Habeas Corpus

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EXMO. SR. DR.

DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL


DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

AUTO DE PRISÃO Nº.: 1227588-42.2018.8.13.0024


PACIENTE: LUCAS EUPHASIO NOGUEIRA

MARCOS VIEIRA MOTA, Brasileiro, casado, advogado inscrito sob a OAB/MG sob o numero
130.956 e DAVID BORGES JUNIOR, Brasileiro, casado, advogado inscrito sob a OAB/MG sob o
numero 167.795 ALEX CORREIA SCHIARA, brasileiro, solteiro, advogado inscrito na OAB/MG
sob o numero 184.457, onde recebe intimações com escritório sito no endereço Rua Emir
Antonio Diniz 35 Bairro Alvorada Na Cidade De Contagem no Estado de Minas Gerais, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5 o., LXVIII, da
Constituição Federal, impetrar ordem de:

"HABEAS CORPUS" LIBERATÓRIO COM PEDIDO DE LIMINAR


Em face de LUCAS EUPHASIO NOGUEIRA, brasileiro, solteiro, conferente, portador da
identidade MG-18.944.949, inscrito sob o CPF nº 126.467.796-07, residente na Rua Emerciana
Batista Camargo, nº 320, Bairro Califórnia – Belo Horizonte no Estado de Minas Gerais, Vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, através de seus advogados, pelos motivos
que passa a expor:

DOS FATOS:

Ínclitos Julgadores ocorre que a EXCELENTÍSSIMA SENHORA JUÍZ DE DIREITO CRIMINAL


DA CENTRAL DE FLAGRANTE DE BELO HORIZONTE / MG decretou prisão preventiva contra
o Paciente, pois o mesmo se encontra "preso"; Sem dúvida nenhuma com a "devida vênia" o
Paciente esta sofrendo um constrangimento ilegal ocasionado pelo decreto condenatório
proferido pelo MM. Juiz, eis que o réu não poderá apelar sem recolher-se a prisão, ou prestar
fiança;

A MM. Juiz fere o principio constitucional, opondo ao paciente o recolhimento à prisão;

A Paciente foi preso supostamente pela prática dos crimes incurso nas sanções do art. 121 c/c
art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. 
O pedido de liberdade provisória foi indeferido nos seguintes termos:

Aos 30 de Outubro de 2018, às 13:13 horas, na sala de audiências desta Central de


Flagrantes, sob a presidência da MMª. Juíza de Direito, Dra. Fabiana Cardoso Gomes
Ferreira, foi aberta a audiência de custódia nos autos do APFD em
epígrafe. Presentes o Promotor de Justiça, Dr. Wagner Lúcio Teixeira Leão,
o Advogado, Dr. David Borges Junior, OAB/MG 167795, e o autuado, que teve
entrevista reservada com a Defesa. Registre-se que o autuado permaneceu
algemado durante a presente assentada, uma vez que o espaço físico desta sala
culmina em extrema proximidade da presa com as autoridades aqui presentes nesta
audiência e, ainda, o grande fluxo de pessoas que circulam neste fórum, bem como o
elevado número de audiências de custódia realizadas diariamente, o que recomenda a
utilização das algemas para a segurança de todos, especialmente do próprio autuado.
Iniciados os trabalhos, o autuado prestou suas declarações pelo sistema audiovisual.
Em seguida, o Ministério Público e a Defesa formularam seus pedidos, também
gravados em mídia, tendo o Ministério Público pugnado pela conversão da prisão em
flagrante em preventiva e a Defesa pugnado pelo relaxamento da prisão e,
subsidiariamente, pela concessão da liberdade provisória mediante aplicação das
medidas cautelares diversas da prisão. Pela MMª. Juíza, foi, então, proferida a seguinte
decisão: “Trata-se de comunicação de prisão em flagrante de LUCAS EUPHASIO
NOGUEIRA, preso em 28/10/2018, como incurso nas sanções do art. 121, c/c art. 14,
inciso II, ambos do Código Penal. Aduz a defesa a ilegalidade da prisão do autuado por
ausência de autoria, uma vez que o condutor da prisão teria declarado no APF que não
poderia aduzir com certeza da intenção do autuado. Em que pese as argumentações da
combativa defesa entendo que a participação e conduta do autuado está evidenciada
nos autos na medida em que conduziu o co autor Natan até a casa da vítima e deu fuga
ao mesmo depois de efetuar agressões e disparos contra vítima. A questão da intenção
do autuado é matéria afeta ao mérito não passível de apreciação em audiência de
custódia. Assim, não vislumbro a ilegalidade aventada. Constato que o APFD está
formalmente em ordem, obedecendo as disposições do art. 304 e 306 do Código de
Processo Penal, não sendo hipótese de relaxamento. Tampouco vislumbro possível a
concessão de liberdade provisória. No caso em tela, não obstante a primariedade
do autuado, tem-se que as circunstâncias do crime são graves, constando do APFD que
a vítima, Karine, estava em uma festa com duas amigas, Emili e Lorena, estando
presentes também Lucas e Nathan. Ato contínuo, na hora de irem embora, Karine foi
surpreendida por Nathan, aparentemente alcoolizado, tendo ele a culpado pelo estado
de embriaguez de Emili, proferido palavras de baixo calão, a empurrado e a ameaçado
de morte, falando que iria pegar uma arma e atirar nela. Desta feita, a vítima e suas
amigas acionaram um uber e retornaram para suas casas juntas, já que moram no
mesmo bairro. Consta que ao chegarem na casa de Karine, o carro de Lucas estava
estacionado, sendo que Nathan saiu do veículo e desferiu socos na vítima. Em seguida,
Nathan sacou uma pistola e apontou em direção à vítima, contudo errou o disparo e
acertou a própria mão. Ato contínuo, a vítima acionou os militares por meio do seu
telefone celular, porém Nathan embarcou no carro de Lucas e ambos evadiram do
local, sendo o veículo localizado posteriormente pela guarnição. Consta que, ao
serem abordados, Lucas empreendeu em fuga, e, no decorrer dos fatos, o
mesmo deixou Nathan em uma praça e o mesmo fugiu a pé, sendo que no momento
em que os policias conseguiram deter o veículo, apenas o autuado Lucas estava
presente, o que demonstra a gravidade concreta do delito. Já é entendimento
sedimentado nos Tribunais Superiores que a gravidade concreta do delito, por si só,
representa ofensa a garantia da ordem pública. Destarte, inadequada e insuficiente a
aplicação de medidas cautelares diversas da prisão preventiva, que se faz necessária
para a garantia da ordem pública e para a própria segurança da vítima. Assim, nos
termos do art. 310, II, e presentes os requisitos do art. 312 c/c art. 313, I, todos do
CPP., CONVERTO A PRISÃO EM FLAGRANTE de LUCAS EUPHASIO
NOGUEIRA EM PRISÃO PREVENTIVA.

A Paciente encontra preso na penitenciaria da comarca de Belo Horizonte;

DOS VERDADEIROS FATOS:

O fato é que o Paciente saiu para ir uma festa, quando retornando para sua residência ao qual
deu carona para seu colega NATHAN, em direção ao bairro Califórnia, ao entrar no bairro o
NATHAN desembarcou próximo a sua residência, quando no mesmo momento desembarcou de
um veiculo do aplicativo UBER a vitima Karine e outra duas amigas, momento ao qual NATHAN
foi na direção das mesma, ao arrancar o veiculo o paciente escutou um estampido, parando o
veiculo, olhou em direção a NATHAN que gritava e pedia socorro, assim o paciente virou o
veiculo e retorno em direção a NATHAN, momento ao qual se deparou com o mesmo
sangrando, alegando que havia dado um tiro na própria mão, sendo assim o paciente colocou
NATHAN em seu veiculo e conduziu até o Hospital, sendo NATHAN atendido, após a chegada
dos parentes do mesmo, o paciente retorno para casa, ao chegar no próximo de sua residência
no bairro Califórnia, foi abordado por policiais, alegando que o mesmo teria dado fuga para
NATHAN, e que havia em um momento anterior empreendido fuga dos policiais;

O fato da suposta é corriqueiro, não tendo nada com os fatos da tentativa de homicídio em
questão, o paciente havia saído de uma festa ao qual ingeriu bebidas alcoólicas, sendo assim ao
verificar a viatura parada, entrou em uma rua antes da suposta blitz, sendo assim empreendeu
fuga para tentar sair da prisão por dirigir sob influencia de álcool;

Nobre Magistrado, a prisão da Paciente não deve prosperar, tendo em vista que a mesma fere
direito Constitucional, o Paciente nega qual envolvimento na tentativa de Homicídio que
configura NATHAN com autor, e deixa bem claro que apenas teria dado um carona e
posteriormente socorrido o autor da tentativa de homicídio, não podendo sobrecair ao mesmo a
imputação de crime que não tem qualquer participaçao;

DA CONDUTA DO ACUSADO:

Cabe também salientar MM. Juiz, que apesar de nãop ser PRIMÁRIO, o Paciente trabalha com
conferente na empresa Transportes Martins Ltda, possui RESIDÊNCIA FIXA, não havendo
assim, motivos para a manutenção da Prisão em Flagrante, porquanto o Paciente possui os
requisitos legais para responder o processo em liberdade. Assim, o Acusado possui ocupação
lícita  e preenche os requisitos do parágrafo único do art. 310 do Código de Processo Penal.
Destarte Exa., com a devida vênia, não se apresenta como medida justa o encarceramento de
pessoa cuja conduta não praticou qualquer ato ilícito;

CONCLUINDO: AUSENTES ESTÃO OS REQUISITOS AUTORIZADORES DA CONSTRIÇÃO


CAUTELAR.

A possibilidade de efetivo dano físico, portanto, comprovou-se inexistente. Entendem o Superior


Tribunal de Justiça, respectivamente, que, diante de tais circunstâncias e da primariedade do
paciente, a menor ofensividade do delito imputado se demonstra – o que seria critério
favorecedor:

HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO. CRIME DE ROUBO CIRCUNSTANCIADO


PELO CONCURSO DE PESSOAS (ART. 157, § 2o., II DO CPB). PRISÃO
PREVENTIVA. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS AUTORIZADORES DA
CUSTÓDIA CAUTELAR. CRIME COMETIDO SEM USO DE ARMA OU
EXCESSIVA VIOLÊNCIA. PACIENTE PRIMÁRIO. PRISÃO QUE PERDURA
HÁ MAIS DE 1 ANO. SENTENÇA AINDA NÃO PROFERIDA. PARECER DO
MPF PELA DENEGAÇÃO DA ORDEM. ORDEM CONCEDIDA, PARA
DEFERIR A LIBERDADE PROVISÓRIA EM FAVOR DO PACIENTE, SE POR
OUTRO MOTIVO NÃO ESTIVER PRESO, MEDIANTE CONDIÇÕES A
SEREM ESTABELECIDAS PELO JUÍZO PROCESSANTE. 1. No caso
concreto, o paciente foi preso em flagrante e teve indeferido o pedido de
liberdade provisória ao fundamento de que a gravidade do crime fazia presumir
sua periculosidade. 2. É uníssono o entendimento desta Corte e do colendo
STF de que apenas a gravidade do crime, desacompanhada de qualquer outra
justificativa baseada em dados concretos, é insuficiente para a manutenção da
prisão cautelar. 3. Na hipótese, não foi apontada qualquer circunstância, seja
relativa ao modo de execução da conduta criminosa, seja quanto à pessoa do
Paciente, que demonstrasse a efetiva necessidade da custódia cautelar para
garantia da ordem pública. O delito não foi praticado com uso de arma de fogo,
não houve excessiva violência e os bens foram recuperados; ademais, o
paciente é primário, possui residência no distrito da culpa e assistência familiar,
nada indicando, ainda, que seja voltado à prática delituosa. 4. Por fim, a
prisão perdura há mais de um ano, não tendo sido prolatada, ainda, a
sentença condenatória.
5. Parecer do MPF pela denegação da ordem. 6. Ordem concedida, para
deferir a liberdade provisória em favor do paciente, se por outro motivo não
estiver preso, mediante condições a serem estabelecidas pelo juízo
processante, sem prejuízo de que venha a ser decretada nova custódia
cautelar, com a estrita observância do disposto no art. 312 do CPP. (HC
102.590/MG, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, QUINTA
TURMA, julgado em 04/12/2008, DJe 02/02/2009. Grifos inseridos)

A prisão preventiva é medida excepcional que se deve guardar especialmente a casos de


criminalidade violenta. No caso, considerando as circunstâncias fáticas descritas nos autos,
ainda que condenado pela falsidade ideologica, por certo, poderá vir a ser beneficiado com um
regime prisional mais brando, não se justificando, portanto, o seu encarceramento nesta
oportunidade.

Desnecessária, assim, a prisão processual neste caso, uma vez que ausentes estão os
requisitos da prisão preventiva previstos no art. 312 do CPP. Nesse sentido é cristalino o inciso
XLVI do artigo 5º. da CF: “ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança ”.

Caso não seja este o entendimento deste E. Tribunal, requer-se, subsidiariamente, seja aplicada
ao paciente alguma das novas medidas cautelares previstas no CPP, evitando-se, assim, sua
prisão processual.

DA APLICAÇÃO DAS NOVAS MEDIDAS CAUTELARES:

Dando continuidade a uma série de reformas já implementadas na legislação processual penal, o


Congresso Nacional aprovou recentemente a Lei nº 12.043/11, de 04 de maio de 2011, que,
além de trazer diversas alterações no que diz respeito aos aspectos da prisão processual, da
liberdade provisória, da fiança, inovou ao prever um rol de medidas cautelares pessoais a serem
aplicadas ao Paciente ou investigado, de forma a evitar, sempre que possível, a segregação
social ao longo do curso do processo.

Referidas medidas são, na verdade, nas palavras de Gustavo Henrique Badaró, “ medidas
cautelares alternativas à prisão (arts. 319 e 329 do CPP) informadas pelo caráter subsidiário da
prisão preventiva (art. 282, § 6º CPP) .” (texto “Reforma das Medidas Cautelares Pessoais o CPP
e os Problemas de Direito Intertemporal Decorrentes da Lei nº 12.403, de 04 de maio de 2011 ” –
Boletim IBCRIM – ano 19 – nº 223, junho – 2011).

Dessa forma, se o magistrado verificar que determinada medida cautelar alternativa à prisão for
igualmente eficaz para atingir a finalidade para a qual for decretada, deverá aquele aplicar tal
medida, sempre menos gravosa se comparada à prisão processual, não lhe sendo possível,
portanto, decretar a prisão preventiva.

Em outras palavras, deverão os magistrados se inspirarem na idéia, agora expressamente


positivada, de que a prisão preventiva, por ser medida extrema de restrição da liberdade daquele
que é presumidamente inocente, deve ser aplicada de forma subsidiária, como sendo a última
alternativa para aquele caso concreto.

Neste sentido, novamente de acordo com Gustavo Badaró “(...) com o início de vigência da Lei
12.403/11, (...), caberá ao juiz, motivadamente, justificar porque, naquele caso concreto e
segundo a situação do momento, não será adequada aos fins cautelares uma medida cautelar
alternativa à prisão cautelar. Sem isso, a prisão preventiva passará a ser ilegal, devendo ser
relaxada.” (ob. cit.)

Pierpaolo Cruz Bottini, traçando críticas positivas ao noviço diploma legal, “ porque permite a
superação da medíocre dicotomia do processo penal, pela qual o juiz não dispunha de
alternativa diferente da prisão para assegurar a ordem processual e a aplicação da lei penal ”,
reafirma o caráter excepcional da prisão processual, na medida em que aquela apenas poderá
ser aplicada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar, “ exigindo do
juiz uma fundamentação a mais quando da decretação da preventiva: a razão da dispensa de
outras cautelares.” (texto “Mais Reflexões sobre a Lei 12.403/11”, Boletim IBCRIM – ano 19 – nº
223, junho – 2011).

Paulo Sergio de Oliveira, por seu turno, igualmente tecendo elogios à elaboração da Lei
12.403/11, parafraseando Amilton Bueno de Carvalho, afirma “ que o juiz deve sempre partir do
pressuposto de que, a princípio, nenhuma restrição à liberdade do indiciado/Paciente deverá ser
aplicada. Excepcionalmente, por motivo absolutamente relevante é que o juiz deverá impor
alguma medida, porém, alternativa à prisão. Se esta medida, após análise criteriosa de
razoabilidade/proporcionalidade/eficácia/necessidade, não se mostrar suficiente para o caso em
concreto, poderá o magistrado cumular mais de uma medida cautelar do artigo 319 do CPP
alterado. Superada esta análise, e verificada insuficiente esta medida, bem como se não houve
outra possibilidade para o caso concreto, ou seja, sendo absolutamente necessária a
segregação, somente ai estaria o juiz autorizado a decretar a prisão preventiva do agente, o que
deve ser feito mediante concisa inequivocada fundamentação .” (texto – “A aplicação da Lei
12.404/11 Durante a Vacatio Legis” - Boletim IBCRIM – ano 19 – nº 223, junho – 2011).

O noviço diploma legal, ao estabelecer a imposição das medidas cautelares a serem aplicadas
de forma preferencial em relação à prisão temporária e preventiva, demonstra o intuito do
legislador de se evitar que a prisão processual ganhe ares de “definitividade”, tornando-se uma
verdadeira antecipação da eventual pena a ser aplicada, de forma a violar entendimento já
consagrado pela Corte Maior.

Nesse sentido, a defesa entende que a medida restritiva da liberdade a ser aplicada, de forma
subsidiária, no presente caso, é a prevista no art. 319, I, CPP, qual seja, o comparecimento
periódico em Juízo, pois, dessa forma, se asseguraria, de forma efetiva, a instrução criminal,
tendo em vista que o indiciado poderia ser citado e cientificado dos atos processuais em
Cartório.

Destarte, entendendo Vossas Excelências estarem presentes os “fumus comissi delicti” e o


“periculum in libertatis”, ou seja, constatados os indícios de autoria e a razoável suspeita da
ocorrência do crime, além do efetivo risco da liberdade ampla e irrestrita do agente, de forma a
prejudicar o resultado prático do processo, considerando, ainda, as atuais disposições do CPP
trazidas pela Lei 12.403/11, requer seja aplicada, de forma subsidiária, qualquer das medidas
cautelares previstas no referido diploma legal, preferencialmente aquela consistente no
comparecimento periódico em Juízo, evitando, assim, a decretação da prisão preventiva, medida
esta, como acima demonstrado, que deverá, agora, ser tida como a última opção a ser
considerada pelo magistrado, reservando-se a situações extremamente graves.

DA ORDEM LIMINAR:

Apontada a ofensa à liberdade de locomoção do paciente, encontra-se presente, in casu, o


fumus boni iuris. No mesmo sentido, verifica-se a ocorrência do periculum in mora, pois a
liberdade do paciente, absolutamente primário, somente ao final, importará em inaceitável e
temerária manutenção de violação ao seu status libertatis. Presentes, portanto, os requisitos
autorizadores da medida liminar.

DO PEDIDO:

Ante o exposto, demonstrada a ilegalidade da ordem que mantém o paciente privada da


liberdade, requer a impetrante a concessão LIMINAR da ordem, com a imediata expedição de
alvará de soltura em favor do paciente LUCAS EUPHASIO NOGUEIRA. Requer, outrossim, seja
o presente pedido de habeas corpus julgado procedente ao final, confirmando-se a decisão
liminar.

Subsidiariamente, requer seja aplicada qualquer das medidas cautelares previstas no artigo 319
do Código de Processo Penal, de forma preferencial, aquela consistente no comparecimento
periódico em Juízo, de forma a privilegiar a ultima ratio da Lei 12.403/2011: a prisão processual
como medida extrema, nos moldes como vem sendo defendido pela doutrina penal e
criminológica moderna.

Termo em, pede deferimento.

Belo Horizonte, 31 de outubro de 2018;

MARCOS VIEIRA MOTA ALEX CORREIA SCHIARA


OAB/MG 130.956 OAB/MG 184.457

DAVID BORGES JUNIOR


OAB/MG 167.795

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