Critérios de Avaliação em Curso de Redação Empresarial
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Resumo: Este trabalho foi desenvolvido com o intuito de verificar quais critérios de avaliação
foram adotados em um curso de Redação Empresarial em uma empresa de grande porte
localizada na cidade do Rio de Janeiro. O trabalho demonstra ainda como historicamente a
educação tecnicista influencia as técnicas utilizadas nas empresas para promover o
conhecimento entre seus funcionários e de que forma a educação corporativa surge no Brasil,
apontando mudanças nos paradigmas educacionais até então vigentes.
Introdução
Esta pesquisa pretende demonstrar quais foram os critérios estabelecidos para avaliar
os alunos/empregados de uma grande empresa do ramo de energia no Brasil em um curso de
aperfeiçoamento em Redação Empresarial na cidade do Rio de Janeiro. Pretende-se
demonstrar que caminhos foram traçados pelo corpo docente para aferir nota e/ou
aproveitamento em turmas heterogêneas em um contexto de educação corporativa.
A pesquisa contemplará as estratégias utilizadas pelo professor do curso de Redação
Empresarial para construção do conteúdo programático e desenvolvimento do material
didático utilizado pelos alunos em sala de aula. Serão demonstrados os conhecimentos
linguísticos mínimos exigidos para aferir nota de aproveitamento da turma, e individualmente,
uma vez que a “avaliação” em curso de aperfeiçoamento da Escola de Gestão e Negócios 1
*
Graduado em Letras pela UFMG (2004), especialista em Produção de Materiais Didáticos pela FacCCAA/RJ
(2008) e mestrando em Educação pela FUNIBER (Fundação Universitária Iberoamericana). E-mail:
[email protected]
**
Mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento. Orientadora do Programa de Pós-Graduação “Máster em
Educación” pela FUNIBER (Fundação Universitária Iberoamericana). E-mail: [email protected]
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Esta escola pertence a uma grande empresa estatal do ramo de energia e está situada numa universidade
corporativa na cidade do Rio de Janeiro.
visa compreender se o curso de Redação Empresarial está atingindo a meta de contribuir para
o processo de desenvolvimento do conhecimento do aluno/empregado.
Além disso, é importante citar que o estudo se baseia em questionar a metodologia
utilizada, tomando como teórico Philippe Perrenoud em seu estudo sobre Avaliação em que se
apresenta a ideia prévia de regulação da aprendizagem na escola em função da qual se
decidirá a progressão no curso ofertado.
Este trabalho visa compreender o processo de avaliação que se dá em cursos de
aperfeiçoamento. Embora o contexto desta pesquisa seja em uma Escola de Gestão e
Negócios dentro de uma Empresa Estatal de grande porte do ramo de energia, foram
observados quais processos se dão na construção de um conteúdo a ser avaliado no curso de
Redação Empresarial, ou seja, no curso em que leciono dentro desta instituição.
O tema escolhido nesta pesquisa vai de encontro a uma antiga inquietação minha, uma
vez que, como professor de educação de jovens e adultos no Programa do governo Federal –
PROJOVEM – em Belo Horizonte em 2005, percebia a urgência de se repensar os critérios
adotados nos processos avaliativos nos variados contextos da sala de aula desde aquela época.
O curso Redação Empresarial era destinado nesta empresa somente para empregados
concursados em que somente empregados próprios poderiam acessá-lo através de uma prévia
inscrição. Sua indicação estava atrelada a sua atividade, e havia um intuito de desenvolver
competências individuais para o cumprimento das metas estabelecidas pela empresa. Portanto,
o curso passa a ter um objetivo concreto em dar ao trabalhador condições necessárias para que
ele possa competir de igualdade com o mercado de trabalho e ao mesmo tempo, promover a
melhoria contínua do seu trabalho. A avaliação ocorre no final do curso com o intuito de ser
balizadora do processo de aprendizagem do aluno e, com isso, servir para aprimorar as
técnicas e os recursos didáticos utilizados em sala de aula.
1 Desenvolvimento
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Esta proposta foi utilizada no período do regime militar do país, onde era necessário formar mão-de-obra para o mercado de
trabalho. Aqui temos o formato behaviorista de ensino, onde eram utilizados estímulos, reforços negativos e positivos para se
obter a resposta desejada, moldando o comportamento do sujeito, de forma a controlar a conduta individual. Era ensinado
apenas o necessário para que os indivíduos pudessem atuar de maneira prática em seus trabalhos.
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Essa foi a grande crítica do educador Paulo Freire. A função restritiva da pedagogia
tecnicista (educação tecnicista) fazia que outras competências não fossem desenvolvidas no
aluno, limitando-o ao conhecimento amplo e universal. Mas, é preciso entender que – até
onde se acreditava na eficácia dessa educação – os resultados foram grandes no Brasil,
sobretudo em termos de oferta de cursos técnicos para estudantes de classe média e baixa, que
com a falta de qualificação e pouca perspectiva de acesso às universidades, se via cooptados
nessa rede de ter que se inscrever num curso técnico para “conseguir” alcançar uma
qualificação profissional e ser inserido no mercado de trabalho.
Na educação corporativa o desenvolvimento das competências técnicas e
comportamentais de seus atores (empregados, funcionários, colaboradores) é o principal
carro-chefe dessa pedagogia, é o que nos diz Bertha de Borja Reis do Valle:
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Disponível em: <http://cantodestudo.blogspot.com.br/>.
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alunos para o mercado de trabalho, ocorre que há um déficit, segundo analistas, entre eles
GOULART, que compreendem uma formação em que a aprendizagem é fortemente baseada
em conceitos acadêmicos, e não baseada na prática do mundo dos negócios.
2 Metodologia
3 Resultados
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Redação
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pode sinalizar que há uma disposição maior por parte desse aluno-empregado em focar seus
estudos em prol de um objetivo comum: seu interesse em especializar e o interesse de sua
empresa em investir no seu crescimento profissional. Como é um investimento que a empresa
faz para o aluno, pagando o curso para que ele possa se qualificar, o nível de
comprometimento é maior, diferentemente do curso de “rotina”, que acaba sendo da
programação de GD (gestão de desenvolvimento) do aluno que o faz sem dar uma maior
“ênfase” ao seu aprendizado. Isso não quer dizer que o aproveitamento de estudo de um
funcionário do quadro técnico seja razoavelmente inferior ou que não tenha a qualidade de um
candidato com nível superior. As relações variam de turma para turma e do “ambiente” que é
criado para no período de aula para o desenvolvimento das atividades de Redação
Empresarial.
Observe que no quadro acima, a turma do CENPES (Centro de Pesquisa dessa
Empresa de Grande Porte do Ramo de Energia) teve o menor aproveitamento de nota,
entretanto, sua média continuou alta, entendendo que o aproveitamento B está para alunos que
tiraram notas abaixo de 8,00 pontos. Além disso, é preciso frizar que a avaliação final não
vale 100, e sim 80, porque duas outras atividades são realizadas em sala de aula, propiciando
uma avaliação de desempenho no transcorrer do curso. O aluno, dessa maneira, pode se
favorecer também da consulta ao material a qualquer momento para retomada do tema
abordado e leitura do conteúdo programático já apresentado.
Nessas cinco turmas avaliadas em espaços distintos geograficamente (UP-Rio, UP-
Salvador e CENPES-Rio) cabe aqui uma análise comparativa porque quando nos referimos ao
ambiente, salas confortáveis, com recursos didáticos disponíveis, power-point, etc, somados
ao deslocamento desses funcionários para suas respectivas unidades de trabalho, pode
contribuir para sua maior disponibilidade de participação e envolvimento em sala.
O texto no contexto da Redação Empresarial tem uma especificidade. Ele serve para
uma tarefa que é comunicar as partes interessadas dentro e fora da empresa sobre as
deliberações necessárias para atividade a elas conferida. Portanto, não se pode negar a
intenção do texto, como vimos é preciso saber para quem será elaborado o texto e por sua vez,
o aluno-empregado deverá ter a mesma percepção que o texto existe por uma necessidade
social, para cuja realização se elabora, cujo conteúdo se fixa de acordo com a situação
comunicativa e a intenção do falante.
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Conclusões
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Referências
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de Janeiro: Editora FGV, 2005.
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Janeiro: DP&A, 2001.
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KOCH, Ingedore Villaça. O texto e a construção dos sentidos. 10 ed. São Paulo: Contexto,
2012.
PECORA, Alcir. Problemas de redação. 6. ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes,
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In: CASTANHO, Sérgio & CASTANHO, Maria Eugênia (Orgs.). Temas e textos em
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Janeiro, Editora Campus, 1998.
______. Educar é sentir as pessoas. 2.ed Aparecida do Norte: Ideias e Letras, 2004.
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