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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

GESTÃO DA APRENDIZAGEM
AULA 2
COMUNICADO SOBRE A PANDEMIA COVID-19

Caro aluno,
Devido à pandemia que enfrentamos neste momento, estamos passando por
tempos desafiadores, juntos e com esforços de cada um, certamente
venceremos essas adversidades.
Pensando na saúde e bem-estar de todos os nossos alunos, corpo docente e
administrativo, e seguindo as determinações dos órgãos municipais, estaduais e
dos Ministérios da Saúde e da Educação, as práticas pedagógicas propostas
pelo seu curso deverão ser desenvolvidas em casa.
Precisamos nos assegurar de que nossos alunos estão em segurança e, por
isso, pedimos que você utilize sua criatividade, mas não deixe de realizar suas
práticas, pois elas são fundamentais para a sua formação.
FLUXO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
A parte de planejamento/organização e RELÁTORIO DAS ATIVIDADES devem
ser realizados em sua casa... NÃO HÁ PERDA DA QUALIDADE DO PRODUTO
A SER APRESENTADO!
PARTE PRÁTICA DE EXECUÇÃO DO PROJETO
Vale realizar as atividades propostas em cada projeto com os pais, irmãos,
sobrinhos (QUE RESIDAM EM SUA CASA...), vale fazer videoconferência com
a amiga que é professora, com o colega que trabalha como secretário, enfim,
use sua imaginação, mas não deixe de fazer suas práticas pedagógicas e postar
no portal, pois essas atividades compõem sua avaliação.
Se você residir sozinho(a), utilize a sua CRIATIVIDADE, mas execute o
plano da atividade que você está propondo para as PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS.
Temos certeza de que essa pandemia se trata de algo que iremos superar e,
rapidamente, poderemos normalizar nossas vidas.

Um abraço,

Equipe da UNIFAVENI
Gestão da
Aprendizagem

Abertura

Olá,

Da mesma maneira que a gestão da aprendizagem no âmbito institucional avalia (e qualifica)


a eficácia agregada do programa em desenvolver os objetivos de aprendizagem propostos,
a gestão da aprendizagem na sala de aula objetiva o mesmo a partir dos objetivos específicos
da disciplina.
A estruturação da gestão da aprendizagem, fortemente apoiada por artefatos de ensino (plano
de aula, grades de correção e avaliações), documenta como o ensino é planejado e monitorado
ao longo do tempo, ajudando o docente a traduzir notas e médias de diferentes instrumentos
de avaliação, utilizados na disciplina em uma descrição qualitativa do nível de aprendizado
dos alunos.
Acompanhe esta aula e conheça mais sobre este assunto fundamental para a prática docente.

BONS ESTUDOS!
APRESENTAÇÃO CONCEITUAL
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM GESTÃO DA APRENDIZAGEM

1 – O QUE É GESTÃO DA APRENDIZAGEM?


A gestão da aprendizagem consiste no processo através do qual se administra
todo o processo de aprendizagem. Seu objetivo é avaliar e qualificar a eficácia
em desenvolver os objetivos de aprendizagem propostos.

2 – COMO SE ESTRUTURA A GESTÃO DA APRENDIZAGEM?

A estruturação da gestão da aprendizagem, fortemente apoiada por artefatos de


ensino (plano de aula, grades de correção e avaliações), documenta como o
ensino é planejado e monitorado ao longo do tempo, ajudando o docente a
traduzir notas e médias de diferentes instrumentos de avaliação utilizados na
disciplina em uma descrição qualitativa do nível de aprendizado dos alunos. De
posse dessa descrição, docentes e alunos podem identificar com maior clareza
lacunas e pontos fortes ao final de um ciclo de aprendizagem.

A Gestão da aprendizagem na sala de aula envolve:

• PLANO DE AULA: Definição dos objetivos de aprendizagem da disciplina


(por meio de fundamentos e habilidades almejados).
• AVALIAÇÕES E TRABALHOS: Elaboração de instrumentos de avaliação
adequados para capturar e mensurar o aprendizado dos alunos frente aos
objetivos da disciplina.
• AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO: Descrição do desempenho da turma
(conversão de nota em nível de aprendizado).

Com base nesse processo, quais serão as ações de aprimoramento para


o próximo ciclo de ensino-aprendizagem?

Como as coordenações acadêmicas e de ensino e aprendizagem poderão


apoiar os docentes?
3 – GESTÃO DA APRENDIZAGEM: QUAL É O PAPEL DO PROFESSOR E
DO ALUNO?

Ainda que o “gestor” do processo de aprendizagem seja o docente, o aluno é


parte ativa desse processo e a escola dirige a ele expectativas e
responsabilidades consonantes com o contexto de aprendizado centrado no
aluno. É importante ressaltar que a Gestão da Aprendizagem tem por objetivo
promover os objetivos de aprendizagem do programa de ensino.

Por exemplo, quando um professor, ao final de um ciclo de ensino-aprendizagem


e por meio do correspondente processo de gestão, identifica que determinado
conteúdo ou habilidade não foi absorvido por parte significativa dos alunos, isto
não significa que tal conteúdo deva ser facilitado em um próximo período letivo,
como se coubesse exclusivamente ao professor a responsabilidade pelo
aprendizado. Diferentemente, as lacunas de aprendizagem documentadas na
gestão indicam oportunidades de aprimoramento do ensino que possam torná-
lo mais eficaz para encorajar o aluno em seu trabalho de desenvolvimento.

A gestão de aprendizagem coloca o docente na posição de arquiteto do


sistema: repensando abordagens, atividades e avaliações que
impulsionem o aluno para uma atitude ativa de aprendizado.

De um lado, a gestão da aprendizagem coloca o docente na posição de


arquiteto, pensando e desenhando continuamente meios de incentivar
comportamentos estudantis condutivos ao aprendizado ativo (função fim do
projeto). De outro lado, também confere segurança para que o docente entenda
e possa justificar um aproveitamento acadêmico abaixo do esperado (notas e/ou
índice reprovação), uma vez apoiado na coerência e lógica propostas pelo
processo de gestão.

Não é incomum, ao final de um período letivo, docentes questionarem sobre


resultados:

Será que entre os aprovados não havia alguns alunos que deveriam ter
sido reprovados?
Ou justo ao contrário:

Será que determinado nível de reprovação é justificado?

Uma gestão do aprendizado bem conduzida dá segurança para o docente


responder a essas perguntas, utilizando tais resultados como forma de
comunicar aos alunos expectativas, lacunas, sucessos e insucessos.

Da perspectiva institucional, a gestão da aprendizagem da disciplina permite


uma visão ampliada da atuação do docente em sala de aula, enriquecendo os
indicadores que orientam a gestão do corpo docente. Esses indicadores deixam
de se limitar a resultados (média, reprovação, avaliação de professor feita por
alunos) para contemplar outros aspectos do processo. Com isso, é possível
refletir sobre questões tais como:

• Qual o significado de determinado índice de reprovação ou


aprovação? Se os objetivos de aprendizagem são bem definidos, com
avaliações e critérios de correção que derivam logicamente de um
planejamento, é possível traduzir índice de reprovação em lacunas de
aprendizagem específicas. Essa descrição qualitativa ajuda o docente a
aprimorar suas práticas pedagógicas (por exemplo, dando mais ênfase
e/ou inovando a abordagem a determinado tópico com baixo nível de
aprendizado evidenciado) e também ajuda o aluno a reconhecer onde
deve investir mais esforços no período seguinte.
• Média da turma alta significa nível alto de aprendizado?
A avaliação do nível de aprendizado não deve se limitar ao desempenho
dos alunos em determinada disciplina. Também é importante verificar o
quanto do aprendizado na disciplina foi retido após certo período (por
exemplo, por meio do desempenho dos alunos em testes ou simulares
tais como o exame de qualificação feito por alunos de graduação em
semestres mais avançados). Assume-se que uma gestão de
aprendizagem bem conduzida (com conteúdos, atividades e avaliações
desenhados coerentemente com os objetivos de aprendizagem) é
condutiva de maior retenção do aprendizado.
• Um professor bem avaliado pelos alunos indica uma gestão de
aprendizagem eficaz? Um professor pode ser bem avaliado na sua
disciplina em função de fatores necessários ao aprendizado como
dinâmica de aula e interação com os alunos. Mas tais fatores não são
suficientes. Por meio da análise do nível de aprendizado dos alunos (e da
retenção desse aprendizado ao longo do tempo), que uma avaliação
objetiva da atuação desse docente em termos de gestão da
aprendizagem pode ser conduzida.

A análise da consistência e qualidade da gestão da aprendizagem será


conduzida periodicamente, por amostragem, garantindo que ao final de um
período (cerca de dois anos para cada programa de ensino), se tenha um
panorama das disciplinas. As coordenações acadêmicas e de ensino e
aprendizagem são as responsáveis por essa análise e suas decorrências.

Cabe ressaltar que gestão da aprendizagem em sala de aula não tem por
objetivo central afetar diretamente a didática do professor, ainda que possamos
inferir que, ao deparar com as lacunas de seus alunos documentadas ao final do
período, o docente busque aprimorar sua prática pedagógica visando impactar
o aprendizado (que é, em última análise, de responsabilidade do aluno). O maior
benefício esperado da gestão da aprendizagem na sala de aula é apoiar o
docente em seu processo de amadurecimento pedagógico, ampliando sua
atuação para contemplar, além da didática e da interação com os alunos
(elementos fundamentais ao aprendizado), também o acompanhamento da
eficácia de suas escolhas do ponto de vista pedagógico.

Implicações da Gestão da Aprendizagem

• Proximidade entre docentes e instituição promovendo uma visão ampla


da atuação do professor. Essa proximidade gera mais subsídios para a
instituição enriquecer o processo de gestão e desenvolvimento de seu
corpo docente.
• Garantia da qualidade em relação ao planejamento e a entrega.
• Subsídios tangíveis/relevantes para o plano individual de
desenvolvimento do professor (PID), permitindo que as escolhas de
autodesenvolvimento e de aprimoramento de práticas pedagógicas sejam
condizentes para sanar lacunas de aprendizado identificadas ao longo da
gestão;

O uso de um sistema de gestão de aprendizagem validado institucionalmente


ajuda o docente e a instituição a identificarem quais as atividades de maior valor
agregado para o aprendizado que devem ser de responsabilidade do docente
para garantir a promoção dos objetivos de aprendizagem da disciplina. Com
isso, atividades de menor valor agregado (e, portanto, com aparente menor grau
de impacto) podem ser compartilhadas ou exercidas por professores auxiliares,
o que libera tempo do docente para se dedicar ao que for entendido como mais
relevante em determinado momento.
Referencial Teórico

Para aprofundar seu conhecimento, convidamos você para a leitura do artigo


GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA, ÉTICA E SALA DE AULAS, de Cipriano Carlos
Luckesi.

BOA LEITURA!
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Este material foi obtido através do website de Cipriano Carlos Luckesi

GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA, ÉTICA E SALA DE AULAS

Cipriano Carlos Luckesi1

Nos últimos dez ou quinze anos, muito se tem escrito, falado e abordado sobre o
fenômeno da gestão democrática da escola. Usualmente, essas abordagens, assim como as
práticas delas decorrentes, têm focado sua atenção na participação de pais, comunidade,
professores e estudantes na vida administrativa da escola, especialmente através da eleição
dos seus gestores (diretor e vice-diretor) e constituição e participação em comissões que
decidem sobre parcos recursos econômicos, que, por ventura, possam ser destinados pelos
poderes públicos a uma determinada instituição escolar pública. Quanto às escolas
particulares, por suas características, nem se pode pensar nesse tipo de gestão.
Para tanto, organizam-se campanhas eleitorais, assemelhadas às campanhas dos
períodos de escolha dos ocupantes dos cargos executivos e legislativos do país, nos diversos
níveis do poder, municipal, estadual, federal. Além disso, Comissões são constituídas, até
com representatividade igualitária dos grupos de interessados na vida da escola, tendo em
vista, eventualmente, decidir sobre o destino de algum recurso econômico existente no âmbito
da instituição.
Isso tem seu lado positivo, mas essa é uma compreensão e um uso limitados do que
se pode entender e vivenciar sob esse slogan da “gestão democrática da escola”. De fato,
tenho dúvidas se essas atividades efetivamente propiciam efetivas condições de prática
participativa de pais, comunidade, professores e estudantes na gestão escolar. Parece-me que
não é o fato de participar de um processo eleitoral no âmbito da escola que faz com que
estudantes, pais e professores aprendam a melhor se desempenhar mais adequadamente na
vida política do país. Importa até mesmo observar que esse processo tem trazido para dentro
da escola todas as mazelas de nossas campanhas políticas, tais como debates emocionais,
esgrimas verbais, manipulação de informações,.... Ao invés da educação ensinar para uma
prática política mais adequada, importa para dentro da escola as mazelas daquilo que ocorre
na sociedade fora dos muros escolares. Por outro lado, não será uma eventual participação em

1
Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal da
Bahia. E-mail: [email protected].

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uma Comissão decisória que dará suporte para que os seus participantes (representantes de
pais, comunidade, professores e estudantes) efetivamente aprendam a compartilhar
responsabilidades diretamente na escola e na vida pública em geral.
Essa modalidade de pensar e praticar a “gestão democrática escolar” configura
muito pouca coisa diante do que efetivamente ela pode significar tanto para a escola em si,
como para a aprendizagem dos estudantes, seus pais, seus professores e gestores acerca dos
compromissos consigo mesmo e com o outro, da aprendizagem do ‘viver juntos”, que está
posto pela Unesco como um dos objetivos fundamentais para a educação do século XXI.
Aprender e viver a experiência da gestão democrática da escola implica em que,
além das acima citadas atividades, se esteja atento a como isso se dá dentro do âmbito
educativo escolar, tendo presente, além disso, que a própria sala de aula é um lugar de gestão
e, principalmente, de aprendizagem da gestão democrática, não só da escola, mas da vida.
Além das atividades acima citadas, vamos lembrar que, democrática e
participativamente, a comunidade pode e deve, junto com a escola, cuidar de sua manutenção
e integração em seu espaço; os pais podem e devem, de modo ativo e comprometido,
participar, junto com escola e seus educadores, da orientação dos seus filhos e estudantes para
a vida escolar e para a vida fora da escola, participar da manutenção da escola e de sua
integração na comunidade; os professores podem e devem cuidar da manutenção da escola em
termos de não-depredação dos móveis e de seu espaço físico, de sua limpeza, assim como dos
estudantes que forem adjudicados a eles, para que efetivamente aprendam e se desenvolvam;
os estudantes podem e devem cuidar do espaço físico da escola, sua manutenção e limpeza, da
biblioteca, dos jardins, dos móveis e, principalmente, assumirem a responsabilidade de sua
aprendizagem e desenvolvimento. Os estudantes necessitam de aprender a viver em grupos, o
que exige cuidados bem específicos consigo mesmo, com o meio e com os outros, no que se
refere ao estudo, à aprendizagem, ao cumprimento de suas tarefas.
Participar da gestão democrática da escola significa usar o espaço escolar como um
recurso de educação para todos --- comunidade, pais, professores e estudantes---, na
perspectiva do “aprender a viver juntos”, de tal forma que os espaços públicos e particulares
possam ser respeitados, de “modo ativo”, ou seja, no sentido de agir a favor de um modo mais
satisfatório de vida para todos. O “respeito passivo” se expressa quando dizemos --- “Respeito
os outros, contanto que eles fiquem lá e eu cá”; “Que não venham para o meu lado. Eles lá e

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eu cá. E, assim, está tudo bem”. De modo diverso, o “respeito ativo”, que é o verdadeiro
respeito, se expressa pela frase --- “Trabalho com você para que isso seja melhor”; “Atuo com
você para que essa situação efetivamente se modifique”.
Participar da gestão democrática da escola significa que todos se sentem e
efetivamente são partícipes do sucesso ou do fracasso da escola em todos os seus aspectos:
físico, educativo, cultural e político.
O que mais caracteriza a escola é ela ser um espaço educativo, o que implica, do seu
ponto de vista, que é mais importante que seus membros aprendam a viver e responsabilizar-
se democraticamente do que exerçam uma administração democrática. Em última instância,
exercitar a gestão democrática na escola é uma forma de ensinar e aprender.
Que isso tem a ver com ética? Historicamente, fomos acostumados a pensar e agir
como se ética fosse um conjunto de princípios ou determinações, ditas morais, que devem ser
seguidas em nossas ações. Daí, cotidianamente, nos depararmos com os denominados
“Código de Ética” desta ou daquela profissão, tais como Código de Ética dos Médicos,
Código de Ética dos Advogados, Código de Ética dos Psicólogos, só para relembra alguns
entre muitos outros. Nesta perspectiva, a ética é alguma coisa fora de nós, um código que
deve guiar e ao qual se devem adequar nossas condutas. É em função disso que, usualmente,
se diz que este ou aquele profissional vai ser “julgado” pelo Código de Ética de sua profissão.
Com esse olhar sobre a ética, não se ajuda ninguém a se educar para viver e conviver com
outro e com o meio, devido ser algo externo a cada um de nós. Desse modo, não se aprende,
de forma alguma, a gerir democraticamente a escola.
Esse modo de compreender a ética vem dos antigos gregos, que consideravam que o
agir deveria “seguir a reta razão”, ou seja, a razão (a inteligência) conheceria as coisas e a
ação (ato de vontade) deveria ocorrer em conformidade com esse conhecimento, isto é, um
modo de agir guiado de fora; especialmente pelo fato de que era a autoridade que se dizia
conhecedora das coisas e, por isso, ela tinha o direito e o poder de definir o que era certo e o
que era errado. Assim o fundamento do ato ético estava baseado em princípios externos a
cada um de nós. A ética era, então, um conjunto de normas, que usualmente eram rígidos.
Hoje, em termos de humanidade, após termos passado por muitas peripécias,
iniciamos a compreender que o fundamento da ética tem a ver com a “relação conosco
mesmos, com o outro e com o meio ambiente, em conjunto”. O respeito ativo (participativo)

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em relação a nós mesmos, ao outro e ao meio ambiente é que dá base para uma ação
eticamente adequada. Isso significa cuidar de nós mesmos, simultaneamente, cuidando do
outro e do meio onde vivemos. Isso leva a ter presente que eu, o outro, o grupo e o meio são
elementos fundamentais a serem considerados para que nossa conduta ética seja adequada.
Não importa ter presente somente o eu, somente o outro ou somente o grupo, ou somente o
meio ambiente, mas, ao mesmo tempo, o eu, o outro, o grupo e o meio ambiente.
O Dalai Lama, mestre tibetano, citado em todos os meios de comunicação do
ocidente, denomina esse fundamento do ato ético de “compaixão”. Compaixão é o ato de
“agir com o outro”, cuja origem latina diz “cum” (com) patior (agir); e agir com o outro
significa, ativamente, produzir o bem para o outro, o que significa também produzir o bem
para nós mesmos. A compaixão é um ato exigente conosco mesmos, com o outro, com o
grupo, devido visar o bem de todos, sem detrimento de ninguém.
Comunidade, pais, professores, estudantes necessitam de aprender, ativamente,
cuidar do espaço físico da escola e da cidade, na medida em que escola e cidade pertencem a
todos, não aos poderes públicos. E como pertence a todos, todos devem cuidar dela.
Porém, o que isso tem a ver com sala de aulas? Tudo. A sala de aulas é um lugar
especial para trabalharmos com nossos estudantes na sua formação, como sujeitos, cuidadores
de si mesmos, e como cidadãos, cuidadores de si, dos outros e do meio ambiente, ao mesmo
tempo.
Existem coisas simples diretas e óbvias às quais devemos estar atentos em nossa
prática de educar para o bem de si, dos outros e do meio, tais como: conservar os móveis, que
não foram feitos somente para cada um de nós; conservar o espaço físico, conservar a
limpeza, cuidar dos jardins (quando eles existem); não apelidar os outros, não desqualificar os
outros para parecermos melhor que eles.
Porém, existem experiências que são menos óbvias e que podem e devem ser
cuidadas para que a gestão democrática e participativa chegue à escola, como meio de
aprendizagem. A primeira delas é “professor ensinar bem e educando estudar bem”. Essa é
uma experiência revolucionária, na medida em que ensinar bem significa, do lado do
educador, estar comprometido com o educando em sua necessidade de aprender; significa não
abrir mão dele na primeira dificuldade com a qual se depare, no primeiro impasse, no
primeiro resultado insatisfatório; ao contrário, significa investir nele, de tal forma que

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efetivamente ele aprenda, na medida em que, na escola, o que importa é aprender. Por outro
lado, o educando necessita de aprender que “qualquer coisa” não serve como expressão de
uma efetiva e qualitativamente significativa aprendizagem; necessita de aprender que
professor (a autoridade) não tem o direito de dispensá-lo de suas tarefas, que necessitam de
ser realizadas com a melhor qualidade possível.
Usualmente nossos estudantes, após não terem cumprido uma tarefa qualquer,
dirigem-se ao educador para solicitar uma outra oportunidade, ou uma outra atividade
qualquer para compensar aquela. Qual a razão para que essa solicitação não seja feita aos
colegas, pois que eles sim foram sacrificados por esse não cumprimento de compromissos
escolares? Foram eles que perderam a colaboração do colega. Do modo mais comum possível,
nós não percebemos que essas são oportunidades do educador e do educando aprenderem a
respeitar ativamente o grupo, o que quer dizer “gerir democrática e participativamente a vida
da escola”, o que, em síntese, quer dizer agir eticamente.
Uma escola é o que são seus gestores, os seus educadores, os pais dos estudantes, os
estudantes, e a comunidade. A “cara da escola” decorre da ação conjunta de todos esses
elementos. E isso tudo ultrapassa eleições para os gestores e as Comissões decisórias que
possam ser estabelecidas na escola. Essas atividades são importantes, mas irrisórias diante do
que se pode fazer educativamente para a cidadania (experiência de cuidar de si, do outro e do
meio, ao mesmo tempo).
Gerir democrática e participativamente a escola significa usar de todas as
oportunidades que ela oferece tanto para realizar práticas quanto para aprender condutas com
elas. Mais importante do que os resultados práticos imediatos da gestão democrática é a
aprendizagem para a vida pessoal e social. Afinal, a escola não é uma oficina produtiva, mas
sim um lugar de aprendizagem e desenvolvimento. O mais importante na vida escolar não é o
ganhar ou o perder, como ocorre na política partidária ou na vida cotidiana da sociedade;
porém, sim, o aprender a ser e o aprender a viver juntos, para o bem estar de si mesmo e do
outro, com qualidade.
Nesse processo, o educador tem um papel fundamental de estar ajudando os pais, a
comunidade, a si mesmo e aos educandos a agirem, cada vez mais de forma adulta, ou seja,
sem lamúrias, mas na busca de soluções efetivas. Nesse processo, necessitamos de ter claro
que “acender um fósforo” é mais significativo que “lamentar a escuridão”. A lamentação não

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ajuda a arredar um pé do lugar; o que ajuda é tomar a realidade em nossas mãos e agir a partir
dela e com ela, na busca de soluções. Gerir democrática e participativamente a escola
significa criar condições para que todos ocupem os seus lugares e os seus papéis, da melhor
forma que for possível, em função do bem estar de si e do outro, o que significa ter presente
também o grupo e o meio ambiente.

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Pesquisa

Gestão da sala de aula - Celso Vasconcellos


https://www.youtube.com/watch?v=MrGy_hnv5x8

Ederson Granetto conversa com o professor Celso dos Santos Vasconcellos sobre as
estratégias para a gestão da sala de aula e a importância da relação aluno-professor
para ampliar a participação dos alunos na sala que leva à construção do conhecimento.

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