Aula 69 - Controle Da Administração Pública - Parte II

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Controle da Administração Pública – Parte II


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CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PARTE II

TIPOS E FORMAS DE CONTROLE


Controle Administrativo Controle Legislativo Controle Judicial
Função administrativa nos 3
Sujeito Função Típica – Fiscalizar Função Típica
Poderes
Controle Interno
Localização
(todos órgãos) Controle Externo Controle Externo
do Órgão
Obs.: Controle Externo*
Legalidade ou mérito Legalidade ou mérito* Somente Legalidade
Aspecto
É o mais amplo Limitado às hipóteses da CF É o mais restrito
Relação de subordinação Inafastabilidade do Poder
Controle Político
Fundamento (autotutela) ou vinculação Judiciário
(Checks and Balances)
(tutela) (Checks and Balances)
Iniciativa De ofício ou por provocação De ofício ou por provocação Só por provocação (inércia)
Prévio, concomitante e Prévio, concomitante e Em regra, concomitante e
Momento
superveniente superveniente superveniente
Fiscalização Hierárquica
(Autotutela)
Supervisão “Ministerial” Poder de sustação (art. 49, V) Mandado de Segurança
Espécies/ (Tutela) Poder de convocação (art. 50) Ação Popular
exemplos Recursos Administrativos CPI’s (art. 58, § 3º) Ação Civil Pública
(Recurso hierárquico, recon- Tribunais de Contas (art. 71) Habeas Data etc.
sideração, revisão, reclama-
ção e representação)

O fundamento do controle administrativo é a relação de subordinação (autotutela) ou de


vinculação (tutela). Por isso, o controle administrativo é o mais amplo. Já o controle legis-
lativo e o controle judicial são controles pautados na máxima do check and balances, isto
é, da teoria dos freios e contrapesos. A CF dispõe que os Poderes são independentes e
harmônicos entre si, isto é, cada Poder é independente, mas um controla o outro. Tanto o
controle legislativo quanto o judicial, por serem externos, apreciam o dever constitucional de
que nenhum dos Poderes será ilimitado. Entretanto, o controle que o Legislativo faz sobre o
Executivo ou que o Judiciário faz sobre o Legislativo não é de subordinação.
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ANOTAÇÕES

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O Legislativo editou uma lei que instituía que todas as minutas de edital deveriam, antes
de qualquer iniciativa, ser colocadas para a análise do Tribunal de Contas. O Judiciário deci-
diu que isso é inconstitucional, porque subordina a publicação do edital a um controle prévio.
Além de um Poder controlar o outro, ele também exerce o papel de outro. O Legislativo
tem a função típica de legislar e fiscalizar, mas também exerce um pouco do papel do Exe-
cutivo (administrar) e do Judiciário (julgar) – ex.: julgamento do crime de responsabilidade
pelo Legislativo. O Judiciário também administra internamente e legisla (ex.: editar seu regi-
mento). O Executivo também pode fazer o papel do Legislativo (ex.: edição de uma Medida
Provisória, a qual tem força de lei), mas não cabe ao Executivo exercer o papel jurisdicional.

ATENÇÃO
Não cabe ao Executivo desempenhar a função típica do Judiciário, isto é, não cabe ao
Executivo julgar.

Tanto o controle administrativo quanto o legislativo podem ser iniciados de ofício ou


mediante provocação. Em se tratando do Judiciário, entretanto, só há ação por provocação.
Nesse caso, vigora o princípio da inércia, isto é, o Judiciário só age quando é provocado.
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 Obs.: O STJD é um mero órgão administrativo da CBF e não tem relação com o Judiciário.
Assim, os julgamentos do STJD são administrativos.

O controle pode ocorrer antes mesmo do ato nascer. É possível, portanto, que os contro-
les administrativo e legislativo sejam prévios, concomitantes ou supervenientes. O controle
judicial, entretanto, será concomitante e superveniente, em regra. Como o Judiciário não é
consultivo, não há que se falar em controle prévio.
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 Obs.: É possível, entretanto, que o Judiciário conceda habeas corpus preventivo para
que determinado sujeito não seja preso ao depor perante o delegado. Trata-se de
uma exceção.
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DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/2021/POLÍCIA FEDERAL/ESCRIVÃO DE POLÍCIA FEDERAL) Determi-
nado agente da Polícia Federal revelou um segredo sobre uma operação policial que
seria realizada para deter uma quadrilha de traficantes. Ele havia se apropriado desse
segredo em razão do seu cargo. Tendo a operação fracassado, a administração da Polí-
cia recebeu uma denúncia sobre o ocorrido e abriu processo administrativo disciplinar
contra o referido servidor.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
A abertura do processo contra o servidor em questão é considerada controle externo e
posterior.

COMENTÁRIO

A abertura de processo administrativo é função administrativa, a qual é controle interno. O


processo administrativo gera o julgamento administrativo, no qual não há função jurisdicio-
nal (típica do Judiciário).
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O controle mencionado é posterior porque aconteceu após o fato.

2. (CESPE/2019/PGE-PE/ASSISTENTE DE PROCURADORIA) No que se refere ao con-


trole da administração pública, julgue o item que se segue.
O controle judicial dos atos administrativos é restrito a aspectos de legalidade, sendo
vedada a análise do mérito administrativo pelo Poder Judiciário.

COMENTÁRIO

A questão trata da regra. Em regra, o Judiciário não faz controle de mérito, mas ele pode
verificar se o mérito tem alguma ilegalidade. Portanto, se o mérito de um ato administrativo
for ilegal, caberá a análise do mérito. Esse aprofundamento só deve ser feito se a questão
direcionar para isso.
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3. (CESPE/2021/TCE-RJ/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – ESPECIALIDADE:


CONTROLE EXTERNO) Julgue o próximo item, a respeito de controle da administra-
ção pública.
O poder de autotutela permite à administração pública rever os seus próprios atos quan-
do estes forem ilegais, inoportunos ou inconvenientes; o poder de tutela consiste na fis-
calização exercida por órgão da administração direta sobre entidade da administração
indireta, nos termos definidos em lei, para garantir o cumprimento de suas finalidades
institucionais.

COMENTÁRIO

A autotutela é controle interno. Não é pacífico, entretanto, sobre a tutela ser controle exter-
no ou interno. Alguns entendem que se trata de controle externo porque há uma estrutura
autônoma controlando outra estrutura autônoma.
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4. (FGV/2018/PREFEITURA DE NITERÓI – RJ/AUDITOR MUNICIPAL DE CONTROLE


INTERNO – CONTROLADORIA) O controle na Administração Pública é de suma impor-
tância para que o Estado execute suas funções em conformidade com a Constituição.
Sobre o controle interno no Brasil, assinale a afirmativa correta.
a. É exercido pelo Judiciário quando julga uma ação trabalhista contra uma autarquia.
b. Está subordinado ao controle externo, tendo a sua organização definida pelos tribu-
nais de contas.
c. Por ter caráter meramente administrativo, não assegura os princípios de ampla defesa
e contraditório.
d. Utiliza a técnica de controle posterior, deixando o controle prévio e concomitante a
cargo do órgão de controle externo.
e. Será exercido de maneira integrada pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

COMENTÁRIO

a. O julgamento de uma ação trabalhista é função típica do Poder Judiciário. Logo, trata-se
de controle externo.
b. Os mecanismos de controle interno e externo devem ser integrados, não há relação de
subordinação.
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c. O controle interno tem caráter meramente administrativo, mas devem ser assegurados
o contraditório e a ampla defesa, em regra. Uma das exceções é o inquérito policial, o
qual se trata de procedimento administrativo inquisitorial e não comporta contraditório e
ampla defesa.
d. O controle interno pode ser posterior, prévio ou concomitante.
e. Art. 74, CF.

5. (CESPE/2021/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) No que con-


cerne a controle da administração pública, julgue o item subsequente.
Apenas a Constituição Federal de 1988 pode prever modalidades de controle externo.

COMENTÁRIO

A palavra “prever”, nessa questão, funciona como sinônimo de criar, estabelecer, definir.
30m
Por outro lado, há previsão de controle externo em várias leis. Essas previsões são extra-
ídas da Constituição.
Entretanto, apenas a Constituição pode criar mecanismos de controle externo.

6. (CESPE/2020/TJ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO – DIREITO/ADAPTADA) Acerca do con-


trole da administração pública, julgue os itens a seguir.
Nenhuma lei pode criar uma modalidade inovadora de controle externo não prevista
constitucionalmente.

7. (FGV/2018/AL-RO/ANALISTA LEGISLATIVO – PROCESSO LEGISLATIVO) Em maté-


ria de controle da administração pública, a Assembleia Legislativa de Rondônia deve
exercer o controle
a. judicial, com auxílio do Tribunal de Contas estadual, de fiscalização sobre os atos
administrativos do Executivo, do Judiciário e do próprio do Legislativo.
b. legislativo sobre os atos normativos editados pelos Poderes Judiciário e Executivo,
sustando os efeitos dos atos inconstitucionais.
c. externo, com auxílio do Tribunal de Contas estadual, sobre o Executivo, o Judiciário
e o Ministério Público estaduais no que se refere à receita, à despesa e à gestão dos
recursos públicos.
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d. administrativo e o interno, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplica-


ção das subvenções e renúncia de receitas dos órgãos integrantes da estrutura do
Poder Executivo estadual.
e. interno sobre verbas públicas dos demais poderes, mediante fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial de todas as entidades da adminis-
tração direta e indireta.

COMENTÁRIO

O Legislativo pode fazer controle jurisdicional quando se trata de julgamento dos crimes de
responsabilidade. Nos Estados, há um órgão especial formado por cinco membros do TJ
e cinco deputados.
Não cabe ao controle legislativo sustar os atos normativos do Judiciário, apenas do
Executivo.

8. (FGV/2018/TJ-SC/TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR) Em matéria de controle da Admi-


nistração Pública, de acordo com o ordenamento jurídico e a doutrina de Direito Admi-
35m
nistrativo, o Poder Judiciário:
a. não se submete a controle por parte do Poder Executivo, em razão do princípio da
soberania das decisões judiciais;
b. não se submete a controle por parte dos Poderes Legislativo e Executivo, em razão
do princípio da separação dos Poderes;
c. não se submete a controle por parte do Poder Legislativo, que desempenha apenas
atividade de elaboração de leis;
d. se submete a controle por parte dos Poderes Executivo e Legislativo, em razão do
sistema de freios e contrapesos;
e. se submete a controle contábil, financeiro e orçamentário, por parte do Poder Execu-
tivo, por meio do Tribunal de Contas.

COMENTÁRIO

A escolha dos membros do Judiciário, por exemplo, cabe ao Executivo.


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9. (CESPE/2021/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) No que con-


cerne a controle da administração pública, julgue o item subsequente.
Embora as comissões parlamentares de inquérito estejam, como uma modalidade de
controle legislativo, aptas a investigar fatos determinados em prazos determinados,
elas são desprovidas de poder condenatório.

COMENTÁRIO

No fim da CPI, há a apresentação de um relatório, o qual é enviado para as autoridades


competentes. A CPI não pode punir.

GABARITO
1. E
2. C
3. C
4. e
5. C
6. C
7. c
8. d
9. C

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Vandré Amorim.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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