Unidade Iv
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Objetivos da Unidade:
ʪ Material Teórico
ʪ Material Complementar
ʪ Referências
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ʪ Material Teórico
Questões Preliminares
A respeito das Linguagens Artísticas, nesta ocasião, estudaremos questões relacionadas às
Linguagens Visuais e Plásticas: quais as suas especi cidades, quais os seus contornos
sintáticos e semânticos, quais as suas transformações históricas e como as Linguagens se
movimentam no mundo e tecem relações com a Educação.
Há, portanto, de saída, assim como se evidencia no restante das Linguagens, di culdade de
de nição estanque a respeito da Linguagem, sendo seu universo um espaço amplo, múltiplo,
de convergência de distintos com coisas em comum.
Nesse ambiente costumam circular experiências estéticas como Desenho, Pintura, Gravura,
Escultura, Assemblage, Colagem, Instalação, Happening, Performance, Fotogra a, Videoarte,
Animação, Land Art, Gra ti, Web Art, Arquitetura, Cerâmica, Mosaico etc.
Sendo assim, um Princípio crítico Fundamental para começar a re etir sobre as Linguagens é
perguntar a partir de quais parâmetros se estruturam tais Linguagens, quais Dimensões
Políticas estão embutidas nas formulações estéticas, a distinção de fruição entre Obras está na
diferença entre elas ou também se manifesta por critérios histórico-sociais?
Em suma, como nos aproximamos dessas Obras? O teórico Ernest Gombrich especula um
pouco sobre isso:
do que o paladar re nado para alimentos ou bebidas. Não se trata apenas de uma
questão de descobrir vários e sutis sabores; é algo mais sério e mais importante.
Em última análise, os grandes mestres deram-se por inteiro em suas obras,
sofreram por elas, suaram sangue sobre elas e, no mínimo, têm o direito de nos
pedir que tentemos compreender o que eles quiseram fazer.
- GOMBRICH, 1999, p. 13
O que Gomvrich nos convida a pensar é que a relação com uma obra, com um artista, com um
movimento se dá no tempo, se dá por meio de múltiplas mediações e, especialmente, se dá
pela abertura ao aprendizado, ou seja, a própria relação com a arte, com sua Linguagem, é
pedagógica. O aprendizado possibilita que novas leituras, novas interpretações sejam
realizadas, mas não só isso, a perspectiva de Gombrich abre radicalmente a relação com a
Linguagem, porque redimensiona a posição de sujeito e do objeto.
Desse modo, aprendemos com a Linguagem porque nos colocamos em posição de nos
afetarmos por ela, de que sentimentos e sensações sejam movidos, de que novas elaborações
e re exões sejam empenhadas.
Uma relação viva, que se constrói entre o que se foi, o que se é, e o que se pode vir a ser.
É muito diferente, por exemplo, traçar uma linha com um lápis do que com um pincel, ou
colorir um papel e um quadro, usar impressora ou formas de tingimento manual etc.
Desse modo, é importante que as Obras sejam observadas ao mesmo tempo por suas
características singulares e por sua relação com as outras esferas sociais e estéticas.
Renascimento
O termo Renascença (Rinascità), que foi utilizado pela primeira vez em 1550, por Giorgio
Vasari, serve-nos, hoje, para designar o vasto Movimento Literário e Artístico que se
desenvolveu em Itália, e daí por toda a Europa, pelos séculos XV e XVI. Esse movimento
consagra o início dos tempos modernos (Por exemplo: Dierick Bouts, Domenico Ghirlandaio)
(FRÓIS; GONÇALVES; MARQUES, 2011, p. 198).
Romantismo
A diversidade de Obras, temas e orientações implicadas no termo leva a pensar em um
complexo romântico, que inclui as diferentes Artes e a Filoso a. Isso porque, menos que um
estilo ou Escola, o Romantismo faz referência a uma visão de mundo mais ampla, que se
dissemina por toda a Europa, entre meados do século XVIII até ns do século XIX.
A visão romântica anuncia uma ruptura com a estética neoclássica e com a visão racionalista
da época da Ilustração (...) O cerne da visão romântica do mundo é o sujeito, suas paixões e
traços de personalidade, que comandam a criação artística. A imaginação, o sonho e a evasão
– no tempo (na Idade Média Gótica) e no espaço (nos lugares exóticos, no Oriente, nas
Américas); os mitos do herói e da nação; o acento na religiosidade; a consciência histórica; o
culto ao folclore e à cor local são traços destacados da produção romântica (ENCICLOPEDIA,
2022)
Impressionismo
Movimento Artístico francês do século XIX, que tentou utilizar a Pesquisa Cientí ca
contemporânea realizada acerca da física da cor (incluindo o trabalho levado a cabo por
Eugéne Chevreul), para conseguir uma representação mais exata da cor e do tom. A maior
parte dos impressionistas aplicaram a tinta em pequenos toques de cor pura, em vez de
pinceladas compridas, fazendo, assim, as pinturas parecerem mais brilhantes do que as
realizadas pelos artistas do Salon contemporâneos. Acreditavam também que a pintura deve
ser feita ao ar livre, tentando captar uma particular e fugaz impressão de cor e de luz, em vez
de fazerem a sua representação dentro de um estúdio. Os pintores ligados a esse movimento
agruparam-se pouco antes da guerra Franco-prussiana de 1870-71. (FRÓIS; GONÇALVES;
MARQUES, 2011, p. 197).
Gra ti
As inscrições em muros, paredes e metrôs – palavras e/ou desenhos, sem autoria de nida,
tomam Nova Iorque, no início da década de 1970.
Em 1975, a exposição Artist's Space, nessa cidade, confere caráter artístico à parte dessa
produção, classi cada como Gra ti. A palavra, do italiano gra to ou sgra to, que signi ca
arranhado, rabiscado, é incorporada ao Inglês no plural Gra ti, para designar uma arte urbana
com forte sentido de intervenção na cena pública. Giz, carimbos, pincéis e, sobretudo,
spray são instrumentos para a criação de formas, símbolos e imagens em diversos espaços da
cidade. O repertório dos artistas é composto de ícones do mundo da mídia, do cartum e da
publicidade, o que evidencia as a nidades do Gra ti com a Arte Pop, e a recusa em separar o
universo artístico das coisas do mundo (ENCICLOPEDIA, 2022).
Como dito, uma delas é a interação com as Obras propriamente ditas. E aí surgem as primeiras
questões. Nas situações ideais, o interessante seria que a dinâmica escolar conseguisse prover
idas constantes a Museus, Galerias, Espaços de Exposição e Apresentação de Obras.
Esse deve ser o horizonte perseguido, porque a fruição das Obras em seus espaços de
referência é fundamental para as signi cações e as sensações promovidas pela Estética.
Contudo, a ausência dessas condições não precisa ser um impeditivo para a fruição, é possível
usar imagens, objetos e demais referências alusivas no contexto da sala de aula, de forma
criativa e inventiva, sem perder de vista a potência estética.
Nesse sentido, é determinante que se crie uma cultura visual e plástica, na qual esses
elementos estejam presentes no cotidiano da Escola, tanto nos momentos especí cos da aula
quanto também nos demais ambientes escolares.
Outra questão importante é que se trabalhe com a leitura das imagens. Trata-se de observar
imagens de Obras de Arte e, a partir disso, produzir leituras, que se dão por meio de:
contextualizações históricas sobre a Obra, contextualização sobre o artista e possíveis
movimentos artísticos, relação da Obra com outras Obras, quer seja por processos de
semelhança ou de diferença, apresentando, assim, encadeamentos e rupturas estéticas,
observação dos elementos formais constitutivos da obra, como, por exemplo, suas cores, seus
traços, suas linhas e seus matérias, estímulo para que a leitura seja coletiva e cada pessoa
possa contribuir com sua percepção, sem valorações e depreciações, conexão das Obras com
outras Linguagens e com outras Áreas do Conhecimento etc.
Mas é preciso notar que tais espaços não são apenas escapes dos espaços tradicionais das
salas de aula, é preciso entender o espaço do Ateliê, assim como os espaços de
experimentação das demais Linguagens Artísticas, como espaços de produção de
conhecimento que, portanto, necessitam de Metodologia, Acompanhamento, Projetos etc.
ʪ Material Complementar
Vídeos
ʪ Referências
ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022.
Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br>. Acesso em 07/01/2022.
FRÓIS, J. P.; GONÇALVES, R. M.; MARQUES, E. Primeiro Olhar – Programa Integrado de Artes
Visuais. Caderno do Professor. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2011.
GOMBRICH, Ernest H. A história da Arte. Tradução de Álvaro Cabral. 16. ed. Rio de Janeiro:
LTC, 1999.