PCN Parte 3 Avaliação

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MATERIAL ELABORADO POR MARI TUMELERO EXCLUSIVO PARA ALUNOS – PROIBIDA A REPRODUÇÃO

PARAMETROS CURRICULARES NACIONAIS – PARTE 3


AVALIAÇÃO
 Parte integrante e intrínseca ao processo educacional;

 Não se restringir ao julgamento sobre sucessos ou fracassos do aluno;

 É compreendida como um conjunto de atuações que tem a função de alimentar,


sustentar e orientar a intervenção pedagógica;

 Acontece contínua e sistematicamente por meio da interpretação qualitativa do


conhecimento construído pelo aluno;

 Possibilita conhecer o quanto o aluno se aproxima ou não da expectativa de


aprendizagem que o professor tem em determinados momentos da escolaridade,
em função da intervenção pedagógica realizada;

 A avaliação das aprendizagens só pode acontecer se forem relacionadas com as


oportunidades oferecidas, isto é, analisando a adequação das situações didáticas
propostas aos conhecimentos prévios dos alunos e aos desafios que estão em
condições de enfrentar;

 A avaliação subsidia o professor com elementos para uma reflexão contínua sobre
a sua prática, sobre a criação de novos instrumentos de trabalho e a retomada de
aspectos que devem ser revistos, ajustados ou reconhecidos como adequados para
o processo de aprendizagem individual ou de todo grupo;

 Para o aluno, é o instrumento de tomada de consciência de suas conquistas,


dificuldades e possibilidades para reorganização de seu investimento na tarefa de
aprender.

 Para a escola, possibilita definir prioridades e localizar quais aspectos das ações
educacionais demandam maior apoio;

 A avaliação deve ocorrer sistematicamente durante todo o processo de ensino e


aprendizagem e não somente após o fechamento de etapas do trabalho;

 O acompanhamento e a reorganização do processo de ensino e aprendizagem na


escola incluem, necessariamente, uma avaliação inicial, para o planejamento do
professor, e uma avaliação ao final de uma etapa de trabalho;

 A avaliação investigativa inicial instrumentalizará o professor para que


possa pôr em prática seu planejamento de forma adequada às características de
seus alunos. Esse é o momento em que o professor vai se informar sobre o que o
aluno já sabe sobre determinado conteúdo para, a partir daí, estruturar sua

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programação, definindo os conteúdos e o nível de profundidade em que devem ser


abordados;

 A avaliação inicial serve para o professor obter informações necessárias para


propor atividades e gerar novos conhecimentos, assim como para o aluno tomar
consciência do que já sabe e do que pode ainda aprender sobre um determinado
conjunto de conteúdos;

 É importante que ocorra uma avaliação no início do ano; o fato de o aluno estar
iniciando uma série não é informação suficiente para que o professor saiba sobre
suas necessidades de aprendizagem.

 Mesmo que o professor acompanhe a classe de um ano para o outro, e tenha


registros detalhados sobre o desempenho dos alunos no ano anterior, não se exclui
essa investigação inicial, pois os alunos não deixam de aprender durante as férias e
muita coisa pode ser alterada no intervalo dos períodos letivos;

 As avaliações não devem ser aplicadas exclusivamente nos inícios de ano ou de


semestre; são pertinentes sempre que o professor propuser novos conteúdos ou
novas sequências de situações didáticas;

 A avaliação pode se realizar no interior mesmo de um processo de ensino e


aprendizagem, já que os alunos põem inevitavelmente em jogo seus conhecimentos
prévios ao enfrentar qualquer situação didática;

 A avaliação contínua do processo acaba por subsidiar a avaliação final, isto é, se o


professor acompanha o aluno sistematicamente ao longo do processo pode saber,
em determinados momentos, o que o aluno já aprendeu sobre os conteúdos
trabalhados;

 A avaliação, numa perspectiva democrática, só poderá acontecer se forem superados


o caráter de terminalidade e de medição de conteúdos aprendidos — tão arraigados
nas práticas escolares — a fim de que os resultados da avaliação possam ser
concebidos como indicadores para a reorientação da prática educacional e nunca
como um meio de estigmatizar os alunos.

 Utilizar a avaliação como instrumento para o desenvolvimento das atividades


didáticas requer que ela não seja interpretada como um momento estático, mas
antes como um momento de observação de um processo dinâmico e não-linear de
construção de conhecimento.

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A avaliação contemplada nos Parâmetros Curriculares Nacionais é


compreendida como:
 Elemento integrador entre a aprendizagem e o ensino;
 Conjunto de ações cujo objetivo é o ajuste e a orientação da intervenção pedagógica
para que o aluno aprenda da melhor forma;
 Conjunto de ações que busca obter informações sobre o que foi aprendido e como;
 Elemento de reflexão contínua para o professor sobre sua prática educativa;
 Instrumento que possibilita ao aluno tomar consciência de seus avanços,
dificuldades e possibilidades;
 Ação que ocorre durante todo o processo de ensino e aprendizagem e não apenas
em momentos específicos caracterizados como fechamento de grandes etapas de
trabalho. Uma concepção desse tipo pressupõe considerar tanto o processo que o
aluno desenvolve ao aprender como o produto alcançado.
Pressupõe também que a avaliação se aplique não apenas ao aluno, considerando as
expectativas de aprendizagem, mas às condições oferecidas para que isso ocorra.
Avaliar a aprendizagem, portanto, implica avaliar o ensino oferecido — se, por exemplo,
não há a aprendizagem esperada significa que o ensino não cumpriu com sua finalidade:
a de fazer aprender.

Orientações para avaliação


A avaliação, na perspectiva aqui apontada, aconteça sistematicamente durante as
atividades de ensino e aprendizagem, é preciso que a perspectiva de cada momento da
avaliação seja definida claramente, para que se possa alcançar o máximo de objetividade
possível;
Para obter informações em relação aos processos de aprendizagem, é necessário
considerar a importância de uma diversidade de instrumentos e situações, para
possibilitar, por um lado, avaliar as diferentes capacidades e conteúdos curriculares em
jogo e, por outro lado, contrastar os dados obtidos e observar a transferência das
aprendizagens em contextos diferentes;
É fundamental a utilização de diferentes códigos, como o verbal, o oral, o escrito, o
gráfico, o numérico, o pictórico, de forma a se considerar as diferentes aptidões dos
alunos.

O professor pode realizar a avaliação por meio de:

• observação sistemática: acompanhamento do processo de aprendizagem dos


alunos, utilizando alguns instrumentos, como registro em tabelas, listas de controle, diário
de classe e outros;

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• análise das produções dos alunos: considerar a variedade de produções


realizadas pelos alunos, para que se possa ter um quadro real das aprendizagens
conquistadas;

• atividades específicas para a avaliação: nestas, os alunos devem ter


objetividade ao expor sobre um tema, ao responder um questionário. Para isso é
importante, em primeiro lugar, garantir que sejam semelhantes às situações de
aprendizagem comumente estruturadas em sala de aula, isto é, que não se diferenciem,
em sua estrutura, das atividades que já foram realizadas; em segundo lugar, deixar claro
para os alunos o que se pretende avaliar, pois, inevitavelmente, os alunos estarão mais
atentos a esses aspectos.

Quanto mais os alunos tenham clareza dos conteúdos e do grau de expectativa da


aprendizagem que se espera, mais terão condições de desenvolver, com a ajuda do
professor, estratégias pessoais e recursos para vencer dificuldades.
A avaliação, apesar de ser responsabilidade do professor, não deve ser considerada
função exclusiva dele. Delegá-la aos alunos, em determinados momentos, é uma condição
didática necessária para que construam instrumentos de autorregulação para as diferentes
aprendizagens.

Critérios de avaliação
 Avaliar significa emitir um juízo de valor sobre a realidade que se
questiona, seja a propósito das exigências de uma ação que se projetou realizar
sobre ela, seja a propósito das suas consequências.

 A atividade de avaliação exige critérios claros que orientem a leitura dos aspectos a
serem avaliados.

 No caso da avaliação escolar, é necessário que se estabeleçam expectativas de


aprendizagem dos alunos em consequência do ensino, que devem se expressar nos
objetivos, nos critérios de avaliação propostos e na definição do que será
considerado como testemunho das aprendizagens.

 Os critérios de avaliação apontam as experiências educativas a que os alunos devem


ter acesso e são consideradas essenciais para o seu desenvolvimento e socialização.

 Os critérios de avaliação devem refletir de forma equilibrada os diferentes tipos de


capacidades e as três dimensões de conteúdos, e servir para encaminhar a
programação e as atividades de ensino e aprendizagem.

 Os critérios não expressam todos os conteúdos que foram trabalhados no ciclo, mas
apenas aqueles que são fundamentais para que se possa considerar que um aluno
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adquiriu as capacidades previstas de modo a poder continuar aprendendo no ciclo


seguinte, sem que seu aproveitamento seja comprometido.

 A definição dos critérios de avaliação deve considerar aspectos estruturais de cada


realidade; por exemplo, muitas vezes, seja por conta das repetências ou de um
ingresso tardio na escola, a faixa etária dos alunos de primeiro ciclo não
corresponde aos sete ou oito anos. Sabe-se, também, que as condições de
escolaridade em uma escola rural e multisseriada são bastante singulares, o que
determinará expectativas de aprendizagem e, portanto, de critérios de avaliação
bastante diferenciados.

Decisões associadas aos resultados da avaliação


 Tão importante quanto o que e como avaliar são as decisões pedagógicas
decorrentes dos resultados da avaliação, que não devem se restringir à
reorganização da prática educativa encaminhada pelo professor no dia-a-dia;
devem se referir, também, a uma série de medidas didáticas complementares
que necessitem de apoio institucional, como o acompanhamento individualizado
feito pelo professor fora da classe, o grupo de apoio, as lições extras e outras que
cada escola pode criar, ou até mesmo a solicitação de profissionais externos à escola
para debate sobre questões emergentes ao trabalho.

 A aprovação ou a reprovação é uma decisão pedagógica que visa garantir as


melhores condições de aprendizagem para os alunos. Para tal, requer-se uma análise
dos professores a respeito das diferentes capacidades do aluno, que permitirão o
aproveitamento do ensino na próxima série ou ciclo.

 Se a avaliação está a serviço do processo de ensino e aprendizagem, a decisão de


aprovar ou reprovar não deve ser a expressão de um “castigo” nem ser
unicamente pautada no quanto se aprendeu ou se deixou de aprender dos
conteúdos propostos.

 Para tal decisão é importante considerar, simultaneamente aos critérios de avaliação,


os aspectos de sociabilidade e de ordem emocional, para que a decisão seja a melhor
possível, tendo em vista a continuidade da escolaridade sem fracassos. No caso de
reprovação, a discussão nos conselhos de classe, assim como a consideração das
questões trazidas pelos pais nesse processo decisório, podem subsidiar o professor
para a tomada de decisão amadurecida e compartilhada pela equipe da escola.

 A repetência deve ser um recurso extremo; deve ser estudada caso a caso, no
momento que mais se adequar a cada aluno, para que esteja de fato a serviço da
escolaridade com sucesso.

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 A permanência em um ano ou mais no ciclo deve ser compreendida como uma


medida educativa para que o aluno tenha oportunidade e expectativa de sucesso e
motivação, para garantir a melhoria de condições para a aprendizagem.

 Quer a decisão seja de reprovar ou aprovar um aluno com dificuldades, esta


deve sempre ser acompanhada de encaminhamentos de apoio e ajuda para
garantira qualidade das aprendizagens e o desenvolvimento das capacidades
esperadas.

As avaliações oficiais: boletins e diplomas

À escola é socialmente delegada a tarefa de promover o ensino e a aprendizagem de


determinados conteúdos e contribuir de maneira efetiva na formação de seus cidadãos;
por isso, a escola deve responder à sociedade por essa responsabilidade.

Normativamente, a escola estabelece uma série de instrumentos para registro e


documentação da avaliação e cria os atestados oficiais de aproveitamento. Assim, as notas,
conceitos, boletins, recuperações, aprovações, reprovações, diplomas, etc., fazem parte
das decisões que o professor deve tomar em seu dia-a-dia para responder à necessidade
de um testemunho oficial e social do aproveitamento do aluno.

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