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Fundamentos

Metodológicos do Ensino
da Arte e Música
As Linguagens Artísticas: Artes Visuais

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Bruno Pinheiro Ribeiro

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
As Linguagens Artísticas:
Artes Visuais

• A História das Linguagens;


• Desenho, Pintura, Escultura, Gravura, Cinema e outras
Linguagens Contemporâneas;
• Elementos de Linguagem e Alfabetização Visual;
• Fundamentos do Ensino das Artes Visuais;
• Proposições Pedagógicas;
• Propostas para Criar Situações de Aprendizagem e Percursos Poéticos, Estéticos,
Educativos com a Leitura de Obras de Artes.


OBJETIVOS

DE APRENDIZADO
• Estudar as linguagens do Desenho, Pintura, Escultura, Gravura, Cinema e
Linguagens contemporâneas;
• Refletir sobre como essas Linguagens foram tratadas na Escola e quais são os caminhos
frente à Arte Contemporânea e ao seu ensino;
• Ampliar os conhecimentos metodológicos, com a apresentação de fundamentos e de
proposições pedagógicas.
UNIDADE As Linguagens Artísticas: Artes Visuais

A História das Linguagens


ar · tes | vi · su · ais
[‘aɾ.tɨʃ vi.zw’ajʃ] s. f. (Do Lat. artis, ’habilidade’, visuãlis)
• Aquelas cujo objectivo é o tratamento da forma;
• Aquelas em que o espírito toma maior parte que as mãos;
• Habilidade ou conhecimento especial, desenvolvida de forma refletida e com uma
­finalidade, por oposição à natureza que é espontânea e irrefletida;
• Termo moderno, mas impreciso, que engloba um conjunto alargado de disciplinas artís-
ticas de várias subcategorias. A amplitude do seu âmbito dificulta qualquer tentativa de
definição estanque. Algumas das suas disciplinas são: Desenho, Pintura, Gravura, Escul-
tura, Assemblage, Colagem, Instalação, Happening, Performance, Fotografia, VideoArte,
Animação, Land Art, Graffiti, Web Art.

Fonte: https://bit.ly/30yakq4

Figura 1 – VELASQUEZ, D. “As meninas”


Fonte: wikiart.org

Os seres humanos sempre se comunicaram e se expressaram por Linguagens.

As Linguagens Artísticas nascem da necessidade humana de representar, comuni-


car e agir no mundo, de estabelecer diferentes maneiras de dialogar sobre as coisas.
As Linguagens, na Arte, podem nos dizer muitas coisas. Foram criadas pelo ser
humano no decorrer do tempo e marcam a nossa existência no mundo da cultura.
Entre experiências e expressões, criamos e continuamos a criar signos artísticos,
linguagens em forma de desenhos, pinturas, esculturas, gravuras, instalações.

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Somos seres linguajantes, como diz Maturana (2001). Criar Linguagens tem sido
nossa história. Algumas Linguagens são sonoras, outras são gestuais e outras tantas
são visuais. Para cada Linguagem, há um modo de fazê-las e de, também, compreen-
dê-las. Algumas foram valorizadas em determinadas épocas e outras tiveram de
conquistar seu lugar ao longo do tempo.

Na história das Linguagens Artísticas, temos muitos contextos culturais. Em cada


tempo e lugar, os seres humanos criam técnicas, manipulam materiais para criar imagens.

No início, os seres humanos pintavam, desenhavam e esculpiam sobre as ro-


chas. Nascia, assim, a chamada Arte rupestre, expressão que significa Arte sobre
a pedra (rocha).

Esses povos também dançavam e criavam sons na Música ritualística desse tempo,
chamado de Pré-História.

Consideramos Arte pré-histórica todas as manifestações que se desenvolveram


antes do surgimento das primeiras civilizações e, portanto, antes da escrita.

São várias as produções de imagens criadas por diferentes povos, em locais


distintos, mas com algumas características comuns. A Arte produzida nessa época
tinha utilidade material, cotidiana ou mágico-religiosa: constitui-se de objetos,
pequenas esculturas ou figuras que envolvem situações específicas. As cenas de caça
são imagens que, no início, podiam significar uma maneira de fazer magia.

As imagens não descreviam uma situação vivida pelo grupo, mas possuíam um
caráter mágico, preparando o grupo para essa tarefa que lhes garantiria a sobre-
vivência. Há historiadores que defendem a ideia de que essas pessoas acreditavam
que podiam capturar a alma do animal por meio da representação em desenhos e
pinturas e, assim, conseguir sucesso na caça.

As manifestações artísticas mais antigas foram encontradas na Europa, em espe-


cial na Espanha, no sul da França e no sul da Itália – nas cavernas de Altamira,
Lascaux e Castilho – e datam de, aproximadamente, 25.000 a.C. (período paleo-
lítico). Foi a origem das imagens.

Figura 2 – Arte Rupestre na Gruta de Lascaux


Fonte: Wikimedia Commons

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Para classificar as Artes da Antiguidade, temos as nove musas, seres mitológi-


cos que inspiravam o ser humano em nove talentos. As pessoas acreditavam que
as musas eram responsáveis pelos dons artísticos. Na escultura clássica, os gregos
personificaram ideais de beleza. Na pintura, os romanos criaram retratos realistas e
decoração de suas habitações. Da China, são conhecidas as famosas porcelanas com
motivos decorativos.

Pelo mundo afora, os seres humanos foram criando imagens. Na Idade Média,
principalmente no Ocidente, as imagens foram criadas com o objetivo de doutrinar
segundo a cultura católica, e constituíram a Arte sacra.

No Renascimento, artistas e matemáticos desenvolveram imagens com profun-


didade, utilizando técnicas de perspectiva. No decorrer dos séculos, até meados do
século XIX, vimos nascer imagens para diferentes contextos. São imagens barrocas,
renascentistas, neoclássicas, românticas, realistas, expressionistas, dadaístas, pop,
conceituais e de tantos outros estilos e tendências estéticas que foram nascendo da
mania dos seres humanos de criar imagens.

Hoje, vivemos imersos na Cultura Visual. O que virá ainda não sabemos, mas é
certo que devemos procurar compreender esse universo visual.

Para iniciar seus estudos da história da Arte, seguem algumas explicações sobre
estilos e tendências estéticas e artísticas:
• Renascimento: o termo Renascença (Rinascità), que foi utilizado pela primeira
vez em 1550 por Giorgio Vasari, serve-nos hoje para designar o vasto movi-
mento literário e artístico que se desenvolveu na Itália, e daí por toda a Europa,
pelos séculos XV e XVI. Esse movimento consagra o início dos tempos moder-
nos (Por exemplo: Dierick Bouts, Domenico Ghirlandaio) (FRÓIS; MARQUES,
2011, p. 198);

Figura 3 – DA VINCI, L. “Mona Lisa”


Fonte: wikiart.org

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• Barroco: termo de origem portuguesa, que se refere a uma pérola defeituosa,
mas grande. Passou a ser utilizado pelos historiadores para designar o estilo que
prevaleceu, na Arte europeia ocidental, entre 1580 e inícios do século XVIII,
tendo em conta que esse estilo artístico foi essencialmente caprichoso e flore-
ado. Na realidade, o Barroco combinou vários elementos: uma revolta contra
o Maneirismo e a sua intelectualidade, elitismo e frieza de emoções, acrescen-
tando o desejo de servir ao impulso religioso da Contrarreforma, criando temas
religiosos acessíveis às grandes massas, e também interesse no movimento dinâ-
mico e nos efeitos teatrais. As mais típicas obras de Arte produzidas durante o
Barroco juntaram Arquitetura, Escultura e Pintura de modo a criar uma síntese,
que causa impacto maior do que se essas três modalidades fossem tomadas
separadamente. Na Pintura, explora dramaticamente os efeitos do claro-escuro
(FRÓIS; MARQUES, 2011, p. 193-4);

Figura 4 – CARAVAGGIO. “Vocação de São Mateus”


Fonte: wikiart.org

• Romantismo: a diversidade de obras, temas e orientações implicadas no termo


leva a pensar em um complexo romântico, que inclui as diferentes Artes e a
Filosofia. Isso porque, menos que um estilo ou Escola, o Romantismo faz refe-
rência a uma visão de mundo mais ampla, que se dissemina por toda a Europa,
entre meados do século XVIII até fins do século XIX. A visão romântica anuncia
uma ruptura com a estética neoclássica e com a visão racionalista da época da
Ilustração. (...) O cerne da visão romântica do mundo é o sujeito, suas paixões
e traços de personalidade, que comandam a criação artística. A imaginação, o
sonho e a evasão – no tempo (na Idade Média gótica) e no espaço (nos lugares
exóticos, no Oriente, nas Américas), os mitos do herói e da nação, o acento na
religiosidade, a consciência histórica, o culto ao folclore e à cor local são traços
destacados da produção romântica (ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e
Cultura Brasileiras);

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UNIDADE As Linguagens Artísticas: Artes Visuais

Figura 5 – GOYA, F. de. “Fuego em la Noche”


Fonte: wikiart.org

• Realismo: embora utilizado em geral para designar formas de representação


objetiva da realidade, o Realismo como doutrina estética específica se impõe
a partir de 1850, na França, triunfando com Gustave Flaubert (1821-1880) na
Literatura, e com Gustave Courbet (1819-1877), na Pintura. As três telas de
Courbet expostas no Salão de 1850, Enterro em Ornans, Os Camponeses em
Flagey e Os Quebradores de Pedras, marcam seu compromisso com o programa
realista, pensado como forma de superação das tradições clássica e romântica,
assim como dos temas históricos, mitológicos e religiosos. O enfrentamento
direto e imediato da realidade, com o auxílio das técnicas pictóricas, descarta
qualquer tipo de ilusionismo. O pintor é simpatizante das posições anarquistas
de Proudhon e tem participação decisiva durante a Comuna de Paris, e seria
impossível compreender suas decisões estéticas sem considerar suas escolhas
políticas. A pintura, Arte concreta por excelência, se aplica aos objetos reais,
às “coisas como elas são” (ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura
Brasileiras);

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Figura 6 – COURBET, G. “Os quebradores de pedra”
Fonte: wikiart.org

• Impressionismo: movimento artístico francês do século XIX, que tentou utilizar


a pesquisa científica contemporânea realizada acerca da física da cor (incluindo
o trabalho levado a cabo por Eugéne Chevreul), para conseguir uma representa-
ção mais exata da cor e do tom. A maior parte dos impressionistas aplicaram a
tinta em pequenos toques de cor pura, em vez de pinceladas compridas, fazen-
do, assim, as pinturas parecerem mais brilhantes do que as realizadas pelos ar-
tistas do Salon contemporâneos. Acreditavam, também, que a pintura deve ser
feita ao ar livre, tentando captar uma particular e fugaz impressão de cor e de
luz, em vez de fazerem a sua representação dentro de um estúdio. Os pintores li-
gados a esse movimento agruparam-se pouco antes da guerra franco-prussiana
de 1870-71 (FRÓIS; MARQUES, 2011, p. 197);

Figura 7 – DEGAS, E. “Two Ballet Dancers”


Fonte: wikiart.org

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• Expressionismo: primeiramente, foi um termo popularizado pelo crítico de Arte


alemão Herwarth Walden, editor da Revista Avant-Garde, de Berlim Der Sturm
(1910-32), para caracterizar toda a Arte Moderna oposta ao Impressionismo.
Mais tarde, designou a Arte na qual a forma nasce, não diretamente da realidade
observada, mas de reações subjetivas à realidade. Hoje, refere qualquer Arte na
qual ideias convencionais de realismo e proporção parecem ter sido distorcidas
pela emoção do artista, com consequentes alterações das formas e das cores
que imitem as aparências visíveis do mundo exterior. Os principais iniciadores
foram Van Gogh e Edward Munch. Com Kandinsky, o Expressionismo tornou-
-se abstrato (FRÓIS; MARQUES, 2011, p. 196);

Figura 8 – MUNCH, E. “Ansiedade”


Fonte: wikiart.org

• Dadaísmo: ao contrário de outras correntes artísticas, o Dadaísmo apresenta-se


como um movimento de crítica cultural mais ampla, que interpela não somente
as Artes, mas modelos culturais passados e presentes. Trata-se de um movimento
radical de contestação de valores que utiliza variados canais de expressão: revista,
manifesto, exposição e outros. As manifestações dos grupos são intencionalmente
desordenadas e pautadas pelo desejo do choque e do escândalo, procedimentos
típicos das vanguardas, de modo geral. A criação do Cabaré Voltaire, 1916, em
Zurique, inaugura oficialmente o Dadaísmo (ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de
Arte e Cultura Brasileiras);

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Figura 9 – FREYTAG-LORINGHOVEN, E. von. “Dada Portrait of Berenice Abbott”
Fonte: wikiart.org

• Surrealismo: movimento poético e artístico que procurara revelar os dados do


inconsciente, sob inspiração teórica da Psicanálise. Nas Artes plásticas, recorre
tanto à figuração como à abstração. O principal promotor foi o poeta francês
André Breton que, em 1924, apresentou a sua primeira definição: “Automatis-
mo psíquico puro pelo qual se procura exprimir, seja oralmente ou por escrito
ou por qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento – ditado
do pensamento, na ausência de qualquer controlo exercido peça razão, fora de
qualquer preocupação estética ou moral” (Por exemplo: Fernando Azevedo,
Eurico Gonçalves) (FRÓIS; MARQUES, 2011, p. 199);

Figura 10 – HUGO, V. “Spirit of the Sunflower”


Fonte: wikiart.org

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UNIDADE As Linguagens Artísticas: Artes Visuais

• Graffiti: as inscrições em muros, paredes e metrôs – palavras e/ou desenhos,


sem autoria definida, tomam Nova Iorque, no início da década de 1970. Em
1975, a exposição Artist’s Space, nessa cidade, confere caráter artístico à parte
dessa produção, classificada como graffiti. A palavra, do italiano graffito ou
sgraffito, que significa arranhado, rabiscado, é incorporada ao inglês no plu-
ral graffiti, para designar uma Arte urbana com forte sentido de intervenção
na cena pública. Giz, carimbos, pincéis e, sobretudo, spray são instrumentos
para a criação de formas, símbolos e imagens em diversos espaços da cidade.
O repertório dos artistas é composto de ícones do mundo da mídia, do cartum
e da publicidade, o que evidencia as afinidades do graffiti com a Arte Pop, e a
recusa em separar o universo artístico das coisas do mundo (ENCICLOPÉDIA
Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras);

Figura 11 – BASQUIAT, J. “Bird on Money”


Fonte: wikiart.org

• Arte Conceitual: designação dada a várias formas de Arte em que a ideia


para uma obra é considerada mais importante que a própria obra. A noção
remonta a Marcel Duchamp, mas, só a partir da década de 1960, é que se
tornou um fenômeno internacional, nomeadamente na exposição que teve lugar
no Institute of Contemporary Art, em Londres, em 1969, intitulada When
Attitudes become form. Fotografias, textos, mapas, diagramas, cassetes, áudio
e vídeo foram usadas e, muitas vezes, os artistas deliberadamente tornam as
suas produções pouco interessantes visualmente para chamarem a atenção para
a ideia (CALADO; SILVA, 2005, p. 43);

Figura 12 – PAPE, L. “Manto Tupinambá”


Fonte: wikiart.org

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Desenho, Pintura, Escultura, Gravura, Cinema
e outras Linguagens Contemporâneas
Usamos a Linguagem do desenho como uma das primeiras formas de criar
imagens. Quando somos crianças, essa é uma forma muito expressiva. Fazemos
garatujas, desenhos simbólicos, com intenção realista, criamos bichos, figuras,
objetos e paisagens, mundo imaginários com formas, linhas, cores.

Hoje, vivemos circulados de imagens impressas e eletrônicas em todas as formas


de mídias. São tantas as imagens que, às vezes, podemos ficar em dúvida sobre para
qual devemos olhar. Algumas nos chamam mais a atenção e outras nos passam des-
percebidas. Até pouco tempo, as imagens eram produzidas uma a uma, mas, agora,
na era da Tecnologia, elas podem ser criadas em larga escala.

A Pintura também vem se transformando e podemos ter pintores que criam suas
obras manualmente, como pinturas gigantes feitas no computador e impressas.

O que diferencia o Desenho da Pintura é o tipo de traço, de materiais, de processos


e de procedimentos criativos. O Desenho trabalha o gesto gráfico e a Pintura a
massa de tinta, ou seja, o gesto pictórico.

No desenho, os materiais podem ser gráficos – o lápis, a caneta, o carvão – e na


pintura – os pincéis, os rolos e todo tipo de tinta.

Essas classificações são importantes para entendermos a Arte tradicional, e elas


vigoraram durante muitos séculos na história da Arte. Mas, desde o século XX,
temos imagens de todos os tipos.

Na Arte Contemporânea, essas Linguagens podem estar juntas em uma mesma


obra. São os processos e as técnicas mistas. Além disso, os artistas experimentam vários
materiais e técnicas, por isso fica difícil definir, de uma só maneira, desenho e pintura.

O Desenho pode ser definido pela linha, pelo traço e pela forma, já a Pintura usa
massa de cores para criar formas. A escultura é considerada a Arte dos volumes.

Figura 13 – CLAUDEL, C. “Les Causeuses Sans Paravent”


Fonte: wikiart.org

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As Artes da Pintura e da Escultura já foram consideradas Artes menores por


serem associadas a trabalhos braçais, mas começaram a ganhar status no Renasci-
mento, com o reconhecimento da Sociedade.

Foi a época dos grandes “mestres” da Arte, que trouxe, de um lado, a valorização
dessas áreas expressivas e, de outro, a “aura” sobre a obra de Arte. A Arte passou a ser
vista como produção de alguém considerado “gênio”, e surgiu a ideia de “obra-prima”.

No Renascimento, aprendizes, geralmente, ainda muito jovens, entravam no


Atelier de um mestre famoso para aprender os ofícios da Arte. Esse mestre tinha as
ferramentas e o material necessário para ensinar e para fazer Arte.

Os estudantes, no início, não criavam; apenas ajudavam seus mestres nas enco-
mendas feitas ao Atelier ou Casa de Ofícios, como era chamado esse tipo de Escola.

Quando um aprendiz conseguia ter competência para criar a sua própria obra, reali-
zava o sonho da “obra-prima” (primeira obra). Depois, esse termo começou a ser usado
para designar a obra mais importante do artista, mesmo que feita em sua maturidade.

Muitos nomes surgiram, a partir dessa época, com status de artistas celebres,
que tinham seus serviços requisitados para a produção de obras. Assim, pintores e
escultores ganharam fama e valorizaram essas Linguagens.

A gravura também é uma linguagem importante nas Artes Visuais e sua origem
remete-nos aos tempos pré-históricos, mas, com o tempo, principalmente com o
avanço das mídias impressas, essa Arte tornou-se popular.

A gravura é a Arte de gravar traços ou formas sobre uma matriz que permite
passar materiais e imprimir várias cópias.

Na virada do século XIX para o XX, pesquisas na produção de imagens por


meio de outros processos que usavam a luz e produtos químicos criaram a lingua-
gem da fotografia.

Depois, essa forma de fazer imagens estáticas deu origem à chamada sétima Arte:
o Cinema, linguagem artística em movimento que mudaria, para sempre, o modo
como vemos as imagens.

O Cinema trouxe a possibilidade de ver imagens em movimentos. Hoje, temos as


imagens sequenciais das histórias em quadrinhos, o videogame e as imagens eletrôni-
cas criadas por computadores, imagens 3D e 4D, um mundo visual que nos fascina.

Na Arte Contemporânea, as imagens misturam-se, são híbridas, e a preocupação


é compreender as muitas linguagens artísticas que existem e, talvez, criar outras,
como as instalações, que são linguagens contemporâneas que misturam Tecnologias
e linguagens tradicionais.

Na “instalação”, os artistas modificam o lugar, criando um espaço novo, em que


sensações podem ser captadas pelo público ao percorrer esse espaço tridimensio-
nal. É um lugar para sentir a Arte com o corpo todo, um espaço aberto a sensações
corpóreas e mentais.

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Elementos de Linguagem
e Alfabetização Visual
A artista Fayga Ostrower (1920-2001) diz que, nas Artes visuais, com alguns
elementos de Linguagem, como superfície, linha, cor e luz, e conhecendo esses
elementos, podemos criar várias imagens em diferentes linguagens.

Assim, com “tão poucos elementos, e nem sempre reunidos, formulam-se todas as
obras de Arte, na imensa variedade de técnicas e estilos” (OSTROWER, 1991, p. 65).

A Educação contemporânea tem se preocupado com a alfabetização visual, para


preparar a criança para o mundo visual de maneira mais crítica e consciente.

Ensinar Arte é ensinar os elementos de Linguagem, como eles podem ser articu-
lados e como, na Linguagem Escrita – em que as letras combinadas formam vocábu-
los, estudados e regidos pela Gramática – as linguagens artísticas, que possuem seus
elementos de Linguagem (seus códigos) combinados, constroem formas e conteúdos.
Cada Linguagem Artística possui sua própria “gramática”.

Nas Artes Visuais, temos: ponto, linha, plano, cores, luz e formas:
• Ponto: é um elemento na composição que pode expressar foco de visão ou
início de uma linha;
• Linha: é a trajetória dos pontos. Se escolhemos um lugar para começar a linha,
escolhemos um ponto de partida. Aí, traçamos até chegar a algum outro ponto.
Podemos, também, em um desenho, traçar muitas linhas em vários formatos,
como as sinuosas, as retas, em ziguezague, linhas grossas, finas, verticais, horizon-
tais, diagonais, contínuas ou interrompidas. São muitas as possibilidades da linha;
• Planos e espaços: o espaço de plano bidimensional possui duas dimensões
(altura e largura); como exemplo, podemos pensar em uma pintura. O espaço
tridimensional possui, além de altura e da largura, a profundidade, a exemplo
da Escultura e da Arquitetura. Nossas percepções visuais são tridimensionais.
Enxergamos em três planos: o que está mais próximo, o que se encontra à meia
distância e o que está mais distante. O Cinema, com a Tecnologia 3D, busca
essa intenção da tridimensionalidade. Você já teve a experiência em assistir ao
Cinema 3D? Os objetos, paisagens e personagens parecem estar próximos de
nós, ou seja, em nosso espaço;
• Cores: vivemos em um mundo repleto de cores, tanto naturais quanto virtuais.
Temos cores quentes, frias, primárias, secundárias, terciárias, em harmonia ou
em contraste. Cores neutras ou cores puras, matizadas ou uma ao lado da outra.
Há muitas formas de usar a cor;
• Luz: a luminosidade de uma imagem pode ser percebida de muitas maneiras.
Às vezes, vemos imagens com tons mais claros, ou imagens em contrastes entre
claros e escuros. Os artistas barrocos foram mestres em usar os contrastes entre
luzes e sombras para criar efeitos de dramaticidade nas pinturas;

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UNIDADE As Linguagens Artísticas: Artes Visuais

• Formas: em relação às formas, podemos explorar as geométricas, que são aque-


las com configurações matemáticas, como o círculo, o triângulo, o quadrado, o
retângulo (...) ou as orgânicas, que não têm formas-padrão para serem criadas.

No ensino de Arte, na Alfabetização Visual, podemos apresentar aos alunos es-


ses elementos básicos e mostrar como eles, articulados, podem criar movimentos,
texturas e sensações.

Fundamentos do Ensino das Artes Visuais


A alfabetização visa a compreender os elementos de linguagem e, por meio de-
les apresentar às crianças os caminhos que elas podem trilhar ao articular pontos,
linhas, planos, cores, formas e luminosidade.
Os educadores devem mostrar às crianças que elas podem construir mundos
coloridos, usando cores, e que as cores não precisam ser realistas, e sim estar a
serviço da sua imaginação. Podemos criar linhas de todas as maneiras, espessuras e
direções. Também é possível mostrar que a Arte pode ser bidimensional ou tridimen-
sional. As formas podem ser orgânicas ou geométricas.
Muitas vezes, vemos educadores determinando como certas ou erradas as cores
das coisas que estão na Natureza ao orientar a produção das crianças.
Vivemos em um mundo em que as revistas, desenhos animados, videogames e
computadores inventam coisas e imagens.
Na Natureza, também há uma variedade de espécimes que são de inúmeras cores;
assim, as árvores, por exemplo, não precisam ser sempre de copa verde, porque
temos os ipês amarelos, as quaresmeiras roxas. Na Arte, tanto vale representar a
realidade como criar novos mundos e seres.
Vimos, em outras Unidades, que as imagens precisam ser lidas e compreendidas
pelas crianças. Os educadores, diante da leitura de imagens que as crianças realizam,
podem criar metodologias para potencializar essas leituras.
Ler uma imagem é ler um texto, um texto visual. O conceito de leitura de imagem
é vasto e depende do repertório cultural de cada um. A obra de Arte é sempre aber-
ta, para que possamos preenchê-la de significados.
Ler imagens desenvolve as habilidades. Nas metodologias dos educadores, é pos-
sível realizar uma leitura comparada entre várias obras de Arte de diversos períodos,
para que o aluno perceba as diferenças e as similaridades.
Com essa prática docente, podemos desenvolver várias habilidades e competên-
cias. Entre elas, estão a capacidade de descrever, interpretar, analisar e julgar.

Como o educador é um mediador, a proposta na leitura de imagens é criar perguntas:


• Perguntas para descrever (primeiras impressões);
• Perguntas para interpretar (o que a imagem provoca);

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• Perguntas para analisar (elementos de linguagem, como cores, linhas, formas...);
• Perguntas para julgar (o que as crianças acham das imagens).

Ao ler imagens com as crianças, a preocupação é não ser um explicador, mas,


sim, um provocador de pensamentos e reflexões.

Na leitura de obras de Arte, o professor deve propor uma conversa a respeito


do que se vê, do que se ouve ou sente. Essa proposição respeita a voz da criança e
aproveita as suas vivências, nutrindo a leitura com mais saberes.

Também precisamos criar situações de aprendizagem para os momentos do fazer


artístico. Uma proposta a ser pensada é a criação de Ateliê na Escola. Não é preciso
um espaço especial, mas ter claro o que é a Linguagem Visual e decidir a respeito
das questões que podem construir uma Linguagem Visual, seja em forma de Dese-
nho, seja Pintura, Escultura, Gravura.

Para criar um Ateliê, precisamos pensar em:


• Materialidades: meios, suportes e ferramentas;
• Procedimentos: pintar, cortar, colar, construir, juntar etc.;
• Elementos de linguagem: ponto, linha, forma, plano, cor e luz, e suas arti-
culações (bidimensional, tridimensional, texturas, tonalidades, proporção, luz
e sombras...);
• Temas abstratos ou figurativos;
• Conceitos: elementos de linguagens, fases do grafismo, materialidade...;
• Nutrição estética (que imagens podemos apresentar?);
• Situação de aprendizagem;
• Ambiente para a criação.

Proposições Pedagógicas
A alfabetização na Arte pode acontecer mesmo com crianças bem pequenas e
até com pessoas na vida adulta. Sempre haverá uma nova linguagem artística para
conhecermos e tentarmos interpretar, além de atribuir-lhe significados simbólicos e
culturais. O universo da Arte é um mundo de símbolos, vocabulários, ideologias e,
dessa forma, é uma linguagem complexa.

Assim, seu entendimento não poderia ser diferente: também requer um pensa-
mento complexo e subjetivo.

Podemos propor encontros significativos entre obras de Arte e as crianças, apre-


sentando-as de forma lúdica, em que o brincar seja a forma de conhecer e aprender
Arte ou realizar leituras mais sistematizadas, explorando a forma e o conteúdo das
imagens, dependendo da idade e da fase em que as crianças se encontram.

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UNIDADE As Linguagens Artísticas: Artes Visuais

Estudamos, em outras Unidades, os quatros movimentos pelos quais crianças e


jovens passam. Porém essa passagem de uma fase para outra não acontece da mes-
ma maneira para todos.

O ambiente de aprendizagem, seja na Escola, seja na comunidade (fora da Escola,


família, espaços culturais e outros), é importante no desenvolvimento.

Ver e apreciar imagens é um fator relevante nesse desenvolvimento, assim como


experienciar processos de criação.

Propostas para Criar Situações de


Aprendizagem e Percursos Poéticos,
Estéticos, Educativos com a Leitura
de Obras de Artes
Com crianças pequenas, a melhor forma de apresentar imagens é fazer media-
ções por meio de brincadeiras. Dependendo da idade, as crianças já reconhecem
cores, formas e tipos de linhas, mas as aquisições dessas noções, nas aulas de Arte,
vão acontecendo de forma mais aberta e menos sistematizada.

Quando a criança manipula a imagem em um jogo de encaixe ou no quebra-ca-


beça, ela está observando, analisando. Ela pode, também, expressar opinião sobre
essa imagem: “É feia ou bonita, gosto, não gosto” – mesmo que essa expressão seja
por meio de gestos, sorrisos ou choro, e mesmo que a criança pequena ainda não
conheça elementos de linguagem como cores e formas.

Uma brincadeira que a criança gosta de fazer desde bem pequena é a imitação.
Ela observa, reproduz gestos e faz caretas quando algo é mostrado a ela. Aos dois
anos de idade, ela já memorizou algumas brincadeiras e já formulou um repertório
de gestos para expressar suas emoções.

A Escola pode valorizar essas formas de brincadeiras das crianças e propor al-
guns exercícios:
• Podemos escolher várias imagens com rostos e pedir que as crianças imitem as
expressões. Se estiverem na fase da oralidade, também podemos estimulá-las a
falar o que acham que a personagem da imagem está sentindo;
• Com crianças maiores, as perguntas podem explorar, além dos aspectos de
interpretação (contextual), os elementos de Linguagem (analítica), como cores,
formas, linhas e texturas, entre outras possibilidades;
• Quando temos várias imagens, podemos trabalhar com a proposta comparativa,
explorando semelhanças e diferenças, solicitando que as crianças prestem
atenção ao que estão vendo, que expressem seu julgamento, que façam (no caso
das crianças maiores) análises sobre como a obra foi feita.

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Não há uma regra estabelecida para o tipo de pergunta que podemos fazer às
crianças. Mas o bom professor mediador faz boas perguntas a partir das respostas
que as crianças vão dando no decorrer da leitura. É preciso prestar atenção aos
diálogos e às falas das crianças. O grau de complexidade da pergunta a ser feita,
mais contextual ou mais analítica, vai depender do movimento em que elas estão.
O importante é oferecer oportunidades de leituras para crianças de todas as idades,
de preferência de maneira lúdica.

Não há uma indicação em relação às imagens que são adequadas para cada idade,
mas o importante, para o professor mediador, é saber perceber a potência da ima-
gem, isto é, cada obra de Arte, seja visual, seja gestual, seja sonora, apresenta uma
força, uma potência em sua forma ou temática (forma e conteúdo).

Assim, a escolha deve ser feita em função, sempre, dos conceitos que estão
sendo trabalhados.

Vemos, em muitos trabalhos didáticos, a preocupação com a temática, como, por


exemplo, o trabalho com imagens que são associadas às festas comemorativas ou a
outras questões trazidas pelo cotidiano da Escola.

É sempre melhor escolher imagens pelo conceito de cores, formas, texturas,


tamanhos e expressões, entre outros, para não correr o risco de elaborar proposta
em que a Arte esteja apresentada apenas como ilustração (enfeite) e não como co-
nhecimento e expressão.

Também não há necessidade de propor uma Produção Artística (Desenhos, Pin-


turas, Modelagens) sempre que uma imagem for mostrada.

Podemos apenas mostrar imagens e brincar com elas ou conversar sobre elas.
Esses momentos são fundamentais para nutrir o repertório da criança.

Por meio da leitura de imagens, podemos oferecer conhecimentos a respeito da


vida, leituras de mundo e como os artistas expressam seus universos em forma de
cores, de linhas e de texturas.

Há várias possibilidades de nutrir o olhar das crianças. Às vezes, não precisamos


mostrar a imagem em primeiro lugar; podemos, antes, explorar imagens da nature-
za, por exemplo, para depois mostrar como Vincent Van Gogh pintou a noite, ou
explorar a observação de flores e depois apresentar os jardins de Monet.

Lembre-se de que a maneira como os artistas apresentam suas visões de mundo é


uma forma de poética, e as crianças podem nos apontar outras poéticas em seus tra-
balhos, principalmente, nas fases em que o simbolismo é latente (segundo movimento).

Nessa fase, a criança expressa, em suas produções (desenhos e pinturas), aquilo


que sabe sobre o que vê e não exatamente o que vê.

Só mais tarde, quando as crianças estão no terceiro movimento, elas têm a inten-
ção realista.

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UNIDADE As Linguagens Artísticas: Artes Visuais

Essa visão simbólica sobre as coisas também se aplica à leitura de imagens. Sua
compreensão sobre as obras também se dará por ideias simbólicas. A observação
alimenta a memória, e a memória fortalece a imaginação criadora.

Como sugestão de leitura, explore as questões simbólicas nas imagens com jogos:
• O que será que há na imagem?
• O que é o que é?
• E outros jogos possíveis a partir do que a imagem oferece em sua potência.
Como sugestão, escolha algumas imagens, recorte uma forma, brinque com as
crianças sobre a figura que está faltando. Depois apresente a figura às crianças
e faça uma leitura com a obra completa;
• Crie situações de mistério envolvendo outras imagens e fazendo perguntas
como: O que será que aconteceu depois desta cena? Quem será que está nesta
figura? Como será sua vida? Essa é uma entre outras possibilidades de estimular
a imaginação das crianças por meio de invenção de histórias.

Podemos perceber que as crianças, na fase simbólica, criam histórias enquanto


desenham. A essa fase podemos chamar de fabulação. As sugestões acima traba-
lham a imaginação criadora.

É comum, nas Escolas, o conceito de Brinquedoteca, mas podemos usar essa


ideia para criar materiais que possam ser usados na Educação Estética e na Alfabe-
tização Visual das crianças em diferentes níveis e idades.

Seguem algumas ideias:


• Uma é escolher algumas imagens, que podem ser impressas, pesquisadas na
Internet e impressas, ou também cartazes já prontos, conseguidos no Comércio
Editorial ou em Museus. Os Museus costumam ter imagens impressas, muitas
vezes, para doar aos professores em Projeto de Formação Continuada. Você
pode se informar no Museu de sua cidade;
• Para trabalhar os conceitos de espaço, formas, cores com crianças menores,
podemos escolher uma imagem e recortar algumas partes (formas) para que as
crianças brinquem de encaixar a forma no quadro novamente. Nessa brincadei-
ra, a criança aprende a relacionar a cor e a forma dentro de um espaço. Para
que a imagem fique mais resistente, será preciso plastificar o papel (imagem) ou
imprimir a imagem em papel mais espesso;
• Recortar as imagens em algumas partes também pode ser uma forma de criar
vários quebra-cabeças. Mas, na escolha dos cortes, é importante estabelecer
uma relação com as formas da obra de Arte. Por exemplo, se a imagem apre-
sentar uma figura humana, você poderá cortá-la, separando a cabeça, o tronco
e os membros ou, se a imagem trouxer uma forma abstrata com figuras geomé-
tricas, o quebra-cabeça poderá ser dividido segundo essas formas. No entanto,
também há possibilidade de fazer cortes livres. O importante é saber quais con-
ceitos você quer que as crianças aprendam enquanto brincam com as imagens;

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• Outra proposta é escolher uma imagem e convidar as crianças a inventar sons
e movimentos para imaginar situações a partir da imagem. Por exemplo: para
uma imagem de chuva, que sons podemos criar? E como podemos fazer movi-
mentos do vento que está balançando a árvore? O importante é que o professor
possa ver, na imagem, qual sua potência para criar sons e movimentos;
• Outra brincadeira é apresentar imagens que mostrem alimentos ou pessoas
comendo ou cheirando algo. Assim o professor poderá trabalhar a memória
corpórea em relação a odores e sabores;
• Levar até as crianças objetos que estão na cena da imagem, como chapéus,
roupas e outros, pode ser outra forma de brincar, fazendo de conta que todos
fazem parte da cena;
• Com as crianças acima de 5 anos, podemos criar cenas improvisadas, inventan-
do histórias a partir da imagem. Nessa fase, as crianças já estão prontas para
desenvolver jogos de regras. Assim, os jogos dramáticos podem ser explorados;
• Caça ao tesouro também é uma boa brincadeira. A professora expõe de cinco
a dez imagens na sala de aula. Escolhe uma imagem, reproduz essa imagem,
corta-a em pedaços e coloca cada pedaço escondido espalhado pela Escola.
O professor pode dar pistas para a turma encontrar as partes da imagem. De-
pois que todos os pedaços forem encontrados, as crianças montam e associam
a imagem a uma daquelas expostas na sala de aula. Em seguida, com a ima-
gem montada, a professora poderá iniciar um processo de leitura mais siste-
matizada, principalmente, se as crianças forem de idade acima de cinco anos;
• Essas atividades podem ser exploradas com crianças de qualquer idade, mas a
leitura terá níveis diferentes de procedimentos. Dessa forma, as propostas suge-
ridas são apenas exemplos que podem ser direcionados para a Educação Infantil
ou o Ensino Fundamental I e II;
• Em uma Escola, cada educador pode criar um jogo ou uma proposta de aula
e guardar em uma caixa que circule pela Escola. Assim, todos terão várias
propostas de leituras de imagem ou, ainda, esses jogos podem fazer parte da
Brinquedoteca, se a Escola tiver um espaço desse tipo.

Ler, fazer e contextualizar o mundo das imagens amplia a visão cultural dos alu-
nos em qualquer idade e, por que não dizer, dos educadores também.

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UNIDADE As Linguagens Artísticas: Artes Visuais

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Vídeos
Canal da Escola de Artes Visuais no Parque Lage
https://bit.ly/30AVvCX
Redesenhando o Desenho – Ana Mae Barbosa
https://youtu.be/krlulEQtC8g
Curso de História da Arte da UNESP – Parte I
https://youtu.be/5LooCGIl-Vw
Curso de História da Arte da UNESP – Parte II
https://youtu.be/21UyjJlaZ_Y

 Leitura
A Arte na Escola deve ir além das Aulas de Pintura e Desenho
https://glo.bo/2YnEysV
Ensino da Arte na Escola pública e Aspectos da Política Educacional: Contexto e Perspectivas
GOMES, K. B.; NOGUEIRA, S. M. de A. Ensino da Arte na Escola pública e
aspectos da política educacional: contexto e perspectivas. Ensaio: aval. pol. públ.
Educ., Rio de Janeiro, v. 16, n. 61, p. 583-596, out./dez. 2008.
https://bit.ly/3hfwcfz

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Referências
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BARBOSA, A. M. A imagem no ensino da Arte: anos 1980 e novos tempos. São


Paulo: Perspectiva, 2009.

BRASIL. LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei nº 9.394,


de 20 de dezembro de 1996. 5.ed. Brasília: MEC, 1996

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_______. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/


SEF, 1998. 3v.

CALADO, M.; SILVA, J. H. P. da. Dicionário de Termos de Arte e Arquitetura.


Lisboa: Editorial Presença, 2005.

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cação infantil. Campinas: Unicamp/São Paulo: Cortez, 1999.

FERNÁNDEZ, F. Cultura Visual, Mudança Educativa e Projeto de Trabalho.


Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

FRÓIS, J. P.; GONÇALVES, R. M.; MARQUES, E. Primeiro Olhar – Programa


Integrado de Artes Visuais (Caderno do Professor). Lisboa: Fundação Calouste
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Janeiro: LTC, 1999.

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UNIDADE As Linguagens Artísticas: Artes Visuais

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PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. 3.ed. Rio de Janeiro: LTC, 1990.

Sites Visitados
ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural,
2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3640/romantismo>.

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