Principais Abordagens Sobre Aprendizagem
Principais Abordagens Sobre Aprendizagem
Principais Abordagens Sobre Aprendizagem
DA EDUCAÇÃO
Gabriel Godoi
Principais abordagens
sobre a aprendizagem
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar sobre o conceito de aprendizagem e
as suas principais teorias e abordagens. Você vai entender como esse
conceito, que embora pareça simples e cotidiano, se mostra muito amplo
e difícil de ser entendido quando tentamos entendê-lo por meio de
análises científicas.
As abordagens comportamentais e cognitivas são as mais ampla-
mente difundidas na área da educação para que se proponha um ensino
adequado e se promova um desenvolvimento ótimo de todos os estu-
dantes. Assim, neste capítulo, você também vai aprender sobre as linhas
teóricas que tratam da questão da aprendizagem, compreendendo a sua
origem e como elas abordam a aquisição de informações.
Por fim, você vai aprender a aplicar as abordagens de aprendizagem
no cotidiano acadêmico, identificando questões importantes a serem
corrigidas e compreendendo como se pode promover ou reduzir com-
portamentos específicos dos alunos. Essas ferramentas são essenciais
para que você consiga ter o domínio sobre as turmas com as quais você
está trabalhando e, também, detectar os possíveis desvios e problemas
no percurso acadêmico a serem corrigidos da forma mais breve possível.
Abordagem comportamental
O comportamentalismo em si tem diversas linhas teóricas, sendo que, aqui,
nos focaremos no behaviorismo radical criado por John Watson (1913),
que cresceu de forma exponencial por meio dos trabalhos de Skinner (1938)
e Pavlov (1927). O behaviorismo radical é uma linha teórica que entende o
comportamento como passível de análise por variáveis externas, e não por
processos mentais dos indivíduos. Para os behavioristas, comportamento
é tudo o que fazemos — tanto de maneira verbal como não verbal — que
pode ou não ser diretamente observável: uma criança fazendo um desenho,
um professor explicando as matérias, um aluno provocando outro etc.
Abordagem cognitiva
A teoria cognitiva foi criada pelo psicanalista Beck (1997), em uma tenta-
tiva de compreender pacientes que sofrem de depressão maior e ansiedade.
Cognição significa “pensamento”. A psicologia foi amplamente influenciada
pelo cognitivismo e pelo comportamentalismo no final do século XX e começou
a focar mais nos processos do pensamento humano. A ênfase cognitiva per-
manece atualmente e é a base para numerosas abordagens da aprendizagem
(STEINBERG, 2006).
A escola cognitiva também é composta por diversas linhas teóricas que
focam nos diferentes escopos do pensamento. Discutiremos quatro abordagens
cognitivas amplamente difundidas na aprendizagem: sociocognitiva, processa-
mento cognitivo da informação, cognitiva construtivista e socioconstrutivista.
As abordagens sociocognitivas, que enfatizam como os fatores comportamen-
tais, ambientais e pessoais (cognitivos) interagem para influenciar a aprendi-
zagem, serão apresentadas mais adiante neste capítulo (BANDURA, 2005).
O processamento cognitivo da informação foca como as crianças processam
as informações por meio de atenção, memória, pensamento e outros processos
cognitivos (SIEGLER, 2006). A abordagem cognitivo-construtivista enfatiza
Condicionamento clássico
No início do século XX, o fisiologista russo Ivan Pavlov estava interessado
em encontrar uma maneira para diminuir os impactos da diabetes nos seres
humanos. Para isso, ele rotineiramente colocava carne em pó na boca dos
cachorros que utilizava como cobaias. O cheiro da carne fazia o cão salivar
toda vez que via Pavlov chegando. O fisiologista começou a perceber que o cão
também salivava em resposta a um número de estímulos associados ao alimento,
como visualizar o prato de comida ou o indivíduo que trazia a comida para
a sala e ouvir o som da porta se fechando quando a comida chegava. Pavlov
reconheceu que a associação entre os estímulos visuais e auditivos com o
alimento na boca era um tipo de aprendizagem importante, que foi denominada
“condicionamento” e, posteriormente, “condicionamento clássico”, que seria
a associação que um ser faz entre determinado estímulo e outro (PAVLOV,
1927). Por exemplo, se um cachorro corre para a cozinha quando escuta o som
de um abridor de latas, isso é um condicionamento clássico.
Ou seja, o condicionamento clássico é um tipo de aprendizagem na qual
os estímulos se tornam associados ou conectados (SANTROCK, 2009).
No condicionamento clássico, um estímulo neutro (como a visão de uma
pessoa), ao ser pareado sistematicamente a um estímulo incondicional (como
comida na boca), adquire a capacidade de propiciar uma resposta nova para
esse estímulo neutro — no caso do exemplo, a visualização da pessoa que
traz a comida produz salivação. Para entender plenamente a teoria de Pavlov
(1927) do condicionamento clássico, precisamos compreender dois tipos de
Estímulo incondicional
Resposta-reflexo
Estímulo condicional
Resposta condicional
cada pelo desempenho fraco na prova de biologia. Quando essa aluna começa
a se preparar para a prova de química, também fica muito nervosa, porque
essas duas matérias têm relação direta com ciência. Já a discriminação ocorre
quando o organismo responde a determinados estímulos, mas não a outros
(MURPHY; BAKER; FOUGUET, 2001). Para produzir a discriminação, Pavlov
deu comida ao cachorro somente após tocar a campainha, mas não depois de
outros sons. Logo, o cachorro respondeu apenas à campainha.
Para que um reforço seja eficiente, o professor deve oferecê-lo logo depois
que a criança apresentar determinado comportamento. A análise de compor-
tamento aplicada geralmente recomenda que os professores façam afirmações
do tipo “se... então” para as crianças — por exemplo, “se você terminar
O episódio "The Gothowitz Deviation", da série The Big Bang Theory, ilustra o esquema
de reforçamento positivo utilizado para se obter o aumento em um determinado
comportamento.
Leituras recomendadas
FRIEMAN, J. L. Learning and adaptive behavior. Belmont: Wadsworth, 2002.
MARTIN, G. L.; PEAR, J. Behavior modification. 8th ed. Upper Saddle River: Prentice-Hall,
2007.
POWELL, R. A.; SYMBALUK, D. G. Introduction to learning and behavior. Belmont:
Wadsworth, 2002.
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