História
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Capítulo 1
A Colonização Portuguesa
A Exploração do Território
Antes de alcançar o Brasil, os portugueses vinha há muito tempo buscando uma rota
para chegarem às Índias. Essa rota era feita através da navegação de boa parte do
litoral africano até que as embarcações alcançassem os mares do Oriente. Depois de
várias viagens feitas durante o século XV, os portugueses conquistaram essa rota e, com
isso, esperavam lucrar com os tecidos, temperos e outras mercadorias encontradas no
mundo oriental.
Desse modo, ao chegarem ao Brasil, os portugueses estavam bem mais preocupados
em desenvolver o comércio oriental do que se arriscar com as desconhecidas terras
brasileiras. Foi de tal modo que, nas três primeiras décadas da nossa colonização, os
portugueses pouco fizeram por aqui.
Alguns historiadores chegam a dizer
que os trinta primeiros anos de nossa
colonização foram marcados por certo
“abandono”.
É importante destacar que, mesmo
não tendo a mesma importância das
Índias, o território brasileiro foi em
diferentes momentos visitados por
embarcações portuguesas que tinham a
função de reconhecer melhor o nosso
território e patrulhar nossas terras
contra a invasão de outras nações
europeias que tinham o interesse de
colonizar o Brasil. Na verdade, a falta de
uma presença mais marcante dos
portugueses incentivou que outros
povos europeus, como espanhóis e
franceses, chegassem a desembarcar
por aqui nesse tempo.
Não encontrando nenhuma grande riqueza mais atraente, como os metais preciosos,
os portugueses se limitaram a explorar a extração do pau-brasil nessa época. Essa
madeira, além de servir para construção de casas e embarcações, tinha uma tinta
natural avermelhada que servia para o tingimento de tecidos. Nesse tempo, os tecidos
tingidos na cor vermelha eram muito valorizados na Europa.
Para realizarem a retirada das toras de pau-brasil do nosso território, os portugueses
contaram com o auxílio dos grupos indígenas que aqui viviam. Afinal de contas, os
portugueses não tinham conhecimento das regiões exatas em que esse tipo de madeira
poderia ser encontrado. Os indígenas, tendo maior conhecimento do território,
realizavam a extração da madeira nas matas e o transporte até as regiões litorâneas. As
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toras de madeira eram armazenadas nas feitorias, construções que eram empregadas
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O Capitão Cabral estava usando um colar de ouro. Caminha, a princípio, achou que o
índio quisesse trocar ouro por um colar de miçangas. Mas um tempo depois, os homens
de Cabral perceberam que metais preciosos não podiam ser vistos em grande
quantidade na nova terra, como acontecera aos espanhóis, que, chegando à América
Central, viram astecas com adornos feitos de ouro. Como diz o pesquisador Lucas
Figueiredo, em sua obra Boa Ventura! A corrida do ouro no Brasil (1697-1810), ao
comentar esse trecho da carta de Caminha:
Na carta de sete páginas escrita por Caminha com letra miúda e
elegante, o rei tomou conhecimento de como era a nova conquista de
Portugal. Parecia o paraíso na terra, tinha muito inhame e, caso
houvesse interesse em cultivá-la, tudo nela daria. O episódio do colar
na capitania, interpretado pelo escrivão como a indicação da suposta
presença do metal em terra, foi relatado com a devida cautela.
“Tomávamos nós nesse sentido por ser esse o nosso desejo”, anotou
caminha com uma honestidade singular.
Apesar da grande importância que hoje em dia a carta de Caminha tem enquanto
documento histórico, por um longo tempo ela esteve guardada nos arquivos
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5. Explique por que o Brasil recebeu esse nome.
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Tratado de Tordesilhas
Tratado de Tordesilhas, assinado em sete de junho de 1494, foi um acordo entre o
monarca de Portugal, D. João II, e os reis do que hoje é a Espanha moderna, Isabel I de
Castela e Fernando II de Aragão. Apesar de o documento ter sido o resultado das
recentes descobertas das viagens do navegador genovês Cristóvão Colombo, para
entender por completo sua relevância histórica é necessário ter em mente acordos
prévios feitos entre as potências ibéricas.
Em paralelo ao recuo islâmico na Península Ibérica, a partir do século XIII, os
castelhanos disputaram com os portugueses a exploração e domínio da costa atlântica
africana, considerada essencial para garantir uma passagem para a Índia que não
dependesse exclusivamente do Mar Mediterrâneo. Durante o século XV, a contínua
expansão dos reinos ibéricos nesta direção gerou conflitos comerciais e, por
consequência, rivalidade política. A partir da década de 1450, reis portugueses
solicitariam intervenção a sucessivos papas, a fim de garantir não apenas a posse
temporal e espiritual das terras já descobertas, mas também dos territórios ainda
desconhecidos no Atlântico.
Por volta da época da disputada ascensão ao trono de Isabel I de Castela, em 1474,
um primeiro tratado começou ser negociado por Portugal para aquietar as disputas a
respeito, culminando finalmente no chamado Tratado de Alcáçovas. Assinado pelas
duas partes em 1479, o documento acertava a paz entre os reinos após a Guerra de
Sucessão Castelhana (1475-79), tendo como principais cláusulas a renúncia de D.
Afonso V ao trono de Castela e um futuro casamento entre os filhos dos soberanos.
Além disso, o tratado demarcava as zonas de influência de cada lado no Oceano
Atlântico ao estabelecer o domínio dos Reis Católicos nas Ilhas Canárias, garantindo aos
portugueses a exploração de todas as terras ao sul. Ambos os reinos comprometeram-
se a não infligir os domínios estabelecidos, e o papa Sisto IV ratificou o acordo em 1481.
Em 1492, contudo, ocorreram as primeiras descobertas por Cristóvão Colombo,
alterando por completo a situação diplomática estabelecida anteriormente. Quase que
imediatamente após a chegada do navegador à Espanha, o casal real procurou garantir
o apoio do papa aragonês Alexandre VI. De acordo, uma bula (bula Inter coetera) foi
publicada em maio de 1493, estabelecendo que todas as terras descobertas e ainda por
descobrir a oeste das Ilhas Canárias eram possessão exclusiva dos Reis Católicos,
restando a Portugal apenas as terras a leste. Julgando que tal decisão do pontífice
contradizia diretamente o Tratado de Alcácoças assinado alguns anos antes, o rei D.
João II procurou Isabel I e Fernando II para negociações paralelas.
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reino vizinho, os monarcas acabaram por concordar, e o acordo foi selado. Ficou
decidido que a separação das terras demarcadas seria feita a partir de um meridiano
que estaria a 370 léguas (aproximadamente 1780 quilômetros) a oeste das ilhas de
Cabo Verde; todas as terras a oeste seria da Coroa espanhola, enquanto as terras a leste
pertenceriam à monarquia portuguesa. Contudo, como os espanhóis necessitariam de
navegar pelas águas portuguesas para atingir seus próprios domínios, certas cláusulas
garantiam passagem segura, embora ainda proibissem qualquer exploração.
de origem branca, negra, indígena ou mestiça. Além disso, o pagamento pelos serviços
prestados era comumente realizado com o repasse de novos animas que surgiam no
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rebanho.
Com o surgimento das atividades mineradoras nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, a
pecuária ampliou seu mercado consumidor estabelecendo novas frentes de expansão
no Nordeste e na região Sul do território. Além de servir para o abastecimento da
população, a atividade pecuarista também consolidou um próspero comércio de
equinos e muares usados para o transporte de pessoas e mercadorias. Geralmente,
eram organizadas feiras em alguns centros urbanos do interior onde esses animais
eram negociados.
Além de ocupar uma importante posição no ambiente colonial, a expansão da
pecuária foi de grande importância no processo de ampliação do território.
Paralelamente, após a decadência da atividade mineradora no interior, a pecuária
também se consolidou como uma nova atividade que substituiria o vazio econômico
deixado pelo escassamente das minas.
As drogas do Sertão
Ao longo da colonização, observamos que a incursão pelo interior do nosso território
abriu caminho não apenas para o conhecimento de novos espaços, mas também para a
existência de várias plantas, frutas e raízes que compunham a nossa vegetação. Nesse
processo, o contato com as populações indígenas também foi de suma importância para
que os colonizadores conhecessem as potencialidades curativas e culinárias das
chamadas “drogas do sertão”.
Antes que a nossa colonização se efetivasse, a partir de 1530, toda a Europa tinha
grande interesse nas especiarias vendidas nas Índias. As ervas, frutos, raízes e
sementes do mundo oriental serviam para a preparação de remédios, a fabricação de
manufaturas e o tempero da comida. No século XV, o advento das grandes navegações –
lideradas pelas nações ibéricas – objetivava a conquista de uma rota que ligasse a
Europa aos comerciantes indianos, tamanho era o interesse por esses produtos.
Envolvidos em tal projeto, os portugueses acabaram conquistando uma rota de
chegada ao Oriente por meio da circunavegação da África. Tal rota, apesar de cumprir o
seu objetivo, acabou não sendo economicamente viável por conta do grande tempo
gasto na viagem e a concorrência de outros povos que já comercializavam com os
indianos. Dessa forma, a possibilidade de se vender e consumir as especiarias em
Portugal acabou não sendo concretizada.
Nos séculos XVI e XVII, a exploração da região amazônica acabou surgindo como uma
solução para o papel econômico anteriormente desempenhado pelas especiarias
indianas. Afinal, esse espaço do território colonial acabou se mostrando rico em frutas,
sementes, raízes e outras plantas que tinham finalidades medicinais e culinárias. Cacau,
cravo, guaraná, urucum, poaia e baunilha foram alguns dos produtos que ficaram
conhecidos como as tais “drogas do sertão”.
Na maioria das vezes, a extração das drogas do sertão era feita pelas missões jesuítas
que se localizavam no interior do território e aproveitavam da mão de obra indígena
disponível. Paralelamente, os bandeirantes, em suas incursões pelo interior, também
realizavam essa mesma atividade com o objetivo de vender esses produtos na região
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De fato, essa atividade gerou um bom lucro aos bandeirantes que se dispunham a
adentrar o interior à procura de nativos. Contudo, a resistência destes e o risco de vida
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da própria atividade levaram muitos bandeirantes a organizarem ataques contra as
missões jesuíticas.
Afinal de contas, ali encontrariam uma boa quantidade de “índios amansados” que já
estariam adaptados aos valores da cultura europeia e valeriam mais por estarem
acostumados a uma rotina de trabalho.
Com isso, a rivalidade entre bandeirantes e jesuítas marcou uma das mais acirradas
disputas entre os séculos XVII e XVIII. Vez após outra, ambos os lados recorriam à
Coroa Portuguesa para resolver essa rotineira contenda. Por um lado, os colonizadores
reclamavam da falta de suporte da própria administração colonial. Por outro, os
jesuítas apelavam para a influência da Igreja junto ao Estado para denunciarem as
terríveis agressões dos bandeirantes.
O desgaste causado por essas disputas só foi resolvido com as ações impostas pelo
marquês de Pombal. Primeiramente, decidiu determinar a expulsão dos jesuítas do
Brasil por estes imporem um modelo de colonização alheio ao interesse da Coroa. E,
logo em seguida, determinou o fim da escravidão indígena e a formação de aldeamentos
diretamente controlados por representantes da administração metropolitana.
A Escravidão Africana
A substituição da mão de obra escrava indígena pela africana ocorreu,
progressivamente, a partir de 1570. As principais formas de resistência indígena à
escravidão foram as guerras, as fugas e a recusa ao trabalho, além da morte de uma
parcela significativa deles. Segundo o historiador Boris Fausto, morreram em torno de
60 mil índios, entre os anos de 1562 e 1563.
As causas eram doenças contraídas pelo contato com os brancos, especialmente os
jesuítas: sarampo, varíola e gripe, para as quais não tinham defesa biológica.
Outro fator bastante importante, se não o mais importante, na substituição de mão
de obra indígena pela africana, era a necessidade de uma melhor organização da
produção açucareira, que assumia um papel cada vez mais importante na economia
colonial. Para conseguir dar conta dessa expansão e demanda externa tornou-se
necessária uma mão de obra cada vez mais especializada, como a dos africanos, que já
lidavam com essa atividade nas propriedades dos portugueses, na Ilha da Madeira,
litoral da África.
Nessa época, a Coroa começou a tomar medidas contra a escravização dos A
substituição da mão de obra escrava indígena pela africana ocorreu, progressivamente,
a partir de 1570. As principais formas de resistência indígena à escravidão foram as
guerras, as fugas e a recusa ao trabalho, além da morte de uma parcela significativa
deles. Segundo o historiador Boris Fausto, morreram em torno de 60 mil índios, entre
os anos de 1562 e 1563.
Para o historiador Eduardo Silva, “a escravidão não funcionou e se reproduziu
baseada apenas na força. O combate à autonomia e indisciplina escrava, no trabalho e
fora dele, se fez através de uma combinação de violência com a negociação, do chicote
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com a recompensa.”.
Os escravos que trabalhavam na casa grande recebiam um tratamento melhor e, em
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4. Observe o mapa
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a) Quantas vilas existam no Brasil por volta de 1580?
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b) No século XVI, as vilas e cidades brasileiras se concentravam nas regiões de litoral.
Em sua opinião por que isso acontecia?
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A Administração Colonial
Com o sistema de Capitanias Hereditárias, criado por D. João III a partir de 1534, teve
início a colonização regular da colônia.
Este sistema não se constituía em uma experiência totalmente nova, pois já havia
sido empregado na colonização das ilhas portuguesas do Atlântico.
A presença francesa e a situação desfavorável do comércio com o Oriente foram os
fatores determinantes que desencadearam o início da ocupação.
Esta foi realizada com base em recursos de particulares, pois os capitais disponíveis
estavam concentrados no comércio oriental. Assim, o sistema de capitanias se
constituiu em uma divisão do território brasileiro em lotes, de extensão variada, e
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dom João III adota o modelo que já experimentara com sucesso nas possessões da
África – o das Capitanias Hereditárias.
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Pouco tempo depois, institui também a figura do Governo Geral. Capitanias e
Governo Geral coexistem por mais de dois séculos, numa sobreposição de poderes nem
sempre tranquila.
O sistema de Governos Gerais é interrompido entre 1580 e 1640, época em que
Portugal e suas colônias ficam sob domínio da Espanha.
Capitanias Hereditárias
Mem de Sá
volumosos. As vilas são administradas por alcaide nomeado pelo donatário e por uma
câmara municipal (às vezes chamada de senado da câmara). A câmara é formada por
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Governadores
O primeiro é Tomé de Souza. Ele chega ao Brasil
em 29 de março de 1549 e governa até sua morte, em
1553. É substituído por Duarte da Costa, que fica no
cargo por quatro anos. O terceiro é Mem de Sá, que
governa de 1557 até 1572. Até a chegada da família
real no Brasil, em 1808, sucedem-se na colônia 47
governadores-gerais.
Fundação de Salvador
Salvador, sede do Governo Geral é fundada por
Tomé de Souza logo após sua chegada, em 1549. A
vila cresce rapidamente com a vinda de mais colonos,
atraídos pelas doações de sesmarias.
Eles introduzem a cultura do arroz e de árvores
frutíferas, começam as criações de gado, as plantações de cana-de-açúcar e instalam
engenhos.
Fundação do Rio de Janeiro
A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro é fundada em 1º de março de 1565, por
Estácio de Sá, sobrinho do governador-geral Mem de Sá. O local escolhido é o do antigo
forte construído pelos franceses na entrada da baía de Guanabara.
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Divisão do Governo Geral
Em 1572 Dom Sebastião divide a administração da colônia em dois governos gerais.
O do sul, com sede em São Sebastião do Rio de Janeiro, fica responsável pelos
territórios da capitania de Ilhéus para baixo. O governo do norte, com capital em
Salvador, se encarrega de administrar a região que vai da capitania de Porto Seguro à
de Pernambuco. O sistema dura pouco. O governo único é restabelecido em 1578; há
uma nova divisão entre 1608 e 1612.
Estado do Maranhão e Grão-Pará
Em 1621, já sob domínio espanhol, é criado o Estado do Maranhão e Grão-Pará. Seu
objetivo é melhorar as defesas da costa e os contatos com a metrópole, já que as
relações com Salvador são dificultadas pelas correntes marítimas.
Compreensão
1. Nos primórdios do Sistema Colonial, as concessões de terras efetuadas pela
metrópole portuguesa pretendiam tanto a ocupação e o povoamento como a
organização da produção do açúcar, com fins comerciais. Identifique a alternativa
correta sobre as medidas que a Coroa portuguesa adotou para atingir esses objetivos.
a) Dividiu o território em capitanias hereditárias, cedidas aos donatários, que, por sua
vez, distribuíram as terras em sesmarias a homens de posses que as demandaram.
b) Vendeu as terras brasileiras a senhores de engenho já experientes, que garantiram
uma produção crescente de açúcar.
c) Dividiu o território em governações vitalícias, cujos governadores distribuíram a
terra entre os colonos portugueses.
d) Armou fortemente os colonos para que pudessem defender o território e
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4. “[El rei D. João III] ordenou que se povoasse esta província, repartindo as terras por
pessoas que se lhe oferecessem para as povoarem e conquistarem à custa de sua
fazenda, e dando a cada um cinquenta léguas por costa com todo o seu sertão, para que
eles fossem não só senhores, mas capitães delas pelo que se chamam e distinguem por
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capitanias.”
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SALVADOR, Frei Vicente do. História do Brasil (1550-1627). 7 ed. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1982. p. 103-104.
Ao receber uma Capitania Hereditária, o donatário recebia também o Foral, um
documento onde eram determinados os seus direitos e deveres nas terras a ele
concedidas. Dentre esses direitos e deveres não constava:
a) o direito de repassar a concessão das capitanias a um descendente.
b) o dever de cumprir as funções militares e judiciais na capitania.
c) o direito de controlar o direito de passagem nos rios e portos.
d) o direito de vender as terras recebidas a terceiros.
e) fundar vilas.
Escravidão Indígena no Brasil Colonial
O litoral brasileiro era repleto de tribos indígenas no começo do século XVI, época em
que os portugueses chegaram ao Brasil. Como o objetivo principal dos colonos era a
obtenção de lucro na nova terra conquistada, a opção pela escravidão indígena foi
quase que imediata. O auge da escravidão indígena no Brasil foi no período inicial da
colonização, entre os anos de 1540 e 1580.
O escambo
A primeira “relação de trabalho” entre portugueses e índios brasileiros foi o
escambo. Os portugueses ofereciam objetos (espelhos, apitos, cordas, facas e etc.) aos
índios em troca do trabalho no corte e transporte de pau-brasil.
O trabalho nos Engenhos
Com o estabelecimento dos engenhos de açúcar no nordeste do Brasil, os colonos
precisavam de grande quantidade de mão de obra. Muitos senhores de engenho
recorreram a escravização de índios. Organizavam expedições que invadiam as tribos
de forma violenta, inclusive com armas de fogo, para sequestrarem os indígenas jovens
e fortes para levarem até o engenho.
O trabalho na Região Norte
A mão de obra escrava indígena foi muito utilizada na segunda metade do século
XVII, principalmente no Maranhão. Os índios foram usados em pequenas lavouras e
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também na exploração das "drogas do sertão". A falta e o alto custo dos escravos
africanos fizeram com que os colonos optassem pelos índios. O uso dos nativos como
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escravos teve forte oposição dos jesuítas, que entraram em conflito com os colonos da
região. Foi somente em 1682, com a criação da Companhia Geral de Comércio do
Estado do Maranhão, que a mão de obra indígena começou a deixar de ser usada, sendo
substituída pelos escravos africanos.
O Comércio de Escravos Indígenas
Houve até um mercado de negócios com escravos indígenas. Comerciantes
organizavam expedições de captura indígena para lucrar com a venda destes escravos
aos senhores de engenho.
Outra forma de obtenção de Escravos Indígenas
Era muito comum a guerra entre tribos indígenas. Os portugueses aproveitaram esta
rivalidade, faziam alianças com determinadas tribos e, em troca de apoio militar,
recebiam índios adversários capturados como recompensa.
Principais problemas e dificuldades da Escravidão Indígena no Brasil
Desde o início a Escravidão Indígena não deu certo pelos seguintes motivos:
✓ Os índios não aguentavam o trabalho forçado e intenso nos engenhos;
✓ Muitos indígenas resistiam ao trabalho forçado, não trabalhando (mesmo recebendo
punições físicas) ou tentando a todo custo fugir para a mata;
✓ Havia forte oposição ao trabalho escravo indígena por parte dos jesuítas portugueses
que vieram para o Brasil catequizarem os indígenas no período colonial;
✓ Com o aumento do lucrativo tráfico de escravos africanos, a própria Coroa
Portuguesa começou a se opor à escravização indígena no final do século XVI;
✓ Muitos indígenas morreriam de doenças trazidas pelos colonos portugueses como,
por exemplo, sarampo, varíola e gripe.
Diminuição e fim da Escravidão Indígena
A partir do final do século XVI houve uma forte redução da escravidão indígena. Isso
ocorreu, principalmente, em função das dificuldades apontadas acima e também do
aumento da escravidão negra africana. Esta segunda era bem mais lucrativa aos
comerciantes e também a cora portuguesa. Não houve também, como ocorre com a
indígena, uma forte oposição dos jesuítas ao trabalho escravo africano no Brasil.
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Jesuítas no Brasil Colônia
indígenas. O interesse era que eles passassem a viver de acordo com a cultura europeia:
que as famílias fossem nucleares (pai, mãe e filhos do casal), que eles se fixassem em
um local (grande parte das tribos indígenas era seminômade, vivendo em constante
deslocamento) e passassem a adotar os ritmos e as disciplinas de trabalho que
impunham os europeus. Esse processo ficou também conhecido como aculturação.
Com isso, os jesuítas conseguiram que as missões produzissem para seu próprio
consumo, além de fornecerem excedentes que eram comercializados. Toda essa
situação levou os jesuítas a entrarem em conflitos com os colonos, que tinham interesse
na escravização indígena. As missões serviam como áreas protegidas da ação dos
colonos, mas também resultaram em fonte de força de trabalho para os jesuítas que se
enriqueceram com a exploração dos indígenas.
Além do que eram comercializados nas missões, os jesuítas conseguiram acumular
fortuna com a posse de enormes extensões de terras e engenhos. Os jesuítas
permaneceram na colônia portuguesa na América até 1759, quando foram banidos das
colônias portuguesas. A venda do patrimônio dos jesuítas garantiu altas rendas para a
Coroa Portuguesa, o que mostrou que o poder espiritual dos jesuítas também havia se
transformado em poder econômico.
Compreensão
1. No processo de Colonização do Brasil (sécs. XVI-XVIII), os jesuítas tiveram papel de
destaque na difusão do catolicismo. Sobre eles é correto afirmar, exceto:
a) Detinham o monopólio da educação e, na segunda metade do século XVI, fundaram
colégios na cidade de Salvador e na Vila de São Vicente.
b) Sua tarefa missionária era a catequização dos índios, convertendo-os à verdadeira fé
e à recuperação de fiéis.
c) Construíram as missões para impedir a escravidão dos indígenas pelos coloniais e
manter o universo de valores culturais dos índios.
d) Foram expulsos de Portugal e das possessões coloniais pelo Marquês de Pombal,
após 1750, devido ao seu poder econômico e político.
A passagem acima se refere ao trabalho que os jesuítas desenvolviam junto aos índios
do Brasil, nos séculos XVI e XVII. Sobre esse contexto histórico, aponte a alternativa
correta:
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Não encontrando nenhuma grande riqueza mais atraente, como os metais preciosos,
os portugueses se limitaram a explorar a extração do pau-brasil nessa época. Essa
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madeira, além de servir para construção de casas e embarcações, tinha uma tinta
natural avermelhada que servia para o tingimento de tecidos. Nesse tempo, os tecidos
tingidos na cor vermelha eram muito valorizados na Europa.
Para realizarem a retirada das toras de pau-brasil do nosso território, os portugueses
contaram com o auxilio dos grupos indígenas que aqui viviam. Afinal de contas, os
portugueses não tinham conhecimento das regiões exatas em que esse tipo de madeira
poderia ser encontrado. Os indígenas, tendo maior conhecimento do território,
realizavam a extração da madeira nas matas e o transporte até as regiões litorâneas. As
toras de madeira eram armazenadas nas feitorias, construções que eram empregadas
como marcos da presença portuguesa no Brasil.
Os indígenas que realizavam esse tipo de trabalho eram recompensados pelo sistema
de “escambo”. Nesse tipo de sistema de trabalho, os indígenas recebiam mercadorias
diversas em troca do pau-brasil retirado. Notamos aqui que o trabalho escravo ainda
não havia sido implantado pelos portugueses. A escravidão só começou a partir da
década de 1530, quando os portugueses intensificariam sua presença no Brasil. Mas
afinal, por que motivo eles tiveram mais interesse no Brasil a partir desse momento?
A mudança de comportamento dos portugueses pode ser explicada por vários
motivos. O primeiro deles é o fracasso do comércio desenvolvido nas Índias. A
demorada viagem e a concorrência imposta por outros comerciantes diminuíram as
vantagens que os portugueses esperavam ter no Oriente. Além disso, as ameaças de
invasão estrangeira no Brasil e a existência de ouro em outras regiões da América
também motivaram a mudança da atenção portuguesa para com nossas terras.
Foi assim que, no ano de 1530, uma expedição chefiada por Martim Afonso foi
mandada com diversos objetivos. Chegando aqui, essa nova expedição portuguesa
deveria expulsar os estrangeiros que aqui se encontrassem e buscar metais preciosos
em nossas terras. Ao mesmo tempo, deveriam fundar os primeiros povoamentos que
marcariam o início de uma Colonização Portuguesa mais intensa em nossas terras.
A escravidão de indígenas
A mão de obra escravizada aumentava os lucros da Coroa Portuguesa com o
comércio de produtos como o pau-brasil e, principalmente, o açúcar.
Os colonizadores necessitavam de mão de obra para trabalhar na produção
açucareira. Nas demais atividades econômicas, a introdução do trabalho escravo
mostrou-se a alternativa mais barata. Inicialmente, recorreu-se à escravidão de
indígenas.
No entanto, diversos fatores dificultavam sua escravização, como a resistência por
meio de fugas e de ataques aos engenhos e vilas. Além disso, para evitar seu
aprisionamento, os indígenas deslocaram-se cada vez mais para o interior do território.
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Os Negros Trazidos para o Brasil
A força de trabalho dos negros foi explorada durante vários séculos no Brasil. No
começo da colonização brasileira, os portugueses buscaram empreender ações
econômicas que viessem a estabelecer lucro para a Coroa Lusitana. A partir do ano de
1530, a instalação das primeiras lavouras de cana-de-açúcar exigiu um elevado número
de trabalhadores que não poderia ser obtido em um país tão pequeno como Portugal.
Foi então que a escravidão surgiu como uma oportunidade de resolver essa demanda
por mão de obra e, ao mesmo tempo, ampliar os lucros com a atividade
agroexportadora a ser desenvolvida por aqui. Dentre os povos escravizados, os
indígenas brasileiros tiveram sua força de trabalho utilizada pelos portugueses, assim
como as populações africanas que também eram colonizadas pelos portugueses.
Transformando-se em uma atividade lucrativa para os portugueses, o tráfico de
escravos africanos para o Brasil iniciou a captura, transporte, venda e exploração
sistemática de vários povos do continente africano. Entre os séculos XVI e XIX foi
enorme a quantidade de pessoas retiradas de seus locais de origem para terem sua
força de trabalho aproveitada em terras brasileiras.
Além do número de africanos transformados em escravos, devemos também
destacar que uma enorme quantidade de prisioneiros morria nos porões dos navios
negreiros. Acomodados em condições degradantes e submetidos a uma dieta alimentar
insuficiente, quase metade dos negros trazidos da África acabava falecendo na travessia
do Oceano Atlântico.
Mesmo tendo acabado no ano de 1888, a escravidão negra ainda teve efeitos diversos
na história brasileira. Apesar da libertação, a população negra do Brasil ainda sofreu
com o preconceito e a imposição de baixos salários. Pesquisas recentes mostram que
pessoas negras que exercem a mesma função ou cargo de uma pessoa branca recebem
salários menores.
Há alguns anos o governo brasileiro vem tomando algumas ações para amenizar os
efeitos negativos da escravidão. Pela nossa lei, a realização de injúrias racistas ou
qualquer tipo de atividade discriminatória por razão semelhante é punida como crime.
Ao mesmo tempo, várias ações e debates vêm sendo realizados para superar essas
lamentáveis marcas deixadas pela escravidão no Brasil.
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Compreensão
1. Explique como aconteceu a primeira forma de exploração das terras que hoje é o
Brasil.
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2. Com o aumento da produção do pau-brasil e o açúcar, como foi possível aumentar a
mão-de-obra escrava?
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3. Como eram as defesas dos indígenas?
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4. Os africanos escravizados no Brasil por volta de 1570, para trabalharem nas
lavouras. Como era o tratamento com os escravos?
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Economia Açucareira
A produção de açúcar em terras brasileiras foi a melhor forma encontrada pelos
portugueses para compensar economicamente os esforços em proteger a colônias de
ameaças estrangeiras. A economia açucareira teve início no litoral e foi bastante
lucrativa, pois o produto era bastante consumido nos países europeus. A cultura
da cana-de-açúcar ainda deu aos colonizadores, a possibilidade de organização do
cultivo permanente do solo. Com isso, houve o início do povoamento da colônia de uma
maneira sistemática.
A economia açucareira já estava superando os lucros que Portugal ganhava com
o pau-brasil. O motivo foi a expansão rápida do plantio da cana em regiões onde as
condições eram muito favoráveis. Para o desenvolvimento da agricultura canavieira
eram necessários chuvas e clima quente; e o Brasil contava com tudo isso.
O solo de massapé, presente no litoral do Nordeste do Brasil também foi fundamental
para o cultivo. Mas esta não foi a primeira experiência portuguesa com a produção de
açúcar. Eles há muito tempo, já plantavam cana-de-açúcar na Ilha da Madeira e nos
Açores.
Compreensão
1. Quem deu início à agricultura da cana-de-açúcar no Brasil?
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2. Onde o cultivo obteve maior desenvolvimento e por quê?
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3. Quem foi favorecido com a produção de açúcar?
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4. O que a cultura da cana provocou?
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5. Nessa época, o açúcar era usado para quê?
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Engenho
Europa.
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Portanto, os holandeses tinham várias maneiras indiretas de lucrar com o açúcar do
Brasil: financiando e recebendo juros bancários, cobrando pelo transporte e pelo refino,
ou revendendo na Europa. Houve momentos em que eles tinham mais lucros com o
açúcar do Brasil do que os próprios comerciantes portugueses. Essa melosa ligação
comercial entre Holanda, Portugal e Brasil foi encerrada de surpresa, quando aconteceu
a União Ibérica.
A crise do açúcar
A crise do açúcar brasileiro ocorreu após a expulsão dos holandeses do Brasil, pois
eles não desistiram do açúcar. Instalaram engenhos nas Antilhas (que são ilhas que
ficam no mar do Caribe, lá na América Central) e começaram a exportar açúcar para a
Europa. Dessa maneira, a produção mundial de açúcar aumentou demais, O açúcar
brasileiro passou a ter de disputar compradores com o açúcar antilhano. Com tanto
açúcar sendo oferecido no mercado, os preços foram caindo.
As coisas não estavam boas na Europa. Na famosa crise do século XVII, ninguém
conseguia comprar muita coisa. Os preços caíram muito e mesmo assim o comércio
continuava declinando. Dá para perceber que isso também botou os preços do açúcar
brasileiro lá no porão.
Com os preços internacionais em queda, as exportações brasileiras caíram, o que
provocou a ruína de muitos senhores de engenho.
Porém houve um fator que atenuou a crise: as compras de açúcar pelo mercado
interno brasileiro.
Engenho de Açúcar
Os escravos na produção de açúcar no período colonial…
As fazendas produtoras de açúcar no período histórico da colonização no Brasil eram
referidas como engenho de açúcar. O termo também define as máquinas utilizadas para
moer a cana-de-açúcar. Os engenhos de açúcar eram predominantes no nordeste e
destinavam a sua produção de açúcar para a metrópole portuguesa e para o mercado
europeu.
O engenho era composto pela casa-grande, senzala, capela, horta e o canavial. Era
utilizada a mão-de-obra escrava dos negros africanos. Depois da expulsão dos
holandeses, a produção do açúcar brasileiro passou a sofrer a concorrência do açúcar
holandês produzido nas ilhas da América Central.
O chamado engenho-banguê incluía a moeda, a casa das caldeiras e a casa de purgar.
Os engenhos resistiram até o século XX, nos estados de Pernambuco, Rio de Janeiro,
Alagoas e São Paulo.
Foram finalmente extintos, a partir da evolução da agroindústria e o surgimento das
usinas de açúcar e álcool.
No engenho, as etapas de produção do açúcar iniciavam-se na moagem de cana. Na
moagem era extraído o caldo de cana; posteriormente encaminhado para o tanque e
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depois armazenado.
Página
Para a produção da cachaça, o caldo era armazenado para a fermentação e destilação.
Na produção do açúcar, o caldo era colocado em tachos de cobre em fogo, até a etapa do
resfriamento do mel.
Especialmente no norte (região conhecida como Nova Inglaterra) e no centro da
costa atlântica da América do Norte, desenvolveu-se uma economia dinâmica, com
produção para o mercado interno, logo desdobrando-se em atividades comerciais e
manufatureiras, produzindo as origens da riqueza dos Estados Unidos.
Observe o quadro abaixo.
Colônia de Exploração Colônia de Povoamento
Latifúndio Pequena propriedade familiar
Trabalho compulsório: escravidão e servidão indígena Trabalho livre e “servidão por contrato”
Senhores e Escravos
Durante o ciclo da cana-de-açúcar, a sociedade colonial se definia a partir da casa-
grande e da senzala. Formando o poderoso grupo socioeconômico da colônia, havia os
brancos colonizadores, donos dos engenhos, que habitavam as casas-grandes.
O poder dessa aristocracia canavieira ia além de suas terras, expandindo-se pelas
vilas, dominando as Câmeras Municipais e a vida colonial.
A autoridade do senhor de casa-grande era absoluta: em família a obediência lhe era
incondicional e o respeito como chefe superior, indiscutível, estando as mulheres
submetidas a um papel subordinado, complementar.
A sociedade açucareira teve, assim, um carácter explicitamente patriarcal. Os
escravos, considerados simples mercadorias, formavam a base econômica dessa
33
senhor”.
Os escravos, em sua maioria trabalhavam de sol a sol na lavoura e na produção de
açúcar, vigiados por um feitor, sofrendo constantes castigos físicos. Alguns exerciam
trabalhos domésticos na casa-grande como cozinheiras, arrumadeiras, amas de
crianças, moleques de recados, etc. Formando uma pequena parcela da população,
havia os homens livres, plantadores de cana com poucos recursos, que não possuíam
instalações para produzir o açúcar (engenhos), sendo obrigados a vender a cana a um
senhor de engenho.
A essa camada intermediária pertenciam também os feitores, capatazes,
comerciantes, artesãos, padres, militares e funcionários públicos, moradores das
poucas vilas e cidades da época. Auge do ciclo da cana-de-açúcar. Durante os séculos
XVI e XVII, o Brasil tornou-se o maior produtor de açúcar do mundo, gerando imensas
riquezas para os senhores de engenho, para Portugal e, sobretudo, para os holandeses.
Ostentando sua opulência, os senhores de engenho do Nordeste importavam da
Europa desde roupas e alimentos até louças e objetos de decoração. Como
consequência da maciça importação de mercadorias europeias, da importação de
escravos e da participação dos holandeses e portugueses no comércio de açúcar, quase
toda a riqueza gerada por este ciclo econômico foi desviada da colônia para as áreas
metropolitanas, caracterizando as condições do pacto colonial.
Atividades complementares da economia açucareira. Embora a economia do período
colonial tenha se baseado num único produto, que concentrava quase completamente o
interesse e as atividades de toda a colônia, havia algumas atividades secundárias,
realizadas para complementar as necessidades da população. Sendo assim, havia,
dentro do próprio engenho, uma pequena produção de aguardente e rapadura,
utilizada no consumo interno da colônia e também no escambo de escravos africanos.
Ao mesmo tempo, iniciou-se a criação do gado que se desenvolveu no Nordeste,
próximo aos engenhos, penetrando depois no interior. Sendo uma atividade
complementar, importância comercial da criação de gado era muito menor que a da
produção de açúcar. Entretanto, além de servir para mover as moendas e transportar o
açúcar, o gado era fonte de alimentação e fornecia o couro que era usado na confecção
de roupas, calçados, móveis e outros utensílios.
Na criação de gado, quase não havia escravos, predominando o trabalho livre,
principalmente dos indígenas. O gado era criado de forma extensiva, ou seja, solto nas
terras, sempre à procura de melhores pastagens. Dessa forma, o gado penetrou no
interior, alcançado, já no século XVII, o Maranhão e o Ceará, ao norte, e, mais ao sul, as
margens do rio São Francisco.
Originaram-se, assim, diversas fazendas no interior, o que acabou levando ao
desbravamento da atual região Nordeste. Além da criação e gado, havia o cultivo de
alguns produtos agrícolas complementares, como a mandioca que constituía a base da
alimentação da população colonial, principalmente dos escravos.
O fumo ou tabaco era produzido principalmente para ser trocado por negros
escravos na costa africana, onde era muito valorizado. Sua produção desenvolveu-se
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O trecho do sermão do Padre Antônio Vieira estabelece uma relação entre a Paixão de
Cristo e
a) a atividade dos comerciantes de açúcar nos portos brasileiros.
b) a função dos mestres de açúcar durante a safra de cana.
c) o sofrimento dos jesuítas na conversão dos ameríndios.
d) o papel dos senhores na administração dos engenhos.
e) o trabalho dos escravos na produção de açúcar.
2. Com relação à economia da cana-de-açúcar e da pecuária no Nordeste durante o
período colonial, é correto afirmar que:
a) por serem as duas atividades essenciais e complementares, portanto os mais
permanentes foram as que mais usaram escravos.
b) a primeira, tecnologicamente mais complexa, recorria à escravidão, e a segunda,
tecnologicamente mais simples, ao trabalho livre.
c) a técnica era rudimentar em ambas, na agricultura por causa da escravidão, e na
criação de animais para atender o mercado interno.
d) tanto em uma quanto em outra, desenvolveram-se formas mistas e sofisticadas de
trabalho livre e de trabalho compulsório.
e) por serem diferentes e independentes uma da outra, não se pode estabelecer
qualquer tentativa de comparação entre ambas.
3. A imagem abaixo é do holandês Frans Post, que pintou diversas imagens do Brasil,
dentre elas os engenhos de açúcar.
preferiam atentar contra a própria vida. Nesse mesmo tipo de ação de resistência,
algumas escravas grávidas buscavam o preparo de ervas com propriedades abortivas.
Além disso, podemos salientar que o planejamento de emboscadas para assassinar os
feitores e senhores de engenho também integrava esse corolário de ações contra a
escravidão.
Quilombo dos Palmares
Zumbi foi um dos mais bravos líderes da comunidade quilombola dos Palmares.
Durante todo o período em que a escravidão foi vigente, os cativos empreenderam
formas diversas de escaparem daquela ordem marcada pela repressão e o controle.
Dentre as várias manifestações de resistência, os quilombos, também conhecidos como
mocambos, funcionavam como comunidades de negros fugidos que conseguiam
escapar do controle de seus proprietários.
Sendo local de refúgio, os escravos escolhiam localidades de difícil acesso que
impedissem uma possível recaptura. Além disso, os quilombos também eram
estrategicamente próximos de algumas estradas onde poderiam realizar pequenos
assaltos que garantissem a sua sobrevivência. Não sendo abrigo apenas de escravos, os
quilombos também abrigavam índios e fugitivos da justiça.
Um dos quilombos mais conhecidos da história brasileira foi Palmares, instalado na
serra da Barriga, atual região de Alagoas. Com o passar do tempo, Palmares se
transformou em uma espécie de confederação, que abrigava os vários quilombos que
existiam naquela localidade. Seu crescimento ocorreu principalmente entre as décadas
de 1630 e 1650, quando a invasão dos holandeses prejudicou o controle sobre a
população escrava.
A prosperidade e a capacidade de organização desse imenso quilombo
representaram uma séria ameaça para a ordem escravocrata vigente. Não por acaso,
vários governos que controlaram a região organizaram expedições que tinham por
objetivo estabelecer a destruição definitiva de Palmares. Contudo, os quilombolas
resistiram de maneira eficaz e, ao longo de oitenta anos, conseguiram derrotar
aproximadamente trinta expedições militares organizadas com este mesmo objetivo.
Mediante a resistência daquela população quilombola e não mais suportando a
exaustão das derrotas, o governador de Pernambuco, Aires Sousa e Castro, e Ganga
Zumba, importante líder palmarino, assinaram o chamado “acordo de 1678” ou “acordo
de Recife”. Por esse tratado, o governo pernambucano reconhecia a liberdade de todos
os negros nascidos em Palmares e concedia a utilização dos terrenos localizados na
região norte de Alagoas.
Compreensão
1. Qual foi a principal forma de resistência contra a escravidão no Brasil?
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2. Explique o que é um Quilombo.
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3. Qual o maior quilombo formado durante o período colonial no Brasil? Quais são as
principais características desse quilombo.
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Expansão Territorial Brasil
Invasão holandesa no Brasil
Entre os anos de 1630 e 1654, o Nordeste brasileiro foi alvo de ataques e fixação de
holandeses. Interessados no comércio de açúcar, os holandeses implantaram um
governo em nosso território. Sob o comando de Maurício de Nassau, permaneceram lá
até serem expulsos em 1654. Nassau desenvolveu diversos trabalhos em Recife,
modernizando a cidade.
Expansão Territorial: bandeiras e bandeirantes
Foram os bandeirantes os responsáveis pela ampliação do território brasileiro além
do Tratado de Tordesilhas. Os bandeirantes penetram no território brasileiro,
procurando índios para aprisionar e jazidas de ouro e diamantes. Foram os
bandeirantes que encontraram as primeiras minas de ouro nas regiões de Minas Gerais,
Goiás e Mato Grosso.
O Ciclo do Ouro: século XVIII – após a descoberta das primeiras minas de ouro, o rei
de Portugal tratou de organizar sua extração. Interessado nesta nova fonte de lucros, já
que o comércio de açúcar passava por uma fase de declínio, ele começou a cobrar o
quinto. O quinto nada mais era do que um imposto cobrado pela coroa portuguesa e
correspondia a 20% de todo ouro encontrado na colônia. Este imposto era cobrado nas
Casas de Fundição.
A descoberta de ouro e o início da exploração da minas nas regiões auríferas (Minas
Gerais, Mato Grosso e Goiás) provocou uma verdadeira "corrida do ouro" para estas
regiões. Procurando trabalho na região, desempregados de várias regiões do país
partiram em busca do sonho de ficar rico da noite para o dia. O trabalho dos tropeiros
foi de fundamental importância neste período, pois eram eles os responsáveis pelo
abastecimento de animais de carga, alimentos (carne seca, principalmente) e outros
mantimentos que não eram produzidos nas regiões mineradoras.
Desenvolvimento urbano nas cidades mineiras começou a surgir e o
desenvolvimento urbano e cultural aumentou muito nestas regiões. Foi neste contexto
que apareceu um dos mais importantes artistas plásticos do Brasil: Aleijadinho.
Vários empregos surgiram nestas regiões, diversificando o mercado de trabalho na
região aurífera. Igrejas foram erguidas em cidades como Vila Rica (atual Ouro Preto),
Diamantina e Mariana.
Para acompanhar o desenvolvimento da Região Sudeste, a capital do país foi
transferida de Salvador para o Rio de Janeiro.
40
Página
Trabalho escravo nas minas
As atividades escravas no local das minas não ficaram apenas limitadas a obtenção
Página
do ouro, uma vez que os escravos executavam diversas funções, como trabalhos
relacionados ao transporte, comércio ambulante e a estruturação de ruas, pontes e
edifícios. A atividade nas minas foi julgada o modo de trabalho mais doloroso e árduo
exercido pelos africanos que eram escravizados no Brasil.
Trabalho escravo dos indígenas
Os indígenas foram utilizados no Brasil a partir dos primeiros anos da conquista até
o século XVIII. Os colonos portugueses escravizaram os índios para que eles
executassem atividades, especialmente, na obtenção de madeira. Os indígenas
escravizados cortavam e carregavam a madeira até os navios.
Os índios eram muito usados e sofriam intensas punições físicas quando resistiam a
trabalhar ou agiam de maneira errada. Vários não suportavam a condição e faleciam.
Trabalho Escravo dos Africanos
Os portugueses que chegaram ao Brasil foram procurar na África a mão-de-obra
essencial para os hábitos da cana-de-açúcar. Os escravos colaboravam com todos os
processos da manufatura do açúcar, a começar pelo plantio até a preparação do açúcar
nos engenhos. Esforçavam-se de sol a sol e eram punidos com dureza quando não
efetuavam as ordens, pecavam na atividade ou tentavam escapar. Tinham que realizar
todos os trabalhos exigidos pelo seu “dono”.
As escravas mulheres também atuavam muito, contudo um pequeno número tinha a
sorte de executar atividades domésticas como, culinária, limpeza e cuidas das crianças.
Essas possuíam um trabalho menos doloroso.
Os filhos de escravos também trabalhavam desde muito novos. Em torno dos oito
anos de idade já eram coagidos a realizar atividades de adultos e quase abandonavam a
infância.
Com início na metade do século XVIII, e com a descoberta das minas de ouro, os
presos de nacionalidade africana começaram a trabalhar na mineração. Executavam as
atividades mais difíceis, isto é, carregavam cascalho, quebravam pedras e operavam na
procura de pepitas de ouro nos riachos.
Nos séculos XVIII e XIX eram frequentes, especialmente nas maiores cidades, os
prisioneiros de ganho. Esses possuíam a autonomia de realizar atividades ou
comercializar mercadorias nas ruas. Contudo, a grande parte dos ganhos dessas
atividades teria que ser entregue aos seus donos. Mesmo que ficassem com quase nada,
diversos escravos de ganho economizam dinheiro no decorrer dos anos para poder
adquirir a carta de alforria, alcançando assim sua liberdade.
Resultado
O trabalho destinado aos escravos no Brasil até 1888, com a abolição, foi pesado,
fuzilante e injusto. Ganhavam somente alimentação de qualidade ruim, vestimentas
velhas e moradias desumanas, conhecidas como senzalas.
Vários escravos não aguentavam e faleciam de enfermidades ou acidentes de oficio,
que eram frequentes na época. Não apresentavam direito e eram comercializados como
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os hábitos africanos.
Revoltas Coloniais
Afinal de contas, as ideias de povo ou nação brasileira nem sequer eram debatidos nos
meios intelectuais da época.
Página
Observando os primeiros conflitos ocorridos na colônia, observamos que a intenção
fundamental era a de promover algumas mudanças nas exigências e práticas impostas
pela metrópole. Em nenhum momento, as primeiras grandes revoltas, acontecidas
entre os séculos XVII e XVIII, pretendiam extinguir o pacto colonial ou estabelecer a
independência da América Portuguesa. Com isso, temos mais um argumento que vai
contra a tradicional interpretação dada aos levantes decorridos no período colonial.
Conhecidos como Revoltas Nativistas, esses movimentos tiveram início no século
XVII, momento em que diversas regiões da colônia enfrentavam sérias dificuldades
econômicas provenientes da crise da economia açucareira. Adentrando o século XVIII,
vemos que essas rebeliões persistem com a rigorosa fiscalização imposta por Portugal
nessa mesma época. Entre as maiores rebeliões nativistas destacamos a Revolta de
Beckman (1684), a Guerra dos Emboabas (1708), a Guerra dos Mascates (1710) e a
Revolta de Filipe dos Santos (1720).
Rebeliões Separatistas
Tocada por essa mesma separação entre as elites e as camadas menos favorecidas, a
Conjuração Baiana, de 1798, foi impulsionada por uma elite ilustrada que se afastou do
Página
movimento ao perceber que o mesmo passava a ser controlado por populares. Mesmo
não tendo um projeto amplo de emancipação, essa revolta teve grande importância ao
tocar diretamente na questão da escravidão – um dilema que ainda perduraria por um
bom tempo em nossa história.
Por fim, em 1817, observamos uma última revolta que se desenvolveu na capitania
de Pernambuco, já conhecida pelo desenvolvimento de diversas situações de
enfrentamento. Na chamada Revolução Pernambucana, temos o discurso iluminista e o
socialismo utópico, fundamentando a fala de uma população desgastada com os altos
impostos a serem pagos e as oscilações econômicas que marcavam o lugar. Mais uma
vez, a reprimenda das cortes impediu o fortalecimento dessa situação de conflito.
Revoltas no Brasil Colonial
Do fim do século XVII até o começo do século XIX, o Brasil passou por diversas
revoltas que podem ser divididas, segundo suas características, em dois grupos:
movimentos nativistas ou reformistas e movimentos emancipacionistas.
Até a primeira metade do século XVIII, diversos movimentos nativistas realizaram-se
no Brasil. O que caracterizou esses movimentos foi a negação dos abusos portugueses
sem, no entanto, contestar o domínio luso. Baseavam-se, portanto, na defesa dos
interesses locais e regionais, porém sem questionar o Pacto Colonial.
Já os movimentos emancipacionistas, ocorridos da segunda metade do século XVIII
ao primeiro quartel do XIX, tratou-se de revoltas contra a subordinação da colônia ao
poder da Coroa portuguesa. Diante dos sinais de esgotamento do sistema colonial, estas
tensões surgem lutando, principalmente, pela independência política da região que
representavam.
Neste espaço trataremos das principais rebeliões pertencentes às duas categorias
acima descritas e da ligação de cada uma destas com o contexto mundial da época.
Revoltas Nativistas
Ocorridas num intervalo de aproximadamente 30 anos, as revoltas nativistas têm
muito em comum. Nos links abaixo você poderá ler sobre a situação da Europa na
época e um pouco mais sobre cada uma dessas manifestações.
Contexto Internacional
Como já estudado, Portugal esteve sob domínio espanhol de 1580 a 1640. Durante
esse período, os portugueses foram obrigados a participar de guerras contra os
inimigos da Espanha: França, Holanda e Inglaterra. Isto lhe acarretou a perda de
diversas colônias na África e no Oriente e invasões no território brasileiro,
prejudicando a política mercantilista portuguesa. As principais dessas invasões foram
as holandesas ocorridas no Nordeste açucareiro na região da Bahia, de 1624 a 1625, e
na de Pernambuco, de 1630 a 1654, e que fizeram com que os portugueses perdessem o
controle sobre uma importante área produtora de cana.
A situação portuguesa ainda só tendia a piorar. Na luta pela libertação da União das
Coroas Ibéricas, Portugal contou com ajuda financeira inglesa, tornando-se
economicamente dependente e submisso a essa potência. Além disso, também tiveram
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de arcar com a perda do controle do tráfico negreiro para a Holanda em 1641 e, treze
Página
anos mais tarde, com as despesas adquiridas na briga contra o domínio holandês no
Nordeste.
Os batavos, sem contar mais com o açúcar brasileiro, foram estabelecer-se nas
Antilhas francesas e inglesas onde foram bem sucedidos na economia açucareira.
Em pouco tempo, a produção antilhana começou a concorrer com a brasileira, dando
início a decadência do açúcar do Brasil.
Diante desse quadro tão desfavorável, só restava a Portugal intensificar a exploração
de sua colônia de maior importância econômica, o Brasil, que mesmo sofrendo com a
crise da comercialização da cana ainda era a base colonial do Reino. Essa intensificação
consistia no arrocho colonial, determinando menor autonomia para a colônia e maior
controle e exploração da mesma através de várias medidas como a implantação do
Conselho Ultramarino, que resultou no aumento de poder dos governantes gerais
(elevados a categoria de vice-reis em 1720), as Companhias de Comércio que
asseguravam o monopólio português no comércio brasileiro, e a interferência nas
Câmaras Municipais através de Juízes de Fora, nomeados pelo próprio rei, visando
controlar a elite local.
Toda essa situação de enrijecimento do pacto colonial, a partir do fim do século XVII,
gerou insatisfações, desencadeando os movimentos denominados nativistas ou
reformistas.
✓ Revolta dos Beckman (1684)
No Maranhão, por volta do século XVII, a situação econômica baseava-se na
exploração das drogas do sertão e nas lavouras dos colonos. A mão-de-obra usada
nessas plantações não podia ser a escrava negra, uma vez que a região maranhense era
pobre e não tinha recursos para valer-se de tal mão-de-obra escassa e cara, restando
como opção a escravização de indígenas. Já as drogas do sertão eram extraídas com
mão-de-obra indígena, porém não escrava, uma vez que os índios, habitantes de
missões jesuíticas, eram convencidos a fazê-lo por livre e espontânea vontade, a favor
da comunidade onde viviam. Um impasse, porém, estabeleceu-se nessa situação
quando os jesuítas conseguiram determinar junto a Portugal a proibição da
escravização indígena, causando a insatisfação dos colonos e opondo os dois grupos.
Tendo como um dos motivos amenizar a tensão entre agricultores e religiosos, o
governo português estabeleceu, em 1682, uma Companhia de Comércio para o Estado
do Maranhão, que tinha como finalidade deter o monopólio do comércio da região,
vendendo os produtos europeus e comprando os locais, além de estabelecer um trato
de fornecimento de escravos negros para a região. Esta, contudo, não foi a solução do
problema uma vez que a Companhia vendia produtos importados a altos preços,
oferecia pouco pelos artigos locais e não cumpria com o abastecimento de escravos,
sendo marcada pelo roubo e pela corrupção.
O descontentamento da população, diante deste quadro, aumentava cada vez mais.
Assim, chefiados por Manuel e Tomas Beckman, os colonos se rebelaram, expulsando os
jesuítas do Maranhão, abolindo o monopólio da Companhia e constituindo um novo
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governo, que durou quase um ano. Com a intervenção da Coroa Portuguesa, foi
nomeado um novo governador para a região. Este puniu os revoltosos com a
Página
condenação à prisão ou ao exílio dos mais envolvidos, a pena de morte para Manuel
Beckman e Jorge Sampaio e reintegrou os jesuítas no Maranhão. Dos objetivos da
revolta o único que foi, de fato, alcançado com sucesso foi a extinção da Companhia de
Comércio local.
“Não resta outra coisa senão cada um defender-se por si mesmo; duas coisas são
necessárias: revogação dos monopólios e a expulsão dos jesuítas, a fim de se recuperar
a mão livre no que diz respeito ao comércio e aos índios.” Manuel Beckman (1684)
Em Pernambuco, por volta do século XVIII, podiam-se destacar dois grupos sociais
como os de maior importância. O primeiro deles era a aristocracia rural olindense, que,
produtora de açúcar, vinha empobrecendo com a crescente desvalorização deste
produto devido à crise açucareira. O segundo era o grupo de comerciantes recifenses,
50
que estavam prosperando com o intenso comércio que se praticava na região e com os
empréstimos que faziam a altos juros aos olindenses falidos. À medida que os mascates,
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Colonial:
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✓ Contexto Internacional
O século XVIII, na Europa, foi um período de transição da velha ordem monárquica,
absolutista, mercantilista e testamental para uma ordem mais liberal burguesa. Essas
transformações foram encabeçadas por países como França e Inglaterra, berços de
novas ideologias que vinham de encontro aos princípios do Antigo Regime.
No plano filosófico, difundiram-se as ideias iluministas, que com o lema “liberdade,
igualdade e fraternidade”, baseavam-se no princípio de que todo homem podia
aprender e agir com sua própria consciência, condenando a submissão total ao Estado e
exaltando valores como o individualismo, o livre arbítrio, a liberdade de expressão e a
propriedade privada. Influenciados por esta doutrina, muitos movimentos eclodiram na
Europa. O primeiro deles foi a Revolução Industrial que impulsionou a burguesia e
representou a transição do capitalismo mercantil para o capitalismo industrial,
difundindo a doutrina do liberalismo. Outro movimento de influências Iluministas foi a
Revolução Francesa que, também com bases liberalistas, fez a burguesia chegar ao
poder. Toda essa movimentação na Europa teve como consequência inicial a
Independência dos Estados Unidos, que foi o primeiro forte indício da decadência do
sistema colonial e o ato responsável pela divulgação do Regime Republicano na
América.
Todos estes acontecimentos e novos pensamentos circulantes chegavam ao Brasil
através de um hábito da época que era o de jovens da elite colonial brasileira viajarem
para a Europa para completar seus estudos, em sua grande maioria na universidade de
Coimbra. Lá, entravam em contato com todas estas novas ideias e vinham divulgá-las na
colônia ao retornarem. Em um Brasil sufocado pela intensa exploração da Coroa
Portuguesa, tais ideais foram muito bem aceitos, servindo como fonte de inspiração
para a ocorrência de algumas revoltas, cujas propostas revolucionárias foram
estruturadas sobre o desejo de emancipação política da sua área de ocorrência.
✓ Inconfidência Mineira (1789)
Na segunda metade do século XVII, a mineração começou a entrar em decadência,
surgindo os primeiros sinais de esgotamento do ouro. Nessa época, a colônia já nem
mais conseguia arrecadar com a cobrança do quinto as cem arrobas de ouro anuais
exigidas pela Coroa Portuguesa que, mesmo diante deste quadro, no qual era quase
impossível para os mineiros pagar tantas taxas, não diminuía a alta tributação que
aplicava sobre o metal extraído. Pelo contrário, o governo real, em 1765, ainda criou a
derrama, novo imposto que visava alcançar a meta anual de ouro através da
apropriação de pertences da população mineira. Inconformados, um grupo de colonos
da elite de Vila Rica iniciou reuniões secretas com o objetivo de conspirar contra
Portugal e preparar uma revolta.
A proposta revolucionária do grupo era muito baseada nas ideias e acontecimentos
de caráter iluminista que vinham ocorrendo na Europa e englobavam medidas como a
emancipação política entre Brasil e Portugal, com a adoção de um sistema republicano;
52
Reivindicações
Organizações
____________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
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b) Em sua opinião, por que esse evento é importante para o movimento negro no Brasil,
atualmente?
____________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
3. Complete as frases com as palavras.
Quilombos – fugas – resistência
a) Houve muita ___________________ á escravidão no Brasil tanto por parte dos indígenas
como dos africanos e seus descendentes.
b) Entre as principais maneiras de resistir á escravidão estavam as ___________________.
c) Ao fugiram do domínio de seus senhores, muitos escravos procuravam formar
_______________________________.
4. Faça um desenho representando a estrutura de um engenho.
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Capítulo 3
De Colônia a País Independente
Corte Portuguesa no Brasil
No início do século XIX, a política expansionista de Napoleão Bonaparte altera o
equilíbrio político da Europa. O imperador tenta impor a supremacia da França sobre
os demais países. A Inglaterra resiste e Napoleão decreta o chamado bloqueio
continental: a proibição, sob a ameaça das armas, de os demais países do continente
negociar com a Inglaterra.
Portugal tenta uma política de neutralidade, mas continua negociando com os
ingleses. Em represália, o imperador francês ordena a invasão de Portugal pelas tropas
do general Jean Junot. Firma com a Espanha o Tratado de Fontainebleau (1807), que
reparte o território português entre os dois países, dividindo-o em dois reinos,
Lusitânia e Algarves.
Essa divisão não é posta em prática, mas a ameaça de uma invasão francesa faz com
que a família real portuguesa se transfira para o Brasil.
Fuga da Família Real
Em outubro de 1807 os governos português e inglês assinam um acordo secreto em
que a Inglaterra se compromete a ajudar a nobreza em fuga. Começa, então, o que os
historiadores caracterizam como o momento do “salve-se quem puder”. A notícia da
fuga da família real espalha-se, e Lisboa é tomada pelo caos. Apavorada, a população da
cidade sai às ruas para protestar contra os governantes que não hesitam em deixá-la
entregue à própria sorte.
Séquito Real
Dia 29 de novembro, depois de vários incidentes, a esquadra real parte de Lisboa
escoltada por navios de guerra ingleses. Vários nobres morrem afogados ao tentar
alcançar a nado os navios superlotados. Nas 36 embarcações, o príncipe-regente dom
João, a família real e seu séquito, estimado em 15 mil pessoas, trazem joias, peças de
ouro e prata e a quantia de 80 milhões de cruzados, o equivalente à metade do dinheiro
circulante no reino. Em janeiro de 1808, a frota lusa chega à Bahia. O Brasil passa a ser
sede da monarquia portuguesa.
Dom João VI (1767-1826)
Filho da Rainha Dona Maria I e do Príncipe Dom Pedro III, herda o direito ao trono
com a morte do primogênito Dom José.
Em 1785, casa-se com Dona Carlota Joaquina, uma das herdeiras do trono espanhol.
Dom João assume a regência de Portugal em 1792, quando sua mãe enlouquece e
enfrenta conflitos internos e externos durante todo o seu governo.
Na França, Luís XVI é executado pelos revolucionários e as monarquias europeias
temem destino semelhante. Na Corte Portuguesa, Dom João sofre constantes tentativas
de golpes tramados pela esposa e pelo filho, Dom Miguel.
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No Brasil, Dona Carlota tenta derrubar Dom João e conspira com diferentes grupos
da nobreza espanhola. Pretende conquistar a Coroa da Espanha, unir os dois reinos e
tornar-se imperatriz das Américas.
Quando Dom João, de volta a Portugal, submete-se ao regime constitucionalista, Dona
Carlota e Dom Miguel assumem a luta pela autonomia do trono frente às Cortes.
Prendem Dom João durante uma revolta em Lisboa, em 1824. O rei foge sob a proteção
dos ingleses e manda prender a esposa e o filho. Isolado na Corte, morre dois anos
depois.
A Corte no Rio de Janeiro
Em 7 de março de 1808, a corte se transfere para o Rio de Janeiro. No primeiro
momento, a mudança provoca grandes conflitos com a população local. A pequena
cidade, com apenas 46 ruas, 19 largos, seis becos e quatro travessas, não tem como
acomodar de uma hora para outra os 15 mil novos habitantes.
Para resolver o problema, os funcionários reais recorrem à violência, obrigando os
moradores das melhores casas a abandoná-las a toque de caixa. A senha P.R. (Príncipe-
Regente), inscrita nas portas das casas escolhidas, passa a ter para o povo o sentido
pejorativo de “ponha-se na rua”. Apesar dos contratempos iniciais, a instalação da
realeza ajuda a tirar a capital da letargia econômica e cultural em que está mergulhada.
Novas Instituições
Toda a burocracia administrativa do Estado Português é remontada no Brasil. Para
fazer frente às novas despesas é criado, em 1808, o primeiro Banco do Brasil. Sua
função é obter fundos para cobrir os gastos suntuários da Corte, pagar os soldados e
promover transações comerciais. Instalam-se o Erário Régio, depois transformado em
Ministério da Fazenda; o Conselho de Estado; a Junta de Comércio; a Intendência Geral
da Polícia; o Desembargo do Paço; a Mesa de Consciência e Ordens (ou tribunal) e a
Junta Real de Agricultura e Navegação.
Repercussões Econômicas
Logo ao chegar, Dom João decreta a abertura dos portos às nações amigas, abolindo o
monopólio comercial luso. A vida econômica muda radicalmente. O Séquito Real amplia
a demanda de bens de consumo e aumenta as despesas públicas. O comércio se
diversifica com a inundação de produtos estrangeiros suntuários e o príncipe toma
medidas de incentivo à indústria.
Estímulo às Manufaturas
Dom João revoga o alvará de 1785, que proibia as manufaturas brasileiras e autoriza
a instalação de tecelagens, fábricas de vidro e de pólvora, moinhos de trigo e uma
fundição de artilharia. Também facilita a vinda de artesãos e profissionais liberais
europeus, inclusive médicos e farmacêuticos. Dez anos depois da chegada da corte ao
Brasil, a população do Rio de Janeiro aumentam de 50 mil para 100 mil habitantes.
Presença Inglesa no Brasil
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4. Onde desembarcou a Família Real no Brasil?
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5. Onde foi fixada a sede do governo?
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6. Cite pelo menos três benefícios trazidos para o Brasil pela vida da Família Real.
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7. O que aconteceu em 1815?
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8. O que aconteceu em 1816?
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9. O que aconteceu em 1821?
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Independência do Brasil
A Independência do Brasil,
enquanto processo histórico desenhou-
se muito tempo antes do príncipe
regente Dom Pedro I proclamar o fim
dos nossos laços coloniais às margens
do Racho Ipiranga.
De fato, para entendermos como o
Brasil se tornou uma nação
independente, devemos perceber como
as transformações políticas, econômicas
e sociais inauguradas com a chegada da
família da Corte Lusitana ao país
abriram espaço para a possibilidade da
independência.
A chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil foi episódio de grande
importância para que possamos iniciar as justificativas da nossa independência. Ao
pisar em solo brasileiro, Dom João VI tratou de cumprir os acordos firmados com a
Inglaterra, que se comprometera em defender Portugal das tropas de Napoleão e
escoltar a Corte Portuguesa ao litoral brasileiro. Por isso, mesmo antes de chegar à
capital da colônia, o rei português realizou a abertura dos portos brasileiros às demais
nações do mundo.
Do ponto de vista econômico, essa medida pode ser vista como um primeiro
“grito de independência”, onde a colônia brasileira não mais estaria atrelada ao
monopólio comercial imposto pelo antigo Pacto Colonial. Com tal medida, os grandes
produtores agrícolas e comerciantes nacionais puderam avolumar os seus negócios e
viver um tempo de prosperidade material nunca antes experimentado em toda história
colonial. A liberdade já era sentida no bolso de nossas elites.
Para fora do campo da economia, podemos salientar como a reforma urbanística
feita por Dom João VI promoveu um embelezamento do Rio de Janeiro até então nunca
antes vivida na capital da colônia, que deixou de ser uma simples zona de exploração
para ser elevada à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves. Se a medida
prestigiou os novos súditos tupiniquins, logo despertou a insatisfação dos portugueses
que foram deixados à mercê da administração de Lorde Protetor do exército inglês.
Essas medidas, tomadas até o ano de 1815, alimentaram um movimento de
mudanças por parte das elites lusitanas, que se viam abandonada por sua antiga
autoridade política. Foi nesse contexto que uma revolução constitucionalista tomou
conta dos quadros políticos portugueses em agosto de 1820. A Revolução Liberal do
Porto tinha como objetivo reestruturar a soberania política portuguesa por meio de
uma reforma liberal que limitaria os poderes do rei e reconduziria o Brasil à condição
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de colônia.
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Dom Pedro I
Os revolucionários lusitanos formaram uma espécie de Assembleia Nacional que
ganhou o nome de “Cortes”. Nas Cortes, as principais figuras políticas lusitanas exigiam
que o rei Dom João VI retornasse à terra natal para que legitimasse as transformações
políticas em andamento. Temendo perder sua autoridade real, D. João saiu do Brasil em
1821 e nomeou seu filho, Dom Pedro I, como príncipe regente do Brasil.
Primeiro Reinado
Dom Pedro I
O Primeiro Reinado foi o período inicial
do Império, estende-se da Independência
do Brasil, em 1822, até a abdicação de Dom
Pedro I, em 1831.
Aclamado primeiro imperador do país a
12 de outubro de 1822, Dom Pedro I
enfrenta a resistência de tropas
portuguesas.
Ao vencê-las, em meados do ano
seguinte, consolida sua liderança.
Seu primeiro ato político importante é a convocação da Assembleia Constituinte,
eleita no início de 1823. É também seu primeiro fracasso: devido a uma forte
divergência entre os deputados brasileiros e o soberano, que exigia um poder pessoal
superior ao do Legislativo e do Judiciário, a Assembleia é dissolvida em novembro.
A Constituição é outorgada pelo imperador em 1824. Contra essa decisão rebelam-se
algumas províncias do Nordeste, lideradas por Pernambuco. A revolta, conhecida pelo
nome de Confederação do Equador, é severamente reprimida pelas tropas imperiais.
Embora a Constituição de 1824 determine que o regime vigente no país seja liberal, o
governo é autoritário. Frequentemente, Dom Pedro impõe sua vontade aos políticos.
Esse impasse constante gera um crescente conflito com os liberais, que passam a vê-lo
cada vez mais como um governante autoritário. Preocupa também o seu excessivo
envolvimento com a política interna portuguesa. Os problemas de Dom Pedro I
agravam-se a partir de 1825, com a entrada e a derrota do Brasil na Guerra da
Cisplatina.
A perda da Província da Cisplatina e a Independência do Uruguai, em 1828, além das
dificuldades econômicas levam boa parte da opinião pública a reagir contra as medidas
personalistas do imperador.
Sucessão em Portugal
Além disso, após a morte de seu pai Dom João VI , em 1826, Dom Pedro envolve-se
cada vez mais na questão sucessória em Portugal. Do ponto de vista português, ele
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continua herdeiro da Coroa. Para os brasileiros, o imperador não tem mais vínculos
com a antiga colônia, porque, ao proclamar a Independência, havia renunciado à
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herança lusitana. Depois de muita discussão, formaliza essa renúncia e abre mão do
trono de Portugal em favor de sua filha Maria da Glória.
Ainda assim, a questão passa a ser uma das grandes bandeiras da oposição liberal
brasileira. Nos últimos anos da década de 1820, esta oposição cresce. O governante
procura apoio nos setores portugueses instalados na burocracia civil-militar e no
comércio das principais cidades do país.
Incidentes políticos graves, como o assassinato do jornalista oposicionista Líbero
Badaró em São Paulo, em 1830, reforçam esse afastamento: esse crime é cometido a
mando de policiais ligados ao governo imperial e Dom Pedro é responsabilizado pela
morte.
Sua última tentativa de recuperar prestígio político é frustrada pela má recepção que
teve durante uma visita a Minas Gerais na virada de 1830 para 1831. A intenção era
costurar um acordo com os políticos da província, mas é recebido com frieza. Alguns
setores da elite mineira fazem questão de ligá-lo ao assassinato do jornalista.
Revoltados, os portugueses instalados no Rio de Janeiro promovem uma
manifestação pública em desagravo ao imperador. Isso desencadeia uma retaliação dos
setores antilusitanos. Há tumultos e conflitos de rua na cidade. Dom Pedro fica irado e
promete castigos. Mas não consegue sustentação política e é aconselhado por seus
ministros a renunciar ao trono brasileiro. Ele abdica em 7 de abril de 1831 e retorna a
Portugal.
O Período Regencial é uma época da História do Brasil entre os anos de 1831 e 1840.
Quando o imperador D. Pedro I abdicou do poder em 1831, seu filho e herdeiro do
trono D. Pedro de Alcântara tinha apenas 5 anos de idade. A Constituição brasileira do
período determinava, neste caso, que o país deveria ser governado por regentes, até o
herdeiro atingir a maioridade (18 anos).
Regentes que governaram o Brasil no período
✓ Regência Trina Provisória (1831) – regentes Lima e Silva, Senador Vergueiro e
Marquês de Caravelas.
✓ Regência Trina Permanente (1831 a 1835) – teve como regentes: José da Costa
Carvalho, João – Bráulio Moniz e Francisco de Lima e Silva.
✓ Regência Una de Feijó (1835 a 1837) – teve como regente Diogo Antônio Feijó.
✓ Regência Interina de Araújo Lima (1837) – teve como regente Pedro de Araújo
Lima.
✓ Regência Una de Araújo Lima (1838 a 1840) – teve como regente Pedro de Araújo
Lima.
Um Período Tumultuado
O Brasil passou por uma grave crise políticas e diversas revoltas durante o Período
Regencial.
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Crise Política
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proeminentes do Império, como José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, Luís
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a partir daquela data, mas esta lei nunca foi obedecida. Em 1850 o tráfico foi proibido,
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Imigração no Brasil
A vinda de imigrantes para o Brasil, ressalvada a presença dos portugueses –
colonizadores do País – delineia-se a partir da abertura dos portos às “nações amigas”
(1808) e da independência do País (1822).
À margem dos deslocamentos populacionais voluntários, cabe lembrar que milhões
de negros foram obrigados a cruzar o oceano Atlântico, ao longo dos séculos XVI a XIX,
com destino ao Brasil, constituindo a mão-de-obra escrava. Os monarcas brasileiros
trataram de atrair imigrantes para a região sul do País, oferecendo-lhes lotes de terra
para que se estabelecessem como pequenos proprietários agrícolas. Vieram primeiro
os alemães e, a partir de 1870, os italianos, duas etnias que se tornaram majoritárias
nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Entretanto, a grande leva
imigratória começou em meados de 1880, com características bem diversas das acima
apontadas.
A principal região de atração passou a ser o estado de São Paulo e os objetivos
básicos da política imigratória mudaram. Já não se cogitava de atrair famílias que se
convertessem em pequenos proprietários, mas de obter braços para a lavoura do café,
em plena expansão em São Paulo.
A opção pela imigração em massa foi a forma de se substituir o trabalhador negro
escravo, diante da crise do sistema escravista e da abolição da escravatura (1888). Ao
mesmo tempo, essa opção se inseria no quadro de um enorme deslocamento
transoceânico de populações que ocorreu em toda a Europa, a partir de meados do
século XIX, perdurando até o início da Primeira Guerra Mundial.
A vaga imigratória foi impulsionada, de um lado, pelas transformações
socioeconômicas que estavam ocorrendo em alguns países da Europa e, de outro, pela
maior facilidade dos transportes, advinda da generalização da navegação a vapor e do
barateamento das passagens. A partir das primeiras levas, a imigração em cadeia, ou
seja, a atração exercida por pessoas estabelecidas nas novas terras, chamando
familiares ou amigos, desempenhou papel relevante. Nas Américas, pela ordem, os
Estados Unidos, a Argentina e o Brasil foram os principais países receptores de
imigrantes.
No caso brasileiro, os dados indicam que em torno de 4,5 milhões de pessoas
imigraram para o país entre 1882 e 1934. Destes, 2,3 milhões entraram no estado de
São Paulo como passageiros de terceira classe, pelo porto de Santos, não estando, pois,
aí incluídas entradas sob outra condição.
É necessário ressalvar, porém, que, em certas épocas, foi grande o número de
retornados. Em São Paulo, por exemplo, no período de crise cafeeira, (1903-1904), a
migração líquida chegou a ser negativa.
Um dos traços distintivos da imigração para São Paulo, até 1927, foi o fato de ter sido
em muitos casos subsidiada, sobretudo nos primeiros tempos, ao contrário do que
sucedeu nos Estados Unidos e, até certo ponto, na Argentina. O subsídio consistiu no
fornecimento de passagem marítimo para o grupo familiar e transporte para as
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fazendas e foi uma forma de atrair imigrantes pobres para um país cujo clima e
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✓ Italianos
Os italianos começaram a imigrar em número significativo para o Brasil a partir da
década de 70 do século XIX. Foram impulsionados pelas transformações
socioeconômicas em curso no Norte da península italiana, que afetaram sobre tudo a
propriedade da terra. Até a virada do século, italianos dessa região predominaram na
corrente imigratória.
A partir daí, os italianos do Centro-sul ou do Sul se tornaram dominantes. Um
aspecto peculiar à imigração em massa italiana é que ela começou a ocorrer pouco após
a unificação da Itália (1871), razão pela qual uma identidade nacional desses
imigrantes se forjou, em grande medida, no Brasil.
As grandes áreas de atração de imigrantes italianos para o Brasil foram os estados de
São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Considerando o período 1884-1972,
verificamos que quase 70% dos italianos ingressaram no País pelo estado de São Paulo.
As condições de estabelecimento dos italianos foram bastante diversas. A imigração
sulina praticamente não foi subsidiada e os recém-chegados instalaram-se como
proprietários rurais ou urbanos.
Em São Paulo, foram a princípio atraídos para trabalhar nas fazendas de café, através
do esquema da imigração subsidiada. Nas cidades paulistas, trabalharam em uma série
de atividades, em especial como operários da construção e da indústria têxtil.
Os imigrantes italianos influenciaram fortemente os hábitos alimentares nas regiões
em que se fixaram e deram uma importante contribuição à industrialização gaúcha e
paulista.
A maioria dos primeiros grandes industriais de São Paulo – o Matarazzo, os Crespi –
constituíram o grupo dos chamados “condes italianos”, cuja proeminência só foi
ultrapassada com o correr dos anos.
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✓ Japoneses
A primeira leva de japoneses chegou ao Brasil em 1908, através de um esquema de
imigração subsidiada. Houve oposição inicial à imigração dessa etnia, que acabou sendo
aceita como uma alternativa as dificuldades impostas pelo governo italiano à imigração
subsidiada de italianos para o Brasil.
Os japoneses concentraram-se no estado de São Paulo, correspondendo a 92,5% o
número de japoneses que entrou nesse estado, entre 1909 e 1972. O fluxo imigratório
de japoneses ganhou relevo no período posterior a 1930, quando a imigração de
italianos e de espanhóis se reduziu consideravelmente. Entre 1932 e 1935, cerca de
30% dos imigrantes que ingressaram no Brasil eram de nacionalidade japonesa.
Os japoneses foram destinados inicialmente as fazendas de café, mas gradativamente
tornaram-se pequenos e médios proprietários rurais. Dentre todos os grupos
imigrantes foram os que se concentraram por período mais longo nas atividades rurais,
em que se destacaram pela diversificação da produção dos hortifrutigranjeiros.
Em anos recentes, houve forte migração de descendentes de japoneses para os
centros urbanos, onde passaram a ocupar posições importantes nas várias atividades
componentes da área de serviços.
Compreensão
Leia as sentenças abaixo e assinale com “X” a alternativa correta para cada questão.
1. Um dos fatores que favoreceu o fim do Império Brasileiro foi:
( ) Chegada de D. Pedro II à Portugal.
( ) A chegada de imigrantes que defendiam os direitos dos trabalhadores.
( ) A destruição das tropas de Napoleão.
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Capítulo 4
O Fim da Monarquia e a República no Brasil
A Monarquia é um sistema de governo que
tem uma pessoa como chefe de estado
permanente, até que ele ou ela morre ou
abandona a sua posição.
Normalmente, a posição de Monarca é
hereditária, tal como é o caso com monarcas
famosos como a do Reino Unido.
O termo é usado frequentemente para se
referir a um sistema de governo em que o
monarca – como um rei ou rainha – tem
autoridade absoluta, mas muitas monarquias são
monarquias limitadas ou constitucional na qual o
monarca restringiu o poder e pode até mesmo
ser mais uma figura em vez de uma régua.
✓ Monarquia Absoluta
Em uma Monarquia Absoluta, o monarca tem total autoridade sobre o governo e de
seus povos. Um gabinete de conselheiros pode ser montado para ajudar o monarca, mas
os membros do gabinete não fazer as grandes decisões. Este tipo de monarquia tornou-
se cada vez mais raros, porque muitos países têm receio de dar a uma pessoa o poder
desmarcado.
Os níveis de felicidade dos cidadãos sob Monarquias Absolutas podem variar muito, e
esses governos geralmente são fiscalizadas por outras nações.
✓ Monarquia Limitada
O poder do Monarca em uma monarquia constitucional ou limitado é restrito pela
constituição do país ou outras leis, e mais poder político pode realmente ser exercido
por uma câmara de representantes eleitos e um primeiro-ministro. O monarca costuma
participar na execução da nação, mas ele ou ela pode ter poderes em sua maioria
cerimoniais ou pode ser capaz de agir só com a aprovação do primeiro-ministro e
outros membros do governo.
Em uma Democracia Constitucional, o monarca é muitas vezes capaz de vetar a
legislação que ele ou ela se sente é contrária aos melhores interesses do país. O
monarca também pode ser capaz de dissolver a Câmara de representantes sob
determinadas circunstâncias.
Pode promover a unidade
Um aspecto de uma Monarquia que é considerado ser uma vantagem é que ele pode
reduzir ou eliminar a luta para poder final dentro do governo. Quando o chefe de
Estado deve ser eleito, os membros de diferentes partidos políticos ou facções vão
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concorrer ao cargo. Isso muitas vezes cria divisão e conflito dentro do governo.
Se o chefe de Estado serve para a vida e seu sucessor já é conhecido, ele pode
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Estado seria mais bem governado sob preceitos racionais, a elaboração da Carta
baseou-se também nas ideias do filósofo positivista Auguste Comte, que acreditava que
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a sociedade operava - e, portanto, podia ser administrada – por leis fixas e objetivas, tal
como a natureza opera segundo leis físicas como a da gravidade.
Divisão de poderes e o Presidencialismo Federalista
Decidida a expurgar a influência despótica da política nacional, a Carta de 1891
instituiu a independência dos três poderes e eliminou o Poder Moderador, através do
qual o Imperador influenciava os demais.
Com a adoção do Presidencialismo, ela ampliava o direito de voto para o cargo
máximo do Executivo, sendo Prudente de Morais o primeiro presidente eleito do país.
Com o federalismo, legava-se maior autonomia e independência aos Estados, que
podiam criar suas próprias leis, embora sempre em consonância com a Constituição.
Ainda assim, como seria costumeiro em todas as constituições seguintes, houve uma
eventual concentração de prerrogativas no Poder Executivo federal, principalmente
após as emendas de 1926, que ampliaram o escopo da União para suplantar os
interesses dos líderes e populações estaduais, como visto nas diversas revoltas da
República Velha (Guerra de Canudos, Guerra do Contestado, etc.).
Voto e Eleições
A Constituição estabeleceu o sufrágio direto para Presidentes e Vice-Presidentes
(mandatos de quatro anos sem reeleição), senadores e deputados, acabando com a
censitariedade (ou seja, restrição por condições financeiras) da Constituição de 1824.
Mesmo assim, podiam votar apenas homens alfabetizados com mais de 21 anos,
estando excluídos também mendigos e membros de ordens monásticas, o que
restringia o número de eleitores a uma ínfima parcela da população.
A Constituição acabou com a vitaliciedade de senadores, reduzindo seu mandato a
nove anos, e, em tese, também não restringia a elegibilidade aos cargos por condições
econômicas. Na prática, como o voto era descoberto (não secreto), manipulações e
intimidações de eleitores pelos candidatos da elite era norma, resultando no fenômeno
do coronelismo.
República Oligárquica
Damos o nome de República Oligárquica (1894 –1930) a um dos períodos da
República Velha. O mesmo se inicia após a saída de Floriano Peixoto do poder, que
acabou sendo substituído por Prudente de Morais, um grande cafeicultor paulista.
✓ Campos Sales
A morte de Floriano Peixoto e os desgastes gerados pelos diversos conflitos surgidos
na época fizeram com que os militares tenham se afastado do poder, abrindo caminho
para a ascensão das elites agrárias.
A eleição de Prudente de Morais marca o início de uma nova dinâmica política no
Brasil, dominada pelas oligarquias. Foi nesse período que surgiu a Política Café-com-
Leite. Café e leite eram os principais produtos de São Paulo e Minas Gerais,
respectivamente. Tal política se baseou no revezamento entre políticos destes dois
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a) Na charge, o personagem central é o médico sanitarista Oswald Cruz. Como ele foi
representado?
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b) Que pessoas representam a população do Rio de Janeiro? Como essas pessoas foram
representadas?
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concordou em ceder o poder em eleições livres, terminando assim a Era Vargas. Sua
popularidade lhe rendeu um termo final presidencial, mas a pressão de montagem e
conflitos políticos sobre seus métodos o levou ao suicídio. Ele foi o primeiro presidente
do país para desenhar um amplo apoio das massas e é considerado como o político
mais influente do Brasil do século XX.
Ele também era advogado e proprietário de terras e ocupou a cadeira 37 da
Academia Brasileira de Letras a partir de 1943 até sua morte em 1954.
Governo Juscelino Kubitschek (JK)
Após ter assumido a presidência da República, JK efetivou o Plano de Metas, além
disso, foi no Governo JK que Brasília foi construída para ser a nova capital do país.
Juscelino Kubitschek foi eleito presidente da República em 1955, juntamente com o
vice-presidente João Goulart. Nos primeiros anos do pleito, após a situação política ter
tomado seus caminhos (tentativa de golpe da UDN (União Democrática Nacional) e dos
militares), rapidamente JK colocou em ação o Plano de Metas e a construção de Brasília,
transferindo a capital do Brasil da cidade do Rio de Janeiro para o Planalto Central.
Sendo assim, abordaremos os principais feitos realizados por JK durante o seu governo
como presidente (1955-1960).
O Plano ou Programa de Metas (31 metas) tinha como principal objetivo o
desenvolvimento econômico do Brasil, ou seja, pautava-se em um conjunto de medidas
que atingiria o desenvolvimento econômico de vários setores, priorizando a
dinamização do processo de industrialização do Brasil.
O desenvolvimentismo econômico que o Brasil viveu durante o mandato de JK
priorizou o investimento nos setores de transportes e energia, na indústria de base
(bens de consumos duráveis e não duráveis), na substituição de importações,
destacando a ascensão da indústria automobilística, e na Educação. Para JK e seu
governo, o Brasil iria diminuir a desigualdade social gerando riquezas e desenvolvendo
a industrialização e consequentemente fortalecendo a economia. Sendo assim, estava
lançado seu Plano de Metas: “o Brasil iria desenvolver 50 anos em 5”.
Para ampliar o desenvolvimentismo econômico brasileiro, JK considerava
impossível o progresso da economia sem a participação do capital estrangeiro. Para
alcançar os objetivos do Plano de Metas era necessária uma intervenção maior do
Estado na economia, priorizando, então, a entrada de capitais estrangeiros no país,
principalmente pela indústria automobilística.
Ressalta-se que nesse período o Brasil iniciou o processo de endividamento externo.
Os setores de energia e transporte foram considerados fundamentais para o
desenvolvimentismo econômico, ressalta-se a importância do governo Vargas neste
processo, com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional em Volta Redonda-RJ no
ano de 1946 e da Petrobras no ano de 1953.
Outros setores que ganharam relevância foram o agropecuário; JK procurou
aumentar a produção de alimentos e o setor energético, construindo as usinas
Hidrelétricas de Paulo Afonso no rio São Francisco e as barragens de Furnas e Três
Marias.
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Compreensão
Marque (V) para as alternativas Verdadeiras e (F) para as Falsas
1. O período da República conhecido como "Era Vargas" divide-se em três fases:
Governo Provisório (1930-1934); Governo Constitucional (1934-1937) e Estado Novo
(1937-1945). Os principais fatos do Governo Provisório foram:
a) ( ) Revolução Constitucionalista de 1932;
b) ( ) A criação dos Ministérios da Educação e Saúde; Trabalho, Indústria e Comércio;
c) ( ) Período sem revolução;
d) ( ) A promulgação da Constituição de 1934.
4. O Estado Novo (1937-1945) da “Era Vargas” foi marcado pelos seguintes fatos:
a) ( ) Foi Outorgada a Constituição de 1937, que instituiu um federalismo
centralizado;
b) ( ) Aumentou autonomia federalista dos Estados.
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um comité composto por vários agentes, muitas vezes de liderança mais antigo dos
militares, mas, em outros casos menos sênior, como evidenciado pelo regime dos
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