Ofício Ao CRA

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Ofício 1/2021

Fortaleza-CE, 20 de abril de 2021.

Ao Sr.
Leonardo José Macedo
Presidente do Conselho Regional de Administração do Ceará (CRA-CE)

Prezado Presidente

Sou representante de um grupo de 40 Professores no IFCE com formação


(Graduação) em Administração e Administração de Empresas.
Infelizmente, no tocante ao ENSINO, os professores de Administração do
IFCE, vem sofrendo precarizações sucessivas por não ter assegurado que as
disciplinas (Ensino) de EMPREENDEDORISMO estejam vinculadas a esse Perfil
Docente no IFCE.
Nesse contexto de precarização, em casos concretos no IFCE, nos deparamos
com Professores de outras áreas (Pedagogia, Agronomia, Economia, Geografia, Eng.
de Produção, Eng. Eletricista, Eng. Mecânica, Informática, etc) que ministram
(indevidamente e sem formação) disciplinas de Gestão e de Empreendedorismo.
O IFCE, neste momento, está revisando vários Perfis Docentes que irão
determinar a formação exigida em concurso público de Professores. Nesse sentido,
Professores das Ciências Econômicas, Ciências Contábeis e Eng. de Produção estão
reivindicando ter formação (graduação) para ministrar as disciplinas de
empreendedorismo (Educação em Empreendedorismo) de forma a precarizar
oficialmente a atuação dos professores de Administração.

No dia 14/04/2021, um dos conselhos de classe, emitiu um entendimento que


Economistas têm formação plena para atuar no ensino de Empreendedorismo,
considerando apenas os aspectos econômicos.
Nesse sentido, solicitamos ao CRA a emissão de um entendimento que
resguarde a atuação/formação dos Administradores no ENSINO do IFCE.
Em anexo, segue fundamentação/argumentos que podem ser utilizados como
modelo para tal entendimento do CRA.
Venho mui respeitosamente, encaminhar Fundamentação de normas do IFCE,
MEC e teórica (Epistemológica) do Ensino em Empreendedorismo.
 Nota Técnica da PROEN/IFCE 001/2013, de 10 de outubro de 2013, no que diz
que “a harmonia entre especialidades e habilitações de cada subárea, é
fundamentalmente padronizada a partir da graduação do docente, e que será a
formação inicial exigida no concurso para Professor EBTT, e que determina o
conteúdo programático a ser cobrado em banca de concurso.”
https://gestao.ifce.edu.br/issues/1710
 RESOLUÇÃO CONSUP/IFCE N° 063, de 28 de maio de 2018, que define as
atividades de Ensino no IFCE: “Art. 7º São consideras atividades de ensino no
âmbito desta Resolução de carga horária docente do IFCE (...): I - aulas nos cursos
FIC (ver § 4º, deste artigo), técnico, especialização técnica, graduação e na Pós-
graduação; II - atividades de manutenção do ensino; III - atividades de apoio ao
ensino; IV - atividades de orientação a discente; V -atividades de ensino
extracurricular.”
https://ifce.edu.br/proen/arquivo/resolucao-no63-de-28-de-maio-de-2018.pdf
 RESOLUÇÃO CNE/CES No 4, de 13 de julho de 2005, quando descrevem que a
formação dos profissionais Graduados em Administração, devem:
Art. 3º O Curso de Graduação em Administração deve ensejar, como perfil desejado do
formando, capacitação e aptidão para compreender as questões científicas, técnicas,
sociais e econômicas da produção e de seu gerenciamento, observados níveis graduais
do processo de tomada de decisão, bem como para desenvolver gerenciamento qualitativo
e adequado, revelando a assimilação de novas informações e apresentando flexibilidade
intelectual e adaptabilidade contextualizada no trato de situações diversas, presentes ou
emergentes, nos vários segmentos do campo de atuação do administrador.
Art. 4º O Curso de Graduação em Administração deve possibilitar a formação profissional
que revele, pelo menos, as seguintes competências e habilidades:
I - reconhecer e definir problemas, equacionar soluções, pensar estrategicamente,
introduzir modificações no processo produtivo, atuar preventivamente, transferir e
generalizar conhecimentos e exercer, em diferentes graus de complexidade, o processo
da tomada de decisão;
II - desenvolver expressão e comunicação compatíveis com o exercício profissional,
inclusive nos processos de negociação e nas comunicações interpessoais ou intergrupais;
III - refletir e atuar criticamente sobre a esfera da produção, compreendendo sua posição
e função na estrutura produtiva sob seu controle e gerenciamento; IV - desenvolver
raciocínio lógico, crítico e analítico para operar com valores e formulações matemáticas
presentes nas relações formais e causais entre fenômenos produtivos, administrativos e
de controle, bem assim expressando-se de modo crítico e criativo diante dos diferentes
contextos organizacionais e sociais;
V - ter iniciativa, criatividade, determinação, vontade política e administrativa, vontade de
aprender, abertura às mudanças e consciência da qualidade e das implicações éticas do
seu exercício profissional;
VI - desenvolver capacidade de transferir conhecimentos da vida e da experiência
cotidianas para o ambiente de trabalho e do seu campo de atuação profissional, em
diferentes modelos organizacionais, revelando-se profissional adaptável;
VII - desenvolver capacidade para elaborar, implementar e consolidar projetos em
organizações; e
VIII - desenvolver capacidade para realizar consultoria em gestão e administração,
pareceres e perícias administrativas, gerenciais, organizacionais, estratégicos e
operacionais.
Art. 5º Os cursos de graduação em Administração deverão contemplar, em seus projetos
pedagógicos e em sua organização curricular, conteúdos que revelem inter-relações com
a realidade nacional e internacional, segundo uma perspectiva histórica e contextualizada
de sua aplicabilidade no âmbito das organizações e do meio através da utilização de
tecnologias inovadoras e que atendam aos seguintes campos interligados de formação:
I - Conteúdos de Formação Básica: relacionados com estudos antropológicos,
sociológicos, filosóficos, psicológicos, ético-profissionais, políticos, comportamentais,
econômicos e contábeis, bem como os relacionados com as tecnologias da comunicação
e da informação e das ciências jurídicas;
II - Conteúdos de Formação Profissional: relacionados com as áreas específicas,
envolvendo teorias da administração e das organizações e a administração de recursos
humanos, mercado e marketing, materiais, produção e logística, financeira e orçamentária,
sistemas de informações, planejamento estratégico e serviços;
III - Conteúdos de Estudos Quantitativos e suas Tecnologias: abrangendo pesquisa
operacional, teoria dos jogos, modelos matemáticos e estatísticos e aplicação de
tecnologias que contribuam para a definição e utilização de estratégias e procedimentos
inerentes à administração; e
IV - Conteúdos de Formação Complementar: estudos opcionais de caráter transversal e
interdisciplinar para o enriquecimento do perfil do formando.
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rces004_05.pdf
 PARECER CNE/CES Nº: 438/2020, de 10 de julho de 2020, sobre o perfil docente
na Administração:
O docente que irá ministrar aulas para esse aluno deverá ter um novo perfil. Além da
profundidade de conhecimento técnico, esse profissional de Ensino deve ter alto nível de
letramento digital, ser capaz de aprender a aprender novas competências técnicas em
ambientes digitais, para poder orientar e ajudar os alunos usando a mesma linguagem que
estes utilizam - a linguagem digital.
Uma vez que o mercado exige que profissionais formados nas instituições de ensino sejam
imediatamente capazes de aplicar o que aprenderam, o professor deve ter experiência
prática suficiente para poder ajudar o aluno a aplicar conceito em atividades práticas que
simulem eventos reais dentro de empresas.
Posto que grande parte dos trabalhos relacionados à Administração no futuro estarão
ligados a meios digitais, inteligência artificial e robôs, bem como de mão de obra alocada
em outras culturas e fusos horários, é de fundamental importância que o professor prepare
os alunos para assimilar as particularidades de lidar com esse nível de desafio.
Um dos pontos principais é a cooperação em grupos, portanto, entender a nova dinâmica
de liderança em um contexto como este é mister, e deve ser ensinada através de técnicas
que ajudem o grupo a ser produtivo, apesar das barreiras. Isso implica que o professor
deverá dominar essas técnicas e aplicá-las no momento apropriado.
O perfil desse novo professor é de líder criativo. Na Liderança Criativa, a matéria
fundamental são as pessoas, e não o objeto final, portanto, essa liderança do professor é
semelhante à de um diretor de teatro, que incentiva e dá suporte ao processo criativo,
indica as condições de restrição, direciona o grupo, mas não diz abertamente o que deve
ser o produto final. Isso implica perder a função de gerente e ser mais um guia na jornada
de aprendizado.
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=154111-
pces438-20-1&category_slug=agosto-2020-pdf&Itemid=30192
 RESOLUÇÃO CNE/CES 10, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2004, sobre a
formação/capacitação dos graduados em Ciências Contábeis:
Art. 3º O curso de graduação em Ciências Contábeis deve ensejar condições para que o
futuro contabilista seja capacitado a: I - compreender as questões científicas, técnicas,
sociais, econômicas e financeiras, em âmbito nacional e internacional e nos diferentes
modelos de organização; II - apresentar pleno domínio das responsabilidades funcionais
envolvendo apurações, auditorias, perícias, arbitragens, noções de atividades atuariais e
de quantificações de informações financeiras, patrimoniais e governamentais, com a plena
utilização de inovações tecnológicas; III - revelar capacidade crítico-analítica de avaliação,
quanto às implicações organizacionais com o advento da tecnologia da informação.
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rces10_04.pdf
 Currículos (Matriz Curricular) ou os Fluxos Formativos de Cursos de Graduação
em Ciências Contábeis:
https://feaac.ufc.br/pt/graduacao/curso-de-ciencias-contabeis/ciencias-contabeis-
estrutura-curricular-noturno/
https://www.cee.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/49/2011/05/PAR0226.2010.pdf
http://www.facc.ufrj.br/joomla/images/docs/organograma_ciencias_contabeis.pdf
https://www.unifor.br/web/graduacao/ciencias-contabeis
 RESOLUÇÃO N° 4, DE 13 DE JULHO DE 2007, sobre a formação/capacitação
dos graduados em Ciências Econômicas:
Art. 3º O curso de graduação em Ciências Econômicas deve ensejar, como perfil desejado
do formando, capacitação e aptidão para compreender as questões científicas, técnicas,
sociais e políticas relacionadas com a economia, revelando assimilação e domínio de
novas informações, flexibilidade intelectual e adaptabilidade, bem como sólida consciência
social indispensável ao enfrentamento de situações e transformações político-econômicas
e sociais, contextualizadas, na sociedade brasileira e no conjunto das funções econômicas
mundiais.
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/2007/rces004_07.pdf
 Currículos (Matriz Curricular) ou os Fluxos Formativos de Cursos de Graduação
em Ciências Econômicas:
https://feaac.ufc.br/pt/graduacao/curso-de-ciencias-economicas/ciencias-economicas-
estrutura-curricular-noturno/
https://www.ie.ufrj.br/graduacao-curriculo.html
https://epge.fgv.br/sites/default/files/Grade%20Curricular%20do%20Curso%20de%20Gra
dua%C3%A7%C3%A3o%20em%20Ci%C3%AAncias%20Econ%C3%B4micas%2020%2
006%202013.pdf
https://www.unifor.br/web/graduacao/ciencias-economicas
 REFERÊNCIAS CURRICULARES DA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO -
SES/MEC, sobre a formação/capacitação dos graduados em Engenharia de
Produção:
TEMAS ABORDADOS NA FORMAÇÃO Atendidos os conteúdos do núcleo básico da
Engenharia, os conteúdos profissionalizantes do curso são: Eletricidade Aplicada;
Mecânica dos Sólidos; Mecânica dos Fluídos; Ciência dos Materiais; Engenharia do
Produto; Ergonomia e Segurança do Trabalho; Estratégia e Organização; Gerência de
Produção; Gestão Ambiental; Gestão Econômica; Gestão de Tecnologia; Materiais de
Construção Mecânica; Métodos Numéricos; Modelagem, Análise e Simulação de
Sistemas; Pesquisa Operacional; Processos de Fabricação; Qualidade; Sistemas de
Informação; Transporte e Logística; Controle Estatístico do Processo; Ferramentas da
Qualidade; Gerência de Projetos; Gestão do Conhecimento; Gestão Estratégica de
Custos; Instalações Industriais; Planejamento do Processo; Planejamento e Controle da
Produção.
http://abepro.org.br/arquivos/websites/1/referenciais_engenharias_MEC.pdf
 Currículos (Matriz Curricular) ou os Fluxos Formativos de Cursos de Graduação
em Engenharia de Produção:
https://producao.ufc.br/pt/graduacao/estrutura-curricular/
http://www.poli.ufrj.br/arquivos/grades-graduacao/grade-producao.pdf
https://uspdigital.usp.br/jupiterweb/listarGradeCurricular?codcg=18&codcur=18084&codh
ab=0&tipo=N
http://cagr.sistemas.ufsc.br/relatorios/curriculoCurso?curso=214
 Quadro Brasileiro de Qualificações, (Ministério da Economia) da Secretaria
Especial de Previdência e Trabalho (BRASIL, 2020), que lista os conhecimentos
necessários para a formação dos técnicos em administração (Código: 3513-05)
Domínios técnico- Administração, Empreendedorismo e Empreendedorismo
profissionais da gestão e empresas emergentes Gestão
produção de bens negócios (startup) empreendedora
e serviços Empresas
emergentes (startup)
http://qbqconsulta.fipe.org.br/PesquisaDetalhe?ID=1035
 Relatório da Pesquisa Bibliográfica sobre Empreendedorismo e Educação
Empreendedora (SEBRAE, 2016), sobre as principais correntes, escolas e atores
da Educação Empreendedora:
Embora a contribuição de Schumpeter tenha sido de fundamental importância, o estudo
do empreendedorismo encontrou dificuldades em se firmar na economia. Conforme
esclarecem Carlsson et al. (2013), “a análise econômica neoclássica tradicional foca o
equilíbrio e ignora o papel da atividade empreendedora para a economia”4 (p. 918). Essa
peculiaridade dos estudos econômicos abriu espaço para que os teóricos do
comportamento se dedicassem à investigação do empreendedorismo. (p.37)
O empreendedorismo é um campo de estudo eminentemente multidisciplinar, que
perpassa a economia, sociologia, psicologia, geografia e estratégia. Essa característica
torna-o pujante e frutífero, ao mesmo tempo que fragmentado. (p.40)
A pesquisa sobre empreendedorismo pode ser dividida em grandes correntes, de acordo
com especificidades e tradições que unificam cada abordagem. Em cada corrente, é
comum que alguns autores se destaquem, seja pela elaboração de um trabalho seminal,
tornando-se referência para outros pesquisadores, seja pela publicação de trabalhos de
peso, definidores de conceitos e práticas. (p.42)
Para o nível de análise individual, trabalharemos com a divisão da pesquisa sobre
empreendedorismo em três grandes correntes: 1) a Corrente Econômica, 2) a Corrente
Comportamental e 3) a Corrente da Praticagem.
A Corrente Econômica é pioneira nos estudos sobre o empreendedorismo e o
empreendedor. Schumpeter pode ser apontado como o pesquisador que inaugura, de fato,
a investigação do empreendedorismo no escopo da economia. Conforme já destacamos,
o empreendedorismo encontra dificuldades, a princípio, de se fixar no terreno dos estudos
econômicos. Todavia, conforme apontam Carlsson et al. (2013), quando os economistas
finalmente embarcam no tema, o foco da pesquisa se torna mais amplo. (p.44)
A Corrente Comportamentalista surge na década de 1960. Diante das dificuldades que
o empreendedorismo encontrou em se firmar no terreno da economia, os
comportamentalistas incorporam-no, trazendo as reflexões para a área da psicologia,
dialogando com outras ciências humanas, como a sociologia e a antropologia. Essa
corrente tem como foco os indivíduos e as equipes, baseando-se na ciência
comportamental e nos processos intrapessoais dos indivíduos empreendedores
(CARLSSON et al., 2013).
O psicólogo David McClelland (1917-1998) lançou a obra seminal dessa abordagem, “The
Achieving Society” (1961). Seu trabalho bem como os outros que surgem nesse escopo
procuram entender as características pessoais e os traços de personalidade do
empreendedor. Para ele, o empreendedor é o indivíduo com alta necessidade de
realização (“need of achievement”). McClelland (1976, p. 207) percebe o
empreendedorismo em termos de papéis comportamentais, listando as características que
considera específicas do empreendedor, (...). Estudiosos da antropologia e da sociologia,
como Geertz e Lipset, também possuem trabalhos que fazem parte dessa corrente, tendo
em vista a tentativa de explicar o comportamento empreendedor a partir dos traços de
personalidade. (p.45-46)
[Corrente da Praticagem] Por fim, mais recentemente, pode-se identificar uma tendência
voltada para a investigação do modo de fazer do empreendedor, uma abordagem
orientada para o modus operandi dos empreendedores, isto é, suas ações. Denominamos
essa abordagem Corrente da Praticagem. O foco da análise está na forma como o
empreendedor age, na observação do desenvolvimento do processo empreendedor.
Dentro desse universo, podemos citar duas vertentes que têm ganhado destaque desde o
início do século XXI. Uma delas é a Effectuation Theory, desenvolvida por Saras
Sarasvathy em seu artigo “Causation and Effectuation: Toward a Theoretical Shift from
Economic Inevitability to Entrepreneurial Contingency” (2001), que inaugura um novo
paradigma de tomada de decisão. O foco de Sarasvathy está sobre o modo de fazer, a
forma de se tomar uma decisão no processo empreendedor. No effectuation, o indivíduo
tem os meios, e, a partir do processo de tomada de decisão, ele define qual será o seu
objetivo. Este, então, não é dado a priori, como acontece nos processos causation. O
effectuation consiste na escolha entre vários efeitos possíveis, usando um grupo particular
de meios. É um processo criativo, imaginativo, colaborativo, que não busca prever o futuro,
mas controlar os aspectos de um futuro imprevisível. (p.47)
https://cer.sebrae.com.br/wp-content/uploads/2015/12/EE-0115-16_Pesquisa-FDC-
FINAL.pdf

Conforme fundamentação acima, é mister considerar que no IFCE as


“especialidades e habilitações de cada subárea, é fundamentalmente padronizada a
partir da graduação do docente”. É importante destacar que a fundamentação e as
argumentações acima, não se estendem na atuação do docente na PESQUISA e na
EXTENSÃO. Estamos considerando a atuação docente no IFCE apenas no aspecto
do ENSINO.
Nesse sentido, os documentos oficiais do Ministério da Educação deixa
evidente que a formação adequada para o itinerário formativo da Educação em
Empreendedorismo no atendimento das três grandes correntes (Econômica,
Comportamental e Praticagem) é docente graduado em Administração e
Administração de Empresas, pois o mesmo possuí todas as competências para
ministrar a disciplina de Empreendedorismo proporcionando uma educação
profissional permitindo aos alunos uma cultura empreendedora focada na intenção
empreendedora, na inovação tecnológica e na geração de emprego e renda.
O ensino de empreendedorismo requer um perfil docente que tenha essa
interdisciplinaridade em sua formação acadêmica, argumento esse justificado através
da comprovação dos currículos de graduação dos cursos de Administração e
Administração de Empresas.
Nesse sentido, verificando os Currículos (Matriz Curricular) ou os Fluxos
Formativos de Cursos de Graduação como Engenharia de Produção, Economia e
Contabilidade; não há esse arcabouço curricular específico que permita a atuação
como docente de ensino em empreendedorismo, principalmente pela ausência da
formação comportamental. Nesses cursos, não existem disciplinas que estejam
diretamente ligadas a formação do perfil empreendedor, ou, no máximo, algumas
disciplinas são ofertadas, muitas delas, optativas, que não são consubstanciais para
desenvolver o perfil de educador de empreendedorismo.
A fim de evitar a ANOMIA ou BAGUNÇA PEDAGÓGICA, é imperativo que os
titulares das disciplinas de EMPREENDEDORISMO estejam vinculados
especificamente ao Perfil Docente no IFCE com formação na graduação em
Administração e Administração de Empresas.
Nesse entendimento e fundamentação, ressaltamos que nosso olhar é
especificamente na atuação do ENSINO, desta forma em nenhum momento estamos
restringindo a atuação dos profissionais de outras categorias na PESQUISA ou na
EXTENSÃO.
Certos de sua atenção, agradecidos por sua atenção, aproveitamos a
oportunidade para manifestar nosso apreço e consideração.

Respeitosamente

Prof. Aureliano Ximenes


(085) 99965-2208 (WhatsApp)
Professor Efetivo de Administração no IFCE
(SIAPE 1958734)
Coordenador Geral e Orientador do Negócios do PGINI
Vice-Líder do Grupo de Pesquisa em Educação Empreendedora- GPEDE
Mestrando em Administração (2021-2022) - USCS
LATTES: http://lattes.cnpq.br/0109224262620084

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