Omg Bioética
Omg Bioética
Omg Bioética
CAPA
Temas-problemas da cultura científico-tecnológica - organismos geneticamente modificados
(OMG)
2. FORMULAR O PROBLEMA:
Questão central
Será eticamente legítimo o recurso a organismos geneticamente modificados para
melhorar a vida humana?
Será eticamente legítimo o recurso a organismos geneticamente modificados para
combater a fome e as alterações climáticas?
Questões associadas
Que riscos este tipo de biotecnologia pode trazer para o homem e para o ambiente?
Numa terra em mudança, que lugar ocupam os ogms?
Quais as potencialidades dos ogms para o desenvolvimento sustentável?
Quais as linhas vermelhas na manipulação genética? Qual é o limite?
Qual o fundamento do nosso dever de defender e preservar o ambiente?
3. INTRODUÇÃO
A reflexão filosófica sobre o conhecimento científico não se limita a esclarecer o que é a
ciência, a debater os seus problemas metodológicos e a forma como evolui. Interessa-se,
também, pela face socialmente mais visível da ciência, ISTO é, pelos seus efeitos e impacto
na vida e no mundo em geral.
Nas últimas décadas a ciência em geral realizou progressos assinaláveis. Estas
transformações despertaram uma série de interrogações de caráter moral e jurídico, ao
mesmo tempo que os órgãos de comunicação e social, especializados ou não, alimentaram
medos acerca do que o futuro NOS reserva.
Destas inquietações ligadas em especial ao grande desenvolvimento da biologia e da
genética surgiu uma nova disciplina filosófica criada no início dos anos 70 do século XX nos
Estados Unidos: a bioética. A bioética surge no contexto do progresso científico e tecnológico
que se fazia sentir no interior das ciências Biomédicas. São exemplo desse progresso as
novidades tecnológicas surgidas ao nível dos cuidados intensivos com recém-nascidos, v é mó
diálise em doentes com insuficiência renal, deve fertilização in vitro etc. Todavia, foram
também alguns acontecimentos históricos graves que incentivaram o aparecimento da
bioética. Ninguém pode esquecer o caso das experiências realizadas com seres humanos no
período da dominação nazi, ou do recurso a crianças deficientes na investigação do vírus da
hepatite entre 1956 e 1971 nos Estados Unidos da América.
O termo de ética foi pela primeira vez utilizado por um médico Van Rensselaer Potter. Ele via a
bioética como a ética da Biosfera, por simultaneamente se ocupar de questões médicas e
ecológicas (que se prendem com a preservação da vida no planeta Terra).
A reflexão bioética parte de um pressuposto fundamental: nem tudo o que é tecnicamente
realizável é eticamente aceitável. Como diz Luís Archer, «Bioética é decisão da sociedade
sobre as tecnologias que lhe convêm. É a expressão da consciência pública da
humanidade». )Nota: Luís Archer foi um padre e cientista português as suas ideias constituem
uma referência no âmbito da reflexão bioética em Portugal foi Presidente do Conselho
nacional de ética para as ciências da vida entre 1996 e 2001)
A Bioética surge como um campo de diálogo entre as ciências da vida e as ciências humanas.
O termo Bioética resulta da fusão de “bio”, representação do conhecimento biológico, com
“ética”, representação dos sistemas humanos de valores, refletindo a necessidade de se
estabelecer uma ponte entre a cultura das ciências e a cultura das humanidades. o objetivo
desta nova área do saber seria contribuir para que o homem tivesse uma participação
racional e cautelosa no processo de evolução biológica e cultural, desenvolvendo uma ética
das relações vitais, dos seres humanos entre si e dos seres humanos com os ecossistemas.
De certo modo, as correntes ambientalistas atuais e a Bioética têm uma origem comum em
que convergem as preocupações com a saúde ambiental, as biotecnologias e as questões
demográficas, entre as quais tem particular relevo o combate à fome.
Bioética
considera se que a bioética é um ramo da ética aplicada que debate os problemas morais
suscitados pelo desenvolvimento da investigação em biologia e medicina e pelas aplicações
dos resultados dessas pesquisas. O problema geral da bioética é o de saber que princípios
éticos e que teorias normativas devemos aplicar na resolução de problemas morais práticos
associados às grandes mudanças que têm acontecido no campo biomédico e biotecnológico.
As implicações éticas da fertilização in vitro, da exploração do genoma humano são temas,
por exemplo, de grande importância bioética.
Conclui-se, de forma crítica, sobre a necessidade em desenvolver, prover e gerir a
biotecnologia moderna em proveito da humanidade e do ambiente
4. DEFINIR OMG
Os OMG são…
Os Organismos Geneticamente Modificados proporcionam múltiplas e crescentes aplicações
no domínio da investigação médica e biológica, na nutrição, na saúde, no ambiente e,
principalmente, na agricultura. Paralelamente, suscitam preocupações sobre os potenciais
riscos para a saúde e o ambiente, bem como questões políticas, económicas e sociais,
motivando significativa controvérsia sobre o verdadeiro contributo desta tecnologia para a
Humanidade.
No contexto do nosso trabalho, a bioética perguntará:
Será eticamente legítimo o recurso a organismos geneticamente modificados para combater a
fome e as alterações climáticas?
O que é eticamente correto fazer no exercício da biotecnologia dos OMG?
Que riscos este tipo de biotecnologia pode trazer para o homem e para o ambiente?
5. IMPACTOS NA SAÚDE
6. IMPACTOS NO AMBIENTE
1.º «aje apenas segundo uma Máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se
torne lei universal» - fórmula da lei universal
2.º «aje como se a Máxima da tua ação se devesse tornar, pela tua vontade, em lei universal
da natureza» - fórmula da lei universal da natureza
3.º aje, de tal maneira que uses a humanidade tanto na tua pessoa como na pessoa de
qualquer outro, sempre e simultaneamente como um fim e nunca como um meio.»
Responsabilidade ambiental
Qual o fundamento do nosso dever de defender e preservar o ambiente?
«As possibilidades técnicas abertas pela ciência contemporânea deram origem àquilo a que
se passou a chamar tecnociência; os efeitos da tecnociência contemporânea, quer ao nível
físico quer ao nível químico, biológico ou genético, atingem o planeta e os seres humanos na
sua globalidade (…). As consequências da ação do Homem sobre o ecossistema tornam-se
irreversíveis, produzindo efeitos que escapam ao controlo humano».
(…) Além dos problemas ambientais: poluição do ambiente de modo massivo e irrecuperável
e as alterações climáticas, os problemas ligados às possibilidades de intervenção sobre o
próprio ser humano vieram acrescentar-se a lista dos casos moral social e politicamente
problemáticos: os exemplos das manipulações genéticas com todas as suas consequências
previsíveis ou ainda não previstas levantam uma questão simples que se pode enunciar
nestes termos: que tipo de Terra e que tipo de ser humano vamos deixar de herança
às gerações futuras? (…).»
Michel Renaud, os direitos das gerações vindouras in bioética. Lisboa edição verbo 1996 página 151 adaptado.
- A natureza deve ser protegida porque devemos reconhecer que o direito a um planeta
habitável é um direito das gerações futuras. Esta posição foi defendida originalmente pelo
filósofo alemão Hans Jonas na obra o princípio da responsabilidade publicada em 1979.
A responsabilidade a respeito das gerações futuras exige que lhes leguemos um planeta
habitável e que não alteremos as condições biológicas da humanidade.
Qual é o nosso dever no momento atual para que essa finalidade se cumpra? Antecipar as
consequências eventualmente nefastas do nosso poder científico-tecnológico e impor limites.
- Aldo Leopold, filósofo ambiental (1887-1948) apresentou as linhas gerais da ética da Terra,
uma ética ambiental que trata da relação do ser humano com a Terra, alargando os limites da
comunidade moral, de modo a incluir nela os solos, as plantas e os animais ou, numa palavra,
é Terra. ISTO significa que a ética da Terra tem uma dimensão holística. Na perspetiva
holística de Leopold, a conservação da natureza constitui um e
stado de harmonia entre o ser humano e a Terra. A ética da Terra encontra-se, assim,
associada ao desenvolvimento de uma consciência ecológica, exigindo uma alteração interna
das prioridades intelectuais, deslealdades, dos afetos e das convicções. Como espécie de
regra de ouro para a ética da Terra, leopold refere que uma coisa está certa quando tende
para preservar a integridade, a estabilidade e a beleza da comunidade biótica e que está
errada quando tende no sentido oposto.
Nota: a expressão como unidade biótica permite realçar a interdependência dos seres. Enfim
tchau
- A ética antropocêntrica defende que só o ser humano tem valor em si e por isso só os seus
interesses contam.
- A ética biocêntrica, centrada na ideia de que todos os seres vivos são dignos de
consideração moral, rejeita que só devamos respeitar a natureza porque isso é do nosso
interesse ou do interesse das gerações humanas futuras.
Em última análise, cabe aos poderes políticos zelar pelos interesses de todos os cidadãos e proceder a um estudo
sério dos prós e contras da adoção de uma determinada tecnologia, tomando medidas que mitiguem ou revertam
os inconvenientes inerentes a essas práticas.