Memorial Descritivo
Memorial Descritivo
Memorial Descritivo
Aula 11/11/2021 – Arte Mesopotâmica e Egípcia (primeira aula que assisti devido ao atraso
relacionado ao ajuste de matrícula)
A arte mesopotâmica, por último, também se prova relevante de ser estudada devido a sua
influência no que tange a história medieval, a conhecida epopéia de Gilgamesh e seus muitos
paralelos com histórias bíblicas refletem o imaginário medieval com fidedignidade e nos
ajudam a desvendar inspirações indissociáveis.
Muito próximo disso fica a arte egípcia que como já é de conhecimento, vários elementos da
sociedade egípcia eram indissociáveis de sua cosmogonia, ou seja, o teor religioso permeia o
imaginário social de forma que a arte apenas espelha tal fenômeno. Como parte do culto a
seus mortos, os egípcios adornavam ricamente as pirâmides e demais túmulos em solenidade
aos falecidos, como forma de homenagem. A pintura egípcia possui uma identidade muito
particular de construir narrativas por meio do desenho, sendo assim, os artistas buscavam
contar causos da vida do futuro habitante do local onde produziam e sua identidade visual se
deve a um padrão muito específico do qual não se fugia, então podemos observar uma
predominância de traços, cores e além do anonimato. Não podemos apontar nomes de artistas
egípcios porque a finalidade não era a arte pela arte em si, mas sim atribuir uma utilização
clara para a arte enquanto objeto de expressão e comunicação.
Assisti o filme Helena de Tróia e foi possível observar a reprodução em tela de alguns aspectos
culturais que são transmitidos ao fazer artístico, como por exemplo, as lutas épicas que
sempre habitaram o imaginário da época e inspiraram peças teatrais e até poemas.
A arte grega reúne características muito marcantes e populares que são facilmente
identificáveis, talvez sendo um dos períodos artísticos com mais facilidade de ser propriamente
caraterístico para leigos devido a aspectos como as colunas até hoje utilizadas em projetos
arquitetônicos que emulam o clássico como identidade, os padrões geométricos que
permeiam objetos como vasos que hodiernamente ainda são adotados como identidades
visuais, por exemplo, no caso da grife italiana Versace que utiliza a imagem da Medusa e
demais elementos da arte grega. O teatro grego também tem seu espaço dentro do senso
comum e do imaginário popular, as famosas máscaras expressivas do teatro grego são
facilmente reconhecidas e famosos por algumas tragédias épicas estudadas pela filosofia e até
pelo direito como é o caso de Antígona.
Destaca-se também a arte Romana que possui relações estreitas com a Grega devido a sua
assimilação cultural que ocorreu por meio da conquista, os romanos decidiram possuir esses
elementos e como ambos estabelecem, representam e buscam um ideal de beleza totalmente
imaginado isto é notável devido a precisão de suas esculturas e dos corpos que nela se
observa.
A arte medieval, não se difere muito das anteriores por representar a religiosidade e poder
imposto por essa. Como observei na aula que tratou do Egito, haviam regras impostas sobre a
forma como deveria se retratar as histórias contadas por essas obras, assim como a Igreja
Católica impunha regras sobre os artistas medievais priorizando temas predominantemente
religiosos e que condicionasse os observadores a servidão incondicional a Deus, já que, a
população era iletrado a forma mais simples e generalizada de comunicação era por meio da
arte.
O estilo românico é fruto da alta idade média, da influência de Roma, e seu reflexo se dá
principalmente na arquiteta de (claro) igrejas, com paredes mais grossas e prédios mais
“brutos” e menos detalhistas.
Já a arte gótica se dá na baixa idade média, busca trazer mais leveza e riqueza em detalhes e
grandeza às suas construções com grandes janelas e vitrais coloridos com o propósito de trazer
luz ao interior.
É importante ressaltar que não é aleatório a menção a igrejas em ambos os exemplos já que
isso representa a centralidade da instituição na vida das pessoas e dos artistas em seu
exercício.
O longa “Moça com Brinco de pérola” surpreende não só pelo uso da luz, pela curiosidade
contida no uso de cores ou pelo mistério que permeia a identidade da protagonista da obra
mas também por se tratar de uma obra distante do convencional que mitos do senso comum
teimam em classificar a arte renascentista necessariamente com algo concentrado na Itália e
não algo que rondou toda a Europa mas que teve destaque especial aos mestres italianos. No
longa metragem o diretor toma a liberdade artística concebida pela licença poética para
atribuir não só uma identidade como uma história e uma personalidade à Moça, é interessante
observar como em alguns momentos ele busca subverter certas aspirações podemos retirar do
quadro, como por exemplo, seu aspecto angelical e infantil.
Grandes mestres como Leonardo, Michelangelo e Rafael então passaram a gozar da liberdade
de brincar com temas, dimensões, luz e cores. Trazendo a tridimensionalidade, a
expressividade do impacto das sombras como podemos ver pelo uso da técnica do sfumato na
homônima obra Mona Lisa e sua expressão que permeia o imaginário popular justamente pelo
efeito da técnica.
O contraste entre luz e cores também foi muito explorado por Sandro Botticelli e Rafael Sanzio
que usavam estas ferramentas como forma de destacar determinados elementos presentes
em seus trabalhos.
Renascimento sempre foi um dos meus períodos artísticos favoritos e um dos que mais me
motivou a ter apreço pela história da arte, provavelmente por influência direta da obra do Dan
Brown, particularmente sinto apreço pela figura do Michelangelo principalmente lendo
registros do Vasari sobre sua personalidade e sua relação complexa com o “ser artista”
Já a arte barroca tem certos ares de nostalgia pelo tema religioso associado às técnicas do
renascimento buscando reforçar outros elementos com detalhes, cores, contraste e luz. A arte
barroca possui virtudes particulares por sua presença no Brasil e saída do cenário
predominante da Europa, ainda que tenha sido importada por colonizadores e seja mais uma
marca colonial brasileira, ao menos coloca o Brasil dentro da discussão sobre movimentos
artísticos “clássicos” para além da arte indígena que já existiu e sempre existirá em território
brasileiro.
As apresentações apesar de rápidas foram estimulantes porquê acabaram por se dar quase
num formato de “trivia” apesar de alguns movimentos terem sido aprofundados muito pouco,
foi possível absorver aspectos de cada um além de treinar o poder de síntese e resumir em
cinco pequenos minutos algo que foi fruto de anos e décadas de criatividade sobrepostas.
Além disso, a minha experiência com o meu tema foi muito construtiva que no caso foi o
Surrealismo, escolhi com certo cuidado pois gosto muito desse movimento específico e
gostaria de debatê-lo em aula devido a variedade de temas com o qual é possível que seja
relacionado: a psicologia e a psicanálise e a filosofia e obviamente a história. É interessante
observar como movimentos bruscos como as guerras foram fator determinante para esculpir
alguns desses movimentos.
A arte pós moderna já trás características que conhecemos com mais familiaridade cotidiana
pois habita os dias atuais. Arte predominantemente conceitual, livre de amarras que podem
ser observadas ao longo de séculos e preza a experiência artística em si, a mensagem ou até a
ausência desta presente numa obra, o que o artista busca transmitir com sua composição são
o propósito final do que se experiencia hoje o que rompe não só com movimentos antigos de
normas estabelecidas como a arte medieval mas como as vanguardas modernas que ainda
carregavam experiências artísticas muito cíclicas e definidas com propósitos semelhantes
carregando assim, subjetividade na experiência.
Concluo portanto que apesar dos percalços no âmbito pessoal por mim enfrentados que ainda
persistem em complicar, ainda foi de grande ajuda e prazer absorver e demolir muitos
preconceitos e mitos adquiridos do senso comum ou do ensino defasado de história da arte
nas escolas, interessante me aprofundar em alguns capítulos especialmente prazerosos e
conhecer mais sobre outros que outrora acreditava que não me interessaria simplesmente
pelo julgamento estético de “não me agrada, não quero saber” uma atitude de reduzir a arte
ao que ela parece ser e não ao que ela pode e busca proporcionar. Experiência produtiva e
positiva que buscarei replicar nas demais disciplinas no curso.