8 Fa 74 Acae 9104134 A 273

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 16

TEMA ESPECIAL - A CONVENÇÃO DO PATRIMÔNIO MUNDIAL, 50

ANOS - REALIZAÇÕES E DESAFIOS NAS AMÉRICAS.


A DINÂMICA PATRIMONIAL NA CIDADE DE COLÔNIA DO
SACRAMENTO, URUGUAI, DA CONVENÇÃO DO PATRIMÔNIO
MUNDIAL DE 1972 ATÉ OS DIAS ATUAIS.

RÍOS, MARÍA INÉS T. (1); BARRETTO-ANGELI, MARGARITA N. (2).

1. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em História.


CFH, Bloco F, 6º andar. Campus Universitário – UFSC
88040-970 – Florianópolis – Santa Catarina. Brasil
[email protected]

2. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação PósARQ


CTC. Campus UFSC – Trindade/ Caixa Postal 476
88040-900 – Florianópolis – Santa Catarina. Brasil
[email protected]

RESUMO

Cidade importante para os estudos de patrimônio da América do Sul Colonia del Sacramento está
localizada no Uruguai. Enquadra-se no critério de Cidade histórica viva. O estudo de caso ora abordado
busca compreender o resgate da dinâmica patrimonial em Colônia do Sacramento, após Convenção
do Patrimônio Mundial, de 1972. Problematizaremos qual a implicação da chancela internacional (1996)
que reconheceu o interesse excepcional do Bairro Histórico, enquanto elemento do patrimônio mundial
da humanidade, na ação de revitalização, em 2021 da Plaza de Toros del Real de San Carlos, distante
5 km do casco fundacional tombado. Nas estratégias de proteção e gestão do Bairro Histórico podemos
perceber as diretrizes que apoiaram o movimento coletivo e institucional, que impediu a destruição do
edifício e do entorno da antiga Plaza que, por sua vez, se relaciona com outros espaços com grande
potencial cultural. Existem estratégias de valorização e preservação patrimonial, que favorecem o
turismo cultural, que poderiam promover outras iniciativas de salvaguarda e ressignificação, e exercem
uma certa resistência ao mercado imobiliário. Nos últimos cinco anos vários hotéis de alto padrão tem
sido construídos para atrair turistas de maior poder aquisitivo, embora poucos restaurantes novos foram
abertos, os navios que conectam com Buenos Aires (Argentina) continuam sendo os mesmos quanto
à qualidade, e têm menos frequência que antes da pandemia, que foi divisor de águas tanto em Colônia
quanto no mundo.
Palavras-chave: Colônia do Sacramento; Convenção do Patrimônio Mundial de 1972; dinâmica
patrimonial; memória e esquecimento.

5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC


Belo Horizonte/MG - Brasil, 05 a 07 de dezembro de 2022 – Lima-Peru, 08 e 09 de dezembro de 2022
1. Introdução

El Plan de Gestión se apoya explícitamente en la Convención sobre la


Protección del Patrimonio Mundial, Cultural y Natural - 1972, ratificada por
Uruguay el 9 de marzo de 1989. Las características del Plan permiten atender
algunos requerimientos básicos, como: «una función en la vida colectiva y a
integrar la protección de ese patrimonio en los programas de planificación
general», «perfeccionar los métodos de intervención que permitan a un
Estado hacer frente a los peligros que amenacen a su patrimonio cultural y
natural», «adoptar las medidas jurídicas, científicas, técnicas, administrativas
y financieras adecuadas…» (Uruguay, 2012, p. 41).

O presente estudo tem por objetivo perceber os princípios estabelecidos na Convenção do


Patrimônio Mundial de 1972 no Plano de Gestão do Bairro Histórico de Colonia del
Sacramento, Uruguai, como forma de entender a dinâmica patrimonial na cidade e seus
desdobramentos e implicações no processo de “puesta en valor” da Plaza de Toros del Real
de San Carlos na atualidade.

Em um território patrimonial como o de Colônia do Sacramento, que reúne os distintos rastros


dos tempos de sua ocupação, as intervenções incentivadas pelo arquiteto Miguel Ángel
Odriozola Odriozola corroboraram, na segunda parte do século XX, no processo de
transformação territorial do Casco Fundacional. Ao analisar esse período, quando muda o
valor dado pela comunidade ao casco fundacional1, cabe recordar Gutiérrez (1989) quando o
autor nos lembra que os rastros das ocupações e transformações urbanas deixados em um
sítio são um legado patrimonial. Poderíamos dessa forma compreender esses vestígios, hoje
presentes no Bairro Histórico ou na Plaza de Toros2, como linguagens arquitetônicas que
reverberam uma parte do espírito coletivo de determinada cultura em um tempo, e que por
fim compõem a particular paisagem de uma cidade.

1 De cidadela portuguesa (1680), passando a Barrio Sur, um lugar urbano na virada do século XIX para o XX à
margem da expansão da malha urbana. Nas últimas décadas do século passado, o sítio passou a ser denominado
Barrio Histórico, sendo reconhecido pela UNESCO (1995) pelo Valor Universal de seu conjunto arquitetônico e
traçado urbano (colonial) que compõe sua particular paisagem, importante testemunho de um período histórico
nacional e da humanidade (Ríos, 2018).

2 O programa do projeto idealizado pelo austro-húngaro Nicolás Mihanovich (radicado em Buenos Aires) propôs
um estadio (coso) taurino cujo projeto ficou a cargo do Arq. Marcovich e do Eng. Dupuy, Juan.

5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC


Belo Horizonte/MG - Brasil, 05 a 07 de dezembro de 2022 – Lima-Peru, 08 e 09 de dezembro de 2022
A partir desse entendimento podemos pensar na cidade como um palimpsesto3, onde as
memórias se engendram como resultado de experiências decorrentes da particular percepção
dos sujeitos sobre o espaço e sua cultura. Dessa forma os processos de salvaguarda
poderiam intervir na construção do que será recordado, preservado. Como resultado
poderíamos perceber na cidade uma seleção daqueles vestígios que não serão esquecidos,
por conseguinte teremos impressões individuais (ou subjetivas) do espaço que serão
esquecidas com a atuação do tempo e do homem. Bergson (1999) analisou o “aspecto visual”
desta relação entre o indivíduo e o espaço e, nesse sentido o autor considerou essas
impressões apreendidas na experiência cotidiana com o sítio como se fossem sucessivas
“fotografias” que congelam um conteúdo móvel. Ele reflete sobre essa representação da
memória por “imagens” (no nosso caso, patrimoniais) o que para ele seria a forma de como o
“eu” apreende a realidade, como o sujeito forja sua memória. A partir do pensamento de
Bergson, e para nosso estudo, podemos entender a Plaza de Toros, pensando na estrutura
arquitetônica de seu edifício, como um rastro do passado moderno ainda presente na cidade.
Assim como acontece com a fotografia, fruto de um instante de captura de uma realidade, o
edifício congelou um tempo da comunidade. Uma memória que nos chega como uma refega
daquele momento do início do século XX, hoje reinterpretado pelas vivências e necessidades
de nosso presente.

2. Inserção da Plaza de Toros del Real del San Carlos (1908-1910), no


contexto citadino de Colonia del Sacramento

Em relação ao Centro Histórico de Colonia del Sacramento – cidade que foi objeto de disputas
entre Espanha e Portugal desde sua fundação, em 1680 – o bairro do Real de San Carlos
teve sua origem como acampamento militar em 1761. Ali se concentraram tropas para
combater ora os portugueses, ora os espanhóis que em alternados períodos estavam dentro
das muralhas. O núcleo central do sítio se expandiu a partir da Capela de San Benito, nas
imediações da qual existiam também um cemitério e um hospital atendidos por padres
franciscanos (Rivero Scirgalea, 2018).

3 “Na verdade, paisagem e espaço são sempre uma espécie de palimpsesto onde, mediante acumulações e
substituições, a ação das diferentes gerações se superpõe. O espaço constitui a matriz sobre a qual as novas
ações substituem as ações passadas” (Santos, 2006, p. 66).

5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC


Belo Horizonte/MG - Brasil, 05 a 07 de dezembro de 2022 – Lima-Peru, 08 e 09 de dezembro de 2022
Figura 01 – O Real de San Carlos, em Colonia del Sacramento, em sua conexão com o Río de la
Plata. Fontes: Elaborado pelas auroras a partir de Uruguay, 2012 e Google Earth.

O sítio foi presença marcante no cotidiano de Colonia del Sacramento e, em 1777, quando foi
definida a pertença da Colônia à Espanha, o aparato militar foi desarmado restando
aproximadamente 200 civis que se dedicaram à agricultura, pecuária e, conforme Rivero
Scirgalea (op. cit.), também ao comércio.

Após a independência da Republica Oriental del Uruguay (1828), a partir de 1854 o Estado
concedeu o direito à posse da terra o que propiciou a estruturação do arranjo urbano do núcleo
do Real de San Carlos.

En el año 1900 está consolidado el desarrollo de la ciudad moderna con la


impronta de la herencia española, de traza regular y cuadrícula. La
modernidad y la confianza en el futuro alentaron una notable transformación
del escenario urbano, principalmente en Montevideo, pero no menos
significativo en las ciudades del interior. Y en particular en Colonia, donde,
hacia fines de la primera década, al impulso de Mihanovich, la traza histórica
del Real de San Carlos adquiere un nuevo protagonismo, corto en el tiempo
pero dejando poderosa huella todavía presente (Uruguay, 2012, p. 02).

Como expressado no Plano de Gestão do Bairro Histórico de Colônia do Sacramento


(PGBHCS), na primeira parte do século XX, a Companhia Mihanovich marcou sua presença
na região rural imediata ao núcleo urbano da cidade. Com a implantação do Balneário do Real
de San Carlos, a Plaza de Toros (1908-1910) surge como um monumento articulador das
demais edificações. O edifício, com dimensões monumentais, foi proposto como importante
referência na paisagem local, e fora conectado ao rio por uma ampla Avenida que surgiu
marcada por uma pontual volumetria de árvores de generosas proporções, atípica naquela
malha urbana. Com elementos projetuais que se conectavam com os moldes urbanísticos das
grandes avenidas como as de Paris e a Avenida de Mayo de Buenos Aires (1884-1898) a
5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC
Belo Horizonte/MG - Brasil, 05 a 07 de dezembro de 2022 – Lima-Peru, 08 e 09 de dezembro de 2022
Plaza de Toros tornou-se signo da modernidade. Cabe ainda recordar que a Plaza foi
idealizada quando as corridas em Montevidéu (capital do Uruguai) estavam em decadência e
nesse sentido o projeto (Figura 02-A) de implantação, no Balneário do Real de San Carlos,
do Complexo Turístico Mihanovich teve desdobramentos na economia da cidade como um
todo. Interferiu na forma como aconteceu a expansão da malha urbana, da cidade de Colônia
do Sacramento, que passou a se direcionar para o novo balneário (Figura 02-D). Nesse
processo percebem-se alterações na dinâmica social e econômica da região.

Figura 02 – O Real de San Carlos, em Colonia del Sacramento: [A] Projeto do Complexo Mihanovich
para o Real de San Carlos; [B-C] Propaganda do transporte para o Real de San Carlos e das touradas
em periódicos de Montevidéu; [D] Título: Entrada a la Plaza de Toros de Colonia, 1955 (fotografia
esquerda) e na fotografia da direita “El viejo circo taurino del Real de San Carlos, que fuera inaugurado
en enero de 1910”, 1955. Fontes: Montagem elaborado pelas auroras a partir de: [A] Uruguay, 2012;
[B e C] Pesquisa no acervo da Biblioteca Nacional do Uruguai; [D] Fotografia (esquerda) disponivel em:
http://bibliotecadigital.bibna.gub.uy:8080/jspui/handle/123456789/9692 e fotografia da direita em:
http://bibliotecadigital.bibna.gub.uy:8080/jspui/handle/123456789/9514 .

No breve intervalo de tempo que houve touradas, a Plaza de Toros trouxe para o Real de San
Carlos, e por conseguinte para a cidade de Colônia do Sacramento, um certo protagonismo
(Figura 02-B e C) para além da escala regional, atraindo espectadores e simpatizantes (dessa
prática) de outras regiões do país, e também de Bueno Aires, do outro lado do Rio da Prata.

Outro acontecimento significativo na trajetória do (atual) Barrio Real de San Carlos foi a
implantação do hipódromo, em 1937, proposto pelo complexo Mihanovich, após uma tentativa
frustrada de reiniciar as touradas. O mesmo trouxe significativa valorização para o balneário
5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC
Belo Horizonte/MG - Brasil, 05 a 07 de dezembro de 2022 – Lima-Peru, 08 e 09 de dezembro de 2022
e existe até os dias atuais. O conjunto desses outros referenciais urbanos, periféricos ao
centro urbano de Colônia do Sacramento deu um uso turístico recreativo ao Real de San
Carlos.

A ideia de promover o turismo num determinado lugar obedece à sua dimensão econômica,
desde que o turismo significa ingresso de divisas para os países.

O turismo se desenvolve em função também de fatores geográficos e, neste caso, a posição


da cidade como ponto de passagem entre Montevidéu e Buenos Aires, possibilitou
interferências econômicas, sociais e culturais. Com a proibição das touradas no Uruguai (em
1912) foi inaugurado, no Complexo, o edifício que albergou o cassino. Uma década mais tarde,
a Lei Herrera Vega (1922) proibiu os jogos de azar na Argentina o que também impactou
positivamente na economia da região do Real de San Carlos, que passou a ser destino dos
turistas argentinos que procuravam jogar.

Todos estes empreendimentos foram particulares, sem intervenção do estado, que somente
na década de 1930 acenaria com a ideia de desenvolver o turismo, começando com o Touring
Club; as políticas públicas viriam a partir de 1933, ano em que começou a funcionar
efetivamente a Comissão Nacional de Turismo (CNdT), que, embora criada em março de 1930,
permanecera inativa.

Na década de 1940 o conjunto de propriedades que formavam o complexo Mihanovich passou


para a Administração Municipal. Posteriormente o sítio passou a ter uma área residencial em
seu entorno, principalmente com as melhorias na infraestrutura de acesso proporcionada pela
inauguração da Rambla Costanera (1966) que conectou pela borda do rio o núcleo central da
cidade ao Real de San Carlos favorecendo a consolidação de um corredor turístico de praias,
com uma mínima infraestrutura (hoje quase derruída) que, na época permitiu que moradores
e visitantes pudessem trocar suas roupas em quiosques apropriados como acontecia nos
balneários de renome do mundo.

Quanto à Plaza de Toros del Real de San Carlos, pode ser analisada como uma obra
emblemática da tecnologia de seu tempo, assim como o Complexo Nicolás Mihanovich. No
processo de reinserção no cotidiano da comunidade (local, regional e nacional), desde a
segunda parte do século XX e nessas primeiras décadas do XXI, a praça passou de quase
ruína à Patrimônio.

Hoje, como objeto de um projeto de recuperação e refuncionalização, a Plaza é


contextualizada historicamente dentro das transformações urbanas das décadas inicias do
século XX de Buenos Aires e Montevidéu. Um projeto influenciado, à época, pela linguagem
europeia que sofreu um significativo processo de hibridação cultural na sua inserção na
5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC
Belo Horizonte/MG - Brasil, 05 a 07 de dezembro de 2022 – Lima-Peru, 08 e 09 de dezembro de 2022
paisagem no Real de San Carlos. Nesse sentido os edifícios do Complexo Mihanovich, como
equipamentos turísticos, tornaram-se geradores de modernidade.

3. Convenção do Patrimônio Mundial de 1972 e o processo de


patrimonialização do Bairro Histórico

El Gestor de Sitio oficiará de gerente del Comité y será el factor integrador


del Sistema de Gestión. Recaudará fondos extrapresupuestales, recabará
patrocinios, coordinará planes, proyectos y obras, cooperará con las redes
sociales, facilitará la transferencia de información, participará en las
audiencias públicas y resolverá conflictos. Será el responsable de la
presentación de los informes periódicos sobre el estado de conservación del
Sitio Patrimonio Mundial, como se deriva del artículo 29 de la Convención
sobre la protección del patrimonio mundial, cultural y natural, 1972 (Uruguay,
2012, p. 110).

Colonia del Sacramento está inserida no critério de cidade histórica viva, que são aquelas
“que por sua própria natureza [...] continuarão a ser levadas a evoluir sob o efeito de mutações
socioeconômicas e culturais" (UNESCO, 1972).

Cabe recordar o cenário mundial na década de 1970 para perceber que o patrimônio (o
cultural e o natural) estava ameaçado, por diferentes agentes, de destruição. Neste contexto,
e para garantir a salvaguarda desses vestígios, a Convenção do Patrimônio Mundial de 1972
buscou reconhecer monumentos, conjuntos e lugares, na escala mundial, que tivessem “valor
universal excepcional”, considerando-os como patrimônio cultural comum à humanidade.

Figura 03 – Fotografias do período de reconstrução da muralha (a inauguração das obras foi em 1972).
Fontes: Montagem elaborada pelas autoras a partir de: Arquivos digitais gentilmente cedidos pelo
historiador Marcelo Días Buschiazzo.

5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC


Belo Horizonte/MG - Brasil, 05 a 07 de dezembro de 2022 – Lima-Peru, 08 e 09 de dezembro de 2022
Na convenção sobre a proteção do patrimônio mundial, cultural e natural observamos a
preocupação com a salvaguarda no âmbito nacional e internacional do patrimônio cultural e
natural. O Bairro Histórico de Colônia do Sacramento foi reconhecido com a devida definição
de seus limites, como patrimônio na esfera nacional, no artigo 187 da Lei 13.835, de 1970. A
denominação foi confirmada na lei 15.819, de 1986, e ratificada na chancela da UNESCO em
1995.

Cada um dos Estados Partes na presente Convenção reconhece que a


obrigação de identificar, proteger, conservar, reabilitar e transmitir às
gerações futuras o patrimônio cultural e natural localizado em seu território, é
de sua incumbência primordial (UNESCO, 1972, tradução das autoras).

Na atualidade, ao revisitar algumas das obras mais marcantes do arquiteto Odriozola4 no


Barrio Histórico de Colonia del Sacramento, percebemos sua contribuição na configuração
espacial do sítio patrimonial que recebemos. Ao pontuar suas principais intervenções se faz
necessário perceber como já em seus relatos está presente um olhar ao patrimônio para além
dos limites do Casco Fundacional. No perímetro extramuros o arquiteto atua na Rambla
Costanera al Real de San Carlos, na Capilla de San Benito e na própria Plaza de Toros Real
de San Carlos, entre outras iniciativas com intuito de salvaguardar o patrimônio arquitetônico
testemunho da trajetória urbana da cidade. Dessa forma podemos entender o Bairro Histórico,
como o conhecemos hoje, resultando do processo de reconstrução – intensificado a partir da
década de 1970 – e percebê-lo já naquele período conectado ao centro fundacional. Parte da
borda terrestre que o Plano de Gestão do BH nomeia de Zona de Amortecimento.

4. A chancela da Unesco e a dinâmica patrimonial em Colonia del


Sacramento

Os profissionais que desenvolvem estudos científicos sobre a história da cidade, ao abordar


as novas funções e usos do patrimônio cultural como importante potencial educativo para a

4 São várias as intervenções, da segunda parte do século XX, realizadas pelo arquiteto Miguel Ángel Odriozola
Odriozola no Bairro Histórico de Colonia del Sacramento. Entre elas e que encontramos no circuito patrimonial
(como importante pontos turísticos) podemos citar: Casa do Governador (resgate arqueológico), Museo Español,
Bastión del Carmen, Archivo Regional, Basilica Sant. Sacramento, Museo Municipal, Ruínas do Convento e Faro.

5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC


Belo Horizonte/MG - Brasil, 05 a 07 de dezembro de 2022 – Lima-Peru, 08 e 09 de dezembro de 2022
coletividade, se deparam com fortes razões para investigar e documentar as trajetórias
urbanas desses rastros, hoje patrimônio.

O eixo temático deste programa surge do reconhecimento dos processos de


mudança quanto à atribuição de valores e o uso social da herança
patrimonial. Por isso é prioritário criar alternativas de uso social do bem
cultural, para construir espaços de participação democrática para os
cidadãos, estabelecendo responsabilidades coletivas que contribuam para a
conservação do bem, assim como para melhorar, direta ou indiretamente a
qualidade de vida das pessoas que convivem com o dito patrimônio (Uruguay,
2012, p. 147, tradução das autoras).

O Plano de Gestão do Bairro Histórico de Colônia do Sacramento surgiu como fruto de um


longo processo de apropriação do Patrimônio Cultural por parte da comunidade. O documento
resulta um instrumento qualificado para realizar um manejo integral do desenvolvimento do
BH. Pretendia-se a construção de um Plano “integral e integrador” com a participação da
comunidade local e nacional (Uruguay, 2012, p. 18). Para entender o papel deste importante
acontecimento no Bairro Histórico e observar o turismo – e seu possível fortalecimento com a
puesta en valor do sítio – como um agente do espaço patrimonial precisamos compreender
as mudanças que ocorreram na forma em que a comunidade e o poder público perceberam
o espaço e lidaram com ele a partir da Chancela da UNESCO, de 1995.

Tais transformações no espaço urbano foram relatadas no Plano de Gestão do Bairro


Histórico (Uruguay, 2012) estruturando-o como fruto de um trabalho que permitiu
confrontamentos de ideias (por manifestos, reuniões e ações no sítio) acerca das diferentes
formas de apreender e salvaguardar o patrimônio local. Na delimitação do Bairro Histórico se
consolidou a Área de Amortecimento terrestre.

Para os fins da presente Convenção, será entendido por proteção


internacional do patrimônio mundial cultural e natural a implementação de um
sistema de cooperação e assistência internacional destinado a acompanhar
os Estados Parte na Convenção e nos esforços que venham fazer para
conservar e identificar o dito patrimônio (UNESCO, 1972, Art. 7, tradução das
autoras).

Dessa conexão com os tempos do sítio, para a elaboração do PGBHCS – no levantamento


dos vestígios materiais e imateriais dessas vivências com as especificidades da terra –
surgiram diferentes possibilidades de apropriação do espaço urbano e do patrimônio que o
sítio nos apresenta. Dentre elas cabe destacar a prática da educação patrimonial. O Plano de

5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC


Belo Horizonte/MG - Brasil, 05 a 07 de dezembro de 2022 – Lima-Peru, 08 e 09 de dezembro de 2022
Gestão, em seu texto, fez referência aos esforços necessários para incentivar uma
participação cidadã, um comprometimento da comunidade, como pressupõe o artigo 27 da
Convención sobre la protección del patrimonio mundial, cultural y natural de 1972:

Los individuos y los grupos sociales podrán colaborar, a través de consultas,


discusiones y propuestas de gestión, en las diferentes etapas de resolución
de asuntos de interés para el Sitio, señalando prioridades e identificando
valores. Los ciudadanos colonienses, en particular, y los nacionales, en
general, participarán en los distintos niveles de decisión (Uruguay, 2012, p.
112).

Como exemplo dessa aproximação com o patrimônio citamos o desenvolvimento, na região


do Real de San Carlos, a partir de um sistema de cooperação e assistência internacional, da
Escuela Taller de Artes y Oficios Patrimoniales Manuel Lobo. Na proposta pedagógica da
instituição a cidade aparece como veículo, como lugar de aprendizagem, de educação, de
construção social e identitária. Uma iniciativa destinada a acompanhar e orientar os jovens da
comunidade local, onde percebemos as diretrizes apontadas no PGBHCS, que propuseram
ações para conservar e identificar o patrimônio local, como determina o sétimo artigo da
convenção de 1972.

5. Os usos de signos dos passados

El Barrio Histórico y, fundamentalmente, la Ciudad Histórica como conjunción


unitaria de la Antigua y la Nueva Ciudad se relacionan con el territorio
inmediato por vínculos históricos, paisajísticos, funcionales, emblemáticos y
sociales que no se pueden definir en una poligonal específica. Se ha
considerado que las actuaciones en el Plan de Gestión pueden abarcar áreas
mayores que las determinadas en el Polígono de Actuación. Ámbitos
espaciales y territoriales como la desembocadura y el curso de aguas del
arroyo La Caballada, el Real de San Carlos, los sitios arqueológicos en el
exterior del Polígono, o las vías de comunicación y equipamientos urbanos y
regionales que circunstancialmente complementen o distorsionen la Ciudad
Histórica pueden incorporarse al área de actuación del Comité de Patrimonio
de Colonia del Sacramento (Uruguay, 2012, p. 43).

Perguntemo-nos então: Mas a cidade não é afinal um órgão vivo?

O Plano de Gestão de Colônia do Sacramento (2012) já percebia que o sítio não está
congelado no tempo. O documento marca a necessidade de uma integração entre o bairro e

5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC


Belo Horizonte/MG - Brasil, 05 a 07 de dezembro de 2022 – Lima-Peru, 08 e 09 de dezembro de 2022
a cidade (que está em contínua transformação), são propostos direcionamentos de novos
sistemas patrimoniais capazes de aliviar a carga gerada pelo turismo no Bairro Histórico.

Figura 04 – Diferentes usos e significados: [A] Título “Puerta Colonia Plaza de Toros del Real de San
Carlos y Calle de los Suspiros”, Postal de Colonia del Sacramento, 196_?, o edifício aparece entre os
referenciais patrimoniais da cidade; [B] Plaza de Toros interditada, 2018; [C] Crianças brincando na
Plaza de Toros em 1987, quando ainda era possível entrar livremente. Pouco depois, o edifício foi
fechado devido ao perigo de acidentes e desmoronamento; [D] Imagem publicitária do 5º Festival
Internacional de Colonia, percebemos como a Plaza de Toros permanece como marco local e nacional,
porém após sua revitalização foram propostos novos usos e significados para o edifício. Fontes: [A]
Acervo de materiales especiales, Biblioteca Nacional do Uruguai (Disponível em:
http://bibliotecadigital.bibna.gub.uy:8080/jspui/handle/123456789/19159); [B] Pesquisa de campo
realizado no Real de San Carlos, pelas autoras; [C] Acervo pessoal professora Margarita Barretto; [D]
Extraido da publicidade na página dedicada predominantemente ao turismo nacional, “Uruguay Natural”,
disponível em:
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=pfbid0so8RYDc19Vazio219iujzAw7ndhRMPdp1roC6s6z
URLN2NXs8Rm1YzLoUaAa53LSl&id=100066762430862&sfnsn=wiwspmo&mibextid=RUbZ1f

Em publicações locais 5 observamos que houve, desde as décadas finais do século XX,
diversas iniciativas que buscaram pôr em valor a Plaza de Toros. O edifício (com suas

5 Na pesquisa realizada em 2018 para a elaboração de dissertação de mestrado (2017-2019), foi realizada uma
revisão nos arquivos da sede do periódico local La Colonia (importante meio de comunicação local que foi fundado
em 1901 e atua até nossos dias), quando buscou-se resgatar matérias do jornal que documentassem as mudanças
espaciais e comportamentais na cidade. No mesmo período foram investigadas as matérias referentes a trajetória
urbana da Plaza de Toros na revista de distribuição local Estampas Colonienses fundada por Heroídes Artigas
5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC
Belo Horizonte/MG - Brasil, 05 a 07 de dezembro de 2022 – Lima-Peru, 08 e 09 de dezembro de 2022
dimensões monumentais) permaneceu no cotidiano e no imaginário da comunidade (Imagem
04-B). Percebemos um longo processo de degradação, que se estendeu até a segunda
década de nosso século, quando o edifício finalmente ganhou novos usos e significados.

Reconhecida como signo da modernidade ou como referência urbana da cidade de Colonia


del Sacramento, como percebemos no cartão postal da década de 1960 (Imagem 04-A).

O arquiteto Odriozola na década de 1980 chamou a atenção sobre a necessidade de


salvaguardar o edifício:

La posible intervención de 1989, me correspondió plantearla de urgencia,


como Presidente del consejo ejecutivo Honorario de las obras de
Preservación y Reconstrucción de la Antigua Colonia del Sacramento […]. En
forma integral, se basaba en una propuesta para la consolidación inmediata
de determinados sectores, que presentaban riesgo de agrietamiento
profundos o de posibles derrumbes parciales. […] Se estudiaba la posibilidad
inmediata de uso del edificio con destino útil, para espectáculos públicos de
distinto tipo (Guillot, 2004, p. 219).

O Consejo Ejecutivo Honorario de las Obras de Preservación y Reconstrucción de la Antigua


Colonia del Sacramento, de 1986, nasceu com a função de planejar e executar as obras de
preservação e reconstrução da Antiga Colônia do Sacramento; para nosso estudo cabe
recordar a presença, no documento, da Plaza de Toros del Real de San Carlos entre os
“lugares” e “monumentos históricos” citados na Lei nº 15.819.

Já na pesquisa, nos exemplares da revista Estampas Colonienses6, foi possível perceber que
desde 1976 – quando o edifício foi considerado monumento nacional (Resolução nº 989/976)
– foram vários os olhares (histórico, arquitetônico e turístico) lançados ao edifício trazendo à
luz sua excepcionalidade (seu novo significado como patrimônio arquitetônico para o Real de
San Carlos, para a cidade e para o país). Nas matérias investigadas observamos iniciativas

Mariño (Membro da Coordenadoria Nacional de História, Investigador do Archivo Nacional de la Nación e Medalla
e Diploma ao Mérito pela Associação Proprietários e Amigos do Bairro Histórico). Os exemplares originais foram
gentilmente cedidos à autora por sua esposa Estela Ibarra.

6 Como foi relatado nas seguintes matérias (entre outras): “Nice del Río de la Plata” (ESTAMPAS COLONIENSES,
1997, p. 16) onde destaca-se a importância que teve a inserção do Complexo (no início do século XX), entendendo
a Plaza como vestígio material desse importante processo de modernização e que tocou a cidade de Colonia del
Sacramento; “Plaza de Toros esplendor, caída, futuro” (ESTAMPAS COLONIENSES, 1998, matéria da capa); “El
Complejo Mihanovich” ESTAMPAS COLONIENSES, 2011, p. 10-16) e “Recuperación sí, corridas no” (ESTAMPAS
COLONIENSES, 2012, p. 03).

5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC


Belo Horizonte/MG - Brasil, 05 a 07 de dezembro de 2022 – Lima-Peru, 08 e 09 de dezembro de 2022
(a partir dos pareceres técnicos e da mobilização da comunidade local), que visavam salientar
a necessidade de recuperação e salvaguarda do edifício.

Este chega ao século XXI, quando surge a possibilidade de que a Plaza venha diminuir a
carga turística do Bairro Histórico.

6. A modo de encerramento

O território é construído como relação de poder em várias dimensões e que


incidem em diferentes escalas. Importa caracterizar os processos que dão
sentido e valor aos territórios como constructos sociais e culturais em certas
bases materiais (Fuini, 2017).

Percebemos que na época atual, nas ações de “puesta en valor” do patrimônio arquitetônico-
urbano aqui na América Latina, a revisão historiográfica pode fundamentar os processos de
preservação dos elementos urbanos considerados patrimônio ao desvelar as múltiplas
relações espaciais, sociais e culturais entre as construções, os sujeitos e a terra. Ao
estabelecer vínculos temporais entre os edifícios tombados, os sujeitos e o sítio são tecidas
relações entre os passados e os presentes da cidade.

Compreendemos o resgate da dinâmica patrimonial em Colônia do Sacramento, após as


orientações da Convenção do Patrimônio Mundial de 1972. Foi possível problematizar qual a
implicação da chancela internacional (1995) que reconheceu o interesse excepcional do
Bairro Histórico, enquanto elemento do patrimônio mundial da humanidade, na ação de
revitalização, em 2021 da Plaza de Toros del Real de San Carlos, e observamos as
estratégias de proteção e gestão do Bairro Histórico.

Entendemos as diretrizes que apoiaram o movimento coletivo e institucional, que impediu a


destruição do edifício e do entorno da antiga Plaza que, por sua vez, se relaciona com outros
espaços com grande potencial cultural.

A restauração da Plaza de Toros ampliou o circuito turístico-patrimonial a partir do Bairro


Histórico. O estudo permitiu observar a existência de estratégias de valorização e preservação
patrimonial, que favorecem o turismo cultural e que poderiam promover outras iniciativas de
salvaguarda e ressignificação exercendo por sua vez uma certa resistência ao mercado
imobiliário.

Ao observar a dinâmica patrimonial na cidade de Colônia do Sacramento, desde a Convenção


do Patrimônio Mundial de 1972 até os dias atuais, percebemos melhoras na infraestrutura
5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC
Belo Horizonte/MG - Brasil, 05 a 07 de dezembro de 2022 – Lima-Peru, 08 e 09 de dezembro de 2022
turística (terminal de passageiros de ônibus e de navios) e novos hotéis de alto padrão e
cadeias internacionais. Percebemos, também, continuidades. Os turistas continuam sendo
(predominantemente) provenientes de Buenos Aires chegando via fluvial. Cada vez mais, com
suas bicicletas, o que lhes possibilita um percurso mais amplo e mais livre. Desde a década
de 1970, novos olhares foram ampliando e reconfigurando a nossa percepção de patrimônio.
Percebemos a cidade e seus entrelaçamentos temporais e espaciais, para além dos limites
geográficos, culturais e naturais. Em Colonia del Sacramento os navios continuam os mesmos
quanto à qualidade, mas têm menos frequência que antes da pandemia, que foi divisor de
águas tanto em Colônia quanto no mundo. Nessa dinâmica patrimonial entre o local e o global
de uma cidade patrimônio da humanidade, vamos percebendo as excepcionalidades do sítio,
e na escala local, a chancela do Bairro Histórico ampliou o olhar da comunidade para os
vestígios dos diferentes tempos que marcaram o sítio.

Nas novas formas de vivenciar a cidade e seus rastros percebe-se a inserção de outras
imagens para a constelação de memórias da urbe. Uma trama patrimonial que vai além da
chancela da Unesco, como propôs o próprio PGBHCS, e que interfere no imaginário citadino.
A partir da valorização dos rastros urbanos, para além de signos, em sua relação com o
tempo, que consolidam o constructo cultural da cidade, percebem-se ações de educação
patrimonial que resgatam camadas, mas que também engendram memórias outras. Em
edifícios ressignificados por cada presente que o toca, como no caso da Plaza de Toros,
observamos um movimento que, se for potencializado pelo poder público e pelo agente
turismo, poderia gerar novos processos de “puesta en valor” do patrimônio mnemônico da
comunidade. Uma dinâmica patrimonial na cidade de Colônia do Sacramento, que se
estruturou no decorrer do século XX, ganhou amparo técnico e legal com a convenção do
patrimônio mundial de 1972 e subsequentes desdobramentos até os dias atuais.
Intervenções, que como cita o Plano de Gestão do Bairro Histórico – em referência as
indicações para a gestão do entorno patrimonial ao sítio chancelado pela Unesco –
permitiriam ao Estado e a comunidade fazer frente aos perigos que ameaçam o patrimônio
seja ele arquitetônico, cultural ou natural.

7. Referências Bibliográficas

BENJAMIN, Walter. (2012). Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história
da cultura [Obras Escolhidas I]. São Paulo: Brasiliense.

5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC


Belo Horizonte/MG - Brasil, 05 a 07 de dezembro de 2022 – Lima-Peru, 08 e 09 de dezembro de 2022
BERGSON, Henri, 1859-1941. (1999). Matéria e memória: ensaio sobre a relação do corpo
com o espírito / Henri Bergson; tradução Paulo Neves. - 2- ed. – São Paulo: Martins Fontes.

BOULLÓN, Roberto C. (2002). Planejamento do espaço turístico. Tradução de: Josely Vianna
Baptista. Bauru, SP: EDUSC.

BRUNO, Mauricio. (2018). Esto es Uruguay- Fotografía, imaginario nacional y consenso


durante la dictadura uruguaya. El caso del Consejo Nacional de Turismo (1975-1983), Tesis
de Maestría en Historia Politica. Universidad de la República. Facultad de Ciencias Sociales.
Departamento de ciencia política.

ESTAMPAS COLONIENSES. (1997) – Año II. Número 11 (agosto-setembro). Colonia del


Sacramento.

ESTAMPAS COLONIENSES. (1998) – Año III. Número 16 (julho). Colonia del Sacramento.

ESTAMPAS COLONIENSES. (2011) – Año XVII. Número 93 (julho). Colonia del Sacramento.

ESTAMPAS COLONIENSES. (2012) – Año XVII. Número 98 (maio). Colonia del Sacramento.

FUINI, Lucas Labigalini. (2017). Geografia, Ensino & Pesquisa, Vol. 21, n.1, p. 19-29. ISSN:
2236-4994 DOI: 10.5902/2236499422589.

GUILLOT, M. (2004). De Colonia del Sacramento a Colonia – Apuntes del Arq.Miguel Ángel
Odriozola Odriozola. Colonia del Sacramento: Santander.

GUTIÉRREZ, R. (1989). Arquitetura latino-americana. São Paulo: Nobel.

RÍOS, María Inés Travieso (2018). Rastros de uma memória urbana: [re] invenções do Casco
Fundacional de Colônia do Sacramento – Uruguai – desde o início do século XX, Dissertação
de Mestrado em Arquitetura e Urbanismo. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa
de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/206457.

RIVERO SCIRGALEA, S. (2018). El Real de San Carlos: desde la época colonial hasta el
Complejo Turístico. Montevideo, Uruguay: Torre del Vigía.

SANTOS, Milton. (2006). A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção / Milton
Santos. - 4. ed. 2. reimpr. - São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006.

UNESCO. (1972). Convención sobre la protección del patrimonio mundial, cultural y natural.
17ª Conferencia General de la Organización de las Naciones Unidas para la Educación, la
Ciencia y la Cultura. Paris. Disponível em: https://whc.unesco.org/archive/convention-es.pdf

5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC


Belo Horizonte/MG - Brasil, 05 a 07 de dezembro de 2022 – Lima-Peru, 08 e 09 de dezembro de 2022
URUGUAY. (2012). Intendencia de Colonia, Ministerio de Educación y Culturade Uruguay y
Comisión del Patrimonio Cultural de la Nación. Plan de Gestión del Barrio Histórico de Colonia
del Sacramento.

5° Simpósio Científico ICOMOS Brasil e 2° Simpósio Cientifico ICOMOS/LAC


Belo Horizonte/MG - Brasil, 05 a 07 de dezembro de 2022 – Lima-Peru, 08 e 09 de dezembro de 2022

Você também pode gostar