0% acharam este documento útil (0 voto)
7 visualizações26 páginas

D - ADM (Aula 06)

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1/ 26

Aula 6

Controle dos Atos Administrativos

Afranio Faustino de Paula Filho


Aula 6 • Controle dos Atos Administrativos
Aula 6 • 
Aula 6 • 

Meta

Apresentar os diversos mecanismos de controle dos atos produzidos


pela Administração Pública brasileira.

Objetivos

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
1. Identificar as diversas formas de controle dos atos da Administração
Pública brasileira;reconhecer os principais direitos e vantagens, bem
como os deveres e responsabilidades que dizem respeito aos servido-
res públicos na Administração Pública brasileira.
2. Utilizar adequadamente os diversos recursos administrativos postos
à disposição dos administrados;
3. Reconhecer como se realizam os controles legislativo ou político e
judicial dos atos da Administração Pública brasileira;
4. Diferenciar entre si os diversos mecanismos de controle judicial dos
atos da Administração Pública.

2
Direito Administrativo

Introdução

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, resultante da


Revolução Francesa e tornada pública em 1789, em seu art. 15, dispu-
nha: “A sociedade tem o direito de pedir conta, a todo agente público, quanto
à sua administração”.

Centre historique des Archives nationales

Figura 6.1: Representação da Declaração dos Direitos do Homem e do


Cidadão - documento culminante da Revolução Francesa, que define
como universais os direitos individuais e coletivos dos seres humanos.
Fonte: http://www.histoire-image.org/photo/zoom/arc06_decl_04f.jpg

3
Aula 6 • Controle dos Atos Administrativos
Aula 6 • 
Aula 6 • 

Deste modo, o tema do controle relaciona-se à transparência no


exercício do poder estatal e, mais profundamente, com a corrupção, de
modo que, em tese, quanto mais efetivos os mecanismos de controle
sobre a Administração, menor será o índice de corrupção.
Assim, o controle dos atos administrativos pode ser conceituado
como a atribuição de vigilância, orientação e correção:
• de certo órgão ou agente público sobre a atuação de outro;
• de sua própria atuação, visando confirmá-la ou desfazê-la, conforme
seja, ou não, legal, conveniente, oportuna e eficiente.
No âmbito da Administração Pública direta ou centralizada, resulta
da subordinação hierárquica, e, no campo da Administração Pública
indireta ou descentralizada, resulta da vinculação administrativa.

Tipos de controle dos atos


administrativos no brasil

Quanto à extensão do controle

Em face do disposto na Súmula 473 do STF, já estudada na aula ante-


rior, podemos sustentar que existem dois tipos de controle, quais sejam,
o interno e o externo.
INTERNO – quando feito pela própria Administração Pública, po-
dendo ser de legalidade ou de mérito. O controle de legalidade permite a
anulação do ato produzido contrário à lei; já o de mérito permite a revo-
gação do ato legal, mas inconveniente ou inoportuno, segundo critérios
da Administração Pública.
EXTERNO – é o realizado pelo Poder Judiciário, sendo, neste caso,
apenas de legalidade.
Vale ressaltar, porém, que nem sempre o controle externo é feito por
órgão judicial, como acontece no caso do Tribunal de Contas, de vez
que, na forma do art.71 da Constituição Federal, é órgão auxiliar do
Poder Legislativo na fiscalização contábil, financeira e orçamentária.

Quanto à natureza do controle

DE LEGALIDADE – é aquele em que o órgão controlador confronta


a conduta administrativa com a norma jurídica vigente e eficaz. Pode ser

4
Direito Administrativo

realizado pela Administração Pública, pelos órgãos do Poder Judiciário


(art. 92 da CONSTITUIÇÃO FEDERAL) ou pelo Tribunal de Contas.
DE MÉRITO – é aquele que se limita à verificação da conveniência
e da oportunidade da conduta administrativa. Não pode ser realizado
pelo Poder Judiciário, a menos que tenha sido produzido pelo próprio
Judiciário no exercício do seu poder discricionário.

Quanto ao âmbito da Administração Pública

POR SUBORDINAÇÃO – quando exercido por meio dos vários pa-


tamares da hierarquia administrativa, dentro da mesma Administração,
seja ela direta ou indireta. Exs.: Departamento sobre Divisão; Chefe so-
bre Assessor, etc.
POR VINCULAÇÃO – correspondente ao poder de fiscalização e
de revisão atribuído a uma pessoa ou órgão da Administração direta,
que o exerce sobre os atos administrativos emanados das entidades da
Administração indireta. Ex.: Os atos praticados pelos órgãos de uma
autarquia, como a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, estão
sujeitos, por vinculação, ao controle do Ministério da Educação, ao qual
se liga a UFRRJ.

Figura 6.2: Campus da UFRRJ em Seropédica


Fonte: http://portal.ufrrj.br/wp-content/gallery/ufrrj/Foto-12-Veiculos-novos-para-
UFRRJ.JPG

5
Aula 6 • Controle dos Atos Administrativos
Aula 6 • 
Aula 6 • 

Cada entidade da Administração Indireta, seja ela autarquia, empre-


sa pública, sociedade de economia mista ou fundação pública, está vin-
culada a um ministério da Administração Direta.

Quanto à iniciativa

DE OFÍCIO – é o executado pela própria Administração Pública


através dos seus agentes, no exercício regular de suas funções. Ex.: o
chefe que, fazendo valer uma das faculdades que lhe confere o poder
hierárquico, por sua iniciativa, revê o ato de um subordinado seu.
PROVOCADO – é aquele deflagrado por terceiro, que postula a re-
visão da conduta administrativa. Ex.: o pedido de impeachment (impe-
dimento) é formulado dentro deste critério, pois ele deve ser, no caso do
impeachment do Presidente da República, pedido junto à Câmara dos
Deputados, que, se o julgar pertinente, iniciará o processo, que será jul-
gado pela Senado Federal, sob a presidência do Presidente do Supremo
Tribunal Federal.

Agência Brasil

Figura 6.3: Em 29 de dezembro de 1992, o ex-presidente


Fernando Collor renunciou ao seu mandato, tentando evitar o
processo de impeachment, causado pelo esquema PC Farias,
que envolvia corrupção e lavagem de dinheiro.
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b5/Fernando_
Collor_deixa_a_presid%C3%AAncia.jpg

6
Direito Administrativo

Quanto ao momento ou à oportunidade

PRÉVIO (PREVENTIVO ou A PRIORI) – o que antecede à edição


do ato administrativo, como acontece, por exemplo, no veto presiden-
cial a um projeto de lei.
CONCOMITANTE ou SUCESSIVO – aquele que acompanha
a formação do ato administrativo para verificar a sua regularida-
de. Ex.: a atuação de um Tribunal de Contas durante a execução do
orçamento público.
SUBSEQUENTE, CORRETIVO ou A POSTERIORI – o que é feito
após a edição do ato administrativo. O controle judicial é sempre des-
te tipo, salvo em medidas judiciais que possam ter caráter preventivo,
como o mandado de segurança e o habeas corpus.

Quanto ao órgão ou à natureza do controlador

ADMINISTRATIVO – é o realizado pelos órgãos administra-


tivos do Poder Executivo, do Legislativo e do Judiciário sobre suas
próprias atividades.
LEGISLATIVO – é o realizado pelo Poder Legislativo.
JUDICIAL – é o realizado pelo Poder Judiciário.
A partir desta classificação é que será desenvolvido, a seguir, o tema
desta aula.

Controle administrativo

Pode ser interno e externo. O controle administrativo interno é feito


através dos seguintes meios:
Direito de Petição – é uma espécie de denúncia, formal e assinada,
informando quanto a irregularidades na Administração Pública,
inclusive abuso de autoridade, endereçada à autoridade competente
para conhecer e impedir a ilegalidade apontada. Tem as seguintes
características:
É exercido por escrito e não deve conter expressões ofensivas
ou difamatórias.
Não pode ser clandestino ou anônimo.

7
Aula 6 • Controle dos Atos Administrativos
Aula 6 • 
Aula 6 • 

Pode conter pedidos de revisão, queixas, súplicas, sugestões, etc.


Seu signatário está sujeito a responsabilização civil ou penal, em caso
de falsidade dos fatos imputados.
Não obriga, no entanto, a Administração Pública a tomar qualquer
medida, pois vale como informação de ilegalidades que devem ser co-
nhecidas e corrigidas pelos meios que ela julgar convenientes.
Previsto no art. 5º, XXXIV-a da Consituição Federal, pode ser exer-
cido por qualquer pessoa, a qualquer tempo, independentemente do
pagamento de taxas.
Fiscalização Hierárquica (Hierarquia Orgânica) – aquela exercida
pelos órgãos públicos mais elevados hierarquicamente sobre os que lhe
são subordinados.
Recursos Administrativos – são instrumentos jurídicos de reexame
de um ato administrativo, na esfera administrativa, perante:
• a mesma autoridade que praticou o ato;
• outra autoridade de hierarquia superior.
Não possuem forma especial relativa ao conteúdo do recurso, de
modo que não exigem advogado para representar o recorrente, que, no
entanto, deve atender a dois pontos:
• deve identificar-se;
• deve apontar claramente qual o ato ou a conduta administrativa cuja
modificação pretende com o recurso.
Os recursos administrativos podem ser:
• de ofício (ex officio), quando efetivados espontaneamente pela pró-
pria Administração Pública;
• voluntários, quando provocados pelo interessado. Os recursos admi-
nistrativos voluntários são os seguintes: representação administra-
tiva; reclamação administrativa, pedido de reconsideração, recurso
hierárquico; revisão. Vamos estudá-los:
Representação Administrativa – é uma espécie de denúncia, formal
e assinada, indicando irregularidades, ilegalidades e condutas abusivas
de agentes públicos. É semelhante ao direito de petição, que foi estudado
linhas acima.
Como se viu, o exercício do direito de petição não obriga a Adminis-
tração Pública a tomar qualquer medida, pois vale como informação de

8
Direito Administrativo

ilegalidades que devem ser conhecidas e corrigidas pelos meios que ela
julgar convenientes.
Já a representação, uma vez oferecida, obriga a Administração Públi-
ca a receber a denúncia e a instaurar o processo administrativo que vai
apurar a situação informada.
As demais características do direito de petição aplicam-se à repre-
sentação administrativa.
Reclamação Administrativa – é a oposição expressa a um ato admi-
nistrativo que afete interesses do administrado.
Ao contrário da representação, não pode ser interposta por qualquer
pessoa, mas só pelo prejudicado.
Pedido de Reconsideração – é a solicitação do administrado, à mes-
ma autoridade que expediu o ato administrativo lesivo aos seus interes-
ses, para que o invalide ou modifique, nos termos do seu pedido.
Deferido ou indeferido, total ou parcialmente, não admite novo pe-
dido, nem possibilita nova modificação pela autoridade que já apreciou
o ato.
Recurso Hierárquico – é o meio de que dispõe a Administração Pú-
blica para, quando provocada, rever atos administrativos praticados pe-
los agentes públicos.
Tem cabimento:
• do indeferimento do pedido de reconsideração;
• das decisões de recursos sucessivamente interpostos.

Entre o recurso hierárquico e o pedido de reconsideração, há uma


diferença fundamental: enquanto o recurso hierárquico é dirigido
sempre à autoridade superior àquela de cujo ato se recorreu, o
pedido de reconsideração é uma solicitação feita à autoridade que
despachou no caso, com o fim de imprimir outro rumo à decisão
anteriormente tomada.

9
Aula 6 • Controle dos Atos Administrativos
Aula 6 • 
Aula 6 • 

O recurso hierárquico pode ser:


Próprio – quando o pedido de reexame é dirigido à autoridade hie-
rarquicamente superior àquela responsável pela decisão. Baseia-se na
hierarquia e no poder de fiscalização, atribuído ao superior hierárquico,
dos atos do subordinado, podendo anulá-los, revogá-los ou alterá-los,
total ou parcialmente.
Impróprio – também intitulado recurso de tutela, quando o pedido
de reexame é dirigido à autoridade que não detém vínculo de hierar-
quia com a autoridade ou órgão responsável pela decisão impugnada.
É o caso, por exemplo, de a decisão impugnada, proferida no âmbito
de uma autarquia, ser alçada ao ministro responsável por ela, em ra-
zão da vinculação entre as entidades da Administração Indireta e da
Administração Direta.
Não existe recurso administrativo de um Poder contra ato de outro,
porque não há hierarquia entre eles.
Revisão – é o recurso administrativo pelo qual o interessado postula
a reapreciação de determinada decisão já proferida em processo admi-
nistrativo.
Este recurso precisa preencher um requisito especial para que seja
conhecido: a existência de fatos novos, suscetíveis de conduzir o admi-
nistrador a solução diferente da anterior.

Atividade 1

Atende aos Objetivos 1 e 2

1. Responda.
1.1 Qual a diferença fundamental que existe entre o recurso hierárquico
e o pedido de reconsideração?
1.2 Quais as características do direito constitucional de petição?
2. Correlacione a coluna da direita com a coluna da esquerda, levando
em consideração o objeto de cada espécie de ato administrativo relacio-
nada.

10
Direito Administrativo

( ) espécie de denúncia, formal e assi-


01. Reclamação nada, semelhante a direito de petição,
Administrativa indicando irregularidades, ilegalidades e
condutas abusivas de agentes públicos.
( ) é a solicitação do administrado, à mes-
ma autoridade que expediu o ato adminis-
02. Revisão trativo lesivo aos seus interesses, para que
o invalide ou modifique, nos termos do seu
pedido.
( ) oposição expressa a um ato adminis-
03. Representação
trativo que afete interesses do administra-
Administrativa
do.
( ) quando o pedido de reexame é dirigido
04. Pedido à autoridade que não detém vínculo de hie-
de Reconsideração rarquia com a autoridade ou órgão respon-
sável pela decisão impugnada.
( ) recurso administrativo pelo qual o
interessado postula a reapreciação de de-
05. Recurso Hierárquico terminada decisão já proferida em processo
administrativo, tendo em vista a ocorrência
de fatos novos.
( ) recurso dirigido sempre à autoridade
06. Recurso de Tutela superior àquela que indeferiu o pedido de
reconsideração.

3 Complete as lacunas.
3.1 Quando exercido por meio dos vários patamares da hierarquia ad-
ministrativa, dentro da mesma Administração, seja ela direta ou indire-
ta, o controle é denominado ___________________. Por outro lado, se
for correspondente ao poder de fiscalização e de revisão atribuído a uma
pessoa ou órgão da Administração Direta, que o exerce sobre os atos
administrativos emanados das entidades da Administração Indireta é
chamado ________________________.
3.2 Segundo a Súmula nº 473 do Supremo Tribunal Federal, quan-
do o controle é feito pela própria Administração Pública, pode ser
_______________________ ou _______________________ . O pri-
meiro permite a anulação do ato produzido contrário à lei; o segundo,
a revogação do ato legal, mas inconveniente ou inoportuno, segundo
critérios da Administração Pública.
4. Escolha a opção que melhor contemple o enunciado de cada questão.
4.1 Julgue as proposições abaixo, assinalando V para as verdadeiras e F
para as falsas; a seguir, identifique a alternativa correta.

11
Aula 6 • Controle dos Atos Administrativos
Aula 6 • 
Aula 6 • 

O controle judicial da Administração é exercido privativamente pe-


los órgãos do Poder Judiciário sobre os atos administrativos, sen-
do um controle unicamente de legalidade, não podendo adentrar no
mérito administrativo.
O controle de legalidade é exercido exclusivamente pelo Judiciário, atra-
vés da ação adequada do interessado.
O veto do Chefe do Poder Executivo a projeto de lei, por motivo de in-
constitucionalidade é um exemplo típico de controle prévio.
O Judiciário, não podendo pronunciarse sobre o mérito administrativo,
também não pode verificar o exame dos motivos determinantes do ato.
A sequência correta é:
( a ) FVVF
( b ) VFVF
( c ) VVFV
( d ) FFVV
4.2 Qual o tipo de controle dos atos da Administração Pública exercido
pelos tribunais de contas?
( a ) Controle legislativo
( b ) Controle judicial
( c ) Controle sucessivo
( d ) Controle de mérito

Resposta Comentada
1.1 A diferença fundamental que existe entre o recurso hierárquico e o
pedido de reconsideração é a seguinte: enquanto o recurso hierárquico
é dirigido sempre à autoridade superior àquela de cujo ato se recor-
reu, o pedido de reconsideração é uma solicitação feita à autoridade
que despachou no caso, com o fim de imprimir outro rumo à decisão
anteriormente tomada.
1.2 Previsto no art. 5º, XXXIV-a da Constituição Federal, pode ser exer-
cido por qualquer pessoa, a qualquer tempo, independentemente do
pagamento de taxas; ser exercido por escrito e sem conter expressões
ofensivas ou difamatórias; não ser clandestino ou anônimo; conter pe-
didos de revisão, queixas, súplicas, sugestões, etc.; seu signatário está

12
Direito Administrativo

sujeito a responsabilização civil ou penal em caso de falsidade dos fatos


imputados; não obriga, no entanto, a Administração Pública a tomar
qualquer medida, pois vale como informação de ilegalidades que devem
ser conhecidas e corrigidas pelos meios que ela julgar convenientes.
2. A correlação das duas colunas obedece à seguinte numeração: 03, 04,
01, 06, 02, 05.
3. Complete as lacunas.
A lacuna deve ser preenchida, respectivamente, com as seguintes ex-
pressões: por subordinação e por vinculação. A proposta da questão
é ressaltar a diferença entre os tipos de controle quanto ao âmbito da
Administração Pública.
As lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, da seguinte forma:
de legalidade e de mérito. O objetivo da questão é deixar claro que o
controle feito pela Administração Pública pode ser de legalidade ou de
mérito, diferente do Poder Judiciário, que só faz o controle de legalidade.
4.1 A primeira alternativa da sequência é verdadeira, pois corresponde
às características estudadas do controle judicial.
Já a segunda é falsa, pois o controle de legalidade também pode ser exer-
cido pela Administração Pública e, muito menos, com exclusividade
pelo Poder Judiciário;
A terceira alternativa é verdadeira;
A quarta alternativa é falsa porque, havendo exposição de motivos, o
Judiciário pode pronunciar-se quanto à ilegalidade da motivação do ato.
Portanto, a sequência correta é a da letra “b” (VFVF)

Proventos
Dizem respeito à
importância paga ao
servidor que se encontra
na inatividade.

4.2 A alternativa correta é a letra “c”.

A alternativa “a” está errada porque os tribunais de contas são órgãos


auxiliares do Poder Legislativo, mas não integram o Poder Legislativo.

13
Aula 6 • Controle dos Atos Administrativos
Aula 6 • 
Aula 6 • 

São órgãos independentes, como foi visto.


Pela mesma razão, a letra “b” também está errada. Em que pese serem
chamados de tribunais, não integram o Poder Judiciário.
A alternativa “c” é a correta.
A alternativa “d” está errada porque os tribunais de contas só fazem
controle de legalidade.

Controle legislativo ou parlamentar

É o exercido pelos órgãos legislativos ou por suas comissões parla-


mentares sobre os atos do Executivo, objetivando os superiores interes-
ses do Estado e da comunidade.
Caracteriza-se como um controle eminentemente político, indife-
rente aos direitos individuais dos administrados.
Eis algumas hipóteses em que ocorre:
Art. 49, inciso V da Constituição Federal - que atribui como compe-
tência exclusiva do Congresso Nacional a possibilidade de sustar os atos
normativos do Poder Executivo, que exorbitem do poder de regulamen-
tar ou dos limites da delegação legislativa.

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:


(...)
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem
do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
Art.49, inciso IX da Constituição Federal – Julgamento das con-
tas do Executivo.
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
(...)
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da
República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos
de governo;
Art. 58-§3º da Constituição Federal – Comissões Parlamentares
de Inquérito.
§ 3º - As Comissões Parlamentares de Inquérito, que terão po-
deres de investigação próprios das autoridades judiciais, além
de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão

14
Direito Administrativo

criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em


conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um ter-
ço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por
prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas
ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil
ou criminal dos infratores.

Figura 6.4: Sessão da CPI do Sistema Carcerário, realizada Agência Brasil


em 04/12/2007
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:CPI.jpg?uselang=pt

Art. 85 e 86 da Constituição Federal – Impedimento (impeachment) do


Presidente da República.

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da


República que atentem contra a Constituição Federal e, especial-
mente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do
Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades
da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

15
Aula 6 • Controle dos Atos Administrativos
Aula 6 • 
Aula 6 • 

Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial,


que estabelecerá as normas de processo e julgamento.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República,
por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido
a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infra-
ções penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes
de responsabilidade.

Assim, a Constituição Federal indica os atos sujeitos ao controle legis-


lativo e delimita o campo das investigações parlamentares, vinculando,
deste modo, o conteúdo e a forma da atuação fiscalizadora desse Poder.
Trata-se, portanto, de um controle, mas que não permite ao Con-
gresso Nacional anular atos administrativos ilegais nem exercer sobre as
autoridades administrativas poderes de hierarquia.

Controle judicial

É o exercido privativamente pelos órgãos do Poder Judiciário.


É um controle a posteriori, unicamente de legalidade, sendo-lhe ve-
dado, portanto, o exame do mérito administrativo, a menos que haja
Exposição de Motivos (Motivação).
Em princípio, cabem contra a Administração Pública todos os pro-
cedimentos judiciais capazes de impedir ou reprimir a ilegalidade, a in-
validar o ato ilegal ou abusivo, e a propiciar a reparação do dano patri-
monial causado ao administrado.
Assim, o controle judicial é feito de diversos mecanismos, dentre os
quais podem ser destacados:

Mandado de segurança

Tem seu fundamento no art. 5º, incisos LXIX e LXX da Constituição


Federal, além da lei 12.016, de 7 de agosto de 2009.

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger di-


reito líquido e certo, não amparado por habeas-corpus ou habeas-
-data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições do Poder Público;

16
Direito Administrativo

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:


a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal-
mente constituída e em funcionamento há, pelo menos, um ano,
em defesa dos interesses de seus membros ou associados.

É, portanto, o meio destinado a coibir atos ilegais de autoridade que


lesem direito subjetivo, líquido e certo do impetrante. Direito líquido e
certo é o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na sua
extensão e apto a ser exercitado no momento da impetração. Um exem-
plo claro de direito líquido e certo é o que resulta de uma aprovação em
concurso público dentro do número de vagas estabelecido no edital. Se
no momento da nomeação, o aprovado dentro do número de vagas for
preterido por outro candidato, ainda que aprovado, mas em classifica-
ção posterior à sua, caberá a impetração do mandado de segurança, por
estar presente o direito líquido e certo.

Ação Popular

Tem seu fundamento no art. 5º, inciso LXXIII da Constituição Fede-


ral e lei 4717, de 29 de maio de 1965.

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação po-


pular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando
o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do
ônus da sucumbência.

Ação Civil Pública

Tem seu fundamento na lei 7347, de 24 de julho de 1985.É o instru-


mento adequado para reprimir ou impedir danos ao meio ambiente; ao
consumidor; a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turís-
tico e paisagístico; a qualquer outro interesse difuso ou coletivo; por in-
fração da ordem econômica; à ordem urbanística; à honra e à dignidade
de grupos raciais, étnicos ou religiosos; e ao patrimônio público e social.

17
Aula 6 • Controle dos Atos Administrativos
Aula 6 • 
Aula 6 • 

Mandado de Injunção

Tem seu fundamento no art. 5º, inciso LXXI da Constituição Federal.

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta


de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direi-
tos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.

Habeas-Data

Tem seu fundamento no art. 5º, inciso LXXII da Constituição Federal.

LXXII - conceder-se-á habeas-data:


a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pes-
soa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou administrativo.

Habeas-Corpus

Tem seu fundamento no art. 5º, inciso LXVIII da Constituição Fe-


deral.

LXVIII - conceder-se-á habeas-corpus sempre que alguém sofrer


ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liber-
dade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.

Atos não sujeitos ao controle judicial

Embora a grande maioria dos atos administrativos esteja sujeita ao


controle judicial por ilegalidade, alguns tipos de atos não estão sujeitos
nem ao Controle Judicial nem ao Controle Administrativo, mas a um
Controle Especial.
São eles:

18
Direito Administrativo

Os ATOS POLÍTICOS, quais sejam aqueles praticados por agentes


políticos, no uso de suas competências constitucionais.
Exs.: veto a projeto de lei; nomeação de Ministro; aprovação de con-
tas; cassação de mandato; criação de tribunais inferiores; escolha de
membro para o quinto constitucional, etc.
Os ATOS LEGISLATIVOS, quais sejam aqueles sujeitos ao crivo
do controle legislativo, posto que, enquanto as regras não se materia-
lizam, atingindo os direitos individuais, permanecem inatacáveis por
meios judiciais.
Ex.: Nos processos de elaboração das leis, o Judiciário não pode
adentrar o mérito, ou seja, não pode interferir nas deliberações da Mesa,
das Comissões ou do Plenário, nem deve se preocupar com as opções
políticas que conduziram à aprovação ou rejeição dos projetos, propo-
sições ou veto.
Os ATOS INTERNA CORPORIS, ou seja, aqueles referentes a ques-
tões ou assuntos reservados à exclusiva apreciação das corporações le-
gislativas.
Exs.: ato de escolha de mesas diretoras; nomeação de membros de
comissões; modo de funcionamento da Câmara, do Senado, etc.
Nessas hipóteses, o Judiciário só pode confrontar o ato praticado
com as prescrições constitucionais, legais ou regimentais, que estabele-
çam condições, forma ou rito para a sua prática.

Sistema administrativo brasileiro

Por sistema administrativo, entendemos o regime adotado pelo Es-


tado para corrigir os seus atos ilegais. No Brasil, em face do que dispõe a
Constituição Federal, em seu art. 5º, inciso XXXV, “a lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Isto significa
que todas as questões que digam respeito a discussão sobre direitos não
podem ser subtraídas do exame do Poder Judiciário.
Assim, em regra, se o servidor do Poder Executivo tem contra si um
ato lesivo a seus direitos, ele poderá interpor ou apresentar recursos no
âmbito do próprio Poder Executivo.
No entanto, cessada a possibilidade de recursos administrativos ou
não lhe tendo sido satisfativas as decisões adotadas, poderá ele recor-

19
Aula 6 • Controle dos Atos Administrativos
Aula 6 • 
Aula 6 • 

rer ao Poder Judiciário, sem que isto comprometa o equilíbrio entre os


Poderes do Estado, visto que são independentes e harmônicos entre si.
Esta mecânica é possível porque o Sistema Administrativo Brasileiro
é o de jurisdição única ou una, também denominado judiciário ou in-
glês, tendo em vista o local de seu surgimento.
Entretanto, não é assim em todos os países. Na França, por exemplo,
o Sistema Administrativo é o do contencioso administrativo ou dual ou
sistema francês, segundo o qual cada um dos Poderes de Estado tem
mecanismos de exaurimento de todas as decisões decorrentes do exame
dos respectivos atos.
Isto faz com que, na França, o Poder Executivo tenha órgãos (o Con-
selho de Estado, os Tribunais Administrativos e os Conselhos de Con-
tencioso Administrativo) capazes de examinar até o último grau recur-
sal as decisões lesivas aos direitos de seus servidores, de modo que não
é permitido o recurso ao Poder Judiciário.
Esse sistema nasceu durante a Revolução Francesa, motivado pela
necessidade de se fazer valer os interesses da burguesia, que não eram
acolhidos pela justiça ordinária da época.
No Brasil, durante o Império, adotou-se o sistema francês, mas, des-
de a primeira constituição republicana, em 1891, o sistema adotado é o
da jurisdição única.
Durante a vigência da Constituição de 1967/69, a Emenda Consti-
tucional n.º 7/77 estabeleceu a possibilidade da criação de contenciosos
administrativos, em seus artigos 11 e 203, que não chegaram a ser ins-
talados, de modo que, com a Constituição de 1988, ficaram definitiva-
mente, ou, pelo menos por enquanto, afastados.

Atividade 2

Atende aos Objetivos 3 e 4

1. Responda.
1.1 O que caracteriza o controle legislativo ou parlamentar?

20
Direito Administrativo

1.2 Quais os crimes de responsabilidade que podem ser imputados ao


Presidente da República, no Brasil?

2. Correlacione a coluna da direita com a coluna da esquerda, levando


em consideração o objeto de cada espécie de ato administrativo relacio-
nada.
( ) concedido para assegurar o conheci-
mento de informações relativas à pessoa
01. Habeas-Corpus do impetrante, constantes de registros ou
bancos de dados de entidades governa-
mentais ou de caráter público.
( ) instrumento adequado para reprimir ou
impedir danos ao meio ambiente; ao con-
sumidor; a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico;
02. Habeas-Data a qualquer outro interesse difuso ou cole-
tivo; por infração da ordem econômica; à
ordem urbanística; à honra e à dignidade
de grupos raciais, étnicos ou religiosos; e
ao patrimônio público e social.
( ) concedido para proteger direito líquido
e certo, não amparado por habeas-corpus
ou habeas-data, quando o responsável
03. Mandado de Injunção pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público.
( ) concedido sempre que a falta de
norma regulamentadora torne inviável o
04. Ação Civil Pública exercício dos direitos e liberdades cons-
titucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.
( ) concedido sempre que alguém sofrer
ou se achar ameaçado de sofrer violência
05. Ação Popular
ou coação em sua liberdade de locomo-
ção, por ilegalidade ou abuso de poder.
( ) visa a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao
06. Mandado de Segurança meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência.

21
Aula 6 • Controle dos Atos Administrativos
Aula 6 • 
Aula 6 • 

3. Complete as lacunas.
3.1 Por ___________________________, entendemos o regime adota-
do pelo Estado para corrigir os seus atos ilegais. No Brasil, atualmente é
o de jurisdição única ou una, também denominado judiciário ou inglês,
tendo em vista o local de seu surgimento. Mas, na época do Império, o
sistema adotado era o do ___________________________, de origem
na França.
3.2 O controle __________ é um controle a posteriori, unicamente de
______________, sendo-lhe vedado, portanto, o exame do mérito ad-
ministrativo, a menos que haja Exposição de Motivos (Motivação).
4. Escolha a opção que melhor contemple o enunciado de cada questão.
4.1. Alguns tipos de atos administrativos não estão sujeitos nem ao
Controle Judicial nem ao Controle Administrativo, mas a um Contro-
le Especial. Assim sendo, qual dos atos abaixo não está sujeito a este
controle especial?
a) A nomeação de um Ministro
b) A elaboração de uma lei
c) A aposentadoria de um servidor público
d) O Regimento Interno da Câmara dos Deputados
4.2. O impeachment (impedimento) de um Presidente da República, no
Brasil, é uma hipótese de qual tipo de controle?
a) Controle Administrativo
b) Controle Legislativo
d) Controle Judicial
d) Controle Especial

Resposta Comentada
1.
1.1 O fato de ser um controle eminentemente político, indiferente aos
direitos individuais dos administrados.
1.2 Os atos do Presidente da República, previstos no art. 85 da Consti-
tuição Federal, que atentem contra a Constituição Federal; a existência
da União; o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do
Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Fede-

22
Direito Administrativo

ração; o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; a seguran-


ça interna do País; a probidade na administração; a lei orçamentária; o
cumprimento das leis e das decisões judiciais.
2. A correlação das duas colunas obedece à seguinte numeração: 02, 04,
06, 03, 01, 05.
3.
3.1 A lacuna deve ser preenchida, respectivamente, com as seguintes
expressões: sistema administrativo e contencioso administrativo. A pro-
posta da questão é fixar qual o sistema administrativo vigente hoje no
Brasil, ressaltando que, no passado, houve outra experiência.
3.2 A lacuna deve ser preenchida, respectivamente, com as seguintes
palavras: judicial e legalidade. O objetivo da questão é, mais uma vez,
ressaltar a importância da motivação ou exposição de motivos para o
exame da legalidade do ato administrativo, pelo Poder Judiciário.
4.
4.1 A opção “C” é a correta. As demais estão erradas porque exemplifi-
cam atos sujeitos ao controle especial, respectivamente, um ato político
(letra A), um ato legislativo (letra B) e um ato interna corporis (letra D).
4.2 A opção “B” é a resposta correta. Como foi visto no caderno didáti-
co, o impeachment do Presidente da República está previsto nos artigos
85 e 86 da Constituição Federal, caracterizado como uma das hipóteses
de controle legislativo ou parlamentar.

Conclusão

Os atos praticados pelos agentes da Administração Pública, em todos


os níveis, estão sujeitos a mecanismos de controle, quais sejam o contro-
le administrativo, o controle legislativo, o controle judicial e o controle
especial. Deste modo, a invalidação dos atos administrativos, estudada
na aula anterior, integra esses mecanismos de controle existentes. Por-
tanto, nesta aula, foi possível conhecer esses diversos mecanismos.

23
Aula 6 • Controle dos Atos Administrativos
Aula 6 • 
Aula 6 • 

Atividade Final

atende aos objetivos 1 a 4

Considere a seguinte situação hipotética: José Maria, desejando in-


gressar no serviço público como professor municipal do ensino fun-
damental, presta concurso público com o propósito de alcançar o seu
objetivo. Sai-se muito bem na prova e classifica-se em 11º lugar, dentro
das 20 vagas oferecidas. Ocorre que a nomeação dos aprovados não é
imediata e, quando ocorre, José Maria não toma conhecimento de que
havia sido nomeado e apresenta-se para a posse no 40º dia após a nome-
ação, perdendo o prazo de 30 dias para tomar posse. Indignado, dirige-
-se ao setor de recursos humanos encarregado de conduzir o processo
de seleção a que se candidatara como professor e pondera que o edital
previa que os candidatos aprovados seriam informados de suas respec-
tivas nomeações por correspondência com aviso de recebimento ou por
telefone, o que não acontecera com ele, embora todos os seus dados
referentes a endereço e telefone estivessem atualizados naquele setor de
recursos humanos. Diante disso, foi-lhe dito que o chamamento havia
se dado apenas por edital de convocação, em razão da falta de recursos
para que se fizesse também pelos meios citados no edital do concurso.
Deve-se conformar José Maria?

Resposta Comentada
Não. É claro que não deve se conformar! Como José Maria tomou to-
das as providências pertinentes a ele, previstas no edital do concurso, a
fim de que ele fosse cientificado de sua nomeação e, como isto não foi
24
Direito Administrativo

cumprido pelo órgão que realizava o concurso, pode-se sustentar que


José Maria foi lesado em seu direito líquido e certo, por ato de abuso de
poder de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições do Poder Público, o que assegura a José Maria, por meio
de advogado, a possibilidade de impetrar um mandado de segurança,
para que seu direito seja respeitado.

Resumo

Nesta aula, você aprendeu que os atos da Administração Pública es-


tão sujeitos a várias formas de controle, realizado por meio de ativi-
dade regular no âmbito interno ou externo da Administração Pública,
em relação à legalidade ou o mérito de cada ato, por meio dos órgãos
da Administração Direta ou mediante vinculação da entidade pública.
Você também pôde aprender que este controle pode ser por iniciativa
da própria Administração Pública ou de algum administrado que te-
nha interesse. Além disso, foi estudado que o controle pode ser prévio,
concomitante ou subsequente, podendo ser administrativo, legislativo
ou judicial, realizado por meio de mecanismos pertinentes a cada um
destes tipos de controle.

Informações sobre a próxima aula

Na próxima aula, vamos tratar de mais um tema essencial do Direito


Administrativo e muito importante para o futuro administrador. Vamos
conversar sobre as Licitações Públicas e os Contratos Administrativos.
Até lá!

Referências

ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo


Descomplicado. São Paulo: Método.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrati-
vo. Rio de Janeiro: Atlas.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo:
Atlas.
GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva.

25
Aula 6 • Controle dos Atos Administrativos
Aula 6 • 
Aula 6 • 

MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. São Paulo: RT.


MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo:
Malheiros.
MELLO, Celso A. Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São
Paulo: Malheiros.

26

Você também pode gostar