Mecanoterapia

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UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO – UNISULMA

INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO – IESMA


CURSO DE BACHARELADO EM FISIOTERAPIA
4º PERÍODO

LARA YASMIN RODRIGUES PINTO

TRABALHO DE RECURSOS TERAPÊUTICOS MANUAIS E MECÂNICOS

A mecanoterapia pode ser definida como todo processo terapêutico no qual os


exercícios são realizados de maneira ativo-resistida, com o uso de forças externas mecânicas,
como halteres, polias, elásticos, molas e outros. Esses exercícios buscam restaurar, promover
ou desenvolver a manutenção da força muscular, a flexibilidade, a coordenação e a
mobilidade dos pacientes. Também pode ser usada como técnica para promover um maior
ganho de massa e de potência muscular, quando essas estão diminuídas devido a lesões.

No que se refere à força, a mecanoterapia pode melhorar:

 a força explosiva: usada para a realização dos movimentos rápidos e que utilizam
predominantemente as fibras de contração rápida. São movimentos que têm
necessidade de uma grande explosão muscular;
 a força estática: usada para manter determinada postura;
 a força dinâmica: usada durante determinado movimento, quando são recrutadas tanto
as fibras de contração rápida quanto as lentas ou aeróbias. Um exemplo é quando
pegamos algo do chão e levantamos esse objeto.

Já no trabalho de resistência muscular localizada, um grupo muscular é trabalhado


durante um grande período. Isso é algo que fazemos naturalmente quando, por exemplo,
nossos músculos são obrigados a ficarem contraídos por um período maior, recrutando para
essa ação as fibras de contração lentas ou aeróbias.

Assim, podemos entender que o objetivo de qualquer trabalho de mecanoterapia é


sempre reabilitar o paciente para realizar os movimentos naturais do dia a dia, sem que
apresente sintomas como dor ou dificuldades.
Aparelhos para membros superiores:

1. Bicicleta Ergométrica: é indicada para tonificação dos músculos de MMII,

condicionamento físico e cardiovascular, exercício aeróbico de baixo impacto. Seu uso pode
ser recomendado para o início de programas de exercícios ou para pacientes sedentários,
gestantes, obesos ou com problemas nas articulações. É importante que o selim não esteja
muito alto, evitando forçar demais os quadris. Se estiver baixo demais, pode lesionar os
joelhos.

2. Pedalinho para fisioterapia: é um aparelho semelhante a uma bicicleta sem


rodinhas, pois sua base é fixada no chão com artefatos emborrachados. Esse acessório deve
ser construído de aço e propiciar movimentos em ambas as direções. Esse equipamento é uma
ótima opção para exercitar membros inferiores e superiores em movimentos ritmados e com
duração preconizada pelo fisioterapeuta. Devido às suas dimensões, pode ser utilizado
também sobre a mesa.

3. Esteira: é recomendada para tonificar os músculos de MMII, condicionamento


físico e cardiovascular, exercício aeróbico com gasto calórico, melhora a capacidade
cardiorrespiratória.

4. Mesa de quadríceps ou de Bonet: É um aparelho capaz de trabalhar tanto os


músculos quanto as articulações dos membros inferiores, e pode ser indicado para pacientes
que apresentem hipotonia dos músculos do quadríceps, permitindo trabalhar a flexão e a
extensão do joelho, tanto com o uso do protocolo de Oxford (carga decrescente) quanto de
DeLorm (carga crescente). A mesa de Bonet é usada, por exemplo, em pessoas que sofreram
um rompimento do ligamento cruzado anterior do joelho, buscando fortalecer a musculatura
do quadríceps. Nesses casos, o paciente deverá ficar sentado, com suporte de apoio sobre o
tornozelo, e o exercício poderá ser realizado de forma isotônica ou isométrica, desde que mais
lento. Esse aparelho, contudo, não deve ser usado em fases agudas de estados infecciosos, nos
derrames intra-articulares, nas crises de dores intensas, nas anquiloses do joelho, entre outros.

5. Cama elástica: é um aparelho que toda clínica de fisioterapia deve ter. Ela é
indicada para que o paciente execute exercícios visando o fortalecimento dos membros
inferiores, além de ajudar no equilíbrio e na reabilitação ortopédica. Durante a utilização da
cama elástica, o paciente exercita os músculos de forma a fazer agachamento e levantamento
rapidamente, mantendo a postura ereta e aperfeiçoando o desempenho atlético. Para a
aquisição da cama elástica é fundamental verificar a integridade do material utilizado e a
presença de nylon, que reforça as molas para evitar acidentes durante a execução dessa
atividade.

Aparelhos para membros inferiores:

1. Mesa de Kanavel: É composta por exercitador de dedos, rolo de punho e


supinador. Com esse aparelho, é possível trabalhar movimentos de flexo-extensão de dedos e
punho, acompanhados de oponência do polegar, adução e abdução. A mesa de Kanavel é
indicada para pacientes que sofreram fraturas dos ossos do carpo e usaram imobilização em
extensão. Porém, ela não é recomendada nos casos de pessoas com sequelas graves, como nos
casos de anquiloses.

2. Finger flex: Esse artefato é confeccionado em plástico de alta resistência e tem


modelos de resistência progressiva: extra leve, leve, médio, forte e extraforte. O finger flex é
indicado para exercícios das mãos e dedos, proporcionando força, flexibilidade e coordenação
motora. Também serve para realinhar o punho e melhorar o condicionamento físico do
antebraço. Para tanto, os exercícios devem ser estabelecidos por intensidade, número de
repetições e nível de resistência do instrumento.

3. Escada de Ombro: Oferece ao paciente um reforço objetivo e motivação para


realizar ADM de ombro, além disso, as marcações na parede ainda ajudam a dar um feedback
visual sobre a altura atingida pelo paciente ao “escalar” a parede. É possível encontrar o
aparelho em forma de semicircunferência ou em formato retilíneo. A escada de ombro está
indicada para trabalhar a flexão e abdução do ombro, e é contraindicada para casos agudos de
bursite, artrite com cisto sinovial, ombro congelado e de rotura parcial da bainha rotadora do
ombro.

4. Polias: São sistemas de polias fixas à parede (que podem usar molas ou pesos)
e que oferecem resistência fixa. Os grupos musculares a serem trabalhados dependerá do
posicionamento do paciente, mas é importante ressaltar que os movimentos nas polias apenas
devem ser feitos após o teste muscular. As polias também podem ser usadas para os membros
inferiores, posicionando, nesses casos, o paciente sentado, fixando o pegador no seu tornozelo
e mimetizando os movimentos da mesa de Bonet. No caso dos abdutores e adutores da coxa, a
pessoa deverá ficar em posição ortostática lateral. O aparelho é indicado para lesões do
cotovelo, periartrite escápulo-umeral, desvios da coluna, escápulas aladas e correção da
postura. Não deve ser usado em fases agudas de sequelas e anquiloses.

5. Bastão: são bem conhecidos tanto pelos fisioterapeutas quanto pelos pacientes,
e somente devem ser empregados nos casos em que os pacientes apresentem controle
muscular voluntário no membro superior afetado. O posicionamento do paciente em ortostase,
decúbito dorsal ou sedestação deverá ser determinado pelo nível da limitação funcional
apresentado. O bastão pode ser usado na mobilização do ombro após cirurgia de carcinoma
invasor da mama, para restaurar o movimento de rotação externa e interna do ombro, para
ganhar mais amplitude de movimento de flexão e extensão do cotovelo, para aumentar a
expansão torácica e aumentar o volume inspiratório, entre outros.

Aparelhos para tronco, cabeça e pescoço:

1. Tração Cervical: É uma técnica empregada para promover maior alongamento


dos músculos da coluna cervical, além do aumento dos espaços intervertebrais (que podem
estar diminuídos ou tensionados devido aos processos álgicos e compressivos). A tração pode
ser manual ou mecânica, sendo que a primeira permite o posicionamento mais fácil das mãos,
o feedback sensorial do toque, a especificidade da técnica e, claro, o conforto do paciente, que
se mantém em repouso. Porém, antes de aplicar essa técnica é importante ter o conhecimento
preciso do diagnóstico médico e realizar uma avaliação cinesiológica funcional.

2. Tração Torácica: É usada com o intuito de promover alongamento dos


músculos da coluna torácica, além do aumento dos espaços intervertebrais, que podem estar
diminuídos devido a discopatias, escoliose idiopática, entre outros.

3. Tração Lombar: Usada para promover o alongamento dos músculos da coluna


lombar e o aumento dos espaços intervertebrais que podem estar diminuídos devido a
lombalgias, lombociatalgias, escoliose lombar, espondiloartroses, espondilolisteses,
discopatias, entre outros.

Exemplos de Mecanoterapia:

A drenagem linfática mecânica é um método não invasivo utilizado sobre a pele,


realizada com aparelhos específicos (que fazem rolamento, pressão e sucção), ajudando no
estímulo do sistema linfático, na diminuição de edemas, renovação e nutrição da célula. Outra
técnica de drenagem linfática mecânica é o sistema de compressão, que utiliza a pressão do ar
em diferentes partes do corpo. Ela estimula o sistema linfático de maneira eficaz ao alternar
entre a compressão e a descompressão. O aparelho é constituído por cinco câmaras
independentes, as quais são posicionados ao redor do membro que será tratado.
Os equipamentos que auxiliam no realinhamento da postura podem ser utilizados também em
outras terapias, como o Pilates e a Reeducação Postural Global (RPG) — práticas de grande
relevância clínica. Exemplos são: Faixa Elástica, bola de exercício, halteres tipo bola
emborrachado, acessórios de espuma, carciring, balancim, maca.

REFERÊNCIAS

MECANOTERAPIA: tudo que você precisa saber sobre o assunto. Carci Blog, 2023.
Disponível em: <https://blog.carcioficial.com.br/mecanoterapia/>. Acesso em: 01 de dez. de
2023.

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