabalho
 Esporte
 Lazer
 Cultura
 Relação Familiar;
 Relações Afetivas e de amizade
 Relações Comunitárias.

Assim sendo, o papel do socioeducador é construir junto ao adolescente, uma


proposta que seja coerente com as suas habilidades, potencialidades e expectativas quanto ao
futuro, e estruturar, para cada socioeducando, uma agenda, construída e pactuada com sua
participação e da família, com atividades diversificadas que correspondam às suas
necessidades e opções específicas.
É desse processo subjetivo de elaboração do projeto de vida e das considerações
realizadas pela equipe no estudo de caso, que surgem as questões que devem integrar o PIA e
o seu desdobramento em metas e passos.
As metas referem-se ao alcance de condições, de situações e de ações concretas
que possam ser observadas, sentidas, vividas e avaliadas em seus resultados. O mais
importante é que o adolescente assuma as suas escolhas com desejo e responsabilidade.
A partir desse delineamento é importante estabelecer uma comparação entre o
que o adolescente é e o que pretende ser e quais as estratégias de ação que possibilitam o
alcance da meta idealizada.
É fundamental estabelecer uma ordem de execução do plano, definir prioridades,
coadunar propostas com as normas de funcionamento da unidade e pensar com o adolescente
o que poderá ser realizado e desenvolvido durante o período de internação. Naqueles casos
que o PIA seja difícil de ser executado ele deve ser iniciado, considerando que todos os
momentos e espaços são oportunos para o desenvolvimento do socioeducando e alcance de
suas metas. Neste aspecto a lógica adotada e dos pequenos passos e aproximações sucessivas
à conquista das metas estabelecidas por ele.
Exemplo de Caso:

Antes de sua internação, Ricardo, 17 anos, ajudou seu tio na lanchonete, servindo
mesas. Ao lembrar desta experiência recorda que enquanto passava a tarde sentindo o cheiro
bom que saía da cozinha, sonhava em aprender e preparar os pratos que eram serv idos e se
tornar um cozinheiro com condições financeiras de manter a família. Em seu PIA, esse sonho
pôde se transformar, primeiramente em visitas a cozinhas de restaurantes e em alguns ensaios
como auxiliar de cozinheiro na própria unidade, e, posteriormente, em um curso
profissionalizante de cozinha, o qual foi desempenhado por ele com muita satisfação.

(QUADROS ANEXOS: Trata-se de esboço que apresenta algumas questões relevantes que
integram o PIA do Caso acima relatado)

Como se elabora o PIA?

É importante ressaltar os seguintes aspectos:

Após o estudo de caso e a decisão de realizar o PIA, o adolescente participa de


uma reunião com a equipe de referência, na qual ele manifesta os seus interesses, talentos,
sonhos e objetivos de vida. O papel da equipe é auxiliar o adolescente nesta fala e ao mesmo
tempo registrar os pontos importantes, buscando alternativas e propostas para a realidade
que vai se apresentando.
Ao final da reunião um mediador apresenta a síntese da proposta de maneira bem
clara e acessível ao adolescente e confirma com ele se são aqueles pontos que ele deseja que
integre seu PIA. Neste momento a equipe deve estar animada e demonstrar satisfação.
Na referida reunião de elaboração do PIA, produz-se um texto detalhado,
evidenciando as metas e objetivos do adolescente e os compromissos que o mesmo está
assumindo para atingi-las (inclusive aqueles relacionados à disciplina), bem como os
compromissos da equipe para viabilizar o plano. Dessa maneira tem-se um contrato entre
adolescente e equipe, que deve ser assinado por todos como demonstração de força e da
importância dos compromissos assumidos.
É recomendável que o contrato do PIA seja enviado ao Poder Judiciário,
juntamente com uma carta de apresentação escrita pelo adolescente com ajuda da equipe. É
importante que ele saiba que o PIA se encontra em desenvolvimento e assim possa
acompanhar a execução da medida socioeducativa aplicada e consequentemente quando o
relatório é enviado, apresentando os resultados da execução do PIA e a sugestão de
encaminhamento da equipe, o juiz já está familiarizado com o andamento do processo
socioeducativo do adolescente, tendo mais elementos para proferir sua decisão.
Como se realiza o desenvolvimento do PIA?
Das competências:
Cabe à unidade adotar as medidas para promover o acesso às condições
necessárias à consecução das metas do adolescente por meio da oferta de atividades que
devem propiciar os conteúdos e os instrumentos necessários, bem como orientar os passos em
direção às metas.
Cabe ao adolescente participar ativamente de seu processo educativo,
empenhando-se em adquirir as condições necessárias à consecução das metas que traçou para
si mesmo.
Cabe à Família, biológica ou extensa, com quem o adolescente possui vínculo
afetivo, ser parceira e interlocutora no processo socioeducativo, contratado no PIA, garantindo
a inclusão social do adolescente no convívio familiar e comunitário e assumindo sua função
educativa/protetora.
No desenvolvimento do PIA a equipe deve continuar um trabalho de integração
das informações e observações sobre o encaminhamento do processo socioeducati8vo do
adolescente. Este acompanhamento consiste em:
 Observar e documentar os avanços e retrocessos, facilidades e dificuldades, sucessos e
insucessos apresentados pelo adolescente, de acordo com que está previsto no PIA;
 Estimular, facilitar e apoiar o adolescente em suas atividades;
 Indicar e fomentar ações voltadas ao aprimoramento do atendimento prestado;
 Facilitar e incentivar a comunicação entre as partes envolvidas no processo
educacional;
 Articular as ações desenvolvidas nas diferentes atividades na unidade em função do
previsto no PIA dos socioeducandos.

Como se processa o acompanhamento do PIA?

Esse aspecto deve se processar diariamente nas salas de aula, nas oficinas, no
refeitório, nas quadras esportivas, na elaboração e apresentação de seminários, das
monografias, nos colóquios, enfim nas várias atividades executadas no MPC. Trata-se de ação
que se processa de forma compartilhada, participante e interativa e ao mesmo tempo que o
socioeducador observa ele intervém, orientando, ouvindo, esclarecendo, estimulando e
apoiando.

O PIA pode ser alterado?

Enfim o PIA pode e deve ser alterado de acordo com o envolvimento apresentado
pelo socioeducando. Essas alterações poderão ser feitas nas reuniões de acompanhamento ou
quando, após avaliação conjunta entre socioeducadores, responsáveis e socioeducando,
concluir-se pela necessidade de redefinição ou introdução de novas metas.

Conclusão

O conteúdo aqui apresentado não pretende esgotar todos os aspectos para


elaboração e implantação do Plano Individual de Atendimento para os adolescentes atendidos
pela ACADIS.
Resta ainda analisar os programas e projetos do Modelo Pedagógico
Contextualizado, associando seus respectivos conteúdos com esta proposta preliminar e com a
crença na capacidade técnica da equipe da ACADIS para a realização desta atividade,
objetivando a construção de um PIA que contemple “ao pari e passu” as perspectivas e ações
programas e projetos do MPC e que esteja em sintonia com os parâmetros estabelecidos pelo
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo.
A propósito, o Sinase considera o PIA como uma importante ferramenta para o
acompanhamento da evolução pessoal e social do adolescente e para conquista de metas e
compromissos pactuados com o mesmo e sua família durante o cumprimento da medida
socioeducativa.
Vale ressaltar que uma das áreas consideradas de importância pelo Sinase na
elaboração do instrumento se refere a inclusão do aspecto jurídico abrangendo a situação
processual do adolescente e as providências necessárias, e que não foi abordada no caderno
do IASP.
E finalmente o SINASE conclui que a evolução ou crescimento pessoal e social do
adolescente deve ser acompanhado diuturnamente, no intuito de fazê-lo compreender onde
está e aonde que chegar e cujo registro deve se dá no PIA.
Edna Lucia Gomes de Souza – Psicóloga
Referências Básicas:

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