Administrativo Ponto A Ponto - Parte 7
Administrativo Ponto A Ponto - Parte 7
Administrativo Ponto A Ponto - Parte 7
a) O controle interno que a administraçaoo pulblica exerce sobre si mesma q que se traduz
basicamente na autotutela (anulaçaooe revogaçaooe convalidaçaoo de seus prolprios atos) e na tutela ou supervisão
(controle finalístico que a administraçaoo direta exerce sobre a administraçaoo indireta);
b) O controle que o Poder Legislativo exerce sobre a administração públicaepública mormente sobre o
Poder Executivo; (controle externo)
c) O controle judicial.
judicial
2- CONCEITO
A sujeiçaoo das atividades administrativas do Poder Pulblico ao mais amplo controle possípiolvel el
um corolalrio dos Estados de Direitoe no quais somente a leie manifestaçaoo da vontade do povoe ulnico
titular da coisa pulblicae deve pautar toda a atividade da administraçaoo pulblicae atividade este cujo
fim mediato deve sempre ser o mesmo: a defesa do interesse público.
público
Controle interno el aquele exercido dentro de um mesmo PoderePoder seja o exercido no anmbito
hierárquicoe seja o exercido por meio de olrgaoos especializadose sem relaçaoo de hierarquia com o
1ALEXANDRINOe Marceloe PAULOe Vicente. Direto Administrativo Descomplicadoe 23 ed. Saoo Pauloe Meltodoe 2015.
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olrgaoo controladoe ou ainda o controle que a administraçaoo direta exerce sobre a administraçaoo
indireta de um mesmo Poder (controle finalípiolstico).
tico)
Art. 74. Os Poderes Legislativoe Executivo e Judicialrio manteraooe de forma integradae sistema de
CONTROLE INTERNO com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianuale
plurianual a execuçaoo dos programas de
governo e dos orçamentos da Uniaoo;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultadose quanto a eficalcia e eficiennciae da gestaoo
orçamentalriae financeira e patrimonial nos olrgaoos e entidades da administraçaoo federale bem como da
aplicaçaoo de recursos pulblicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operaçooes de crelditoe avais e garantiase bem como dos direitos e haveres
da Uniaoo;
IV - apoiar o controle externo no exercípiolcio de sua missaoo institucional.
§ 1º - Os responsalveis pelo controle internoe ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade
ou ilegalidadee dela daraoo cienncia ao Tribunal de Contas da Uniaoo e sob pena de responsabilidade
solidária.
§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato el parte legípioltima parae na forma
da leie denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da Uniaoo .
O controle externo el exercido por um Poder sobre os atos administrativos praticados por
outro Poder. Saoo exemplos de controle externo:
A sustaçaooe pelo Congresso Nacionale de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem o
poder regulamentar (CFe art. 49e V);
A anulaçaoo de um ato do Poder Executivo por decisaoo judicial;
O julgamento anuale pelo Congresso Nacionale das contas prestadas pelo Presidente da
Repulblica (CFe art. 49e IX);
A auditoria realizada pelo TCU sobre despesas realizadas pelo Poder Executivo federal.
Atenção!!! Para alguns autorese o controle exercido pela administraçaoo direta sobre as
entidades da administraçaoo indireta (controle finalípiolsticoe supervisaoo ou tutela administrativa) seria
tambelm classificado como controle externo (MSDP e JSCF) q o CESPE jal adotou esse entendimento.
MA. e VP.e assim como CABMe adotam a posiçaoo de que sol el controle externo o que um Poder
exerce sobre a atuaçaoo do outro.
• O art. 31e §3ºe da CF determina que as contas dos municípiolpios fiqueme durante 60 diase dias anualmentee a
disposiçaoo de qualquer contribuintee para exame e apreciaçaooe o qual poderal questionar-lhes a legitimidadee
nos termos da lei;
• O art. 5ºe LXXIIIe da CF estabelece que “ qualquer cidadaoo el parte legípioltima para propor ação popular
que vise a anular ato lesivo ao patrimonnio pulblico ou de entidade de que o Estado participee a moralidade
administrativae ao meio ambiente e ao patrimonnio histolrico e cultural”, ;
cultural
• O §2º do art. 74 da CF estatui que “qualquer cidadaooe partido polípiolticoe associaçaoo ou sindicato el parte
legípioltima parae na forma da leie denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o TCU”, ;
• O §3º do art. 37 da CF preve n que a lei discipline as formas de participaçaoo do usualrio na
administraçaoo pulblica direta e indiretae regulando especialmente: (a) as reclamaçooes relativas a prestaçaoo
dos serviços pulblicos em gerale asseguradas a manutençaoo de serviços de atendimento ao usualrio e a
avaliaçaoo perioldicae externa e internae da qualidade dos serviços; (b) o acesso dos usualrios a registros
administrativos e a informaçooes sobre atos de governoe respeitadas as limitaçooes impostos pela prolpria CFe
nos incisos X e XXXIII do seu art. 5º; (c) a disciplina da representaçaoo contra o exercípiolcio negligente ou
abusivo de cargoe emprego ou funçaoo na administraçaoo pulblica.
Diz-se prévio o controle quando exercido antes do inípiolcio da praltica ou antes da conclusaoo do
ato administrativoe constituindo-se em requisito para a validade ou para a produçaoo de efeitos do
ato controlado. Como exemplo do controle prelvioe antecedente ou preventivo q aquele exercido
antes mesmo que o ato seja praticado qe citamos as situaçooes em que e l exigida a autorizaçaoo
legislativa para a nomeaçaoo de dirigentes de autarquias.
O controle judicial dos atos administrativos ele regra gerale um controle subsequente.
Obs. Embora seja usual a doutrina utilizar a expressaoo “controle corretivo”, como sinonnimo de
“controle posterior”, ou de “controle subsequente”, e a verdade el que o controle posterior naoo se
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presta somente a corrigir um ato com algum defeito. Em muitos casos o controle posterior
simplesmente confirma regularidade do ato praticado (ex. homologaçooes).
Eo mister anotare aindae quee a partir da EC 45/04e passou a ser expressamente obrigatolria a
observannciae pela administraçaoo pulblicae do disposto em súmulas vinculantese editadas pelo STF.
O controle de legalidade ou legitimidade pode ser exercido pela prolpria administraçaoo que
praticou o atoe hipoltese em que teremos controle interno de legalidadee no exercípiolcio do poder de
autotutela.
Podee tambelme ser exercido pelo P. Judicialrioe no exercípiolcio de sua funçaoo precípiolpua
jurisdicionale ou pelo P. Legislativoe nos casos previstos na CF (ambas as hipolteses saoo de controle
externo).
IMPORTANTE!!! Em alguns casose em vez de anular o atoe pode a administraçaoo optar por manten-lo no
mundo jurípioldico. Os atos que contenham defeitos sanáveise
sanáveise desde que não acarretem lesão ao interesse
público nem prejuízo a terceirose
terceirose podem ser objeto de CONVALIDAÇÃO - “correção” do ato, com efeitos
retroativos,
retroativos, ou seja, o ato e seus respectivos efeitos são “regularizados” desde a origem . A opçaoo por
convalidar el privativa da prolpria administraçaoo pulblicae quando ela considere que essa providenncia atende
melhor ao interesse pulblico do que anular o ato. A convalidaçaooe quando possípiolvele depende de decisão
discricionária da administraçaoo que praticou o ato.
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Lei 9.784/99. Art. 55. Em decisaoo na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse
público nem prejuízo a terceirose os atos que apresentarem defeitos sanáveis PODERÃO ser
CONVALIDADOS pela própria Administração.
2OLIVIERAe Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito Administrativo. 3.ed.e Editolria Meltodoe 2015
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Nas hipolteses de controle polípiolticoe o P. Legislativo atua com discricionariedade. Saoo exemplos
as diversas situaçooes em que el necessalria uma autorizaçaoo prelvia ou aprovaçaoo do Legislativo para
a praltica de algum ato pelo Executivoe como ocorre na apreciaçaoo prelvia pelo Senado dos nomes
escolhidos pelo PR para presidente do BACEN.
Atenção!!! O controle legislativo, porelme embora possa em algumas situaçooes ser um controle
discricionalrioe não chega ao ponto de permitir que o órgão controlador proceda à revogação de um ato
discricionário sujeito ao seu controlee
controlee ou sejae naoo pode o referido olrgaoo substituire pelo seu prolprioe o
juípiolzo de oportunidade e convenienncia do administradore
administradore quando tal juípiolzo tiver sido exercido em
conformidade com a lei e os princípiolpios jurípioldicos.
Tradicionalmente afirma-se naoo caber ao P. Judicialrio exercer controle de melrito sobre atos
praticados pelo P. Executivo (nem pelo Legislativo). Essa afirmaçaoo estal absolutamente corretae mas
deve ser entendida em seus precisos termos.
O controle exercido pelo P. Judicialrio sobre os atos do Executivo e do Legislativo ele sempree
um controle de legalidade e legitimidade. Se o Judicialrio entender que o ato el ilegal ou ilegítimoe
ilegítimo
promoveral a sua anulaçãoe
anulação e nunca a sua revogaçãoe
revogação porque esta se refere a juípiolzo de oportunidade
e convenienncia administrativase concernentes a atos discricionalriose e naoo a apreciaçaoo da validade
do ato.
O que se vem a afirmar naoo deve ser confundido com o controle de legalidade ou
legitimidade que o judicialrio exerce sobre os limites da válida atuação discricionária da
administração pública.
Resumindo!!! O Judicialrio poderal decidir que a atuação discricionária que a administraçaoo alega ter
sido legípioltima foie na verdadee uma atuação fora da esfera legal de discricionariedadee
discricionariedadee foi uma atuaçaooe
simplesmentee ilegal ou ilegítima.
ilegítima.
Deve-se frisar bem que o Judicialrio naoo estaral interferindo em uma eventual avaliaçaoo feita
pelo P. Executivo (ou legislativo na sua funçaoo administrativa) quanto a oportunidade e
convenienncia administrativa da praltica de um ato discricionalrio. O que o Judiciário pode fazer, e
tem feito, é declarar ilegal um ato que, a pretexto de basear-se em valoração de oportunidade
e conveniência, esteja malferindo princípios jurídicos,
jurídicos, especialmente os da razoabilidade e
proporcionalidade.
proporcionalidade.
Deve restar claroe igualmentee que em tais situaçooes o resultado da atividade jurisdicional el a
anulação do ato administrativo viciado. Em Nenhuma hipoltese el possípiolvel a revogaçaooe pelo P.
Judicialrioe de atos praticados pelo poder Executivo (ou Legislativo).
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A revogaçaoo tem por fundamento o poder discricionalrio. Somente pode ser realizada pela
prolpria administraçaoo e podee em princípiolpioe alcançar qualquer ato discricionalrioe resguardadose
porelme os direitos adquiridos. Em todos os casose como o ato revogado era um ato vallidoe sua
revogaçaoo somente pode produzir efeitos prospectivos (ex nunc).
IMPORTANTE!!! Todos os poderes têm competência para revogar os atos administrativos por
eles próprios editados. Assime o P. Judicialrio nunca revogaral um ato administrativo no exercípiolcio de sua
funçaoo típiolpica jurisdicional. Todaviae os atos administrativos editados pelo prolprio P. Judicialrioe no exercípiolcio
de suas funçooes administrativase somente poderaoo ser revogados por ele prolprio.
Em sumae sempre que dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurípioldica houver
escalonamento vertical entre olrgaoos ou entre agentes pulblicose havera l controle hieralrquico do
superior sobre os atos praticados pelos subordinados.
Por meio do controle hieralrquico podem ser verificados todos os aspectos concernentes à
legalidade e ao mérito de todos os atos praticados pelos agentes ou olrgaoos subalternos e
determinado agente ou olrgaoo.
Conforme ensina Hely Lopes Meirellese para o exercípiolcio do controle hieralrquico saoo
necessalrias as faculdades de supervisaooe coordenaçaooe orientaçaooe fiscalizaçaooe aprovaçaooe revisaoo e
avocaçaoo das atividades controladas. E o tambelm fundamental que os agentes responsalveis pelo
controle possuam meios corretivos dos desvios e irregularidades verificados.
O controle finalístico el aquele exercido pela administraçaoo direta sobre as pessoas jurípioldicas
integrantes da administraçaoo indireta.
indireta
4.1 INTRODUÇÃO
O controle que a prolpria administraçaoo pulblica realiza sobre suas atividades costuma ser
referidoe simplesmentee como controle administrativo q em contraposiçaoo aos denominados
controle legislativo e controle judicial. Portanto, CONTROLE ADMINISTRATIVO é o controle
interno,
interno, fundando no poder de autotutela.
autotutela
O controle administrativo típiolpico el aquele realizado pelo P. Executivo sobre os atos de seus
prolprios olrgaoos e entidades.
O exercípiolcio do controle administrativo pode ocorrer de ofípiolcioe isto ele por iniciativa da prolpria
administraçaooe ou ser deflagrado por provocaçaoo dos administradose mediante reclamaçooese
representaçooes e etc.
Atenção!!! O STF jal deixou assente que o exercípiolcio da autotutela administrativa, quando implique o
desfazimento dos atos administrativos que afetem o interesse do administradoe administradoe modificando
desfavoravelmente sua situaçaoo jurípioldicae
icae deve ser precedido da instauração de procedimento no qual se
de a ele oportunidade de contraditório.
contraditório.
No julgamento em questaooe a Ministra Carmem Lucia chegou a defender que se reveja o enunciado da
sulmula 473 do STFe para o fim de explicitar que o exercípiolcio do poder dever de autotutela da administraçaoo
pulblica exige que sejam garantidoe em todos os casose o devido processo legal administrativo e a apreciaçaoo
judicial (Informativo 641 do STF).
Deve-se enfatizar que esse entendimento e l aplicalvel a todas as formas de desfazimento de atos
administrativos pela prolpria administraçaooe bastando que o administrado tenha mero interesse no ato a ser
desfeito e o respectivo desfazimento repercuta negativamente na sua esfera jurípioldica.
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IMPORTANTE!!! O simples fato de dois ou mais olrgaoos integrarem a mesma a pessoa jurípioldica naoo
significae obrigatoriamentee que exista relaçaoo de hierarquia entre eles. Somente haverá hierarquia entre
aqueles que se situem na mesma linha vertical, no organograma da entidade. entidade.
MA/VP definem processo administrativo como uma série de atos ordenados em uma
sucessão lógica, a qual tem por finalidade possibilitar a administração pública a prática de
um ato administrativo final ou a prolação de uma decisão administrativa final. Porelme naoo el
um ato ou decisaoo imutalvele porquanto o controle judiciale em nosso sistema jurípioldicoe el inafastalvel.
Resumindo!!! A opção pela via judicial implica renúncia a esfera administrativa e, se o processo
administrativo já tiver sido instaurado e estiver tramitando, acarreta sua extinção imediata, sem
apreciação do mérito.
Quando naoo hal um rito processual especípiolficoe essa autoridade que analisaral o recurso el a
primeira hierarquicamente superior a que proferiu a decisaoo recorrida (recurso
recurso hieralrquico).
quico
Existeme aindae recursos administrativos que saoo apresentados pela prolpria administraçaoo
pulblica que editou a decisaoo recorrida. Saoo os “recursos de ofício”, e saoo cabípiolveise em regrae
somente nos casos em que haja expressa previsaoo legale os recursos de ofípiolcio podem ocorrer na
linha hieralrquica ou fora dela (recurso hieralrquicos improlprios).
Atenção!!! Para que um recurso administrativo tenha efeito suspensivoe el necessalria expressa
previsaoo legal. No silenncio da leie o efeito do recurso administrativo el apenas devolutivo.
noçaoo de que entre o olrgaoo ou a autoridade que proferiu o ato recorrida e o olrgaoo a que se endereço o
recurso não há relação hierárquicae
hierárquicae embora eles possam estar localizados na mesma pessoa jurípioldica. Ex.
recurso endereçado ao ministelrio a que esteja vinculada uma entidade da administraçaoo indiretae interposto
contra ato dessa autoridade.
Obs.
Obs Pode ocorrer uma exceçaoo a essa exigenncia de expressa previsaoo legal no exercípiolcio da
assim chamada tutela extraordinária q para os administrativistas que o admitem (CABM). Ex.
Seria possípiolvel o olrgaoo jurípioldico de uma autarquiae que atuou em um processo em defesa do
interesses destae interpor de ofípiolcio recurso ao ministelrio supervisore pedindo a reforma da decisaoo.
4.2.3 Princípios
Veremos a seguir alguns dos princípiolpios que tem aplicação aos processos e recursos
administrativos de um modo gerale e que a nosso ver demandam uma breve anallise.
4.2.3.1 Oficialidade
4.2.3.2 Informalismo
Em regrae
regra naoo saoo exigidas formas ou formalidades especiais para os ato a serem praticados no
processo administrativoe sobretudo para os atos a cargo do particular. Note-se que dizer que o processo
administrativo el orientado pelo princípiolpio do informalismo naoo significa dizer que o processo naoo tenha
forma. Os processos administrativos saoo processos formaiseformais isto ele saoo processos escritose todos os
acontecimentos pertinentes ao processo ocorridos durante a sua tramitaçaoo devem estar registrados.
Atenção!!! O informalismo dos atos processuais no processo administrativo e l mera regra gerale
porquee na hipoltese de existir uma norma legal estabelecendo expressamentee como condiçaoo essencial na
validade de determinado ato processuale forma determinada ou formalidade especípiolficae devera l ela ser
observadae sob pena de nulidade do ato.
Segundo este princípiolpioe quando a lei estabelece uma determinada forma ou formalidade a ser
observada na praltica de um ato processuale a forma ou formalidade estipulada tem como objetivoe
essencialmentee assegurar que o ato cumpriral a finalidade que lhe cabe no processo.
Obs. Tanto a instrumentalidade das formas quanto o pas de nullite sans grief relacionam-se a um
postulado mais amploe usualmente referido como o “principio
“principio da economia processual”e
processual”e que significa que
um ato processual praticado com alguma irregularidade sol deve ser desconstituípioldo e repetido se esse defeito
efetivamente puder influenciar o resultado a que o processo chegaria se o vípiolcio naoo tivesse ocorrido.
Atenção!!! No processo judiciale sobretudo na esfera cípiolvele interessa apenas a chamada verdade formal
ou verdade dos autos. Em regrae o juiz somente aprecia os fatos e as provas trazidas aos autos pelas partes ee
mesmo assime somente se forem apresentados na fase especípiolfica designada para tanto.
IMPORTANTE!!! Decorree tambelme do princípiolpio da verdade materiale a possibilidade dee nos processos
administrativose ser decidido um recurso provocado pelo particular reformando a decisaoo inicial
desfavoravelmente a ele.ele. A essa possibilidade dal-se o nome de reformatio in pejus (“reforma em prejuípiolzo”, )e
a quale em regrae el inadmissípiolvel nos processos judiciais.
Naoo obstante o princípio da verdade material, e l perfeitamente admissípiolvel que a lei proípiolba a
reformatio in pejus em determinadas situaçooes. Ex. Revisão de processos de que resulte aplicaçaoo de
sançooes administrativas. Ex. Art. 65 § ulnico.
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a
pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação
da sanção aplicada.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.
4.2.3.5 Gratuidade
Nos processos administrativos naoo saoo cobrados valores ordinariamente exigidos das partes nos
processo judiciaise tais como custas judiciaise onnus de sucumbennciae honoralrios de advogados e etc.
AGU 2015 13
A ampla defesa se refere a possibilidade de utilizaçaoo de todos os meios lípiolcitos para o acusado ou
litigante provar os fatos de seu interesse e a exigenncia de que o acusado ou litigante sejam apresentados
todos os fatos e provas contralrios a seu interesse que seraoo utilizados no processo.
4.3 PRESCRIÇÃO
Para CABM:
PRECLUSÃO significa a perda do prazo estipulado para que ocorresse determinada manifestaçaoo
no anmbito de um processo ou procedimento jal instaurado;
instaurado;
PRESCRIÇÃO traduz a perda do prazo para ajuizamento de uma açaoo (ou apresentaçaoo de uma
petiçaoo administrativa) mediante a qual se pretendesse defender um direito contra uma lesaoo ou ameaça de
lesaoo (o prazo prescricional tem curso antes de ser iniciado o processo judicial ou administrativo);
DECADÊNCIA el a perda do prazo para o exercípiolcio de um direito substantivo (a decadenncia naoo
pressupooe uma lesaoo anterior a um direitoe naoo el um prazo para pleitear a defesa de um direito substantivo
lesadoe e sim para o exercípiolcio do prolprio direito substantivo q ainda que esse exercípiolcio exija a instauraçaoo de
um processo ou procedimento).
O primeiro dos grupos de prazos el bastante heterogenneo. No anmbito de cada um dos entes
federados costumam existir leis especípiolficas estabelecendo prazos para a apresentaçaoo de petiçooes e
recursos administrativos relacionados a processos determinados. Por exemploe temos o art. 59 da
Lei 9.784/99:
Art. 59. Salvo disposiçaoo legal especípiolficae é de DEZ dias o prazo para interposiçaoo de recurso
administrativoe contado a partir da cienncia ou divulgaçaoo oficial da decisaoo recorrida.
I - fora do prazo;
(...)
§ 2º O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato ilegal,
desde que não ocorrida preclusão administrativa.
administrativa
Atenção!!! Essa possibilidade de rever de ofício o ato impugnado fora do prazo não existe se, na
data de apresentação do recurso administrativo extemporâneo, já tiver ocorrido a prescrição judicial.
Segundo MSDPe o reconhecimento de um direitoe nessas circunstannciase significaria liberalidade da
administraçaoo em face de um interesse pulblico do qual ela naoo pode dispor.
Quanto ao prazo para a administraç administração pública rever os seus própr próprios atose
atose
inde
independentemente de provocaçaoo do adm administradoe filiam
filiamo-nos a corrente que defende quee na
ausência de previsão legal expressaexpressaee e desde que naoo haja inco
incompatibilidade com algu
alguma
norm
norma legal especípiolficae seja aplicada a regra de PRESCRIÇÃO QUINQUENAL das açooes judiciais
contra a administraç
administraçaoo pulblica estabelecida no art. 1º do Decreto 20.9
20.910/19
10/1932.
Percebe-se que a lei federal não esclareceu qual seria o prazo extintivo do direito de anular
os atos ilegais no caso de serem eles desfavoráveis ao administradoe ou na hipoltese de ser
comprovada a ocorrenncia de má-fé.
Registramos duas orientaçooes usualmente propostas pela doutrina para solucionar essa
lacuna. Uma delase que nos parece mais tradicionale entende quee nesses casose não se aplica
nenhum prazo extintivoe ou sejae quando o ato for desfavoralvel ao administradoe ou quando se
comprove mal-fele a administraçaoo pode anulal-lo a qualquer tempo.
Faz-se oportuno anotare aindae que existem normas legais que expressamente excluem a
ocorrenncia da prescriçaoo administrativa. Particularmentee no caso de atos desfavoráveis ao
destinatalrioe naoo el raro haver normas legais que autorizem a revisaoo a qualquer tempoe isto ele
disposiçooes especípiolficas que afastem a ocorrenncia de prescriçaoo administrativa para beneficiar o
administrado. Citamos como exemplos o art. 65 da Lei 9.784/1999 e o art. 174 da Lei 8.112/1990e
os quais preveem a possibilidade de ser efetuada a qualquer tempo a revisão de processos
AGU 2015 15
administrativos que tenham acarretado a aplicação de sançõese para o fim de reduzir ou afastar a
penalidade infligida. Tambelme na mesma Lei 8.112/1990e inserido no capípioltulo que regula o
exercípiolcioe pelos servidores pulblicose do direito de petiçaooe encontramos o art. 114e em cujo texto se
len que “a administraçaoo deveral rever seus atose a qualquer tempoe quando eivados de ilegalidade”, .
Se houver lei especípiolfica estabelecendo prazo para a imposiçaoo de determinada sançaooe esse
deveral ser o prazo observado pela administraçaoo. Caso naoo exista lei especípiolfica estabelecendo um
prazo para a aplicaçaoo de determinada penalidade administrativae em qualquer dos entes federadose
utiliza-se o prazo de 5 anos previsto no art. 1° do Decreto 20.910, seja qual for a infraçaoo
praticadae a menos que o fato esteja tipificado, também, como crime, caso em que se aplicam
os prazos de prescrição da lei penal.
IMPORTANTÍSSIMO!!!
EXTRA DIZER O DIREITO - JULGADO DE 20163:
É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil. Dito de
outro modo, se o Poder Público sofreu um dano ao erário decorrente de um ilícito civil e deseja ser
ressarcido, ele deverá ajuizar a ação no prazo prescricional previsto em lei. Vale ressaltar, entretanto,
que essa tese não alcança prejuízos que decorram de ato de improbidade administrativa que, até o
momento, continuam sendo considerados imprescritíveis (art. 37, § 5º). STF. Plenalrio. RE 669069/MGe
Rel. Min. Teori Zavasckie julgado em 3/2/2016 (repercussaoo geral) (Info 813).
Por enquanto, podemos dizer que a jurisprudência entende o seguinte:
(...) Eo pacípiolfico o entendimento desta Corte Superior no sentido de que a pretensão de ressarcimento por
prejuízo causado ao erário, manifestada na via da ação civil pública por improbidade
administrativa, é IMPRESCRITÍVEL.
IMPRESCRITÍVEL. Daípiol porque o art. 23 da Lei nº 8.429/92 tem anmbito de aplicaçaoo
restrito as demais sançooes prevista no corpo do art. 12 do mesmo diploma normativo. (…) (STJ. 2ª Turma.
AgRg no REsp 1442925/SPe Rel. Min. Mauro Campbell Marquese julgado em 16/09/2014)
• Ações de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil: estão sujeitas à prescrição
(são prescritíveis)
prescritíveis) (RE 669069/MG).
5 - CONTROLE LEGISLATIVO
Porelme o controle que o Legislativo exerce sobre os atos de sua prolpria administraçaoo tem
natureza diversa daquele que ele realiza sobre a atuaçaoo administrativa dos Poderes Executivo e
Judicialrio. No primeiro caso, temos controle interno, ao passo que nos outros existe controle
externo.
O controle legislativo q por vezes chamado de controle parlamentar qe pelo fato de ser um
controle externo,
externo somente pode ocorrer nas situaçooes e nos limites diretamente previstos no texto
da CF. As leis de qualquer ente federale as CE e as Constituiçooes Organnicas dos municípiolpios e do DF
não podem criar hipolteses ou estabelecer instrumentos de controle legislativo que naoo guarde
simetria com a CF. Caso o façame saoo inconstitucionais por ofensa ao princípiolpio da independenncia e
harmonia dos poderes.
IMPORTANTE!!! Embora realmente se possa afirmar que o controle legislativo possibilita atel mesmo
juípiolzo de melrito administrativoe isso não significa que o P. Legislativo tenha possibilidade dee simplesmentee
considerar que determinado ato administrativo praticado pelo P. Executivo foi inconveniente ou inoportuno
ee com base nesse juípiolzoe revogar o ato.
Ao nosso vere os casos em que o P. Legislativo realiza controle de melrito administrativo no exercípiolcio do
controle externo saoo aqueles em que a CFe
CFe diretamentee
diretamentee atribui a ele competenncia parae discricionariamentee
intervir em determinada atuaçaoo do P. Executivoe ou sejae naoo pode simplesmente revogar qualquer ato que
considere inoportuno.
Atenção!!! Nessas situaçooese o Legislativo exerce um controle sobretudo político, mas a doutrina
costuma enquadral-lo como controle de melritoe no intuito de ressaltar o fato de que naoo se trata de um
simples controle de legalidade.
Nas hipolteses de controle polípiolticoe o Legislativo atua com ampla discricionariedade. Saoo exemplos as
diversas situaçooes em que el necessalria uma autorizaçaoo do Legislativo para a praltica de algum ato pelo
Executivoe
Executivoe como ocorre na nomeaçaoo do presidente e diretores do BACEN (CFe art. 52e IIIe “d”, )e e na realizaçaoo
de operaçooes externas de natureza financeirae de interesse de algum dos entes federadose que depende de
autorizaçaoo do Senado (CFe art. 52e V).
O estudo do controle legislativo deve centrar-se: (a) no conhecimento das disposiçooes constitucionais
que estabelecem hipolteses do denominado controle parlamentar direto (exercido pessoalmente pelos
parlamentarese pelas mesas das casas legislativas ou por intermeldio das comissooes do P. Legislativo); e (b)
no estudo do controle contalbile financeiro e orçamentalrioe sobretudo das competenncias do TCU.
As hipolteses a seguir estudadas aplicam-se no anmbito dos estadose do DF e dos municípiolpiose feitas as
adaptaçooes pertinentese quando necessalrio.
Devem ser respeitadase sempree a independenncia e a harmonia entre os Poderese razaoo pela
qual se pode afirmar que o dispositivo em apreço tem a finalidade principal de explicar que el
função típica do Legislativo q taoo importante quanto a funçaoo de legislar q o controle da
administraçaoo pulblicae nos termos e nos limites estabelecidos pela CF (o P. Legislativo possui duas
funçooes típiolpicase diferentemente dos demais Poderes).
Esse dispositivo deve ser interpretado em conjunto com o art. 84e IVe e com o art. 68e §2º. O art. 84e IVe
da CF confere ao PR o denominado poder regulamentar q competenncia privativa para editar decretos e
regulamentos visando a assegurar a fiel execuçaoo das leis.
Podee todaviae ocorrer quee a típioltulo de exercípiolcio do poder regulamentare seja editado um decreto que
ultrapasse o conteuldo e o alcance da leie ocasionando uma inovaçaoo no ordenamento jurípioldico (em vez de
mera regulamentaçaoo). Nessa hipoltesee dispooe o CN de competenncia para sustar as disposiçooes do decreto
que tenham exorbitado dos limites do legípioltimo exercípiolcio do poder regulamentar.
O art. 68 da CF trata das leis delegadas (“delegaçaoo legislativa”, ). Nos termos do §2ºe “a delegaçaoo ao PR
teral a forma de resoluçaoo do CNe que especificaral seu conteuldo e os termos de seu exercípiolcio”, . Na hipoltese de
o PR exorbitar dos limites da delegaçaoo legislativae ou sejae editar uma lei delegada extrapolando o disposto
na resoluçaoo do CN referidae tem o P. Legislativo competenncia para sustar as disposiçooes exorbitantes
contidas na lei delegada.
O controle exercido pelo P. Legislativo com base no inc. V do art. 49e el um controle de legalidade ou
legitimidadee e naoo de melrito administrativoe haja vista que o dispositivo naoo autoriza o P. Legislativo
apreciar a oportunidade ou a convenienncia dos atos controlados.
II E o competenncia das Mesas da Canmara dos Deputados e do Senador Federal encaminhar pedidos
escritos de informaçooes a Ministros de Estado ou a quaisquer titulares de olrgaoos diretamente subordinados
a Presidenncia da Repulblicae
licae importando em crime de responsabilidade a recusae ou o naoo atendimentoe no
prazo de 30 diase bem como a prestaçaoo de informaçooes falsas (art. 50e §2º);
III E o competenncia exclusiva do Congresso Nacional julgar anualmente as contas prestadas pelo
Presidente da Repulblica e apreciar os relatolrios sobre a execuçaoo dos planos de governo (art. 49e IV);
Atenção!!! Acerca desse dispositivo (art. 49e IX) el relevante registrar que o STF naoo admite que a
Constituiçaoo de um estado-membro estabeleça competenncia para que a assembleia legislativa (ee no anmbito
municipale a canmara municipal) julgue suas prolprias contase
contase tampouco as contas do Tribunal de Justiça.
Justiça.
Segundo o STF, somente cabe à assembleia legislativa o julgamento das contas do governador (e, à
câmara municipal, o julgamento das contas do prefeito ). Isso porque o julgamento de contas de
quaisquer administradores pulblicos cabe aos tribunais de contase ressalvados unicamente o julgamento das
AGU 2015 18
contas dos Chefes do P. Executivoe o qual competee diretamentee ao Poder Legislativo (CNe assembleia
legislativae canmara municipal ou Canmara Legislativa do DF).
Em sumae segundo o STFe as Constituiçooes estaduais não podem estabelecer que as contas anuais
prestadas pelo olrgaoo administrativo da assembleia legislativa (a mesa da assembleia legislativa) sejam
julgadas pela prolpria assembleia legislativae atribuindo ao pronunciamento do respectivo tribunal de contas
funçaoo meramente opinativa. Os tribunais de contas tenm competenncias para JULGAR as contas q e naoo
apenas opinar q de quaisquer administradorese excepcionadase unicamentee as contas apresentadas pelos
Chefes do P. Executivo (CFe art. 49e IXe e art. 71e I e IIe c/c art. 75).
A mesma orientaçaoo se aplica aos municípiolpiose isto ele somente as contas do prefeito municipal saoo
julgadas pela canmara municipale cabendo ao tribunal de contas municipal (onde houver)e ou ao tribunal de
contas do estado em que estejam localizados os municípiolpiose o julgamento das contas de todos os demais
administradores municipais.
VI Eo competenncia do Congresso Nacionale auxiliado pelo TCUe exercer a fiscalizaçaoo contalbile financeira e
orçamentalria federal (art. 70e caput).
A CFe no art. 70e atribui competência ao CN para, mediante controle externo, auxiliado pelo TCUe TCUe
exercer a fiscalizaçaoo contalbile financeirae orçamentalriae operacional e patrimonial da Uniaoo e das entidades
da administraçaoo direta e indireta federale quanto a legalidadee legitimidadee economicidadee
economicidadee aplicaçaoo das
subvençooes e renulncias de receitas.
Aprovar previamentee
previamentee por voto secretoe apols arguiçaoo pulblicae a escolha de determinados
magistrados e ministros do TCUe
TCUe de governador de Territolrioe
ioe de presidente e diretores do Banco Centrale
Centrale do
Procurador-Geral da Repulblica e de outras autoridades que a lei estabeleça (art. 52e III);
Aprovar previamentee por voto secretoe apols arguiçaoo em sessaoo secretae a escolha dos chefes de
missaoo diplomaltica de caralter permanente (art. 52e IV);
Autorizar operaçooes externas de natureza financeirae de interesse da Uniaooe dos estadose do DFe dos
Territolrios e dos municípiolpios (art. 52e V);
Aprovare por meio absoluto e por voto secretoe a exoneraçaooe de ofípiolcioe do Procurador-Geral da
Repulblica antes do telrmino do seu mandato (art. 52e XI).
O art. 58 da CF trata das comissooes do CN e de suas Casas. Nesse artigoe saoo previstas
atribuiçooes genelricas de controle para essas comissooese tais quais as descritas nos incisos IIIe IVe V e
VI do seu §2º. Merecem especial referenncia as denominadas comissões parlamentares de
inquérito (CPI)e as quais se refere o §3º do art. 58:
§3º As comissões parlamentares de inquéritoe que teraoo poderes de investigaçaoo prolprios de
autoridades judiciaise alelm de outros previstos nos regimentos das respectivas Casase seraoo criadas pela Canmara
dos Deputados ou pelo Senado Federale em conjunto ou separadamentee mediante requerimento de um terço de
seus membrose
membros para a apuraçaoo de fato determinado e por prazo certoe sendo suas conclusooese se for o casoe
encaminhadas ao Ministelrio Pulblicoe para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
O art. 70 da CF preceitua:
AGU 2015 20
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades
da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle
interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,
guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome
desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Observa-se que hal previsaoo de um controle internoe exercido pelo prolprio Podere incumbido
da gestaoo de determinado recurso pulblicoe e um controle externoe exercido pelo P. Legislativoe com
auxípiollio do tribunal de contas competentee sobre a atividade financeira dos demais Poderes.
Atenção!!! O STF ja l deixou assente que e l plenamente compatípiolvel com a CF de 88e sem ferir a
autonomia municipale nem implicar usurpaçaoo de competenncia do TCUe a fiscalizaçaoo exercida pela CGU
quanto a correta aplicaçaoo de recursos pulblicos federais repassadose nos termos de convenniose aos
municípiolpios.
ios. A CF estabelece que o controle externo do Executivo federale o qual inclui o controle financeiro
efetuado pelo TCUe deve se dar sem prejuípiolzo do controle interno efetuado pelo prolprio executivo.
O CONTROLE INTERNO que cada Poder exerce em seu próprio âmbito. É um controle plenoe plenoe
irrestritoe abrangendo toda e qualquer verificaçaoo pertinente a legalidade ou a legitimidade da atuaçaoo dos
respectivos olrgaoos e agentes ee quando se tratar de atuaçaoo discricionalriae a convenienncia e a oportunidade
administrativa.
O CONTROLE FINANCEIRO EXTERNOe EXTERNOe exercido pelo P. Legislativo, com o auxílio dos tribunais de
contase
contase visa a aferir a probidade da atuaçaoo da administraçaoo pulblica e a regularidade na utilizaçaoo de
recursos pulblicose
licose sendo um controle contábil e financeiro de legalidade e legitimidadeelegitimidadee revestidoe
todaviae de marcada ípiolndole polípioltica.
Eo frequente os autores afirmarem quee em razaoo do viels polípioltico do controle externoe chega ele ao
ponto de possibilitar o questionamento de aspectos que envolvem a prolpria discricionariedade do
administrador pulblico. Eo necessalrio ter cuidado com essa afirmaçaoo!!!
IMPORTANTE!!! Ela sol el correta se ficar claro que o controle financeiro externo naoo permite ao olrgaoo
controlador revogar um ato discricionalrio sujeito ao seu controlee ou sejae naoo pode o referido olrgaoo
substituire pelo seu prolprioe o juípiolzo de oportunidade e convenienncia do administradore quando tal juípiolzo
estiver sido exercido em conformidade com a lei e o direito.
Logoe o que se pretende dizer com a asserçaoo de que o controle financeiro externo envolve aspectos
relacionados a discricionariedade el que ele naoo se restringe a anallise meramente formal de legalidade e que
ele possibilita o questionamento atel mesmo da atuaçaoo discricionalria do administradore o qual teral que
justificare fundamentadamentee a luz da lei e do direitoe as escolhas feitase demonstrando que havia elementos
que o levaram a considerar que uma determinada atuaçaooe por ele adotada - e naoo outrae igualmente vallida -e
atendia mais adequadamente ao interesse pulblico.
Esse controle financeiro concerne a receitae a despesa e a gestaoo dos recursos pulblicose com vistas a
preservar o eralrio (art. 70e CF).
As aelreas alcançadas pelo chamado controle financeiro saoo: contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial.
Na área contábile
contábile hal preocupaçaoo com a correta formalizaçaoo dos registros das receitas e despesas;
despesas;
na área financeirae
financeirae o controle se efetiva por meio do acompanhamento dos depolsitos bancalriose iose dos
empenhos de despesas e etc.; o controle orçamentário diz respeito ao acompanhamento da execuçaoo do
orçamento e etc.; na área operacionale
operacionale controla-se a execuçaoo das atividades administrativas em gerale
verificando-se a observanncia dos procedimentos legais e a sua adequaçaoo as exigenncias de eficienncia e
AGU 2015 21
economicidade; o controle patrimonial incide sobre os bens do patrimonnio pulblicoe licoe molveis e imolveise
constantes de almoxarifadose de estoques ou que estejam em uso pela administraçaoo.
Conforme o art. 70e as alreas enumeradas no paralgrafo precedente seraoo controladase com vistas a
verificaçaoo da regularidade da gestaoo da coisa pulblicae sob cinco diferente vertentes: legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renuncia de receitas.
A renúncia de receitas compreende anistiae remissaooe subsípioldioe creldito presumido e etc. Para a
concessão de benefícios tributários que implique renulncia de receitae o art. 14 da LC 101/2000
determina:
Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia
de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que
deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo
menos uma das seguintes condições:
condições
I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei
orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da
lei de diretrizes orçamentárias;
II - estar acompanhada de medidas de compensação,
compensação no período mencionado no caput, por meio do aumento
de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou
contribuição.
contribuição
§ 1º A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter
não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou
contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.
§ 2º Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput deste artigo decorrer
da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas as medidas referidas no
mencionado inciso.
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica:
I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição, na
forma do seu § 1o;
II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança.
De acordo com o §ulnico do art. 70e o controle financeiro externo e l orientado pelo
PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADEe ou sejae toda e qualquer pessoa quee de algum modoe recebae
4OLIVIERAe Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito Administrativo. 3.ed.e Editolria Meltodoe 2015
AGU 2015 22
IMPORTANTE!!! Os tribunais de contas são órgãos VINCULADOS ao P. Legislativoe Legislativoe que o auxiliam
no exercípiolcio do controle externo da administraçaoo pulblicae sobretudo o controle financeiro. Não existe
hierarquia entre as cortes de contas e o P. Legislativo.
Segundo Rafael Olveira (2015), os Tribunais de Contas foram topograficamente inseridos pelo
texto constitucional no Poder Legislativo. Todavia, apesar de auxiliarem o Poder Legislativo em
determinadas tarefas, os Tribunais de Contas, em virtude da sua forte independência, devem ser
considerados órgãos constitucionais independentes que não estão inseridos na relação hierárquica
dos três Poderes.
Natureza do TCU
O TCU ostenta a condição de órgão independente na estrutura do Estado brasileiro , cujas funções estão
elencadas nos incisos do art. 71 da CF/88. Seus membros possuem as mesmas prerrogativas que as asseguradas aos
magistrados (art. 73, § 3º da CF/88), tendo suas decisões a natureza jurídica de atos administrativos passíveis
de controle jurisdicional.
jurisdicional. Trata-se de um tribunal de índole técnica e política, criado para fiscalizar o correto
emprego dos recursos públicos.
Os Tribunais de Contas realizam controle de legitimidade, economicidade e de eficiência , verificando
se os atos praticados pelos entes controlados estão de acordo com a moralidade, eficiência,
proporcionalidade. No atual contexto juspolítico brasileiro, o Tribunal de Contas possui competência para
aferir se o administrador atuou de forma prudente, moralmente aceitável e de acordo com o que a sociedade
dele espera. O TCU representa um dos principais instrumentos republicanos destinados à concretização da
democracia e dos direitos fundamentais,
fundamentais, na medida em que o controle do emprego de recursos públicos
propicia, em larga escala, justiça e igualdade. STF. 1ª Turma. MS 33340/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
26/5/2015 (Info 787).
Os tribunais de contas naoo praticam atos de natureza legislativae mas apenas atos de
fiscalizaçaoo e controlee de natureza administrativa. Naoo obstante recebam o nome de “tribunais”, e as
cortes de contas naoo exercem jurisdiçaooe suas decisooes naoo fazem coisa julgada em sentido prolprio.
O art. 71 da CF estabelece as competenncias do TCU.
Art. 71. O CONTROLE EXTERNO, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o AUXÍLIO DO TRIBUNAL
DE CONTAS DA UNIÃO, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá
ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
recebimento
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as
contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal,
pessoal a qualquer título, na administração
direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo
de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias
posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de
inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial,
patrimonial nas unidades
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma
direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros
instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
Município
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das
respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados
de auditorias e inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções
previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; erário
AGU 2015 23
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento
da lei, se verificada ilegalidade;
X - SUSTAR,
SUSTAR se não atendido, a execução do ATO impugnado,
impugnado comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e
ao Senado Federal;
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.
§ 1º - No CASO DE CONTRATO,
CONTRATO o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, Nacional que
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias,
dias não efetivar as medidas previstas
no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
§ 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo.
§ 4º - O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.
O PRIMEIRO PONTO diz respeito a competenncia do TCU para “apreciar”, e “julgar”, as contas
pulblicas. No tocante as contas do PR (art. 71e I)e o TCU tem competennciae apenase para apreciá-lase
apreciá-lase
mediante parecer prelvio que deveral ser elaborado no prazo de 60 dias a contar de seu recebimento.
Quem julga as contas do PR el o Congresso Nacional (art. 49e IXe CF).
CF)
Quanto as contas dos demais administradores pulblicose o TCU dispooe de competenncia para
julgá-lase por força do inc. II do art. 71 da CF.
Isso deve ser observado obrigatoriamente nos demais entes federados!!! Assime no
anmbito estaduale a competenncia para julgar as contas do governador seral da assembleia legislativae
legislativa
apols a apreciaçaooe mediante parecer prelvioe do tribunal de contas do estado; e a competenncia para o
julgamento das contas dos demais administradores seral do tribunal de contas do estado. No anmbito
municipale a competenncia para julgar as contas do prefeito sera l da canmara municipale apols a
apreciaçaooe mediante parecer prelvioe do tribunal de contas do estado (ou do municípiolpioe onde
houver); e a competenncia para o julgamento das contas dos demais administradores municipais seral
da corte de contas do estado (ou do municípiolpioe onde houver).
Lembrar!!! Segundo o STFe naoo pode a constituiçaoo estadual outorgar a assembleia legislativa
competência para julgar suas próprias contase
contase isso implicaria usurpaçaoo de competenncia do TCE.
Isso vale tambelm para a lei organnica do municípiolpio.
Obs. O STF jal declarou inconstitucional atel mesmo a previsaooe em determinada CEe de que os
julgamentos de contas realizados pelo tribunal de contas daquele estado estariam sujeito a recurso
para o plenalrio da respectivo assembleia legislativa. Invocando o art. 71e IIe da CFe asseverou o STF
que “o exercício da competência de julgamento pelo Tribunal de Contas não fica subordinado
ao crivo posterior do P. Legislativo”.
O SEGUNDO PONTO diz respeito a competenncia para o julgamento das contas da prolpria
corte de contas. A CF naoo disponse expressamentee a respeito da atribuiçaoo de julgamento das contas
dos tribunais de contas.
AGU 2015 24
Esse entendimento el extensivo aos municípiolpiose ou sejae a Lei Organnica do municípiolpio pode
atribuir a canmara municipal competenncia para o julgamento das contas do tribunal de contas
municipale onde houver.
O TERCEIRO PONTO diz respeito a diferença que a CF estabeleceu para a atuaçaoo do TCU diante de
irregularidades apuradas em ato administrativo e de irregularidades verificadas em contrato
administrativo.
O QUARTO PONTO refere-se a natureza das decisooes do TCU das quais resulte imputação de débito
ou multa.
multa. A CF atribui a essas decisooes eficácia de título executivo.
executivo. Isso significa que a multa aplicadae ou o
delbito imputadoe pode ser levada diretamente ao P. Judicialrio para cobrançae em açaoo de execuçaooe sem a
necessidade de discussaoo prelviae em uma açaoo judicial de conhecimentoe acerca da legitimidade dessa multa
ou desse delbito.
O QUINTO PONTO importante concerne a abrangenncia da competenncia prevista no inc. II do art. 71e
especialmente no que tange a denominada TOMADA DE CONTAS ESPECIALe determinada pelo TCUe
relativamente a SEM e EP.
A parte final do inc. II do art. 71 estabelece a competenncia do TCU para “julgar as contas (...) daqueles
que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público”.
Trata-se da competenncia para proceder a tomada de contas especial.
Conforme entendimento vigente no STFe toda e qualquer entidade da administraçaoo indiretae naoo
importa o seu objeto (mesmo que seja o exercípiolcio de atividades econonmicas em sentido estrito)e nem sua
forma jurípioldicae sujeita-se integralmente ao inc. II do art. 71 da CF. Portanto, a tomada de contas especial é
aplicada a todas as SEMs, não importa se prestadoras de serviço público ou exploradora de atividades
econômicas em sentido estrito. O simples fato de haver recursos pulblicos envolvidos enseja a
incidenncia do inciso IIe do art. 71 da CFe inclusive sua parte finale que dispooe sobre a tomada de contas
especial.
Fiscalização do tribunal de contas sobre pessoas jurídicas de direito privado que recebem
recursos públicos
Os Tribunais de Contas possuem competência para fiscalizar pessoas jurídicas de direito privado
que recebam recursos públicos.
públicos Ex.: associações. Todo aquele que administra recursos e bens públicos
está sujeito à fiscalização perante o Tribunal de Contas, independentemente de ser pessoa jurídica de
direito público ou privado.
privado Essa competência sempre esteve prevista de forma implícita no inciso II do art.
71 da CF/88. Em 1998, o parágrafo único do art. 70 foi alterado pela EC 18 para deixar isso ainda mais
explícito.
O simples fato de a associação que recebeu recursos públicos estar sendo processada por
improbidade administrativa não impede que ela seja condenada pelo Tribunal de Contas a ressarcir o
erário se constatada alguma irregularidade. Isso porque as instâncias administrativa (TCU) e judicial
AGU 2015 25
(improbidade) são independentes (arts. 12 e 21, II, da Lei 8.429/92). STF. 1ª Turma. MS 26969/DFe Rel. Min.
Luiz Fuxe julgado em 18/11/2014 (Info 768).
O SEXTO PONTO digno de nota diz respeito ao entendimento do STF segundo o qual os tribunais de
contase no desempenho de suas atribuiçooese podem realizar o controle de constitucionalidade das leise leis
ou sejae no exame de um processo submetido a sua apreciaçaooe podem afastar a aplicaçaoo de uma lei ou ato
normativo do Poder Pulblicoe por entenden-lo inconstitucional (sulmula 347e STF).
Atenção!!! Essa declaraçaoo de inconstitucionalidade pelos tribunais de contas deveral ser proferida
pela maioria absoluta de seus membrose em atençaoo a cláusula de “reserva de plenário”e
plenário”e estabelecida no
art. 97 da CF.
Naoo podem as cortes de contase porelme alterar determinaçooes constantes de decisaoo judicial
transitada em julgadoe ainda que a decisaoo judicial implique a concessaoo de benefípiolcio a servidor ou
a administrado e destoe daquilo que venha decididoe em casos anallogose pelo STF. A autoridade da
coisa julgada não pode ser contrastada por nenhuma decisão administrativa q e as decisooes
das cortes de contas tenm natureza administrativa. Sentença judicial transitada em julgado, em
matéria cível, só pode ser validamente desconstituída, se for o caso, mediante ação
rescisória.
Atenção!!! O STF tambelm jal decidiu que naoo el compatípiolvel com a CF a previsaoo de que os
tribunais de contas funcionem como instanncia recursal em processo administrativos tributalrios por
não encontrar respaldo no art. 71 da CFe
CFe de observanncia impositiva pelos estadose por simetria.
Por fime hal disposiçooes especípiolficas aplicalveis aos municípiolpiose no art. 31 da CF:
Art. 31. A fiscalizaçaoo do Municípiolpio seral exercida pelo Poder Legislativo Municipale mediante controle externoe e
pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipale na forma da lei.
§ 1º - O controle externo da Canmara Municipal seral exercido com o auxípiollio dos Tribunais de Contas dos Estados
ou do Municípiolpio ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípiolpiose onde houver.
§ 2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente
prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
§ 3º - As contas dos Municípiolpios ficaraooe durante sessenta dias, anualmentee a disposiçaoo de qualquer
contribuintee para exame e apreciaçaooe o qual poderal questionar-lhes a legitimidadee nos termos da lei.
§ 4º - Eo vedada a criaçaoo de Tribunaise Conselhos ou olrgaoos de Contas Municipais.
AGU 2015 26
Por força da parte inicial do texto dessa sulmula vinculantee mesmo em um processo concernente a
um ato de ADMISSAOO DE PESSOAL em que as partes sejam somente o TCU e a administraçaoo pulblicae
deverão ser assegurados o contraditório e a ampla defesa ao administrado q que naoo el parte no
processo qe quando a decisaoo do processo acarretee ou possa acarretare uma consequenncia que lhe seja
desfavoralvel.
Passamos a examinare agorae a parte final da SV 3 q que afasta o contraditolrio e a ampla defesa nos
casos de apreciaçaooe pelo TCUe da legalidade dos atos de CONCESSAOO INICIAL DE APOSENTADORIAe
REFORMA E PENSAOO qe um esclarecimento se faz necessário, especialmente porque, conforme se
verá, o STF acabou firmando posição de sorte a limitar o que literalmente dela defluiria.
defluiria.
Atenção!!! Segundo
Segundo a jurisp
jurisprudenncia pacípiolfica
ica do Supremo
Supremo Tr ibunal
ibunal Fed
Federale
rale aposen
aposentad
tadoriase
oriase
refo
reformas e pen
pensooes saoo concedid
concedidas por
por meio de ato ato adm
administrativo
inistrativo complexo
lexo. Vale
Vale dizere
dizere para
para
noss
nossa Cort
Corte Sup
Supremae a conce
concesssaoo de apo
aposen
sentado
tadoriae refor
forma ou pensaoo somenmente se complmpletae
se aperf
aperfeiçoae com o reg
registr
istro feito
feito pelo TCUe no exercício do controle de legalidade do ato.O
mesmo entendimento el perfilhado no Superior Tribun
Tribunal de Justiça.
Justiça.
De acordo com esse entendimentoe o STF afirma que naoo existee para o administradoe direito a
contraditolrio e ampla defesa no caso da apreciaçaoo da legalidade pelo TCUe para efeito de registroe do
ato de concessaoo inicial de aposentadoriae reforma ou pensaooe haja vista quee aquie o registro faz parte da
prolpria formaçaoo do ato.
Pois beme a orientaçaoo do paralgrafo anterior deve ser entendidae hojee apenas como uma regra
gerale nem sempre aplicalvel!
Em setembro de 2007e o STF firmou o entendimento de que o TCU tem o prazo de 5 anos para
efetuar a apreciação da legalidadee
legalidadee para fins de registroe do ato de concessaoo inicial de aposentadoriae
reforma ou pensaoo sem conceder ao interessado a oportunidade de contraditória e ampla defesa. defesa.
Esse entendimento do STF foi reiterado em diversos julgados posteriores. Eo interessante notar
quee em todos elese o STF limita-se a anular a decisaoo do TCU quee passado o prazo de 5 anose tenha
considerado ilegal o ato de concessaoo inicial da aposentadoriae reforma ou pensaooe sem prejuípiolzo da
possibilidade de o TCU instaurar um novo processoe com o mesmo objetoe porelm assegurando ao
administrado o contraditolrio e a ampla defesa . Ou sejae o TCU pode, até, ao final, decidir de novo que
foi ilegal o ato de concessão inicial da aposentadoria, reforma ou pensão e negar o
correspondente registro, mas essa nova decisão terá que ser precedida do exercício do
contraditório e da ampla defesa.
defesa.
AGU 2015 27
Atenção!!! Eo muito importante salientar que essa orientaçaoo do STF NÃO significa sujeiçaoo ao
prazo decadencial de 5 anos previsto no art. 54 da Lei 9.784/99 em relaçaoo ao direito que o TCU tem
de efetuar o controle de legalidade dos atos de concessaoo de aposentadoriae reforma e pensaoo. Se o TCU
estivesse sujeito ao referido prazo decadencial no exercípiolcio desse controlee depois que passassem 5 anos
da concessaoo iniciale pela administraçaoo pulblicae de uma aposentadoria reforma ou pensaooe restaria
extinto por completo o direito de o TCU declarar a ilegalidade dessa concessaooe salvo comprovada mal-fel
do administrado.
administrado.
Lembrar!!! O prazo de 5 anos deve ser contado a partir da data da chegada do processo ao
TCU.
O prazo de 5 anos estabelecido nos julgados aqui citados foi considerado pelo STF um perípiolodo
razoalvel para o TCU examinare para fins de registroe sem contraditolrio e ampla defesa prelvioseios a
legalidade dos atos de concessaoo inicial e aposentadoriae reforma e pensaoo. O transcurso desse prazo
razoalvel sem atuaçaoo do TCU não implica decadência do seu direito de fazer essa exame de legalidadee
mase apenase a obrigaçaoo de ser concedido ao administradoe nesse casoe o exercípiolcio prelvio do
contraditolrio e da ampla defesa.
Situaçaoo bem diferente ocorre quando o TCUe depois de já ter feito o registroe
registroe isto ele jal ter afirmado
formalmente a legalidade do atoe pretende anular sua própria decisãoe
decisãoe por constatar que errou ao decidire
ou por qualquer outra razaoo que o leve a entender que o registro naoo deveria ter sido efetuado.
Atenção!!! Nesse casoe a orientaçaoo do STF el de que a anulação pelo TCU de sua própria decisão
está sujeita ao prazo decadencial de 5 anos previsto no art. 54 da Lei 9.784/99 . Isso porque o ato de
aposentadoria (ou reforma ou pensaoo)e com o registro efetuado pelo TCUe JÁ ESTAVA PERFEITOe
PERFEITOe inexistindo
qualquer motivo vallido para afastar a aplicaçaoo do referido prazo decadencial.
IMPORTANTE!!! Eo mis mistter enfatizar que essa orientaçaoo segundo a qual o controle de legalidade feifeito
pelo TCU el parte integrante de um ATO COM COMPLEXOe
PLEXOe cuja form
formaçaoo naoo se completa enquanto tal controle
naoo el exercidoe el adotada pelo STF somente para as conc concessões de aposentadoria, refor reforma e pensãoe
pensãoe
mas não para outros atos que a administraçaoo pulblica pratique em benefípiolcio de seus agentes. No caso de
outros atos q que naoo seja
sejam a concessaoo de apaposentadoriae refor
reforma e pen
pensaoo q favoralveis ao agente pulblicoe
o TCU estestal sujeito ao prazo decaden
decadencial
cial de cinc
cinco anos previsto no art. 54 da Lei 9.784/1999 desde a dat data
em que o ato el exarado pelo olrgaoo ou entidade da administraçaooe significa dizere passados cinco anos da
data em que o ato foi praticadoe naoo pode mais o TCU determinar a sua anulaçaoo ao olrgaoo ou entidade que
o emitiue por
porque jal se ter
teral operado a decadenncia do direito de anulal-lo.
lo.
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização
dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão
integrados por sete Conselheiros.
Mediante o exercípiolcio do controle judicial dos atos administrativos pode ser decretada a sua
anulação (e nunca a revogaçaoo). Naoo se admite a aferiçaoo do melrito administrativo pelo P. Judicialrio em
sua atividade judicante.
judicante Naoo se devee porelme confundir essa vedaçaoo com a possibilidade de aferiçaoo
pelo P. Judicialrio da legalidade dos atos discricionalrios.
ios
Os atos discricionalrios podem ser amplamente controlados pelo Judicialrioe no que respeita a sua
legalidade ou legitimidade. Ex. um ato discricionalrio do P. Executivo pode ser anulado pelo PJ em razaoo
de vípiolcio de competennciae de desvio de finalidadee de vípiolcio de formae de vípiolcio de motivo e de vípiolcio de
objeto.
Resumindo!!! O PJ podee sempree desde que provocado,provocado, anular atos administrativose vinculados
ou discricionalriose que apresentem vípiolcios de ilegalidade ou ilegitimidade.
ilegitimidade.
Cabe lembrar que no exercípiolcio de funçaoo administrativa o PJ podee sime revogar atos
discricionalrios que ele mesmo tenha editadoe mas isso naoo controle judicial propriamente ditoe e sim
controle administrativo.
Saoo inulmeros os meios judiciais de controle dos atos da administraçaoo pulblicae alguns acessípiolveis a
todos os administradose outros restritos a legitimados determinados. Ex. MSe açaoo populare açaoo de
improbidade administrativae ACPe MIe HCe HD. Atel mesmo a ADI e a ADC saoo passípiolveis de utilizaçaoo para o
controle judicial de atos administrativose desde que providos de normatividade. Esse rol el
exemplificativoe uma vez que todo pronunciamento do PJ sobre um ato da administraçaoo pulblicae em
qualquer açaoo judiciale configura controle judicial.
6.2.1.1 Introdução
LXIX - conceder-se-al mandado de segurança para proteger direito lípiolquido e certoe naoo amparado por
"habeas-corpus" ou "habeas-data"e quando o responsalvel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
O MS el açaoo judiciale de rito sumário especial (de natureza residual), a ser utilizada quando
direito lípiolquido e certo do indivípiolduo for violado por ato de autoridade governamental ou de agente de
pessoa jurípioldica privada que esteja no exercípiolcio de atribuiçaoo do Poder Pulblico.
É sempre ação de natureza civil, ainda quando impetrado contra ato de juiz criminale praticado
em processo penal.
AGU 2015 29
O bem jurípioldico a ser protegido por meio do MS el o próprio direito subjetivo líquido e certo que
esteja sendo violado ou ameaçado e lesaoo por um ato (ou omissaoo) de autoridade praticado com
ilegalidade. Qualquer ato ou omissaoo e autoridade quee de algum modoe seja contralrio ao ordenamento
jurípioldico configura “ilegalidade
ilegalidade”, para efeito de impetraçaoo de MS.
DIREITO LÍQUIDO E CERTO el aquele demonstrado de planoe de acordo com o direitoe e sem
incertezae a respeito dos fatos narrados pelo impetrante. E o o que se apresenta manifesto na sua
existennciae delimitado na sua extensaoo e apto a ser exercitado no momento da impetraçaoo.
Por essa razaooe NÃO HÁ DILAÇÃO PROBATÓRIA NO MS; MS; as provas devem ser PRÉ-
CONSTITUÍDASe em regrae documentaise levadas aos autos do processo no momento da impetraçaoo.
IMPORTANTE!!! A exigência de liquidez e certeza recai sobre matéria de FATO. FATO. A matéria de direito,
direito,
por mais complexa e difícil que se apresente pode ser apreciada em MS. Nesse sentido, súmula 625 do STF:
STF - Súmula nº 625 - Controvelrsia sobre matelria de direito NAOO IMPEDE concessaoo de mandado de segurança.
6.2.1.3 Objeto
O mandado de segurança pode ser repressivo q visando a obstar ou a reparar uma lesaoo jal
ocorrida q ou preventivo q visando a afastar uma ameaça de lesaoo ao direito lípiolquido e certo do
impetrante.
No MS preventivo deve ser comprovada a existenncia de uma efetiva ameaça de lesaoo a direito
lípiolquido e certo do impetrante.
O MS repressivo pode atacar uma atuação lesaoo ou uma omissão do Poder Pulblico que ocasione
lesaoo a direito lípiolquido e certo do impetrante.
c) A exigência de abstenção de praticar um ato ou de adotar uma dada conduta, quando se tratar de MS
preventivo.
preventivo.
A tutela requerida tem conteúdo mandamental, ou sejae a pretensaoo do impetrante el obter uma
decisaoo judiciale endereçada a autoridade responsalvel pela ilegalidade (chamada de autoridade coatora).
Se a autoridade descumprir a ordem judiciale incorreral em crime de desobedienncia (art. 26 da lei do
MS):
Art. 26. Constitui crime de desobediência, nos termos do art. 330 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940, o não cumprimento das decisões proferidas em mandado de segurança, sem prejuízo das sanções administrativas e
da aplicação da Lei nº1.079, de 10 de abril de 1950, quando cabíveis.
6.2.1.4 Restrições
Quanto ao inciso Ie a jurisprudenncia evoluiu para admitir o MSe mesmo que seja cabível o
recurso administrativo com efeito suspensivoe
suspensivo desde que o interessado tenha deixado escoar o prazo
sem recorrer.
Quanto ao inciso IIIe decisooes judiciais transitado em julgado na esfera cípiolvel devem ser atacadas
por açaoo rescisolria (art. 485 CPC); na esfera penal por revisaoo criminal (art. 621 CPP).
Lembrar!!! O MS sempre mantelm sua natureza de açaoo cípiolvele mesmo que seja utilizado contra açaoo
proferida em processo criminal.
IMPORTANTE!!! Tambelm naoo cabe MS contra os atos de gestão comercial praticados pelos
administradores de empresas pulblicase
licase de sociedade de economia mista e de concessionalrias de serviço
pulblico.
lico. Nesse caso, a atuação desses agentes se equipara a atuação de agente privado.
IMPORTANTE!!! Tambelm NÃO cabe MS contra lei em tesee tesee salvo se produtora de efeitos
concretose
concretose pois estas equivalem a atos administrativos. Para a fiscalizaçaoo da constitucionalidade das leis em
tese existe a ADIN. Sulmula 266 do STF:
STF Súmula nº 266 - Naoo cabe mandado de segurança contra lei em tese.
O MS NÃO pode ser impetrado como ação substitutiva de ação de cobrança. A concessaoo de
MS não produz efeitos patrimoniais em relação ao período pretéritoepretérito os quais deveraoo ser
reclamados administrativamente ou judicialmente. Sulmula 269 e 271 do STF:
STF Súmula nº 271 q Concessaoo de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniaise em relaçaoo a
perípiolodo pretelritoe
ito os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial prolpria.
Não pode, tampouco, ser o MS utilizado com o escopo de substituir a ação popular
(súmula 101 do STF). Na açaoo popular pretende-se obter uma sentença desconstitutiva (anulaçaoo de
AGU 2015 31
O MS tem natureza residuale ele naoo pode ser utilizado para proteger direito amparado por HC.
6.2.1.5 Sujeitos
Atenção!!! Eo legípioltimo a impetraçaoo de MS contra as OMISSÕES do poder pulblico que viole direito
lípiolquido e certo.
Quando o direito ameaçado ou violado couber a valrias pessoase qualquer delas poderal requerer o
MS.
IMPORTANTE!!! A formaçaoo de litisconsolrcio ativo el possípiolvele mas não será admitido após o
despacho da petição inicial.
a) Autoridades públicas de quaisquer dos Poderes da Uniaooe dos estadose do DF e dos municípiolpiose
sejam de que categoria forem e sejam quais forem as funçooes que exerçam;
b) Os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades
autárquicas;
c) Os dirigentes de pessoas jurídicas de direito privadoe integrantes ou naoo da administraçaoo
pulblica formale e as pessoas naturaise desde que eles estejam no exercípiolcio de atribuiçooes do Poder Pulblicoe e
somente no que disser respeito a essas atribuiçooes.
Considera-se autoridade aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem
para sua praltica.
STF Súmula nº 510 - Praticado o ato por autoridadee no exercípiolcio de competenncia delegadae contra ela cabe
o mandado de segurança ou a medida judicial.
AGU 2015 32
Dispooe o art. 2º da lei do MS: Art. 2º Considerar-se-al federal a autoridade coatora se as consequências
de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o mandado houverem de ser suportadas pela Uniaoo ou
entidade por ela controlada.
Embora o legitimado passivo no MS seja a autoridade coatorae quem suporta o onnus da decisaoo
final el a pessoa jurípioldica a que o impetrado estal vinculado.
O juiz ordenaral tambelm que se de cienncia do feito ao olrgaoo de representaçaoo judicial da pessoa
jurípioldica interessada.
Ao despachar a inicial (antes mesmo de ser prestadas as informaçooes q el uma faculdade do juiz)e
o magistrado apreciaral o pedido de medida liminare e concederal estae ordenando que se suspenda o ato
que deu motivo ao pedidoe quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a
ineficalcia da medidae caso seja finalmente deferidae sendo facultado exigir do impetrante caução,
fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.
O fato de ser concedida a liminar naoo impede que a decisaoo final seja contralria a liminar.
Da decisaoo do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar cabera l agravo de
instrumentoe observado o disposto na Lei nº 5.869e de 11 de janeiro de 1973 - Coldigo de Processo Civil.
IMPORTANTE!!! NÃO será concedida a MEDIDA LIMINAR que tenha por objeto:
Atenção!!! É possível que estas matérias sejam objeto de MS. O que naoo se permite e l a
concessaoo de liminar que versem sobre tais matelrias.
AGU 2015 33
Nessas hipóteses de vedação de medida liminar, caso seja concedida a segurança no mérito,
não será admitida a execução provisória da sentença.
Quanto a duraçaoo dos efeitos dessa suspensaoo da liminar em MSe dispooe a sulmula 626 do STF:
STF Súmula nº 626 - A suspensão da liminar em mandado de segurança, salvo determinação em contrário da
decisão que a deferir, vigorará até o trânsito em julgado da decisão definitiva de concessão da segurança ou, havendo
recurso, até a sua manutenção pelo Supremo Tribunal Federal, desde que o objeto da liminar deferida coincida, total
ou parcialmente, com o da impetração.
No caso de a Administração Pública ter reajustado a pensão de uma pessoa em valor inferior ao
que seria devido, como é contado o prazo para que a interessada impetre um MS?
O prazo renova-se mens a mens. Segundo entende o STJe esta hipoltese consiste em uma conduta omissiva ilegal da
Administraçaooe que envolve obrigaçaoo de trato sucessivo. Logoe o prazo decadencial estabelecido pela Lei do
Mandado de Segurança se renova de forma continuada mens a mens. STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 243.070-CEe Rel.
Min. Humberto Martinse julgado em 7/2/2013 (Info 517).
AGU 2015 35
Vale ressaltare no entantoe que o STJ afirma quee se o marco final do prazo do MS terminar em salbadoe
domingo ou feriadoe devera l haver prorrogaçaoo para o primeiro dia ultil seguinte. Nesse sentido: STJ. 1ª
Seçaoo. MS 14.828/DFe Rel. Min. Benedito Gonçalvese julgado em 08/09/2010
Uma vez denegado o MSe o pedido poderal ser renovado dentro do prazo decadenciale se a decisaoo
denegatolria naoo lhe houver apreciado o melrito.
a) Se o MS seral impetrado contra um ato jal praticadoe conta-se o prazo a partir da ciência oficial do
atoe
atoe mesmo que tenha sido apresentado recurso administrativo sem efeito suspensivo contra o mesmo ato;
b) Se o mandado de segurança seral impetrado contra um ato lesivo jal praticadoe quee todaviae foi
impugnado mediante recurso administrativo com efeito suspensivoe o prazo começa a correr da data em
que terminar a discussão administrativa (enquanto pendente o recursoe nem mesmo poderia ter sido
impetrado o MS);
Ocorrida a decadenncia do direito de impetrar o MSe o indivípiolduo naoo fica impedido de buscar a
tutela desse direito por meio de outras açooes judiciais.
6.2.1.9 Competência
A COMPETÊNCIA para julgar MS é definida pela categoria da autoridade coatora e pela sua
sede funcional.
No anmbito da justiça estaduale caberal aos prolprios estados-membros cuidar da competenncia para
a apreciaçaoo do MS contra atos de suas autoridades (CFe art. 125).
6.2.1.10 Recursos
Da decisaoo do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar cabera l agravo de
instrumento.
Dispooe o art. 18 da lei do MS: Art. 18. Das decisooes em mandado de segurança proferidas em ulnica
instanncia pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinalrioe
ioe nos casos legalmente previstose e RECURSO
ORDINÁRIOe
ORDINÁRIOe quando a ordem for DENEGADA.
IMPORTANTE!!! A obrigatoriedade do duplo grau NÃO impede que a sentença de primeiro grau seja
executada provisoriamentee SALVO nos casos em que for VEDADA a concessão da medida liminar.
Evita-se com essa regra que o MS seja utilizado como açaoo substitutiva de cobrança.
cobrança. Significa dizer
que a concessão de MS não produz efeitos patrimoniais, em relação ao período pretérito, os quais
deverão ser reclamada administrativamente, ou pela via judicial própria.
6.2.1.13 Desistência
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7º desta Lei, o juiz ouvirá o representante do
Ministério Público, que opinará, dentro do prazo improrrogável de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos serão conclusos ao juiz, para a decisão, a
qual deverá ser necessariamente proferida em 30 (trinta) dias.
Dispooe o art. 6ºe §6 da lei do MS: § 6º O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do
prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito.
Bem como o art. 19: Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem decidir o
mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos
patrimoniais.
Dispooe o art. 20: Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos terão
prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo habeas corpus.
6.2.1.15 MS coletivo
1. Partido político com representação no Congresso Nacionale Nacionale na defesa de seus interesses
legípioltimos relativos a seus integrantes ou a finalidade partidalria;
ia; ou
2. Por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
em funcionamento há, pelo menos, um anoe anoe em defesa de direitos lípiolquidos e certos da totalidadee ou
de partee dos seus membros ou associadose na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes as suas
finalidadese dispensadae para tantoe autorizaçaoo especial.
STF Súmula nº 629 - A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos
associados INDEPENDE DA AUTORIZAÇÃO DESTES.
DESTES.
Ex. Se uma associação pleitear judicialmente determinado direito em favor de seus associados
por outra via que naoo seja o MS coletivoe será necessária autorização expressa.
expressa No MS coletivo não
será necessária autorização expressa dos associados.
a) Coletivose
Coletivose assim entendidos os transindividuaise de natureza indivisípiolvele
ele de que seja titular grupo ou
categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contralria por uma relaçaoo jurípioldica balsica;
ica;
b) Individuais homogêneose
homogêneose assim entendidos os decorrentes de origem comum e da atividade
ou situaçaoo especípiolfica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante.
impetrante.
Atenção!!! Não foram incluídos os direitos difusos, decerto porque estese tendo por titulares
indivípiolduos determinadose naoo saoo concilialveis com a exigenncia de liquidez e certeza.
Os partidos políticos podem defendere mediante MS coletivoe direitos relativos a seus integrantes
ou direitos relacionados a finalidade partidalria; a legitimação das demais entidades é mais restrita,
AGU 2015 38
uma vez que elas só podem defender direitos dos seus membros ou associados q e desde que esses
direitos sejam pertinentes a finalidade das entidades.
Para que se considere que um partido polípioltico satisfaz a exigenncia de estar representado no
Congresso nacional basta que ele tenha UM deputado federal ou um senadore
senadore em efetivo exercípiolcio do
mandatoe na data da impetração do MS coletivo.
coletivo.
Atenção!!! O STF jal decidiu que a legitimidade de sindicato para atuar como substituto processual
no MS coletivo PRESSUPÕE TÃO SOMENTE A EXISTÊNCIA JURÍDICAe JURÍDICAe ou sejae o registro no cartolrio
prolprioe sendo indiferente estarem ou naoo os estatutos arquivados e registrados no Ministelrio do
trabalho.
trabalho.
Obs. O MS coletivo não é sucedâneo de ação popular. O MS coletivo deve defender direito
subjetivoe lípiolquido e certoe quee embora seja tutelado coletivamente (direitos coletivos e individuais
homogêneos)e el de titularidade definida. Os direitos defendidos mediante açaoo popular pertenceme em
regrae a titulares indeterminadose isto ele saoo direitos difusose os quais naoo foram contemplados para
tutela mediante MS coletivo.
A exigenncia da oitiva prelvia estabelecida pelo §2º do art. 22 sol se aplica as pessoas jurípioldicas de
direito pulblico.
Atenção!!! A intimaçaoo para se manifestar acerca do pedido de liminar deve ser feita ao
representante judicial da pessoa jurípioldica de direito pulblicoe e naoo a autoridade coatora.
A coisa julgada no MS coletivo sol alcança os membros do grupo ou categoria substituípioldos pelos
impetrantes. Importante lembrar que o MS coletivo naoo induz litispendenncia para as açooes individuais.
Atenção!!! Parte final do §1º do art. 22: os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante
a típioltulo individual se naoo requerer a DESISTÊNCIA de seu mandado de segurança no prazo de 30
(trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva.
A CFe valorizando a participaçaoo popular no controle da gestaoo da coisa pulblicae que deve ser
pautada pelos princípiolpios constitucionais administrativos da legalidade e moralidadee dispooe que:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;
A ação popular não é ação destinada a defesa de interesse subjetivo individual, mas sim de
natureza coletivae
coletiva visando a anular ato lesivo ao patrimonnio pulblicoe a moralidade administrativae ao
meio ambiente e ao patrimonnio histolrico e cultural. Destina-see assime a concretizaçaoo do princípiolpio
republicanoe que impooe ao administrador pulblico o dever de prestar contas a respeito da gestaoo da coisa
pulblica.
Atenção!!! A açaoo poderal ser utilizada de modo preventivo (visa impedir a consumaçaoo de um
ato lesivo) ou repressivo (jal hal um dano causado).
Somente cidadão pode propor ação popular. Somente a pessoa natural possuidora de típioltulo de
eleitore no gozo da chamada capacidade eleitoral ativae
ativa poderal propor açaoo popular. Poderal entaooe o
brasileiro nato ou naturalizado propor açaoo populare desde que no gozo de seus direitos polípiolticos. A
possibilidade do portuguens equiparado inexistee porquee em face da vedaçaoo contida na Constituiçaoo
portuguesae naoo hal possibilidade de ser atendida a exigenncia da reciprocidade.
A pessoa jurípioldica cujo ato estal sendo impugnadoe mesmo sendo citada para contestare pode ela
adotar uma destas trens condutas:
a) contestar a açaoo
b) abster-se de contestar
c) passar para o polo ativo da ação, atuando ao lado do autor, visando a reforçar as
alegações que sirvam de fundamento ao pedido de anulação do ato lesivo.
lesivo. (intervençaoo molvel)
§ 3º A pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá
abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse
público, a juízo do respectivo representante legal ou dirigente.
6.2.2.1 Objeto
O anmbito de proteçaoo da açaoo popular abrange tanto o patrimônio material como moral, o
estético, o histórico e o ambiental.
Atenção!!! O cabimento da ação popular NÃO exige a comprovação de efetivo dano material,
material,
pecuniário.
pecuniário. Segundo o STFe “a lesividade decorre da ilegalidade; a ilegalidade do comportamento, por
si só, causa o dano”.
IMPORTANTE!!! A ação popular constitui meio idôneo para a fiscalização, na VIA INCIDENTAL,
INCIDENTAL,
da constitucionalidade das leis. Entretantoe a açaoo popular naoo serve como substituto de ADIN (implicaria
usurpaçaoo de competenncia do STF).
Segundo orientaçaoo do STFe não cabe ação popular contra ato de conteúdo jurisdicional,
praticado por membro do Poder Judiciário no desempenho de sua função típica. Ex. sentença de
juiz que cause dano ao meio ambiente naoo pode ser atacada pela açaoo popular.
Sendo assime de acordo com o STFe a ação popular restringe-se, quanto ao âmbito de sua
incidência, a esfera de atuação administrativa de quaisquer dos poderes do estado.
AGU 2015 41
DEVO LEMBRAR!!! Cabe destacar que a sentença que julga IMPROCEDENTE a açaoo popular estal
sujeita ao duplo grau de jurisdição, vale dizere a decisaoo do magistrado que declara a improcedenncia
da açaoo popular seral necessariamente reexaminada pelo tribunal competente.
O art. 11 da lei 4.717/65 estatui quee alelm de anular o atoe a sentença que julgue procedente a
açaoo condenaral ao pagamento de perdas e danos os responsalveis pelo ato e os beneficialrios dele (art.
11).
Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do ato impugnado,
condenará ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele, ressalvada a
ação regressiva contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa.
A parte condenada a restituir bens ou valores ficara l sujeita a sequestro e penhorae desde a
prolaçaoo da sentença condenatolria.
6.2.2.2 Competência
A competenncia para processar e julgar a açaoo popular el definida pela origem do ato a ser
anulado (federale estadual ou municipal).
Obs.
Obs Se a açaoo interessar simultaneamente a Uniaoo e qualquer outra pessoa ou entidadee será
competente o juiz das causas da União.
União
IMPORTANTE!!! Segundo orientaçaoo do STFe o foro especial por prerrogativa de função NÃO alcança as
ações populares ajuizadas contra as autoridades detentoras dessa prerrogativa. Significa dizer que os
tribunais do Poder Judicialrio naoo tem competenncia originalria para o julgamento de açaoo populare ainda quando
proposta contra atos de autoridades que dispooem de foro por prerrogativa de funçaoo perante tais tribunais . A açaoo
popular deveral ser proposta e julgada originariamente nos juípiolzos de primeira instância.
instância.
IMPORTANTE!! Cabe ao STFe porelme o julgamento de açaoo popular na quale pela sua natureza
peculiare a decisaoo puder criar um CONFLITO ENTRE UM ESTADO MEMBRO E A UNIÃO.
UNIÃO.
Dispooe o art. 19 da Lei da AP: Art. 19. A sentença que concluir pela CARÊNCIA OU PELA
IMPROCEDÊNCIA da ação está sujeita ao duplo grau de jurisdição,
jurisdição não produzindo efeito senão depois de
confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação procedente caberá apelação, com efeito suspensivo.
Sobre os efeitos da sentençae dispooe o art. 18: Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada
oponível "erga
erga omnes",
omnes exceto no caso de haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova;
prova neste
caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.
Segundo o art. 16: Art. 16. Caso decorridos 60 (sessenta) dias da publicação da sentença condenatória de
segunda instância, sem que o autor ou terceiro promova a respectiva execução, o representante do Ministério
Público a promoverá nos 30 (trinta) dias seguintes, sob pena de falta grave.
6.2.3.1 Introdução
A ACP e l uma açaoo especial destinada a proteger direitos difusos e coletivos antes naoo
especificamente amparados pelas açooes existentes.
a) Interesses coletivos, difusos e individuais homogêneos (este, (este, desde que esteja configurado
interesse social relevante)
relevante) objetivandoe inclusivee evitar o dano ao meio ambientee ao consumidore a ordem
urbanípiolstica ou aos bens e direitos de valor artípiolsticoe estelticoe histolricoe turípiolstico e paisagípiolstico.
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por
danos morais e patrimoniais causados:
I - ao meio-ambiente;
meio-ambiente
II - ao consumidor;
consumidor
III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
paisagístico
IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.
V - por infração da ordem econômica;
econômica
VI - à ordem urbanística.
urbanística
VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos.
religiosos (Incluído pela Lei nº 12.966, de 2014)
VIII – ao patrimônio público e social.
social (Incluído pela Lei nº 13.004, de 2014)
Parágrafo único. NÃO SERÁ CABÍVEL AÇÃO CIVIL PÚBLICA para veicular pretensões que envolvam
tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de
natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados.
A Lei 7.347/85 refere-se a uma açaoo cautelar e a uma açaoo principal (arts. 4º e 5º). Seja cautelar
ou principal a açaooe admite-se a concessão de liminar nos termos do art. 12 da lei 7.347:
Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em decisão sujeita a
agravo.
§ 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à saú-
saú-
de, à segurança e à economia pública,
pública poderá o Presidente do Tribunal a que competir o conhecimento do respectivo
recurso suspender a execução da liminar, em decisão fundamentada, da qual caberá agravo para uma das turmas
julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a partir da publicação do ato.
§ 2º A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito em julgado da decisão fa- fa-
vorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento.
Lembrar!!! Nos termos do art. 2º da Lei 8.437/92e a liminare se cabípiolvele somente seral concedida
apols a audienncia do representante judicial da pessoa jurípioldica de direito pulblico interessadae que deveral
se manifestar no prazo de 72 horas.
Art. 3º A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer
ou não fazer.
Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido
por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério Público e
representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados.
§ 1o Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em estabelecimento oficial de
crédito, em conta com correção monetária.
§ 2o Havendo acordo ou condenação com fundamento em dano causado por ato de discriminação étnica nos
termos do disposto no art. 1 o desta Lei, a prestação em dinheiro reverterá diretamente ao fundo de que trata
o caput e será utilizada para ações de promoção da igualdade étnica, conforme definição do Conselho Nacional de
Promoção da Igualdade Racial, na hipótese de extensão nacional, ou dos Conselhos de Promoção de Igualdade Racial
estaduais ou locais, nas hipóteses de danos com extensão regional ou local, respectivamente.
Vale frisar que o ajuizamento da ação civil pública não impede a propositura de ações
individuais sobre o mesmo objetoe nem gera litispendenncia.
Jal decidiu o STF que a ACP sol el cabípiolvel para tutela dos interesses e direitos expressamente
previstos em lei (numerus clausus ou TAXATIVIDADE). Em suma, segundo o STF, não cabe ACP
baseada na equidade, para hipóteses não previstas em lei.
IMPORTANTE!!! Eo firme o entendimento do STF de que o MP naoo tem legitimidade para o ajuizamento
de ACP com a finalidade de declarar a inconstitucionalidade de tributos e obter a restituiçaoo dos valores
indevidamente pagos.
pagos. Em se tratando de tributo inconstitucional o meio halbil el a ADIN.
Atenção!!! Entretantoe o STF reconheceu legitimidade ao MP para questionar, mediante ACPe
ACPe acordos
(que causem prejuízos ao erário – concessão de benefícios tributários) firmados entre os estados e
empresas privadase com o objetivo de atrair para seus territolrios a instalaçaoo de tais empresas (“guerra
fiscal”, ).
AGU 2015 44
IMPORTANTE!!! O STF jal deixou assente que a ACP naoo pode ser utilizada como sucedanneo da ADINe
para o controle de constitucionalidadee em tesee de leis e atos normativose pois nesse caso estaria havendo
usurpaçaoo da competenncia do STF pelos juípiolzos inferiores.
Art. 6º Qualquer pessoa PODERÁ e o servidor público DEVERÁ provocar a iniciativa do Ministério Público,
ministrando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil e indicando-lhe os elementos de
convicção.
EXTRA DIZER O DIREITO6:
Eo constitucional a Lei nº 11.448/2007e que alterou a Lei n.° 7.347/85e prevendo a Defensoria Pulblica como
um dos legitimados para propor açaoo civil pulblica. Vale ressaltar quee segundo o STFe a Defensoria Pulblica pode
propor açaoo civil pulblica na defesa de direitos difusose coletivos e individuais homogenneos. STF. Plenalrio. ADI
3943/DFe Rel. Min. Calrmen Lulciae julgado em 6 e 7/5/2015 (Info 784).
A legitimidade da Defensoria para a ACP é irrestrita, ou seja, a instituição pode propor ACP em todo e
qualquer caso?
Apesar de naoo ser um tema ainda pacípiolficoe a resposta que prevalece el que NAOO. Assime a Defensoria Pulblicae
ao ajuizar uma ACPe deveral provar que os interesses discutidos na açaoo tenm pertinenncia com as suas finalidades
institucionais.
Por que se diz que a legitimidade da Defensoria não é irrestrita?
Porque a legitimidade de nenhum dos legitimados do art. 5º el irrestritae nem mesmo do Ministelrio Pulblico.
O STJ jal decidiue por exemploe que “o Ministelrio Pulblico naoo tem legitimidade ativa para propor açaoo civil pulblica
na qual busca a suposta defesa de um pequeno grupo de pessoas - no casoe dos associados de um clubee numa
olptica predominantemente individual.”, (REsp 1109335/SEe Rel. Min. Luis Felipe Salomaooe julgado em
21/06/2011).
Qual é enfim o parâmetro para a legitimidade da Defensoria na ACP?
A doutrina majoritalria tem defendido que a Defensoria sol tem adequada representaçaoo se estiver
defendendo interesses relacionados com seus objetivos institucionais e que se encontram previstos no art. 134 da
CF.Segundo a posiçaoo tranquila no STJe a Defensoria Pulblica sol tem legitimidade ativa para açooes coletivas se elas
estiverem relacionadas com as funçooes institucionais conferidas pela CF/88.
Art. 7º Se, no exercício de suas funções, os juízes e tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam
ensejar a propositura da ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as providências cabíveis.
Ajuizada a ACP pelo MPe este NÃO PODE DESISTIR DA AÇÃO por ser indisponível seu objetoe
objeto
porelme ao finale poderal opinar pela improcedenncia da açaoo.
Nas açooes de que trata a LACPe NÃO haverá adiantamento de custase emolumentos,
honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenaçaoo da associaçaoo autorae salvo
comprovada mal-fele em honoralrios de advogadoe custas e despesas processuais.
Como sujeito passivo na ACP pode figurar qualquer pessoa que tenha ocasionado lesaoo ou
ameaça de lesaoo aos bens jurípioldicos passípiolveis de serem tutelados pela referida açaoo. Isso inclui pessoas
fípiolsicas e jurípioldicase privadas ou pulblicase inclusive os entes federados e as entidades da administraçaoo
pulblica indireta.
6.2.3.5 Sentença
A Associaçaoo de Defesa da Saulde ajuizoue na Justiça Estadual de Saoo Pauloe açaoo civil pulblica contra a
empresa "XXX" pedindo que ela fosse condenada a indenizar os danos morais e materiais causados aos
consumidores que adquiriam o medicamento "YY"e que faria mal ao coraçaooe efeito colateral que teria sido
omitido pela fabricante. Trata-see portantoe de demanda envolvendo direitos individuais homogenneos.
O pedido foi julgado improcedente em 1ª instanncia sob o argumento de que a autora NÃO CONSEGUIU
PROVAR O ALEGADO (insuficienncia de prova). Houve apelaçaoo para o TJSPe que manteve a sentença. A
associaçaoo naoo recorreu contra o acolrdaooe que transitou em julgado.
Seis meses depoise a Associaçaoo Fluminense de Defesa do Consumidor proponse na Justiça Estadual do
Rio de Janeiroe açaoo civil pulblica com o mesmo objetoe ou sejae pedindo a condenaçaoo da empresa por danos
morais e materiais pela venda do medicamento.
O juiz extinguiu a demanda sem resoluçaoo do melrito acolhendo a preliminar de coisa julgadae diante do
fato de o Tribunal de Justiça do Estado de Saoo Paulo ter julgado açaoo civil pulblica idenntica a presente.
A associaçaoo recorreu contra a decisaoo do juiz afirmando que sol haveria coisa julgada se a primeira
açaoo coletiva tivesse sido julgada procedente.
procedente. Como foi julgada improcedentee naoo haveria coisa julgada.
Para tantoe ela fundamentou seu recurso no art. 103e IIIe do CDC:
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este Código, a sentença fará coisa julgada:
III - erga omnes,
omnes, apenas no caso de procedência do pedido,
pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus
sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do artigo 81.
Obs: o inciso III do parágrafo único do art. 81 trata sobre os direitos individuais homogêneos.
A tese da associação está correta? É possível a repropositura da demanda ainda que a ação
coletiva já tenha sido julgada improcedente em outro Estado por falta de provas? NÃO. NÃO.
Após o trânsito em julgado de decisão que julga improcedente ação coletiva proposta em defesa
de direitos individuais homogêneos, independentemente do motivo que tenha fundamentado a rejeição
do pedido, não é possível a propositura de nova demanda com o mesmo objeto por outro legitimado
coletivo, ainda que em outro Estado da federação.
federação. STJ. 2ª Seção. REsp 1.302.596-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, Rel. para acórdão Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 9/12/2015 (Info 575).
Art. 103, III, do CDC
Realmentee uma leitura precipitada do inciso III do art. 103 do CDC poderia levar a equivocada
conclusaoo de que apenas em caso de procedência da ação coletiva seria proibida a nova propositura de
ação coletiva idêntica. Estae contudoe não é a interpretação dada pelo STJ. STJ.
O inciso III deve ser lido em conjunto com o § 2ºe que estabelece:
§ 2º Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido,
pedido, os interessados que não tiverem
intervindo no processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização a título individual.
individual.
Interpretando o inciso III em conjunto com o § 2º do art. 103, o STJ chegou à seguinte conclusão:
1) Se a açaoo coletiva envolvendo direitos individuais homogenneos for julgada PROCEDENTE:
PROCEDENTE: a
sentença fará coisa julgada erga omnes e qualquer consumidor pode se habilitar na liquidaçaoo e promover
a execuçaooe provando o dano sofrido.
2) Se a açaoo coletiva envolvendo direitos individuais homogenneos for julgada IMPROCEDENTE (naoo
importa o motivo):
2.a) os interessados individuais que naoo tiverem intervindo no processo coletivo como
litisconsortes (art. 94 do CDC) poderaoo propor açaoo de indenizaçaoo a título individual.individual. Ex: os
consumidores do medicamento que naoo tiverem atendido ao chamado do art. 94 do CDC e naoo tiverem
participado da primeira açaoo coletiva poderaoo ajuizar açooes individuais de indenizaçaoo contra a empresa.
2.b) naoo cabe a repropositura de nova açaoo coletiva mesmo que por outro legitimado coletivo (naoo
importa se ele participou ou naoo da primeira açaoo; naoo pode nova açaoo coletiva).
Veja o que a doutrina diz sobre o tema:
"(...) A diferença de redaçaoo entre os incisos I e IIe do art. 103 e o inciso IIIe do mesmo art. 103e reside
em quee nas duas primeiras hipoltesese admite-se quee se julgada improcedente por insuficienncia de provas e
em face de nova provae que ocorra repropositura da açaoo coletiva pela inocorrenncia de coisa julgada e o que
naoo se passa com o caso do inciso IIIe do art. 103.
AGU 2015 47
Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela propositura
da ação serão SOLIDARIAMENTE condenados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da
responsabilidade por perdas e danos.
Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários
periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em
honorários de advogado, custas e despesas processuais.
A competenncia para processar e julgar a açaoo el determinada pelo LOCAL onde ocorreu ou deva
ocorrer o DANO.
DANO. Da mesma forma que ocorre na açaoo populare naoo existe foro especial por prerrogativa
de funçaoo nas ACPse como hale para determinadas autoridadese nas açooes penais.
De acordo com o art. 14: Art. 14. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursose para evitar
dano irreparalvel a parte.
Eo funçaoo institucional do MP promover o inquelrito civil e a açaoo civil pulblicae para a proteçaoo do
patrimonnio pulblico e sociale do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.
As finalidades dessas açooes saoo distintas. Hal entre elas diferenças que merecem observaçaoo.
A legitimidade ativa na AP el privativa do cidadaooe ao passo que na ACP pertence ao MPe entidades
estatais e associaçooes.
IMPORTANTE!!! A jurisprudência tem se firmado no sentido de que NÃO CABE ACP com
pedido típico de AP e vice-versa.