História Do Brasil
História Do Brasil
História Do Brasil
História do Brasil não possui um marco inicial bem definido. Não obstante,
tradicionalmente, existe uma datação recorrente sobre a chegada dos
portugueses com Pedro Álvares Cabral, em 22 de abril de 1500, à região costeira
de onde hoje é a Bahia. Seria esse então o “descobrimento do Brasil”. No
entanto, cabe ressaltar que se trata da descoberta dos portugueses. Diversos
grupos étnicos já habitavam o território que veio a ser o Brasil muito antes de
qualquer europeu desembarcar nele.
O Brasil é o resultado histórico de diversos projetos distintos que se
sucederam em uma delimitação geográfica específica. Primeiro tratava-se de um
projeto de conquista; depois, um projeto de colonização; já no século XIX, um
projeto de Império e de constituição de um Estado-nação; e, por fim, um projeto
de Brasil República, que é o que se tenta manter até hoje.
Nossos hinos, bandeiras, brasões, emblemas, palavras de ordem, e tudo aquilo
que nos remete à identidade nacional, dizem respeito a essa construção. Ser
patriota é ser adepto de um projeto de nação, que muitas vezes diverge de outros
projetos que também estão em construção. Portanto, seria mais preciso
referirmo-nos ao processo da chegada dos portugueses como a invenção do
Brasil, da qual se sucederam projetos diferentes.
Período Imperial
Período Imperial vai de 1822, com a independência do Brasil, até 1889, com
a proclamação da República, e é dividido em três fases principais:
o Primeiro Reinado (1822-1831), o Período Regencial (1831-1840) e
o Segundo Reinado (1840-1889). Embora, desde 1815 que o Brasil tornara-
se Reino de Portugal, Brasil e Algarves, como consequência direta da
transferência Corte para o Rio de Janeiro.
Outras medidas importantes foram tomadas, tais como a abertura dos portos
às nações amigas em 1808, a fundação do Banco do Brasil no mesmo ano,
os tratados de 1810, a fundação da Real Biblioteca, a Missão Artística
Francesa em 1816, entre outras coisas. Estima-se que entre 10 a 15 mil pessoas
embarcaram rumo ao Brasil, entre 25 e 27 de novembro de 1807. Estruturas
administrativas inteiras instalaram-se do outro lado do Atlântico.
A partir de então, o Brasil sofreu grandes transformações. Na política, por
exemplo, houve um movimento emancipacionista, inspirado nos ideais
iluministas, na capitania de Pernambuco. Conhecido como Revolução
Pernambucana, ou Revolução dos Padres, tal motim foi fortemente reprimido
pelo Reino.
Esses e outros conflitos estabelecidos nesse período, somados à Revolução
Liberal do Porto e ao retorno da Corte para Portugal, foram decisivos para o
processo de independência brasileira, que Portugal só reconheceu oficialmente
em 1825, após receber uma indenização volumosa.
• Primeiro Reinado
O principal ícone da independência brasileira foi Pedro de Alcântara (o quarto
filho de D. João VI), que, após esse processo, torna-se o primeiro imperador
do Brasil, assumindo a alcunha de Pedro I do Brasil. Diferentemente de seu pai,
Pedro I admirava os ideais iluministas, defendia ideias liberais, como
a abolição da escravidão, e liberdades individuais.
A construção de símbolos nacionais é parte
fundamental de um Estado-nação. Assim
foi com o Brasil após tornar-se
independente.
Nesse contexto, surgem dois
grupos políticos informais na disputa por
espaços de poder: o Partido Português,
que concentrava defensores do absolutismo, de um governo centralizado e
forte, dos comerciantes portugueses e, muitas vezes, da restauração do Brasil
enquanto colônia de Portugal; e o Partido Brasileiro, composto por comerciantes
brasileiros, latifundiários e senhores de escravos, cujos principais objetivos eram
na defesa e a ampliação de direitos e privilégios conquistados.
Em 1823, foi instalada a Assembleia Nacional Constituinte, que deu origem
à Constituição Política do Império do Brasil, de 1824. Embora, a princípio, o
seu papel seria limitar os poderes do monarca, conforme os ideais iluministas, a
Constituição de 1824 possuía forte caráter autoritário e centralizador, sobretudo
por meio da instituição do poder moderador.
Ainda com resquícios da Revolução Pernambucana no ar, após a promulgação
da Constituição de 1824 e seu caráter expressamente autoritário, os
pernambucanos novamente revoltaram-se, e, em julho de 1824, deflagra-se
a Confederação do Equador, de caráter separatista e republicano. Logo em
seguida, o Império envolve-se na Guerra da Cisplatina, trazendo ainda mais
impopularidade a D. Pedro I.
Em 1826, com a morte de João VI, pai do imperador, abre-se um problema de
sucessão na monarquia lusitana. Diante disso e da incapacidade de acalmar os
ânimos no Brasil, Pedro I abdica do trono e deixa seu filho, Pedro II, com
apenas cinco anos, como seu sucessor. Contudo, a própria Constituição de
1824 determinava que o imperador deveria ter, pelo menos, 21 anos de idade
para assumir o cargo. Foi preciso, assim, estabelecer um governo regencial,
inaugurando uma nova fase do Período Imperial.
• Período Regencial
O Período Regencial foi marcado por uma série de conflitos constantes com o
governo central, criando sucessivos quadros de instabilidade política,
agravada pela grave situação econômica. As forças políticas dividiam-se,
basicamente, em duas vertentes: os liberais e os conservadores, estes com
maior presença política.
Na tentativa de conter essas rebeliões, em 1834 foi promulgado um ato
adicional que revisou pontos importantes da Constituição de 1824,
proporcionando, entre outras coisas, maior autonomia das províncias. Contudo
isso não foi suficiente. Dentre essas revoltas regenciais, destacaram-se:
Revolta dos Malês (1835), Cabanagem (1835-1840), Sabinada (1837-
1838), Balaiada (1838-1841) e Revolta dos Farrapos (1835-1845).
Em julho de 1840, sob iniciativa dos liberais, que pressionavam a Regência, foi
dado o Golpe da Maioridade, nomeando D. Pedro II, com apenas 14 anos de
idade, imperador do Brasil. Foi uma tentativa dos liberais de ocuparem mais
espaço nas decisões políticas, além de viabilizarem uma forma de conter as
agitações políticas que se alastravam por todo o território. Inicia-se, assim,
o Segundo Reinado (1840-1889).
• Segundo Reinado
Durante esse período, ocorreram transformações profundas. A economia do
Império que, desde o ciclo do ouro, estava em sérias dificuldades, encontrou
no aumento do consumo do café no exterior a possibilidade de aumentar
suas exportações, diminuindo, assim, seu déficit comercial. Essa atitude deu
início ao ciclo do café. Tal atividade, que já vinha ocorrendo antes mesmo da
chegada da Corte portuguesa, portanto, acelerou-se.
O poder econômico passou a transferir-se do Nordeste para o Sudeste do país,
onde se concentravam as plantações de café. Ao mesmo tempo, o próprio
sistema de produção agrícola, a plantation, começa a sofrer fortes pressões,
sobretudo dos ingleses, com a exigência do fim do comércio de escravos e,
consequentemente, da abolição da escravidão.
No entanto, somente com a promulgação das leis abolicionistas, a partir de
1850 com a Lei Eusébio de Queirós, o combate à escravidão começou a ser
colocado em prática no Brasil. Outro evento importante, tanto para a abolição
quanto para a formação sociopolítica que deu origem ao movimento de derrubar
a monarquia brasileira, foi a Guerra do Paraguai (1864-1870). Escravos foram
enviados ao campo de batalha, muitos deles até obrigados, sob a promessa de
alforria após o término do conflito.
Após a vitória brasileira, e seu alto nível de endividamento para financiar a
guerra, D. Pedro II sai fragilizado politicamente, ao mesmo tempo que os
militares passam a ocupar mais espaço dentro do debate político. São eles,
inclusive, que encabeçam a proclamação da República, em 1889. Caso queira
aprofundar-se mais nesse período da história do Brasil, leia: Brasil Império.
A República Brasileira, período sob o qual o país ainda está em vigência,
pode ser dividida da seguinte forma: Primeira República/República
Velha (1889-1930), Governo Provisório (1930-1934), Constitucional de
Vargas (1934-1937), Estado Novo (1937-1945), Quarta República (1945-
1964), Ditadura Militar (1964-1985), e Nova República (1985-até os dias
atuais).
É importante destacar que, mesmo diante do sistema republicano, o Brasil possui
historicamente sérias dificuldades em manter-se sob o regime democrático.
Durante esse período, foram promulgadas outras seis constituições, sendo duas
delas (a de 1937 do Estado Novo e a de 1967 da Ditadura Militar) de caráter
fortemente autoritário.
• Primeira República
• Ditadura Militar
Durante a Ditadura Militar, uma série de conquistas obtidas com a Constituição
de 1946, no breve período da Quarta República, foram suspendidas com as
promulgações dos atos institucionais. Em 1968, o AI-5, considerado o golpe
dentro do golpe, proibiu reuniões políticas, executou censura prévia em filmes,
livros, peças de teatros e programas de televisão, suspendeu o habeas
corpus, conferiu ao presidente o direito de fechar o Congresso Nacional, entre
outras coisas. Tal documento institucionalizou a repressão no país.
Durante esse período, surgiram também importantes movimentos artísticos que
se colocaram ao lado da resistência ao regime, como o cinema novo e
o Tropicalismo, e que revolucionaram seus respectivos campos de atuação no
Brasil, tendo reverberação até os dias atuais. A partir de 1974, inicia-se o
processo de abertura política do regime, de forma lenta e gradual, com o objetivo
de entregar aos civis o poder político.
Em 1985 o poder Executivo é, de fato, entregue pelos militares. Ainda de forma
indireta, Tancredo Neves é eleito presidente do Brasil, porém, antes mesmo de
assumir, faleceu vítima de uma infecção generalizada. José Sarney, o vice,
assume, por fim, a presidência do Brasil em março de 1985, encerrando o
período da Ditadura Militar.
• Nova República