Apostila de História Do Brasil

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ABC – ATIVIDADES BÁSICAS CURRICULARES

Componente Curricular: História


Número de aulas/semana: 01
Professores: Betânia Geralda Silvério
Habilidades:
(EF07HI04) Identificar as principais características dos Humanismos e dos
Renascimentos e analisar seus significados.
(EF07HI06) Comparar as navegações no Atlântico e no Pacífico entre os séculos XIV e
XVI.
(EF07HI03) Identificar aspectos e processos específicos das sociedades africanas e
americanas antes da chegada dos europeus, com destaque para as formas de
organização social e o desenvolvimento de saberes e técnicas.

GRANDES NAVEGAÇÕES

As Grandes Navegações foram responsáveis pela exploração do Oceano Atlântico ao


longo dos séculos XV e XVI e contaram com o pioneirismo português.
Grandes Navegações é o nome dado ao período da história em que os europeus
lançaram-se à navegação do Oceano Atlântico. Esse processo foi encabeçado pelos
portugueses e, um tempo depois, foi também colocado em curso pelos espanhóis e por
outros países da Europa. Os resultados foram a “descoberta” de inúmeros locais até
então desconhecidos pelos europeus e a chegada ao continente americano em 1492.

Grandes Navegações portuguesas


Quando falamos de Grandes Navegações, o primeiro país que vem à tona é Portugal, que
se lançou como pioneiro na navegação e exploração do Oceano Atlântico interessado,
principalmente, na abertura de novas rotas comerciais.

O pioneirismo de Portugal explica-se por uma série de fatores:

 Monarquia consolidada;
 Unificação territorial assegurada;
 Investimento na aquisição de conhecimento náutico;
 Interesse em expansão comercial;
 Investimentos genoveses;
 Localização geográfica.

Portugal era um reino unificado e estável durante o século XV. Essa estabilidade, fruto
da Revolução de Avis, garantiu melhores condições políticas a Portugal para investir em
comércio e tecnologia náutica. Nesse mesmo período, Espanha, Inglaterra e França, por
exemplo, enfrentavam complicações internas e ainda estavam à procura de estabilidade
política. Territorialmente falando, Portugal também estava em uma posição muito mais
estável que seus vizinhos, uma vez que o último território português na mão dos mouros
– Algarve – foi reconquistado no século XIII. Os mouros eram muçulmanos que invadiram
a Península Ibérica (região formada por Portugal, Espanha e outros territórios). A
Espanha, por exemplo, só foi concluir o seu processo de reconquista e unificação
territorial no fim do século XV. Além disso, existem historiadores que apontam que, no
século XV, foi desenvolvido por infante D. Henrique um centro em Algarve que promovia
estudos para o desenvolvimento de melhores técnicas de navegação: a Escola de
Sagres. Há também a questão geográfica, que garantia às caravelas em Portugal um
rápido acesso às correntes marítimas. Além disso, Portugal estava mais próximo da costa
da África e era, portanto, uma porta de saída para encontrar uma nova rota para a Índia,
local que havia o comércio de especiarias, produto muito valorizado no mercado europeu.

Réplica de uma caravela portuguesa utilizada durante o período


das Grandes Navegações.

Por causa do processo de expansão marítima, os portugueses:

 conquistaram Ceuta, em 1415;


 chegaram à Ilha da Madeira, em 1418;
 chegaram em Açores, em 1427;
 passaram pelo Cabo Bojador, em 1434;
 passaram pelo Cabo da Boa Esperança, em 1488;
 descobriram um novo caminho para a Índia, em 1499;
 chegaram ao Brasil, em 1500.

Grandes navegações espanholas


 Ao longo de quase todo o século XV, os espanhóis presenciaram o
desenvolvimento náutico dos portugueses e acompanharam os seus inúmeros
feitos. A Espanha, no entanto, permaneceu alheia às Grandes Navegações até o
final do século XV. Isso aconteceu porque, ao longo do século XV, os espanhóis
tentavam consolidar-se territorialmente.
 Somente com a conquista de Granada (região no sul do território espanhol) pela
Espanha, em 1492, que os espanhóis deram abertura para o investimento em
navegações marítimas. A primeira expedição montada pelos espanhóis foi
exatamente a organizada por Cristóvão Colombo, um navegante genovês. Ele
organizou uma expedição com três navios para alcançar a Ásia. A expedição de
Colombo, no entanto, foi responsável pela chegada dos espanhóis à América
em 12 de outubro de 1492.
Cristóvão Colombo

Cristóvão Colombo foi um navegador e explorador genovês. Foi o primeiro europeu a


chegar nas terras do continente americano, chamado de Novo Mundo, em 1492.
Cristóvão Colombo nasceu em meados de 1451, ao que tudo indica, na Itália,
provavelmente em Gênova, cidade na qual era navegador e explorador.

Foi marinheiro desde sua infância e um cartógrafo brilhante quando adulto. Seu primeiro
ofício foi de tecelão, contudo aos catorze anos começou a navegar. No ano de 1482
navegou com a frota portuguesa, quando ganhou experiência em navegação.
O Plano de Colombo

O projeto de Colombo era na realidade cruzar todo o Atlântico em direção à Ásia e assim
vencer os monopólios comerciais da época.

Essa empreitada era encorajada pelos debates sobre a esfericidade da terra, e pelas
leituras de autores como Aristóteles, Estrabão e Plínio, os quais já debatiam à distância
entre a Europa, África, e Índia.

Por outro lado, os relatos de marinheiros afirmavam existir terras a oeste. Isso
corroborava o Mapa de Toscanelli, no qual Cristóvão se embasou, assim como em outras
obras sobre navegação do período.

Após realizar seus cálculos, apresentou seus planos à Coroa Portuguesa, a qual fez
pouco caso.

O rei Fernando V de Aragão (1452-1516) e a rainha Isabel I de Castela (1451-1504) , de


Espanha, apoiaram seu plano.

Eles contaram com o apoio de banqueiros e outros investidores e forneceram a Cristóvão


Colombo três navios (Nina, Pinta e Santa Maria).

Note que Cristóvão Colombo morreu sem receber o que lhe era de direito pelo acordo
assinado com os espanhóis.
Retrato de Cristóvão Colombo

1. ATIVIDADES
Selecione a alternativa que não explica o início das Grandes Navegações em Portugal.

a) Estabilidade política garantida pela unificação territorial e pela Revolução de Avis.

b) Proximidade geográfica com a costa da África e o Oceano Atlântico.

c) Desejo de retomar Constantinopla das mãos dos otomanos.

d) Desejo de encontrar uma rota para a Índia.

2. Acrescente, no local correto, as palavras do quadro.


Portugal – leste - Tratado – América - 1494 – Tordesilhas – Espanha - linha
imaginária - 370 léguas
“O ______________ de Tordesilhas foi um documento assinado em junho de ______, na
vila espanhola de ___________. Os protagonistas foram _________ e Espanha, que
delimitaram, através de uma __________, as posses portuguesa e espanhola no território
da _________ do Sul, chamado de “Novo Continente”. Essa linha imaginária passava a
________ de Cabo Verde. O território a oeste da linha ficaria com a _______ e a
________, Portugal”.

3. Coloque V para as alternativas verdadeiras e F para as alternativas falsas.


a. ( ) O primeiro país a iniciar as grandes navegações foi a Inglaterra.
b. ( ) Os portugueses precisavam descobrir um novo caminho para chegar até as índias.
c. ( ) O astrolábio e a bússola ajudaram nas navegações a longa distância.
d.( ) O único motivo para iniciar as grandes navegações foi a falta de metais preciosos
em Portugal.
4. Faça a correção das alternativas que você considerou falsas, reescrevendo-as
corretamente.

A AMÉRICA PORTUGUESA

Chegada dos portugueses

Cronologicamente, considera-se que a colonização do Brasil foi iniciada em 1500,


quando a expedição de Pedro Álvares Cabral avistou o Monte Cabral. A expedição
chegou ao Brasil no dia 22 de abril de 1500 e foi consequência das grandes navegações,
as explorações oceânicas realizadas por Portugal ao longo do século XV.

A expedição de Cabral tinha dupla missão quando partiu de Lisboa em março:


verificar as possibilidades portuguesas na América e comercializar nas Índias. Nas terras
brasileiras, os portugueses permaneceram até o dia 2 de maio, quando partiram na
direção das Índias. Os maiores detalhes desse acontecimento foram relatados pelo
escrivão da expedição, Pero Vaz de Caminha. Para saber mais sobre esse primeiro
momento da história da colonização brasileira, leia: Descobrimento do Brasil.

Período Pré-Colonial

De 1500 até por volta de 1535, o Brasil ocupou uma posição secundária para a
Coroa portuguesa porque, nesse momento, a prioridade de Portugal era manter o
comércio de especiarias. Esse momento é conhecido como Período Pré-Colonial, uma
vez que os portugueses não tinham estabelecido ações de colonização consistentes no
Brasil.

A presença portuguesa nesse período consistia em explorar o pau-brasil, árvore


nativa que tinha valor para os portugueses por causa de um corante extraído de sua
madeira. A principal mão de obra nesse tipo de exploração foram os índios, sobretudo
quando a árvore começou a ficar escassa no litoral.

Para explorar o pau-brasil, os portugueses mobilizavam os índios por meio


do escambo, isto é, pela troca. Os índios localizavam, extraíam e carregavam as toras
até as feitorias construídas pelos portugueses no litoral brasileiro, e, em troca, recebiam
objetos variados, como machados. A partir da década de 1530, essa atividade perdeu
fôlego, assim como o comércio de especiarias, e os portugueses decidiram estabelecer
medidas mais efetivas de colonização.

Capitanias hereditárias

Mapa das capitanias hereditárias segundo novo estudo


conduzido por Jorge Pimentel Cintra.[2]

As capitanias hereditárias foram a primeira grande medida tomada pelos portugueses


para sistematizar a colonização da América Portuguesa. Entretanto, essa medida
funcionava basicamente como uma “terceirização” das obrigações, em que terceiros
investiam com seus próprios fundos no desenvolvimento da capitania.
As capitanias foram criadas, em 1534, por ordem do rei d. João III. Os portugueses
decidiram dividir o território brasileiro em 15 faixas de terra, sendo cada uma
responsabilidade do capitão-donatário, a autoridade máxima dessas capitanias. Os
direitos e deveres dos donatários constavam em documentos chamados Carta de
Doação e Carta Foral.

Os donatários tinham a obrigação de garantir o desenvolvimento de suas capitanias, além


de defendê-las de indígenas e de estrangeiros. Os franceses eram a grande ameaça para
os portugueses porque era comum que suas terras fossem invadidas por eles no século
XVI. Os franceses inclusive tinham boas relações com indígenas que eram inimigos dos
portugueses.

Aqui no Brasil, os donatários recebiam uma sesmaria, um lote de terra para instalar-se.
Após mais de uma década desse sistema, os portugueses identificaram que ele não tinha
prosperado como se esperava, e só duas capitanias tiveram resultados significativos: São
Vicente e Pernambuco. Falta de recursos e inexperiência administrativa foram dois fatores
que contribuíram para o fracasso delas. Caso queira aprofundar-se no primeiro sistema
administrativo no Brasil colonial, leia: Capitanias hereditárias.

Governo-geral

A partir de 1548, Portugal decidiu centralizar a administração da colônia, e para isso foi
criado, por d. João III, o governo-geral. Continuaram existindo algumas capitanias no
Brasil, mas outras foram retomadas pela Coroa (como a capitania de Baía de Todos os
Santos). Ainda assim, os donatários agora deveriam responder a uma autoridade central,
nomeada por Portugal.

Essa nova autoridade ficou conhecida como governador-geral, e o primeiro governador-


geral do Brasil foi Toméde Sousa. O governador-geral contava também com um grupo de
burocratas que o auxiliava na administração da colônia. Os primeiros cargos criados
foram o de ouvidor-mor (justiça), provedor-mor (finanças) e capitão-mor(segurança).

Tomé de Sousa chegou ao Brasil em 1549, e, durante sua gestão, foi iniciada a
construção da primeira capital do Brasil: Salvador. Com Tomé de Sousa vieram os
primeiros jesuítas para o Brasil, e sua missão era pacificar e catequizar as populações
indígenas. Os jesuítas permaneceram no Brasil durante mais de dois séculos, sendo
expulsos daqui em 1759, pelo marquês de Pombal. Se quiser saber mais sobre o tema
deste tópico, leia: Governo-geral.

Economia colonial

Ouro Preto, uma das cidades que prosperou com a descoberta de ouro no Brasil.[3]

Tradicionalmente, os historiadores esquematizaram a economia colonial em três grandes


ciclos, que foram: ciclo do pau-brasil, ciclo do açúcar e ciclo do ouro. Uma importante
observação é que dizer que a colonização ficou marcada por esses três grandes ciclos
não significa que não houve nenhuma outra atividade econômica no Brasil.

Esses três ciclos corresponderam às principais atividades econômicas da colonização, no


entanto, a América Portuguesa tinha uma grande variedade de atividades econômicas.
Era praticada a pecuária, a agricultura, sobretudo voltada para a subsistência, e havia
também outros itens produzidos para exportação, como o fumo.

Havia também um pequeno comércio, exceção feita para o comércio de escravizados,


consideravelmente próspero. Apesar dessa diversificação, não havia nenhuma espécie de
manufatura no Brasil, uma vez que não era permitido por Portugal.

Vejamos algumas observações a respeito desses três grandes ciclos:

 Pau-brasil: como vimos, sua exploração visava ao corante extraído da madeira.


Sua extração era realizada pelos índios, e o pagamento dava-se pelo escambo, ou
seja, pela troca: o trabalho indígena era pago pelos portugueses com objetos e
ferramentas.

 Açúcar: o açúcar foi o produto mais importante produzido no Brasil durante parte
do século XVI e durante todo o XVII. Até onde se sabe, a intenção dos portugueses
de instalar engenhos no Brasil para produzir açúcar remonta ao ano de 1516, mas
só em 1535 foram instalados os primeiros engenhos no Brasil (na capitania de
Pernambuco).
 Ouro: terceiro grande ciclo econômico durante a colonização. Quantidades
expressivas de ouro foram encontradas em Minas Gerais, em 1695, e as primeiras
pedras de diamante foram encontradas em 1730. O ouro atraiu milhares de
pessoas ao Brasil e transformou Minas Gerais no grande centro da América
Portuguesa. Houve também quantias expressivas de ouro em Goiás e no Mato
Grosso. Os portugueses regulavam a extração do ouro por meio de impostos,
como o quinto.

Leia mais: Espaço urbano no Brasil colonial

Escravidão

O ciclo do açúcar desenvolveu-se por meio da mão de obra


escravizada, tanto de africanos quanto de indígenas.

A colonização do Brasil foi um empreendimento em que Portugal explorou os recursos


existentes no território brasileiro, além de vidas humanas. A principal mão de obra
utilizada pelos portugueses durante a colonização foi a dos escravizados indígenas e
africanos. Estima-se que a escravidão tenha sido implantada no Brasil na década de
1530.

Isso aconteceu, portanto, quando os portugueses decidiram pela ocupação e exploração


mais sistemática da América Portuguesa. O primeiro grupo escravizado no Brasil foram os
indígenas, principalmente porque estavam disponíveis em grande quantidade para que os
portugueses pudessem escravizá-los.

A escravidão foi uma instituição violenta que colocava seres humanos em condições
cruéis. Milhões de indígenas e africanos morreram por toda a violência que sofreram dos
portugueses durante os três séculos de colonização. A escravização dos indígenas foi
proibida pelo marquês de Pombal, em 1757, e a escravização de africanos e seus
descendentes só acabou em 1888, mais de 66 anos depois de conquistada nossa
independência.

Os índios foram a principal mão de obra escrava até meados do século XVII, quando
então começaram a ser superados em número pelos escravizados africanos. Uma série
de questões contribuíram para a substituição da mão de obra indígena pela africana. Os
historiadores argumentam que a redução da população indígena e questões
biológicas contribuíram para que os africanos se tornassem mais importantes.

Assim, a alta procura por escravizados, a redução da população indígena e a


lucratividade do tráfico negreiro contribuíram para que os africanos se tornassem o
principal grupo escravizado no Brasil. A escravização de africanos feita pelos portugueses
não foi iniciada no Brasil, pois, no século XV, os portugueses já compravam africanos
para ser escravizados em Lisboa.

O tráfico negreiro foi uma das atividades mais lucrativas (e cruéis) da colonização e foi
responsável pela chegada de quase cinco milhões de africanos ao Brasil. O tráfico
negreiro trouxe africanos escravizados para o Brasil por três séculos,
sendo proibido somente em 1850. Já no caso indígena, os maiores responsáveis por
capturá-los para revendê-los como escravos foram os bandeirantes.

Os bandeirantes eram sertanistas que penetraram no interior da América Portuguesa,


explorando as terras, principalmente à procura de riquezas e de indígenas. Os
indígenas eram violentamente capturados e revendidos, sobretudo em São Paulo, por sua
grande demanda.

Os bandeirantes também eram contratados para capturar escravizados africanos que


fugiam, eles organizavam expedições que atacavam quilombos, assentamentos
formados por escravos fugidos. O caso mais conhecido de nossa história foi o Quilombo
dos Palmares. Por fim, os bandeirantes também foram responsáveis por localizar ouro em
diversas partes do Brasil. Caso queira saber mais sobre essa instituição desumana,

ATIVIDADES
1 – Qual o principal produto explorado pelos portugueses no período pré-colonial
(1500-1535).
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2 – Explique como ocorria a prática do escambo entre portugueses e indígenas.


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3 - A colonização da América Portuguesa a partir de 1530 envolveu a criação das


chamadas Capitanias Hereditárias. Releia sobre o assunto e responda:
a) Quais eram os objetivos da Coroa ao implantar este sistema administrativo na Colônia?

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b) Por que o sistema de Capitanias Hereditárias não deu certo?

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c) Explique por que o sistema de Capitanias Hereditárias foi bem sucedido em
Pernambuco e São Vicente?

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4 - Para povoar a colônia portuguesa da América, e torná-la lucrativa, era preciso


implantar um sistema produtivo local, voltado para exportação. Optou-se pela
monocultura da cana de açúcar e a instalação de engenhos para a produção de:

Após a leitura, assinale a alternativa correta:

a) Açúcar. b) Cachaça. c) Rapadura. d) Café.

5 – Escreva sobre o tráfico negreiro e a escravização de africanos na América


Portuguesa (XVI-XIX).

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CHEGADA DOS PORTUGUESES AO BRASIL
Link (vídeo complementar): https://www.youtube.com/watch?v=OwkS7ZJe7aw

A chegada dos portugueses ao Brasil ocorreu em 22 de abril de 1500. Neste dia,


navegantes liderados por Pedro Álvares Cabral desembarcaram na região da atual cidade
de Porto Seguro. Lá permaneceram do dia 22 de abril a 2 de maio de 1500.
O principal testemunho escrito da chegada dos portugueses foi o relato do escrivão
Pero Vaz de Caminha, que passou à história como a "Carta de Caminha".

O descobrimento do Brasil

A expedição que chegou ao Brasil no dia 22 de abril de 1500 - data que é


comemorada como o Descobrimento do Brasil - começou em Lisboa, Portugal, de onde
os navegantes saíram no dia 9 de março de 1500.
Pedro Álvares Cabral comandou essa expedição e, de acordo com a história, foi
quem "descobriu" o Brasil.
De acordo com a história, o destino da expedição era Calicute, Índia, no caminho
realizado por Vasco da Gama, em 1497-1498. Mas, vários historiadores concordam que,
antes de chegar à Índia, Cabral tinha a missão de conferir se havia terras no sul da
América.
A esquadra de Cabral era formada por 9 naus, 3 caravelas e 1 naveta. Nela
seguiam entre 1200 e 1500 pessoas, dentre as quais, religiosos, soldados e intérpretes. A
viagem ocorreu tranquila, com as embarcações parando para abastecer-se de água nas
ilhas Canárias e no arquipélago de Cabo Verde.
Por volta de 18 de abril, os navegantes já estavam próximos das terras brasileiras,
mais precisamente, perto da Bahia de Todos os Santos.
No dia 21, os marinheiros avistaram plantas, como o botelho e o rabo d’asno (ou
rabo de burro) e, na manhã seguinte, viram aves como o fura-bucho, sinais inequívocos
de que havia terras nas proximidades. Mais tarde, avistaram um monte e, por ser época
da Páscoa, o chamaram de Monte Pascoal.
Os navegantes pensaram que o Brasil era uma ilha e, por esse motivo, o primeiro
nome que lhe deram foi Ilha de Vera Cruz (vera, de verdade ou verdadeira), mas depois
chamaram-lhe de Terra de Santa Cruz. Este era um sinal de que Cabral e os demais
capitães perceberam que o Brasil era um continente e não uma ilha.

Contexto histórico da descoberta do Brasil

A viagem de Cabral deve ser entendida no contexto das Grandes Navegações


empreendidas por Portugal e Espanha, nos séculos XV e XVI.
Ambos os países tentavam encontrar um caminho para as Índias e, assim,
comercializar diretamente com o continente asiático. Desta maneira, se evitaria os
comerciantes de Gênova e Veneza.
A Espanha, com a viagem de Cristóvão Colombo, conseguiu provar que seria
possível viajar em direção a leste. Por sua vez, os portugueses navegaram toda a costa
africana.
A fim de não guerrearem mais pelo domínio marítimo, Portugal e Espanha
assinaram o Tratado de Tordesilhas, em 1494.
As navegações continuaram. Em 1497-98, Vasco da Gama conseguiu alcançar as
Índias e, desta maneira, estabelecer contatos comerciais na região.
Em 1500, a esquadra de Cabral partiu com o objetivo de reforçar esses laços.
Contudo, acredita-se que ele também deveria constatar se havia terras neste lado da
América.
As navegações oceânicas de Portugal e Espanha continuaram ao longo do século
XVI e nunca mais o mundo foi o mesmo.

AS FEITORIAS

Feitoria era um local, fortificado ou não, geralmente próximo a um porto.


Funcionavam como entreposto comercial nas colônias das potências europeias na época
da expansão marítima. Antes dessa prática ser trazida para o Brasil, ela foi muito utilizada
durante a Idade Média, tendo como grande influenciador as Grandes Navegações. Era
também uma forma de defender os interesses comuns dos mercadores, interferindo nas
relações econômicas e políticas.
ATIVIDADES

1) (Uff) A "Carta de Pero Vaz de Caminha", escrita em 1500, é considerada como um dos
documentos fundadores da Terra Brasilis e reflete, em seu texto, valores gerais da cultura
renascentista, dentre os quais se destaca:

a) a visão do índio como pertencente ao universo não religioso, tendo em conta sua
antropofagia;
b) a informação sobre os preconceitos desenvolvidos pelo renascimento no que tange à
impossibilidade de se formar nos trópicos uma civilização católica e moderna;
c) a identificação do Novo Mundo como uma área de insucesso devido à elevada
temperatura que nada deixaria produzir;
d) a observação da natureza e do homem do Novo Mundo como resultado da experiência
da nova visão de homem, característica do século XV;
e) a consideração da natureza e do homem como inferiores ao que foi projetado por Deus
na Gênese.

2) As tribos de índios que viviam no Brasil pré-colonial tinham um domínio de tecnologias


capazes de:

a) fundir ferro, ouro, prata e outros metais.


b) efetuar caça de animais de grande porte e construção de cabanas, redes, entre outras
funções menos complexas.
c) construir grandes templos e pirâmides de pedra.
d) construir canais sobre o mar, ligando ilhas entre si.
e) reduzir o número de doenças que os europeus trouxeram no século XV.

3) No período pré-colonial a atividade econômica que teve maior destaque foi:

a) pau-brasil
b) mineração
c) cana-de-açúcar
d) café
e) algodão

4) Em 1534, a Coroa portuguesa dividiu o território em 15 partes que ficaram conhecidos


como:

a) governos gerais
b) Tratado de Tordesilhas
c) capitanias hereditárias
d) Tratado de donatários
e) Sesmarias

5) (Unioeste) Sobre a colonização do Brasil, assinale alternativa INCORRETA.

a) Entre 1500 e 1535, a principal atividade econômica na colônia foi a extração do pau-
brasil, madeira então abundante em nosso litoral e obtida mediante troca com os índios.
b) O Brasil foi dividido em quinze quinhões por uma série de linhas paralelas ao Equador
que se estendiam do litoral ao Meridiano de Tordesilhas, sendo essas porções de terras
entregues a um grupo diversificado de representantes da pequena nobreza, burocratas e
comerciantes.
c) Com a morte do rei português D. Sebastião e do seu sucessor D. Henrique, Felipe II,
rei da Espanha, assumiu o trono em 1580, originando a União Ibérica, que durou até
1640.
d) Com o fracasso das capitanias, Portugal resolveu substituí-las e criou o Governo Geral
com o objetivo de centralizar o poder na colônia, fixando a sede na Província de Sant’Ana
e a capital na cidade do Rio de Janeiro.
e) A atividade de mineração demandou vasta força de trabalho escrava desde a
descoberta de minas de ouro, em fins do século XVII, em Minas Gerais, estimulando o
aumento de população e o surgimento de incontáveis arraiais e vilas.

6) O início da colonização portuguesa no Brasil, no chamado período "pré-colonial" (1500-


1530), foi marcado pelo(a):

a) envio de expedições exploratórias do litoral e pelo escambo do pau-brasil;


b) plantio e exploração do pau-brasil, associado ao tráfico africano.
c) deslocamento, para a América, da estrutura administrativa e militar já experimentada no
Oriente;
d) fixação de grupos missionários de várias ordens religiosas para catequizar os
indígenas;
e) implantação da lavoura canavieira, apoiada em capitais holandeses.

SEMANA 2

ESCAMBO

Link (vídeo complementar): https://www.youtube.com/watch?v=fOtMa64u6KI

É conhecido pelo nome de Escambo a prática ancestral de se realizar uma troca


comercial sem o envolvimento de moeda ou objeto que se passe por esta, e sem
equivalência de valor.
É a forma original e mais básica que o ser humano tem de realizar trocas,
geralmente realizadas com o excedente de cada comunidade. Assim, o habitante de uma
vila pesqueira, quando obtivesse peixe em demasia, teria o desejo natural de trocar o seu
excedente para ter uma variação em sua dieta. Logo, o pescador procuraria alguém que
por exemplo fosse agricultor e tivesse plantado algum gênero alimentício em excesso.
Havia ainda a necessidade dos dois entrarem em acordo, ou seja, de haver a
coincidência dos dois personagens desejarem aquilo que o outro participante na troca
tivesse para oferecer. Logo, caso os interesses não convergissem, a troca ia por água
abaixo.
Como características básicas, o escambo se apresenta como uma troca de
produtos em estado natural, que variam de acordo com as condições do lugar onde se
dão as trocas, as atividades desenvolvidas pelo grupo, e suas respectivas necessidades.
Neste sistema, a própria mercadoria torna-se moeda, passando a representar também,
medida de valor e de riqueza, assim como acontece em civilizações mais simples.
Seguindo esta mesma lógica, algumas mercadorias passarão a ter uma procura maior
que outras, tornando-se involuntariamente a moeda daquele grupo.

PAU-BRASIL

O pau-brasil foi o primeiro item explorado pelos portugueses com base no seu valor
mercantil. Para isso, instalaram feitorias e contrataram o trabalho dos indígenas.
O pau-brasil é muito conhecido, porque sua exploração foi a primeira atividade
econômica exercida pelos portugueses na América Portuguesa durante o século XVI. A
exploração do pau-brasil foi muito intensa, principalmente em uma fase conhecida
como Período Pré-colonial, que se estendeu até meados da década de 1530. A
exploração da madeira ocorria por meio do escambo com os indígenas.

ATIVIDADES

1) “Não, é nossa terra, a terra do índio. Isso que a gente quer mostrar pro Brasil:
gostamos muito do Brasil, amamos o Brasil, valorizamos as coisas do Brasil porque o
adubo do Brasil são os corpos dos nossos antepassados e todo o patrimônio ecológico
que existe por aqui foi protegido pelos povos indígenas. Quando Cabral chegou, a gente
o recebeu com sinceridade, com a verdade, e o pessoal achou que a gente era inocente
demais e aí fomos traídos: aquilo que era nosso, que a gente queria repartir, passou a ser
objeto de ambição. Do ponto de vista do colonizador, era tomar para dominar a terra,
dominar nossa cultura, anulando a gente como civilização.”
(Revista “Caros Amigos”, ano 4, n. 37, abril/2000, p. 36)

A respeito do início da colonização, período abordado pelo texto, pode-se afirmar que a
primeira forma de exploração econômica exercida pelos colonizadores e a dominação
cultural e religiosa difundida pelo território brasileiro são, respectivamente:

a) a plantation no Nordeste e as bandeiras realizadas pelos paulistas.


b) a extração das "drogas do sertão" e a implantação das missões.
c) o escambo de pau-brasil e a catequização empreendida pela Companhia de Jesus.
d) a mineração no Sudeste e a imposição da "língua geral" em toda a Colônia.
e) o cultivo da cana-de-açúcar e a "domesticação" dos índios por meio da agricultura.

2) A Caesalpinia echinata, conhecida popularmente como pau-brasil, foi a primeira fonte


de riqueza a ser explorada no território brasileiro. Entre os principais exploradores de pau-
brasil que conseguiram obter o monopólio de sua extração, estava:

a) Pedro Álvares Cabral c) Pe. Antônio Vieira


d) Fernando de Noronha
b) Pero Vaz de Caminha

3) Para a extração do pau-brasil, os portugueses precisaram da força de trabalho


indígena. Em troca, ofereciam aos nativos bugigangas europeias. Que tipo de trabalho
implicava a extração do pau-brasil?

a) apenas a derrubada das árvores.


b) derrubada das árvores, corte das toras e transporte.
c) extração da tinta da casca das árvores.
d) apenas o corte das toras das árvores.
e) apenas o transporte das toras até os navios.

5) “[...] na ocasião do descobrimento, chamou a atenção dos navegantes portugueses


uma árvore de cujo lenho era preparada uma tinta de cor vermelha empregada no
tingimento de penas. “Ibirapitanga” era o nome usado pelos nativos, que significa, em
tupi, madeira vermelha. Este corante de imediato passou a ser utilizado pelos europeus,
em substituição a um outro similar produzido com o “sappan” para tingir tecidos.”
(Aguiar, Fracismar F.; Pinho, Reinaldo. Pau-brasil. Caesalpinia echinata. Árvore nacional. São Paulo, 2007.
p. 16)

Além da função de tingimento de tecidos, o pau-brasil também foi utilizado em outras


finalidades, como:

a) fabricação de arcos e flechas para os exércitos europeus.


b) fabricação de esculturas primitivistas.
c) construção de casas de madeira para a Corte Brasileira.
d) construção de casas de madeira para a Corte Portuguesa.
e) fabricação de móveis, instrumentos musicais e navios.

SEMANA 3

CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

Link (vídeo complementar): https://www.youtube.com/watch?v=IYyjvolZ2mY

As capitanias hereditárias eram uma forma de administração do território colonial


português na América. Basicamente eram formadas por faixas de terra que partiam do
litoral para o interior, comandadas por donatários e cuja posse era passada de forma
hereditária.
Ocorre então a divisão do território em capitanias, que iam do litoral até o limite
estipulado pelo Tratado de Tordesilhas, um modelo de colonização que tinha obtido
sucesso na Ilha da Madeira e em Cabo Verde, na África.
De início, foram quinze beneficiários agraciados com capitanias no território da
colônia portuguesa. Os escolhidos eram membros da baixa nobreza portuguesa que a
Coroa acreditava terem condições para a empreitada de colonização. Esses nobres foram
denominados donatários e representavam a autoridade máxima da capitania. O donatário
não era dono, mas deveria desenvolver a capitania com recursos próprios,
responsabilizando-se por seu controle, proteção e desenvolvimento. Juridicamente, se
estruturava o controle da capitania através de dois documentos: Carta de Doação e Carta
Foral.
A Carta de doação dava a posse da terra ao donatário e a possibilidade de
transmitir essa terra aos filhos, mas não a autorização de vendê-la. O documento dava
também uma sesmaria de dez léguas da costa onde se deveria fundar vilas, construir
engenhos, garantir a segurança e colonização através do povoamento. Nela definia-se
que o donatário era a autoridade máxima judicial e administrativa da capitania. Era ele
que controlava a escravização indígena, a aplicação da justiça, penas e recolhimento de
impostos. A Carta Foral por sua vez estipulava tributos e a distribuição dos lucros da
produção das capitanias, definindo o que pertencia à Coroa e o que pertencia aos
donatários.
O sistema foi bom para a Coroa, que amealhava os lucros, mas nem tanto para os
donatários. Estes enfrentavam desde o início grandes dificuldades, tendo de desenvolver
a colônia com poucos recursos, prejudicados pela distância de Portugal e fustigados por
ataques indígenas.
Por conta dessas dificuldades, o modelo não funcionou como o esperado.
Vingaram apenas duas Capitanias: Pernambuco e São Vicente. O fracasso do modelo
não fez com que a Coroa mudasse seu posicionamento e a estrutura administrativa da
colônia. A abolição da hereditariedade foi o primeiro passo nesse sentido, ocorrendo
apenas em 1759, definido pelo Marquês de Pombal.
As capitanias hereditárias existiram até 1821. À medida que iam fracassando,
voltavam às mãos da Coroa Portuguesa e eram redimensionadas, gerando novas
estruturas de administração. O ato de redimensionar as fronteiras das capitanias
hereditárias moldou alguns estados litorâneos atuais.
Finalmente, diante dos problemas de administração, a Coroa portuguesa resolve,
em 1548, centralizar o poder e nomear um governador geral (Tomé de Sousa) para o
Brasil, iniciando uma nova fase da história colonial brasileira.

O QUE É GOVERNO-GERAL?

Governo-geral foi o modelo administrativo utilizado pela metrópole portuguesa para


governar sua colônia na América após 1548. Os governos-gerais surgiram após o sistema
de capitanias hereditárias mostrar-se incapaz de levar adiante a empresa açucareira que
se iniciava no território onde hoje está o Brasil.
MISSÕES JESUÍTICAS

A gênese da Companhia de Jesus (1534) ocorreu no contexto das Reformas


Protestantes que abalaram a Europa no despontar do Período Moderno. Alguns
estudiosos consideram a sua criação como parte de uma série de mecanismos
desenvolvidos pela Igreja Católica a partir daquilo que poderíamos denominar
de Contrarreforma ou Reforma Católica. Inácio de Loyola é considerado o grande mentor
da Ordem de Cristo. Suas filosofias conformam a base do pensamento inaciano.
Diferentes de outros missionários, os jesuítas se constituíram por uma missionação de
caráter secular, tendo como principal projeto a construção de um Império Cristão
intercontinental. Espalharam-se por todo o mundo empreendendo as mais diferentes
estratégias para expansão da cristandade.
A chegada dos jesuítas ao Brasil data de 1549 e se relaciona ao fracasso do
sistema de Capitanias Hereditárias e ao estabelecimento do Governo Geral no Brasil. Tais
eventos resultantes, especialmente, das relações conflituosas entre os donatários das
capitanias e os índios. A função dos jesuítas era evangelizar e incentivar os indígenas a
assimilar os costumes europeus. Obviamente, as resistências indígenas foram parte do
cotidiano das missões. Na Amazônia, a chegada dos jesuítas esteve relacionada ao fim
da União Ibérica (1580-1640). Muitos aldeamentos se constituíram como verdadeiras
instituições de fronteira. A efetivação das primeiras missões na região datam do início do
século XVII.
As relações entre missionários, colonos e povos indígenas estiveram longe de
serem pacíficas. Somente da Amazônia, os jesuítas foram expulsos em 1661, 1684 e
1759, ano em que também foram expulsos de Portugal, no contexto do Período
Pombalino. Passaram por um processo de supressão na Europa, entre os anos de 1773 e
1814 quando, enfim, Pio VII restaurou a legalidade da Ordem. Seu maiores expoentes no
Brasil foram os padres Manoel da Nóbrega e José de Anchieta. Na Amazônia, o padre
Antônio Vieira foi o responsável pela gênese do grande projeto regulado pelo Regimento
das Missões (1686-1757).
ATIVIDADES
1) Sobre a implantação do sistema de capitanias hereditárias, responda:

a) O Brasil foi o primeiro local onde Portugal implementou as capitanias hereditárias?


Justifique a sua resposta.
b) Explique uma das razões que levaram Portugal a adotar o sistema de capitanias
hereditárias no Brasil.

2) Explique quais motivos o sistema de capitanias hereditárias acabou sendo


abandonado.

3) (Fatec-SP) Não tendo capital necessário para realizar a colonização do Brasil, pois
atravessava uma série crise econômica, Portugal decidiu adotar o sistema de capitanias
hereditárias. É correto afirmar que:

a) as capitanias foram entregues a capitães-donatários, com o compromisso de


promoverem seu povoamento e exploração; contudo, poucos eram os direitos e os
privilégios que recebiam em troca.
b) o sistema foi adotado devido à presença de estrangeiros no litoral, à péssima situação
econômico-financeira de Portugal e ao seu sucesso nas Ilhas do Atlântico.
c) as capitanias eram pessoais, transferíveis, inalienáveis e não podiam ser passadas
para seus herdeiros.
d) o sistema era regulamentado por dois documentos: a Carta de Doação e o Foral, sendo
que na Carta de Doação vinham detalhados os direitos e deveres dos donatários, além
dos impostos e tributos a serem pagos.
e) a administração política da colônia tornou-se centralizada, assim como a da Metrópole.

4) Entre os donatários das capitanias hereditárias (1531-1534), não havia nenhum


representante da grande nobreza. Esta ausência indica que:

a) a nobreza portuguesa, ao contrário da espanhola, não teve perspicácia com relação às


riquezas da América.
b) a Coroa portuguesa concedia à burguesia, e não à nobreza, os principais favores e
privilégios.
c) no sistema criado para dar início ao povoamento do Brasil, não havia nenhum resquício
de feudalismo.
d) na América portuguesa, ao contrário do que ocorreu na África e na Ásia, a Coroa foi
mais democrática.
e) as possibilidades de bons negócios aqui eram menores do que em Portugal e em
outros domínios da Coroa.

5) “A sesmaria foi o atrativo utilizado pela Coroa Portuguesa para dispor de recursos
humanos e financeiros no processo colonizador.” Sobre o sistema de sesmarias, marque
a alternativa correta:

a) o sesmeiro não detinha a posse útil da terra, mas apenas o dever de administrá-la.
b) a doação de sesmarias definiu a colonização nos moldes da pequena propriedade
agrícola.
c) a coroa portuguesa financiou a vinda e instalação dos pequenos proprietários.
d) a doação de sesmarias substituiu as fracassadas capitanias hereditárias.
e) o sesmeiro tinha posse plena da terra e o dever de torná-la produtiva.

SEMANA 4
ESCRAVIDÃO AFRICANA

Link (vídeo complementar): https://www.youtube.com/watch?v=VSuUdF2vvF0

A escravidão é o grande sustentáculo do processo de colonização do continente


americano, a partir do século XVI. Longe de se ater a uma forma homogênea de relação
de trabalho, a escravidão foi marcada pelas mais diferentes caracterizações ao longo do
período colonial. No caso da colonização lusitana, a utilização de escravos sempre foi
vista como a mais viável alternativa para que os dispendiosos empreendimentos de
exploração tivessem a devida funcionalidade.
Inicialmente, os portugueses almejaram utilizar da força de trabalho dos nativos
para que a exploração econômica fosse concretizada. No entanto, a mão de obra
indígena foi refutada mediante a dificuldade de controle sobre populações que ofereciam
maior resistência e também por despertar o interesse da Igreja em utilizá-los como novos
convertidos ao cristianismo católico. Ainda assim, as regiões mais pobres, em que a força
de trabalho era mais escassa, os índios ainda foram utilizados como escravos.
Para contornar a crescente demanda por força de trabalho, Portugal resolveu então
investir no tráfico de escravos vindos diretamente da Costa Africana. Tal opção se tornava
viável por dois motivos essenciais: o domínio que Portugal já possuía em regiões da
África e as possibilidades de lucro que a venda desses escravos poderiam trazer aos
cofres da Coroa Portuguesa. Além disso, havia o apoio da própria Igreja Católica que
associava os africanos à prática do islamismo.
Além de incentivar a exploração de uma nova atividade comercial, o tráfico negreiro
ainda incentivava o desenvolvimento de outras atividades econômicas. A indústria naval
crescia ao ampliar a necessidade de embarcações que pudessem fazer o transporte dos
negros capturados. Ao mesmo tempo, incentivou as atividades agrícolas ao ampliar, por
exemplo, as áreas de plantação do tabaco, produto agrícola usualmente utilizado como
moeda de troca para obtenção dos escravos.
A obtenção de escravos era feita a partir de firmação de acordos comerciais com
algumas tribos, principalmente as que se localizavam na região do litoral Atlântico do
continente. Na verdade, a escravidão já integrava as práticas sociais e econômicas dos
africanos mesmo antes do processo colonial. Em geral, essa população escrava era
resultado da realização de guerras ou da aplicação de penas contra aqueles que
cometessem algum tipo de delito.
A partir da chegada dos portugueses à África, a prática antes desenvolvida no
contexto social e político das populações africanas, veio a integrar uma atividade
comercial sistemática integrada à economia mercantilista europeia. Dessa maneira, a
escravidão se transformou em uma atividade econômica de caráter essencial. Um dos
resultados dessa transformação foi que, entre os séculos XV e XIX, o número de escravos
provenientes da Costa Africana ultrapassou a marca dos 11 milhões de cativos.
A rotina de trabalho desses escravos era árdua e poderia alcançar um turno de
dezoito horas diárias. As condições de vida eram precárias, sua alimentação
extremamente limitada e não contava com nenhum tipo de assistência ou garantia. Além
disso, aqueles que se rebelavam contra a rotina imposta eram mortos ou torturados.
Mediante tantas adversidades, a vida média de um escravo de campo raramente
alcançava um período superior a vinte anos.
Muitos escravos, quando não submissos ao processo de exploração, articulavam
planos de fuga e desenvolviam comunidades autossuficientes costumeiramente
chamadas de quilombos. Nesses locais de fuga desenvolviam uma pequena agricultura
associada a atividades artesanais constituídas com o objetivo de atender a demanda da
própria comunidade. Entre os principais quilombos destacamos o Palmares, que se
desenvolveu em Alagoas, na região da Serra da Barriga. Considerado principal foco de
resistência negra, Palmares só foi destruído no final do século XVII.

CICLO DO AÇÚCAR

O Ciclo do Açúcar foi uma das principais bases econômicas, sociais e culturais
no Brasil Colonial, entre meados dos séculos XVI e XVIII. Sua implementação ocorreu por
meio da importação pelos portugueses do sistema de sesmarias, responsável pela
distribuição de terras para produção agrícola na, então, colônia portuguesa. Esse
processo foi fundamental para a ocupação territorial, que, aos poucos, formou boa parte
do que hoje representa a geografia atual do Brasil.
Nesse período, formaram-se os engenhos, que eram as unidades produtivas
responsáveis pela moenda da cana-de-açúcar, além de concentrar o exercício de outras
atividades importantes para o período, como a produção da cachaça brasileira, por
intermédio dos alambiques, entre outras coisas.

Por que foram instalados os engenhos?

Com a expansão marítima e a descoberta de novos territórios nas Américas pelos


espanhóis e portugueses, outras nações, como França, Holanda
e Inglaterra, despertaram o interesse em promover suas próprias conquistas e
participarem ativamente de todo o comércio decorrente disso. Essa nova configuração
ditou o desenvolvimento econômico e político dos principais países europeus entre os
séculos XV e XVIII, dentro do contexto do que ficou conhecido como mercantilismo, o
conjunto de práticas econômicas adotado pelas nações europeias entre o século XV e o
século XVIII.
Para conter essas ameaças, por volta de 1530, a Coroa portuguesa decidiu enviar
uma campanha oficial para o Brasil com o objetivo principal de mapear e demarcar o seu
território e estabelecer uma administração colonial. O território, nesse momento, não
possuía a mesma extensão territorial dos dias de hoje, mas, mesmo assim, representava
sérios desafios administrativos para a metrópole, sobretudo no que dizia respeito à sua
defesa.
Em 1532, Martim Afonso de Sousa desembarcou no Brasil e, em 1534, houve a
tentativa de implementar um sistema que já existia na pequena Ilha da Madeira:
as capitanias hereditárias. Martim Afonso, que se tornou donatário da Capitania de São
Vicente (atual São Paulo), iniciou em suas terras o cultivo da cana-de-açúcar, por meio de
mudas que teria trazido em viagem, e implementou um dos primeiros engenhos de açúcar
do período colonial, sendo uma das principais referências na difusão desse sistema
agroindustrial.
A partir de então, a produção de açúcar passou a desempenhar um papel
fundamental sob diversos aspectos de todo o sistema colonial português. Além do seu
impacto na alimentação, na colônia e também no mundo, sua produção em grande escala
permitiu maiores acessos ao produto. Todo o seu sistema de produção acabou formando
também as bases sociais de todo o período e possui heranças até os dias de hoje.
Os engenhos foram, portanto, o principal modelo de unidade produtiva de uma das
bases econômicas do Brasil Colonial.

ATIVIDADES
1) (UFRJ) Para garantir a posse da terra, Portugal decidiu colonizar o Brasil. Mas, para
isso, seria preciso desenvolver uma atividade econômica lucrativa. A solução encontrada
foi implantar em certos trechos do litoral:

a) a produção açucareira.
b) a exploração do ouro.
c) a extração do pau-brasil.
d) a criação de gado.
e) o comércio de especiarias.

2) (Enem) O açúcar e suas técnicas de produção foram levados à Europa pelos árabes no
século VIII, durante a Idade Média, mas foi principalmente a partir das Cruzadas (séculos
XI e XIII) que a sua procura foi aumentando. Nessa época, passou a ser importado do
Oriente Médio e produzido em pequena escala no sul da Itália, mas continuou a ser um
produto de luxo, extremamente caro, chegando a figurar nos dotes de princesas
casadoiras".
CAMPOS, R. Grandeza do Brasil no tempo de Antonil (1681-1716). São Paulo: Atual, 1996.

Considerando o conceito do Antigo Sistema Colonial, o açúcar foi o produto escolhido por
Portugal para dar início à colonização brasileira, em virtude de:

a) O lucro obtido com o seu comércio ser muito vantajoso.


b) Os árabes serem aliados históricos dos portugueses.
c) A mão de obra necessária para o cultivo ser insuficiente.
d) As feitorias africanas facilitarem a comercialização desse produto.
e) Os nativos da América dominarem uma técnica de cultivo semelhante.

3) Qual era a estrutura básica da produção de açúcar implantada por Portugal no Brasil?

a) policultura, trabalho assalariado e grande propriedade.


b) monocultura, trabalho escravo e pequena propriedade familiar.
c) monocultura, trabalho assalariado e pequena propriedade familiar.
d) monocultura, trabalho escravo e grande propriedade.
e) policultura, trabalho escravo e grande propriedade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://www.sohistoria.com.br/ef2/periodos/

https://www.infoescola.com/exercicios/historia/

https://www.todamateria.com.br/exercicios-sobre-a-pre-historia/

http://cantinhomaissaber.blogspot.com/2015/05/pre-historia-exercicios-resolvidos.html

https://beduka.com/blog/materias/literatura/o-que-foi-o-humanismo/

https://brasilescola.uol.com.br/historiag/renascimento.htm

RIGONATTO, Mariana. "O que foi o Humanismo?"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/portugues/o-que-foi-humanismo.htm. Acesso em 01 de junho de
2020

http://www.colegiosantacatarina.com.br/wp-content/uploads/2020/04/Ens-M%C3%A9dio-2-%C2%BAano-
Arte-Atividade-1.pdf

https://www.todamateria.com.br/cristovao-colombo/#
https://escolakids.uol.com.br/historia/grandes-navegacoes.htm#

https://static.fecam.net.br/uploads/291/arquivos/
1829447_13_SEMANA___7_ANO___AULAS_NAO_PRESENCIAIS_DE_HISTORIA.pdf

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