Impressao
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BIODIREITO, BIODIVERSIDADE
E BIOÉTICA
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Para melhor compreender os conceitos de biodireito, biodiversidade e
bioética, é necessário analisar e entender os objetivos gerais da bioética e sua
abrangência com relação ao direito comparado. Nesse estudo, não é possível
passar por cima dos princípios gerais, que devem ser minunciosamente
estudados.
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2.1.2 O princípio da autonomia
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chamados direitos civis e políticos: direito à vida, à saúde ou à
integridade física, à liberdade e à propriedade, além do direito a defendê-
las quando as considerar ameaçadas.
c) A justiça como igualdade social. Surge aqui a importância da proposta
marxista. Ao negar a propriedade privada dos bens de produção, o
marxismo permite uma nova definição da justiça distributiva: o que deve
ser equitativamente.
d) A justiça como bem-estar coletivo. É o resultado dos movimentos
pelos direitos civis e políticos, mas também sociais. Na área da saúde
levou à concepção da assistência sanitária como direito e saúde a ser
tratada como questão pública e política. O estado de justiça social, que
nos países ocidentais chegou a identificar-se com o Estado do bem-estar
(ou benfeitor), há de ter entre suas máximas prioridades a proteção do
direito à assistência sanitária.
e) a justiça é definida não como proporcionalidade natural, nem como
liberdade contratual, nem como igualdade social, mas sim como
equidade.
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potencialidades, quer individual quer socialmente, e o direito de assegurar aos
seus pósteros as mesmas condições favoráveis.
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custo para evitar a degradação ambiental; IX - a internalização dos
custos ambientais e a utilização de instrumentos econômicos será
promovida tendo em conta o princípio de que o poluidor deverá, em
princípio, suportar o custo da poluição, com o devido respeito pelo
interesse público e sem distorcer o comércio e os investimentos
internacionais; X - a instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente deverá ser
precedida de estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade; XI - o homem faz parte da natureza e está presente nos
diferentes ecossistemas brasileiros há mais de dez mil anos, e todos
estes ecossistemas foram e estão sendo alterados por ele em maior ou
menor escala; XII - a manutenção da diversidade cultural nacional é
importante para pluralidade de valores na sociedade em relação à
biodiversidade, sendo que os povos indígenas, os quilombolas e as
outras comunidades locais desempenham um papel importante na
conservação e na utilização sustentável da biodiversidade brasileira;
XIII - as ações relacionadas ao acesso ao conhecimento tradicional
associado à biodiversidade deverão transcorrer com consentimento
prévio informado dos povos indígenas, dos quilombolas e das outras
comunidades locais; XIV - o valor de uso da biodiversidade é
determinado pelos valores culturais e inclui valor de uso direto e indireto,
de opção de uso futuro e, ainda, valor intrínseco, incluindo os valores
ecológico, genético, social, econômico, científico, educacional, cultural,
recreativo e estético; XV - a conservação e a utilização sustentável da
biodiversidade devem contribuir para o desenvolvimento econômico e
social e para a erradicação da pobreza; XVI - a gestão dos ecossistemas
deve buscar o equilíbrio apropriado entre a conservação e a utilização
sustentável da biodiversidade, e os ecossistemas devem ser
administrados dentro dos limites de seu funcionamento; XVII - os
ecossistemas devem ser entendidos e manejados em um contexto
econômico, objetivando: a) reduzir distorções de mercado que afetam
negativamente a biodiversidade; b) promover incentivos para a
conservação da biodiversidade e sua utilização sustentável;
etc.) internalizar custos e benefícios em um dado ecossistema o tanto
quanto possível; XVIII - a pesquisa, a conservação ex situ e a agregação
de valor sobre componentes da biodiversidade brasileira devem ser
realizadas preferencialmente no país, sendo bem vindas as iniciativas
de cooperação internacional, respeitados os interesses e a coordenação
nacional; XIX - as ações nacionais de gestão da biodiversidade devem
estabelecer sinergias e ações integradas com convenções, tratados e
acordos internacionais relacionados ao tema da gestão da
biodiversidade; e XX - as ações de gestão da biodiversidade terão
caráter integrado, descentralizado e participativo, permitindo que todos
os setores da sociedade brasileira tenham, efetivamente, acesso aos
benefícios gerados por sua utilização.
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pesquisas. A interdisciplinaridade entre as ciências médicas e jurídicas desvela
seu ponto de contato com a ética. Destaca-se também o amparo legal existente
no Brasil para ratificar um desenvolvimento científico sustentável em prol de uma
qualidade de vida com dignidade.
As evoluções tecnologias crescem de maneira espantosa; os avanços da
medicina são inúmeros, objetivando-se uma harmonização do ser humano com a
natureza.
No entanto, os avanços jurídicos muitas vezes não acompanham as
crescentes mudanças, e por vezes o direito acaba por ficar desatualizado e, por
consequência, a sociedade fica desprovida de soluções para os problemas
decorrentes de tais avanços.
O biodireito traz a proposta de estudar essa interrelação entre o direito e as
ciências da vida, pois há uma intercomunicação entre as áreas, e os seus efeitos
na sociedade necessitam de parâmetros reguladores.
Em se tratando das pesquisas genéticas, a ciência há tempos vem tentando
desvendar os seus mistérios, e a ciência jurídica vem se adaptando às mudanças
apresentadas com o intuito de salvaguardar o bem mais precioso do direito: a
harmonia entre o cientificamente possível e o juridicamente permissível.
O final do século XX trouxe inovações na área da biotecnologia; em
decorrência do progresso científico, a biotecnologia hoje é uma realidade, e assim
surgem debates de cunho ético, filosófico, jurídico, social, com novas áreas de
enfrentamento para a compreensão dessa nova realidade, como por exemplo a
bioética, o biodireito e também a necessidade de harmonizar esse progresso ao
desenvolvimento sustentável.
Pode-se afirmar que a biotecnologia é responsável por uma parcela
significativa da melhoria nas condições dos cuidados de saúde. Entretanto, a
biotecnologia não é neutra, porque pode trazer consigo consequências danosas,
e por isso é importante analisar o progresso científico com lastro no
desenvolvimento sustentável, sendo indissociável dessa sustentabilidade
aspectos de cunho bioético.
Assim, é preciso tratar, dentre muitos assuntos relacionados à
biotecnologia, as pesquisas genéticas, analisando aspectos da bioética, do
progresso científico e seu desenvolvimento sustentável em relação à proteção à
vida e à dignidade da pessoa humana, tendo como paralelos a Constituição da
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República de 1988 e a Declaração Universal do Genoma Humano e Direitos
Humanos.
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subjetividade moral – deixando claro, contudo, que o direito deve limitar e inovar,
acompanhando os avanços biotécnicos. De qualquer forma, acima de tudo está a
ética, que deve ser observada e respeitada sempre.
Jürgen Habermas afirma (2004):
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REFERÊNCIAS
MILARÉ, É. Direito do ambiente. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017.
WILSON, E.O. Diversidade da vida. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
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