O Sentido Da Preservação Da Cruz Do Patrão: Recomendações para Intervenção
O Sentido Da Preservação Da Cruz Do Patrão: Recomendações para Intervenção
O Sentido Da Preservação Da Cruz Do Patrão: Recomendações para Intervenção
Resumo
Este artigo traz algumas considerações feitas a partir da busca pelo sentido da preservação da
Cruz do Patrão para recomendações de intervenções para o monumento sob a perspectiva da
Conservação Urbana Integrada. Foram levantadas questões sobre o patrimônio e sua
preservação e foi feito um levantamento de todas as ações realizadas ao longo do tempo na área
onde o monumento está inserido, analisando as questões dos interesses e de motivações para
essas ações em diferentes períodos de gestão da Prefeitura do Recife e do Governo do Estado
de Pernambuco. Foi possível identificar o sentido da preservação do monumento a partir dos
diversos olhares do conjunto de atores envolvidos e assim propor recomendações para
intervenção na área. Entende-se que o atendimento às expectativas destes depende de fatores
como mecanismos de gestão pública e questões econômicas e financeiras que merecem a
continuidade das pesquisas.
Abstract
This article presents some considerations from the searchfor the meaning of the Cruz do Patrão
preservation to make recommendations for interventions in the monument under the Integrated
Urban Conservation perspective.Questions were raised about the heritage and its preservation
and a survey was made to all the actions done over time in the area where the monument is
located, examining the issues of interests and motivations for these actions in different periods
of management of the Municipality of Recife and the Government of the State of Pernambuco.
It was possible to identify the direction of the preservation of the monument from the various
looks of the set of actors involved and was propose recommendations for intervention in the
area. It's understood that the attendance of the expectations depend on factors such as
mechanisms of governance and economic and financial issues that merit could continue being
studied.
Introdução
Com este enfoque, se observa uma discriminação na valorização da cultura material histórica:
o interesse nas práticas de conservação se dá quase que exclusivamente em relação aos vestígios
1
Arquiteta e urbanista, graduada pela Faculdade Damas da Instrução Cristã.
38
ARIC – FACULDADE DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ
ARCHITECTON - REVISTA DE ARQUITETURA E URBANISMO – VOL. 03, Nº 04, 2013
A Cruz do Patrão é um marco formado por uma coluna de ordem dórica, com uma pinha
facetada no capitel e acima uma cruz que foi construída em meio ao istmo que ligava Recife a
Olinda. Está situada em um terreno de propriedade da União, dentro do Porto do Recife, o que
por muito tempo dificultou o acesso ao monumento. Tem sofrido ao longo de sua existência um
processo de abandono por parte do poder público. Esse abandono levou a uma degradação do
monumento e do espaço público o que consequentemente constitui um fator de exclusão que
contribui, ainda mais, para o abandono do local e o desconhecimento da população sobre a
existência do monumento.
Foi construído, no século XVII, como marco de navegação, provavelmente o único existente
no Brasil desse tipo, para os navios que atracavam no porto, sendo hoje, o mais antigo
monumento histórico do Recife. No entanto, sua maior importância para os dias atuais se dá
pela relevância que o local tem para os afro-brasileiros, uma vez que o local era de
espancamento e enterramento de escravos e, por isso vem sendo por muito tempo local de culto
para essa comunidade (RAMOS, 2008).
A intenção é que a área quando for preparada para receber o público em geral, integrando o
roteiro turístico-cultural da cidade, esta preparação seja feita levando em consideração os
2
O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade
de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades (CECI, 2012).
39
ARIC – FACULDADE DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ
ARCHITECTON - REVISTA DE ARQUITETURA E URBANISMO – VOL. 03, Nº 04, 2013
elementos da cultura material, mas também da cultura imaterial, de acordo com o olhar da
comunidade afro-brasileira. Os objetivos específicos são: fazer um resgate histórico do estado
do monumento e analisar os diversos olhares que existem sobre o mesmo e identificar o sentido
da preservação para a sociedade.
1. Patrimônio e sociedade
Nos dias atuais, se considera como patrimônio material, os bens imóveis, como edificações,
conjuntos urbanos e sítios arqueológicos e paisagísticos e bens móveis, como pinturas,
esculturas, vestígios arqueológicos e paleontológicos etc. São bens que se pode tocar, podem
ser guardados, preservados e restaurados (IPHAN, 2012).
Como patrimônio imaterial, são consideradas as formas de expressão, modos de criar, fazer e
viver. Só é percebida pela manifestação do homem. Segundo a Unesco, o patrimônio cultural
imaterial, é composto por:
as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os
instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as
comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte
integrante de seu patrimônio cultural (UNESCO, 2012).
Esses conceitos que são definidos nos dias de hoje, são na realidade, fruto de uma evolução do
conceito de patrimônio histórico e de monumento e monumento histórico que vem desde o
século XIX.
As noções de monumento e monumento histórico, que hoje muitas vezes se confundem, são em
muitos aspectos opostas e até antagônicas. De acordo com Alois Riegl (1858-1905), a diferença
fundamental, é que o monumento é uma criação deliberada (gewollte) cuja destinação foi
pensada a priori, enquanto o monumento histórico não é, desde o princípio desejado
(ungewollte) e criado como tal, ele é constituído a posteriori, por olhares convergentes de
historiadores e amantes da arte, que fazem uma seleção dentre os edifícios onde os monumentos
são apenas uma pequena parte. Todo objeto do passado pode ser convertido em testemunho
histórico, sem que para isto tenha tido como origem uma destinação memorial. “O monumento
tem por finalidade fazer reviver um passado mergulhado no tempo, o monumento histórico
relaciona-se com a memória viva e com a duração” (CHOAY, 2006, p. 26).
As relações que estes mantêm entre si, com o tempo, a memória e o saber, determinam uma
diferença maior quanto a sua conservação. Os monumentos de uma maneira geral estão
expostos às ações do tempo e aos desgastes. O monumento histórico necessita de conservação,
uma vez que se insere em um lugar imutável definitivo. Desta forma, os projetos de conservação
e sua execução evoluíram com o tempo acompanhando a própria história do seu conceito
(CHOAY, 2006).
Apesar de existir a preocupação com a preservação dos monumentos desde o século XIX na
França e na Inglaterra, foi com a redação da Carta de Veneza em 1964, que se unificam as
preocupações mundiais com a preservação do patrimônio, confirmando os princípios de dois
40
ARIC – FACULDADE DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ
ARCHITECTON - REVISTA DE ARQUITETURA E URBANISMO – VOL. 03, Nº 04, 2013
Isso faz com que se discuta a questão dos valores culturais das áreas históricas e o homem como
foco da conservação, com a identificação dos valores reconhecidos, da sua relação com o
patrimônio, dos seus símbolos e das suas necessidades. Passa a existir a inclusão do componente
cultural no conceito de desenvolvimento sustentável, baseado em ideias, valores e padrões da
comunidade, levando em conta a diversidade cultural, e, não apenas a materialidade, mas seu
caráter, identidades e heranças construídos ao longo do tempo.
Assim, o tratamento de áreas históricas atualmente tem novos desafios no que se refere à gestão,
uma vez que existem diversos atores envolvidos e a escala de valores de cada um destes, ou
seja, na maneira como se relacionam os valores culturais e econômicos nas implantações dos
processos de revitalização. É necessário adaptar as necessidades contemporâneas aos desafios
tradicionais de gestão da cidade.
41
ARIC – FACULDADE DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ
ARCHITECTON - REVISTA DE ARQUITETURA E URBANISMO – VOL. 03, Nº 04, 2013
A Cruz do Patrão é uma coluna cilíndrica de ordem dórica, construída em alvenaria, com
revestimento em argamassa de cimento de épocas diferentes com altura de seis metros com dois
metros de diâmetro. No capitel se levanta uma pinha facetada, encimada com uma cruz em
pedra calcária com a inscrição INRI (Iesus Nazarenus Rex Iudeorum, ou Jesus Nazareno, o Rei
dos Judeus). Em seu entorno imediato existe pavimentação em pedra portuguesa cercada por
um gradil de ferro. (SILVA, 2012).
A cidade tinha três acessos: a barra grande, a barra pequena, e a barreta, que era uma pequena
abertura em frente ao Pina, sendo a barra grande a forma mais importante de entrada para o
porto. A Cruz surge então da necessidade para entrar na barra grande, servindo como guia
(ASSIS, 2012).
Desde o ancoradouro externo - onde ficavam os navios maiores que não passavam na
calha - até o ancoradouro interno - por onde só passavam os navios menores para
entrar e não bater no banco inglês - um grande trecho onde há um empedramento e
areia, fatores que podem encalhar o navio - eles tiveram que fazer um assinalamento
com madeira, que depois foi transformado em uma cruz (ASSIS, 2012 p. 36).
42
ARIC – FACULDADE DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ
ARCHITECTON - REVISTA DE ARQUITETURA E URBANISMO – VOL. 03, Nº 04, 2013
Ainda pela necessidade de uma melhor visibilidade, foi feita uma base e uma coluna em
alvenaria com um pequeno capitel e uma cruz no topo lembrando o modelo anterior. Esta é a
representação de um modelo de sinalização que não é brasileiro, e sim um hábito Europeu,
chamado de navegação por rumo à distância (ASSIS, 2012).
No Recife, o navegador que queria entrar com o barco no porto precisava apontar a
proa da navegação na direção da cruz, cruzando o referencial com a torre da igreja de
Santo Amaro das Salinas, que ficava do outro lado do rio Beberibe, em Santo Amaro
(ASSIS, 2012 p. 36).
Os documentos históricos indicam que originalmente a Cruz encontrava-se no centro do istmo.
A partir de estudos realizados, e verificações na planta topohidrográfica realizada pelo tenente
Eliziário em 1848, sabe-se que essa margem variou ao longo dos séculos chegou até à base da
Cruz no século XIX. Vale ressaltar que, em alguns mapas que mostram o antigo istmo, estão
representados grandes bancos de areia que ampliavam a sua largura. De acordo com fontes
históricas e mapas antigos, pode-se dizer que o istmo apresentava, ao menos em alguns
momentos, em torno de 80 metros de largura3.
No entanto, hoje a área está bastante modificada pelos aterros na parte leste da Cruz, para a
ampliação do porto no século XX. O lado a oeste do monumento encontra-se a apenas vinte e
quatro metros da margem do rio Beberibe (RAMOS, 2008).
Não há registro de que exista no Brasil outro exemplar senão este deste tipo de sinalização para
a navegação, diferentemente de boias e faróis, que podem ser encontrados em todo litoral. De
acordo com o professor José Luiz da Mota Menezes que “ele é importante porque é um
monumento náutico nacional que se torna internacional até pelo Recife ser área de primeiro
toque dos barcos” (In ASSIS, 2012 p. 39).
Desde o século passado vigoram na cidade do Recife, tradições culturais que definem a Cruz
do Patrão como um antigo cemitério de escravos. Essa tradição na qual se baseia a história dos
negros, foi repassada de pais para filhos por gerações, e caracterizou o monumento como local
de espancamento e sepultamento de negros. Diante dessa crença, o local guardou e guarda até
hoje a presença do sobrenatural, de espíritos e fantasmas. Desta forma, a Cruz do Patrão tornou-
se conhecida também como um dos lugares mais assombrados do Recife, temido e evitado por
todos (RAMOS, 2008).
Em 2005, a pedido da Prefeitura da Cidade do Recife e financiado por esta, foi realizado um
projeto de pesquisa pelo Programa de Pós-Graduação em Arqueologia e preservação do
Patrimônio da Universidade Federal de Pernambuco, sobre a história e a dimensão simbólica
desse monumento em relação às tradições culturais que existem na cidade, e que o vinculam ao
sofrimento e morte de escravos. O estudo levou em consideração os conteúdos espirituais
existentes próprios do contexto imaterial, e que estão ligados à história de monumentos como
esse, até porque para entendê-lo como patrimônio da cultura material, era preciso antes,
conhecê-lo em seu aspecto imaterial (RAMOS, 2006).
A tradição oral existente há mais de um século não foi ignorada, e foi feita uma pesquisa
historiográfica, onde se constatou que certamente eram jogados corpos de negros no local,
prática que também era realizada em qualquer outro local ermo da cidade. Como na época não
havia cemitérios no Brasil, as pessoas eram sepultadas sob os pisos ou nas paredes das igrejas
e conventos, no entanto, somente os de certa posição social. Após 1850, por uma questão de
saúde pública, é que surgiram os cemitérios, localizados no mesmo local das Igrejas. Nessa
época também existia a segregação dos não católicos, mas mesmo cristianizados, os africanos,
4
Em orubá quer dizer familiares mais velhos que se foram, espíritos.
44
ARIC – FACULDADE DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ
ARCHITECTON - REVISTA DE ARQUITETURA E URBANISMO – VOL. 03, Nº 04, 2013
como escravos, eram sepultados em covas rasas ou abandonados como animais para apodrecer
nas margens dos caminhos e no ermo das praias.
Outra justificativa de não ter se verificado a confirmação da tradição oral do local como
cemitério de escravos, é a documentação cartográfica, visto que a Cruz estava localizada em
local estreito e alagado, reforçando o que justificaria a ausência de sepulturas. Acredita-se
também que a ideia de lugar de enterramentos pode ter uma origem externa ao local, podendo
ter havido uma transferência da ideia de outro local, dado a existência de um cemitério fora dos
muros do povoado, de não católicos ou de negros sepultados clandestinamente, tornando-se
símbolo da resistência à escravidão, com a realização de ritos religiosos para os que morreram
ali (RAMOS, 2008).
Em 1937, após a revolução, no Governo de Getúlio Vargas, foi ordenado o fechamento de todos
os terreiros de Candomblé. Nesta época vários objetos dos terreiros foram saqueados e o
material recolhido pela Secretaria de Segurança pública e enviado para o Museu do Ipiranga
em São Paulo. Muitos terreiros com medo que os seus objetos fossem tivessem o mesmo fim,
enterraram estes nas praias e em áreas de mata até 1948 quando os terreiros foram reabertos.
Um dos lugares que foram utilizados para o enterramento desses objetos foi a Cruz do Patrão,
no lado onde hoje se localizam os armazéns.
5
Foi realizada entrevista em 22 de setembro de 2012 com o Babalorixá Manoel do Nascimento Costa, conhecido
como Manoel Papai, do Terreiro Obá Ogunté ou Sítio de Pai Adão, como é mais conhecido. O Babalorixá é o
presidente a Associação de Terreiros na região e acumula mais de 800 terreiros.
45
ARIC – FACULDADE DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ
ARCHITECTON - REVISTA DE ARQUITETURA E URBANISMO – VOL. 03, Nº 04, 2013
marco, “ali é um marco, marco do sofrimento e da história do negro, a distância onde está o
cemitério não diz nada, porque ali era o porto, o local era aquele”, afirma Manoel Papai.
A valorização da Cruz do Patrão poderia ser uma forma de política de combate ao racismo,
buscando extinguir os resquícios de preconceito racial provenientes do período da escravidão
(DINIZ, 2011).
Após a construção do conceito de patrimônio e a descrição do bem, não resta dúvidas quanto à
caracterização da Cruz do Patrão como monumento histórico, tanto pela sua importância
material como imaterial. No entanto, em relação à preservação, o que se apresenta hoje é o
descaso com esse patrimônio.
Observa-se que existe a participação de dois conjuntos de atores atuantes nos processos de
revitalização do monumento: o poder público e entidades através de seus técnicos6, e a
comunidade afro-brasileira. O olhar que cada um desses tem sobre o monumento é diferente
entre si, com conflitos em relação aos valores culturais e econômicos.
Partindo do enfoque da Conservação Integrada, não podemos fazer uma análise das intenções
de intervenção na área do monumento sem levar em consideração o seu entorno, ou seja, o
Bairro do Recife como um todo, já que está é numa das áreas mais importantes histórica e
cultulramente do Recife.
6
Considera-se aqui como técnicos, pesquisadores e representantes de entidades ligados à preservação do
patrimônio como do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico de Pernambuco e do Instituto Ricardo
Brennand.
46
ARIC – FACULDADE DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ
ARCHITECTON - REVISTA DE ARQUITETURA E URBANISMO – VOL. 03, Nº 04, 2013
sacros. No início do século XX, influenciado por reformas urbanas francesas e o discurso
higienista, o Recife também passou por um processo de modernização com o reaparelhamento
do porto e a reforma urbana do Bairro do Recife. Para que o porto pudesse ter competitividade
em termos nacional, houve uma remodelação do velho núcleo, tirando-lhe as características
iniciais de povoamento, já que quarteirões foram demolidos e abertas largas avenidas. A
península foi ampliada e transformada em ilha, desligada artificialmente de Olinda, a qual se
reunia por meio do istmo (VIEIRA, 2008).
Como o Bairro do Recife tinha dependência direta do Porto, sofreu com a falta de vida
dinâmica. Apesar da diminuição das atividades portuárias, nos anos 60, várias reformas foram
feitas como a construção de grandes armazéns, do terminal açucareiro e do parque de tancagem,
a incorporação da Av. Alfredo Lisboa ao pátio de manobras de caminhões do Porto e a
desapropriação e demolição da área do entorno da Igreja do Pilar (VIEIRA, 2008).
Nessa época, foi cogitada a retirada da Cruz do Patrão do lugar, para que a Companhia
Pernambucana de Borracha Sintética - Coperbo, pudesse construir esferas de gás, mas houve a
intervenção da comunidade científica que conseguiu evitar a ação (ASSIS, 2012). Apesar disso,
não houve a preocupação em deixar um acesso para o monumento. O local do monumento
simplesmente foi incorporado ao porto e encoberto por novas construções. Como na época não
tinha mais função para a navegação, seu valor para a comunidade afro-brasileira também não
foi levado em consideração, passando então a cair no esquecimento e desconhecimento da
população em geral. Prevaleceu a modernidade e o potencial econômico do porto.
Os estudos e projetos para a área do Bairro do Recife tiveram início em 1985, na gestão do
prefeito Jarbas Vasconcelos (1985-1988) com o inicio da elaboração do Plano de Reabilitação
do Bairro do Recife, com enfoque social e o objetivo de recuperar o patrimônio edificado em
função da inclusão das classes sociais de baixa renda que ocupavam a área, das favelas, pensões
e cortiços. No entanto com o fim da gestão, o plano não teve continuidade.
47
ARIC – FACULDADE DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ
ARCHITECTON - REVISTA DE ARQUITETURA E URBANISMO – VOL. 03, Nº 04, 2013
Desenvolvimento – BID. Além da elaboração do Plano, não houve nenhuma outra realização
efetiva de ação para o bairro (VIEIRA, 2008).
A nova gestão municipal, que assumiu a partir de 1993, novamente com o prefeito Jarbas
Vasconcelos (1993-1996), implantou o PRBR. Vale salientar que as prioridades observadas em
seu primeiro mandato não foram as mesmas do segundo, sendo estas então, alinhadas com as
do Governo Estadual, do então governador Joaquim Francisco, seu antecessor. O plano seguiu
complementado com programas de parcerias entre o investimento público e o privado e com
reformas emergenciais dos espaços públicos. Em linhas gerais este plano prosseguiu até o ano
de 2005, sofrendo ao longo do tempo mudanças e ajustes. Ele definiu a estrutura econômica e
social das atividades a serem implantadas no bairro, a forma de ocupação das áreas, a utilização
do patrimônio ambiental e cultural e a imagem social buscada. Como objetivos, estavam a
transformação da área em um Centro de Serviços Modernos, a conservação do patrimônio
histórico e cultural do bairro através da vitalidade econômica, resgatando sua característica de
espaço em constante transformação que mantém os registros de todas as suas épocas históricas
e a conversão do Bairro do Recife em espaço de diversão e lazer para a população e em um
centro de atração turística nacional e internacional. O plano ainda propôs uma mudança na
legislação para o bairro com a divisão da área em três setores, que teriam formas de intervenção
diferenciada: um Setor de Consolidação, um Setor de Revitalização e um Setor de Renovação.
A área da Cruz do Patrão estava dentro do Setor de Revitalização, fazendo parte da área do
porto do Recife. Monumentos como o Forte do Brum e a Igreja do Pilar, faziam parte do Setor
de Renovação. No entanto, apesar de sua importância, os monumentos da porção norte do bairro
novamente não faziam parte dos Projetos de Impacto, a não ser a área da Igreja que se encontra
na comunidade do Pilar que deveria receber uma atenção em relação à reconstrução do ambiente
urbano (Setor de Renovação). Durante essa gestão, todos os esforços foram centrados para a
captação de recursos e realização de projetos para as intervenções na parte central e sul do
bairro, nas áreas do Polo Bom Jesus e do Polo Alfândega. Os outros monumentos não faziam
parte do roteiro turístico, nem da agenda de eventos culturais para o bairro.
48
ARIC – FACULDADE DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ
ARCHITECTON - REVISTA DE ARQUITETURA E URBANISMO – VOL. 03, Nº 04, 2013
O prefeito João Paulo (2001-2004 e 2005-2008) que assume a prefeitura em 2001, iniciou uma
nova fase de gestão voltada para as classes sociais mais baixas. Nesta fase ainda de realização
do PRBR continuaram em desenvolvimento vários dos programas iniciados nas gestões
anteriores. Também foi iniciada a elaboração do Programa de Requalificação Urbanística e
Inclusão Social da Comunidade do Pilar – PRUISCP, com a inclusão da requalificação
urbanística com a melhoria da infraestrutura urbana, a criação de novos acessos, praças
equipamentos e habitações; a inclusão social da comunidade a valorização do patrimônio (Igreja
do Pilar e vestígios do Forte de São Jorge), no entanto não foi executado. (VIEIRA, 2008).
Foram realizadas as obras de restauração do monumento da Cruz do Patrão, acompanhada em
uma etapa posterior de uma pesquisa arqueológica a fim de resgatar uma parte da história da
comunidade afro-brasileira do município. Depois disso foi elaborado um projeto para a área.
De conformidade com os projetos anteriores, a nova proposta contemplava uma via de acesso
de pedestres a partir da Ponte Limoeiro até o terreno onde está o monumento e a transformação
da área em uma praça e espaço para eventos, além da criação de um centro de formação afro-
brasileira ao lado do monumento com o objetivo de fortalecer o turismo no local. Como se pode
observar, nesta gestão também foi dado prioridade aos valores econômicos, com intervenções
modernizadoras em áreas de grande visibilidade. Até este momento o que se observa é que as
ações desenvolvidas pelo Plano de Revitalização do Bairro do Recife se concentraram em ações
de exploração do turismo nas áreas do Polo Bom Jesus e do Polo Alfândega.
Como comentado anteriormente, este programa norteador de ações que foi o PRBR prosseguiu,
em linhas gerais, até o ano de 2005. Em abril do mesmo ano foi assinado o convênio do projeto
do Complexo Turístico Cultural Recife-Olinda entre as prefeituras das duas cidades, o Governo
do Estado e o Governo Federal. O objetivo do projeto, que mais tarde passou a se chamar apenas
Projeto Recife-Olinda, era priorizar ações estratégicas a serem implementadas em um conjunto
de territórios da RMR, mais especificamente na área entre Brasília Teimosa e o Sítio Histórico
de Olinda, contribuindo para o desenvolvimento histórico, cultural, tecnológico, econômico,
social e ambiental da região. Ele é resultado da junção de uma série de projetos que vinham
sendo desenvolvidos em instâncias separadas. (VIEIRA, 2008). A ideia é de tratar o território
como um conjunto especial, alinhando a história e o patrimônio com a valorização econômica
e cultural, com investimentos para a restauração de monumentos e edificações e o
reaproveitamento de áreas subutilizadas. A previsão de duração do projeto era de 20 anos. O
projeto propõe ainda instrumentos de integração e planejamento que promovam uma integração
do planejamento e da gestão do território com a gestão das atividades turístico-culturais na área
de abrangência. Entre outras coisas, busca a salvaguarda e proteção do patrimônio cultural
(sítios, edifícios, ocorrências e etnografia), a valorização das frentes d’água (rios Capibaribe e
Beberibe, bacia do Pina e Oceano Atlântico) e a valorização dos espaços públicos.
Em relação ao Projeto Recife-Olinda, o que primeiro chama atenção é não haver referência do
monumento no projeto, principalmente como área de relevância. A preocupação se dá apenas
em relação aos bens tombados, como é o caso do Forte do Brum e a outros testemunhos da
evolução da ocupação do território, como é o caso dos terminais açucareiros e dos silos. Como
proposta está o resgate do caminho de articulação entre Recife e Olinda, no caso uma releitura
do istmo. Vale salientar que a Cruz do Patrão era um elemento importante na paisagem desta
ligação, assim como a sua relação com o Forte do Brum e o Forte do Buraco, não mais existente
atualmente, mas havendo a possibilidade de serem encontrados vestígios no local onde existiu.
Há também uma relação deste com Igreja de Santo Amaro das Salinas, esta citada no projeto,
uma vez que como marco de navegação, a igreja fazia parte do alinhamento para entrada no
porto. Apesar do foco nas atividades turístico-culturais e da preocupação com o patrimônio
cultural, não se vê nenhuma preocupação especial para o tratamento do monumento, com o seu
resgate histórico e cultural, nem como marco de navegação nem como marco da história afro-
49
ARIC – FACULDADE DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ
ARCHITECTON - REVISTA DE ARQUITETURA E URBANISMO – VOL. 03, Nº 04, 2013
brasileira. A partir das imagens do projeto urbanístico proposto, o que se observa é apenas um
tratamento urbanístico no local, que deve ter uma maior visibilidade uma vez que ficará na área
lateral da ponte que ligaria a porção norte da ilha à Vila Naval.
Em 2009, assume a prefeitura da Cidade do Recife o prefeito João da Costa (2009-2012), eleito
com o apoio do ex-prefeito João Paulo. Durante a gestão, foi dada continuidade aos projetos
em andamento. Foi colocado na agenda novamente a transformação da Cruz do Patrão no mais
novo equipamento turístico-religioso da cidade, com o projeto de requalificação e construção
de um complexo que serviria de referência para a cultura afro-brasileira. A proposta era de uma
estrutura para a frequência de visitantes, com uma área total de uso de mais de 10 mil m², com
a construção de um prédio administrativo (com biblioteca ou livraria sobre a cultura afro-
brasileira), auditório, lojas, salão de exposição, restaurante, cafeteria e estacionamento. Estava
previsto também o passeio às margens do rio Beberibe e três píeres para atracação de catamarãs
(PCR, 2009). O projeto não foi levado adiante. Após a apresentação e alterações feitas, deveria
ser elaborado o Termo de Referência para a elaboração do projeto executivo e posterior
execução, o que não se tem notícia até hoje.
50
ARIC – FACULDADE DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ
ARCHITECTON - REVISTA DE ARQUITETURA E URBANISMO – VOL. 03, Nº 04, 2013
monumento no local, pelo menos enquanto durar o processo e este não for aprovado pelo estado.
Apesar do pedido de tombamento e da garantia do monumento no local, em novembro de 2012,
observou-se uma redução de mais da metade da área em relação à área existente anteriormente,
em que o monumento está inserido. Nesta parte do terreno está sendo instalada uma empresa
que, de acordo com operários que se encontravam no local, seria de pescados. Verificou-se que
restou apenas um recuo de aproximadamente 15 metros em relação ao monumento, um pouco
maior que o do lado oposto que é de aproximadamente 10 metros.
Como foi visto, durante muito tempo os investimentos foram centralizados nas obras e nos
projetos de importância e valoração econômica e não nos de valor social e cultural. Foram
sempre deixados para um segundo plano, os projetos em áreas que não eram visíveis, nem eram
de importância para a frequência da elite, como foi o caso da Comunidade do Pilar e da Cruz
do Patrão. Na maior parte das vezes os projetos existiam, mas não havia recursos para sua
execução, apesar de existirem altas somas para serem investidas nos outros projetos.
Em relação à gestão, como qualquer outro patrimônio, existe o desafio de todo processo de
intervenção, uma vez que há diversos atores envolvidos, relacionando de maneira diferente os
valores culturais e econômicos. É necessário adaptar o sentido da preservação de cada um
desses às necessidades de utilização da sociedade, e ainda às dificuldades próprias da gestão da
cidade.Sob a ótica da Conservação Integrada, não se pode deixar de levar em conta a
participação popular, que neste caso, se faz representar em parte pela comunidade afro-
brasileira, que também deve ter poderes no processo decisório juntamente com o poder público
e com a comunidade científica. Além disso, deve-se implantar um programa de educação
patrimonial com a comunidade do entorno e a comunidade afro-brasileira, onde esta população
possa conhecer a história do bem e ser sensibilizada quanto à sua preservação, podendo ainda
ser estendida para escolas das redes municipais e particulares da Região Metropolitana do
Recife.
51
ARIC – FACULDADE DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ
ARCHITECTON - REVISTA DE ARQUITETURA E URBANISMO – VOL. 03, Nº 04, 2013
A partir dos conceitos observados, pode-se considerar que o monumento em seu aspecto
material pode se representar em si, enquanto que no seu aspecto imaterial tem a necessidade da
manifestação do homem. Desta forma, para que possa ser percebido enquanto local religioso e
de interesse cultural é necessário que este seja demonstrado como tal. A recomendação é que o
local além de preservado, possa ser transformado em um memorial da cultura afro-brasileira,
com referências desta e de sua história.
A partir das entrevistas realizadas, observou-se que em ambos os casos existe a intenção e a
necessidade da utilização do acesso feito pelo rio Beberibe, com atracação de barcos no local.
Para que seja contemplado e reconhecido como monumento náutico, é importante que seja visto
a partir do rio, ou do mar, como era feito nos tempos em que servia de alinhamento com a Igreja
de Santo Amaro, não sendo esta forma mais possível devido às outras construções do porto,
que também representam testemunho de sua época, e um patrimônio da cultura urbana. Para a
comunidade afro-brasileira, a água tem uma relação com a religião e os rituais. Um pier poderia
servir de local para os barcos atracarem para tornar o local o ponto de partida para as panelas
de Iemanjá, um dos rituais mais importantes da cultura. Recomenda-se que sejam previstos
piers para atracação de embarcações no local.
Para que possa ser apropriada pela sociedade, é necessária uma preocupação especial também
com os acessos de pedestres, bicicletas e de veículos além das embarcações. Para pedestres e
bicicletas, já existe um recuo de 20 metros dos terrenos nas margens do rio Beberibe, e se
recomenda a sua utilização. Para veículos, o acesso deve ser feito pela Rua Ascânio Peixoto,
por dentro do Porto do Recife. Para a identificação do local e dos acessos, recomenda-se
também que sejam instaladas placas com a sinalização e indicação do monumento no local e
no Bairro do Recife e de Santo Amaro.
Para que se possa fazer o reconhecimento do local e do monumento a partir de outros pontos
da cidade, é necessária a instalação de iluminação especial de destaque em relação às outras
edificações do porto no seu entorno. Não se pode deixar de considerar a relação que o
monumento tem com o lugar e com essas outras edificações, uma vez que este também se
constitui um patrimônio, como conjunto ambiental de identidade do bairro. Para qualquer
projeto, deve-se levar em conta a sustentabilidade do ambiente com a redução de gastos
desnecessários com materiais e energia.
Também se recomenda que faça parte da elaboração de projetos, uma comissão da comunidade
afro-brasileira que possa auxiliar no reconhecimento de referências da religião e da cultura, para
que estas não sejam manipuladas cenograficamente com objetivos educativos e comerciais para
o turismo. É necessário que a área seja utilizada pela comunidade, para a manifestação de sua
cultura e não de forma folclórica.
Por fim, ainda em relação ao rema da requalificação, não se pode deixar de se observar o
conjunto de normas existentes para as intervenções na área e em áreas de monumentos
históricos.
52
ARIC – FACULDADE DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ
ARCHITECTON - REVISTA DE ARQUITETURA E URBANISMO – VOL. 03, Nº 04, 2013
executada pelos jovens qualificados pelo Projeto Oficina de Restauro, incluindo a sociedade no
processo de apropriação e valorização do bem.
Por fim, em relação ao turismo, também se deve levar em conta que sua gestão deve ser feita
de forma a aproveitar seus benefícios sem deixar que a sua valorização econômica danifique o
patrimônio, nem que se torne uma área exclusivamente turística sem levar em conta as
necessidades e desejos da população local. A área pode ser incluída no roteiro turístico religioso
e étnico do Estado, uma vez que possa passe a ser o local da realização do ritual das Panelas de
Iemanjá, e memória da cultura e da religião, em conjunto com os terreiros da cidade. O turista
poderia participar da realidade da comunidade étnica, mostrando toda sua riqueza cultural
singular.
Acredita-se que seguindo essas recomendações apresentadas se cumpra com a intenção inicial
de ter a área onde se encontra a Cruz do Patrão preparada para recepcionar o público em geral
da cidade e os turistas. Desta forma será possível levar ao conhecimento de toda essa população
a importância desse monumento, e a mesma será, então, capaz de apropria-lo como um dos
bens mais importantes para a história do Recife, tanto em relação à cultura material como
imaterial.
Considerações finais
Após a análise do sentido da preservação da Cruz do Patrão a partir dos olhares dos diversos
atores, foi possível elaborar um conjunto de recomendações para intervenção na área de estudo.
Diante da proposta construída, entende-se que o atendimento às expectativas econômicas,
políticas e sociais dependem de outros fatores importantes como os mecanismos de gestão.
Precisa-se estar atento para que ações sob a prerrogativa de uma ação cultural, não se tornem
práticas constantes do poder público, fazendo com que novamente prevaleçam os interesses
econômicos em detrimento do valor cultural. Somando-se a isto as arbitrariedades cometidas
pelos órgãos que deveriam proteger o patrimônio e não deixar-se levar por sofismas que levam
à destruição destes.
Em relação à Cruz do Patrão, o que se observa é que esta está sob constante ameaça em razão
desse mesmo pensamento imediatista e financeiro, visto que se encontra em local valorizado
para armazenagem, dentro do Porto do Recife. Cabe aqui levantar a oportunidade em que se
coloca a questão para que se dê continuidade a uma pesquisa em que se levante as questões
financeiras que atuam sobre o monumento.
53
ARIC – FACULDADE DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ
ARCHITECTON - REVISTA DE ARQUITETURA E URBANISMO – VOL. 03, Nº 04, 2013
Referências bibliográficas
ALVES, Cleide. A Cruz do patrão vai sair do anonimato e virar atração. Jornal do Commercio.
Recife, 22 nov. 1998 Caderno Cidades p.4.
ASSIS, Luiza. A conquista da Memória. Revista Algo Mais, no. 79, Seção Capa, Recife, p. 34.
Outubro, 2012BELFORT, Angêla fernanda. Nova Vida para o Porto do Recife. Jornal do
Cmmercio. Recife, 16 jan. 2011. Disponível em
<http://pedesenvolvimento.com/2011/01/16/nova-vida-para-o-porto-do-recife/>. Acesso em:
12 set. 2012.
CATARINO, Acácio José Lopes. Marcos velados na vila colonial: a Cruz do Padrão do
Recife. Artigo apresentado no Congresso Internacional Espaço Atlântico de Antigo Regime:
poderes e sociedades. Faculdade de ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de
Lisboa, Portugal, 31 de outubro a 3 de novembro de 2005. Disponível em <http://cvc.instituto-
camoes.pt/eaar/coloquio/comunicacoes/acacio _lopes _catarino.pdf> Acesso em: 17 nov. 2010.
DINIZ, Marcelo Augusto Serra. Movimento Negro opõe-se à mudança da Cruz do Patrão no
Porto do Recife. JCOnLine, Blog do Jamildo. Recife, 23 dez. 2011. Disponível em <
http://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/2011/12/2…opoese_a_mudanca_da_c
ruz_do_patrao_no_porto_do_recife_121466.php>. Acesso em: 10 set. 2012.
NAVIO-BAR vai dar vida à Cruz do Patrão. Jornal do Commercio. Recife, 08 out. 1999.
Caderno Cidades p. 6.
54
ARIC – FACULDADE DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ
ARCHITECTON - REVISTA DE ARQUITETURA E URBANISMO – VOL. 03, Nº 04, 2013
PASSOS, Tânia. Porto do Recife começa a mudar. Diário de Pernambuco. Recife, 21 jul.
2018. Caderno Vida Urbana, p. C1.
PCR. Recife requalifica monumento da cultura afro. Recife, 19 ago. 2009. Disponível em
<http://www.recife.pe.gov.br/2009/08/19/recife_requalifica_ monumento_da_ cultura _afro
_168138.php>. Acesso em: 18 nov. 2010.
RAMOS, A. C. P. T.. Além dos mortos da Cruz do Patrão - simbolismo e tradição no uso
do espaço no Recife. CLIO. Série Arqueológica (UFPE), v. 2, p. 1-12, 2008.
SILVA, Leonardo Dantas. Pernambuco: Imagens da Vida e História. Recife: SESC, 2001.
SILVA, Luiz Eduardo. PCR vai resgatar a Cruz do Patrão. Folha de Pernambuco, Recife, 09
abr. 2002. p. 2.
55