AS ATITUDES - DIOCESANOS de Viana e Teresianos

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SEMINÁRIO ARQUIEPISCOPAL DE LUANDA

Sagrado Coração de Jesus

Rua João Paulo II, nº12, C.P. 6684


Tel. 326969, e-mail: [email protected]

CURSO SUPERIOR DE FILOSOFIA

AS ATITUDES: - Função das Atitudes

Disciplina: Psicologia
Ano Lectivo: 2023/24

O Docente
____________________
Irmã Laurinda Sissímo

Luanda, Abril 2024


Integrantes:

1. Manuel Ernesto Fernando MT


2. Osvaldo Manuel Ventura
3. Zacarias Filipe Nhime MT
4. Valdimiero Eduardo Cacongo Capuacal

2
Índice

Introdução.............................................................................................................................................2
1 - As Atitudes.......................................................................................................................................3
a) Os elementos componentes de uma atitude............................................................................4
b) A diferença da atitude dos outros conceitos relativos ao comportamento............................5
2 - As Funções das Atitudes.................................................................................................................6
Conclusão..............................................................................................................................................8
Bibliografia...........................................................................................................................................9
Introdução

No presente trabalho, feito no âmbito da cadeira de Psicologia, abordaremos sobre a


questão das atitudes; falaremos sobre o que são atitudes e quais são os elementos ou
condicionamentos que influencia sobre sua existência; traçaremos um panorama geral sobre
as funções das atitudes e como elas são formadas; estabelecemos com clareza e precisão a
linha divisória entre atitude e comportamento, pois entre estes dois termos existe muita
ambiguidade; apresentaremos também a devida distinção entre atitude, enquanto esta
realidade psíquica que prepara, introduz e estimula a atividade motora, e outros conceitos que
também se referem ao comportamento.

. Cada homem escolhe o que é mais conveniente para si ou tem esta prerrogativa que é
inerente ao seu ser pessoa humana. Cada homem prefere uma coisa em detrimento de outra
conforme seu quer, seu preferir e seu ser. Dentro deste conjunto de considerações, em
psicologia social há aquilo que chamamos de atitude, como fonte motivacional para o
comportamento humana.

2
1 - As Atitudes

Uma atitude é um estado mental e nervoso de predisposição para responder,


organizado atravez da experiência , que exerce uma influência diretiva e/ ou dinâmic sobre o
comportamento. É a definição dada por Allport.ou seja atitude é a disposição ligada ao juzo
de determinados objectos da percepção ou da imaginação,ou seja eé uma tendência de uma
pessoa de julgar tas objectos como bons ou maus, desejaveis e indesejaveis.

Muitos pesquisadores psicólogos ao longo do tempo foram dando variadíssimas


definições sobre atitude. Mas é sobretudo na década de 1960 que este assunto se tornou foco
de abordagem dos psicólogos sociais. Segundo os especialistas, e tendo em conta a grossa
literatura sobre atitudes, existem mais de 18 concepções de atitudes cada uma das quais com
as suas nuances e reservas, como nos atesta Jerónimo Trigo:

Atitude é uma predisposição para pensar, sentir e agir de uma certa maneira em
relação ao objeto a que se refere; é uma predisposição para determinado tipo de resposta, para
certa forma de comportamento; é uma predisposição para responder de um modo
característico a determinado estímulo social; é uma tendência para o indivíduo se comportar
positiva ou negativamente em relação a um indício social qualquer; no entanto, nós
destacaremos a concepção de Allport segundo a qual “uma atitude é um estado mental e
nervoso de predisposição para responder através da experiência, que exerce influência directa
e/ou indirecta sobre o comportamento”1

Como é notável em todas as definições supramencionadas, o conceito de atitude


refere-se sempre a uma predisposição subjectiva ou pessoal para tender a certa realidade; este
conceito faz perceber um movimento psíquico que um indivíduo faz de dentro para fora, de si
para certo objecto. No entanto, é fundamental que se compreenda que atitude não é
comportamento, não se identifica imediatamente com a acção, ela precede estas realidades,
pois é tão-somente tendência avaliativa para a acção, de não é a própria acção em si mesma,
concebida como reacção motora humana. A Atitude prepara e introduza acção.

As atitudes definem um modo profundo de o homem se encarar a si próprio e à


realidade, indicando as linhas impulsionadoras e motivadoras da personalidade individual e
1
Allport, G. W., Atitudes, in C. C. Murchison, A handbook of social phycology, Clark Univ. Press, Warcester
1935, c. 17. Apud Cencini, A. & Manenti, A. (1992) Psicologia e Formação. Estrutura e Dinamismo. Bolonha:
Edição Dehoniana Bolonha, p 84
3
constituem o sistema fundamental pelo qual o homem ordena e determina a sua relação com o
meio.

a) Os elementos componentes de uma atitude

Como refere J. Trigo, no que cerne a cada atitude existe um elemento racional-
cognitivo e uma série da valores afectivos associados a sentimentos e a emoções. Estes
elementos racionais e estes valores afectivos associam-se, por sua vez, a uma série específica
de tendências comportamentais, isto é, quando falamos de atitude há três elementos que
concorrem para sua construção, nomeadamente: componente cognitiva, componente
afectiva e componente conotativa ou comportamental.

A componente cognitiva tem que ver com a percepção ou interpretação do objecto ou


da situação, ou seja, esta componente é aquilo que o indivíduo pensa, sabe, entende ou
compreende sobre o objecto, que pode ser uma pessoa particular, podem ser os membros de
uma, grupo de pessoas (como tribos, etnias, associações ou comunidades – os LGBT), ou
mesmo instituições sociais, políticas ou religiosas. “Neste sentido a atitude é uma opinião:
aquilo que penso de uma realidade sem necessariamente sentir-me atraído, ou não, por ela” 2,
pois aqui só a conotação conceptual se faz sentir, a ideia da coisa.

A componente afectiva, como já referímos, diz respeito ao estado emotivo de


atracção ou rejeição relativamente ao objecto. Depois de se ter a noção do objecto, o
indivíduo vai despertar em si certo valor afectiva atribuído ao conhecido. Este facto vai
determinar a avaliação favorável ou desfavorável que o indivíduo vai fazer do objecto: o “me
é agradável e me é desagradável” é a marca desta componente. Praticamente esta é o “coração
“da atitude, pois é esta quem define a favorabilidade ou desfavoralidade, sendo mais durável
no tempo e mais central que a componente cognitiva.

A componente afectiva, por sua vez, estimula a agir (componente conotativa ou


comportamental) de maneira correspondente ao sentimento que se desenvolve em relação ao
objecto: é a componente afectiva quem vai permitir que se tenda a favorável ou
desfavoravelmente, conforme o sentimento de atracção e de repulsa, respectivamente.

Portanto, ante certo objecto, o homem terá uma certa noção de que ele seja. Este facto
vai criar nele certa atracção ou repulsa, e estes sentimentos, por sua vez, fa-lo-ão tender a agir

2
Cencini, A. & Manenti, A. (1992) Psicologia e Formação. Estrutura e Dinamismo. Bolonha: Edição
Dehoniana Bolonha, p 85
4
negativa ou positivamente. Estas três componentes combinadas dão a entender que as atitudes
exercem uma função intermediária entre percepção (realidade cognitivo-psicológica) e acção
(realidade motora-experimental). Por esta razão, as atitudes são fonte de motivação que
dirigem o comportamento do indivíduo.

A atitude direciona o indivíduo a certo caminho, influenciando-o não só a resposta ao


estímulo, como também o modo de perceber o estímulo, ou seja, esta directividade fá-lo criar
“uma prontidão para responder” a determinados objecto, relacionando-os como se fossem um
só, em circunstâncias diferentes. Daí que “a determinação da personalidade humana liga-se
fortemente ao conceito de atitude.”3

b) A diferença da atitude dos outros conceitos relativos ao comportamento

Atitude e necessidade: as necessidades são tendências inatas ao homem, e por esta


razão porque todos homens sentem necessidades. A necessidade de comer, de descansar, de
urinar, etc. são tendências inatas a todos os homens, independentemente das predisposições ou
escolhas pessoais de cada um. Diferentemente, as atitudes são tendências adquiridas pela
experiência particular, daí que são específicas e particulares.

Atitudes e hábito: o hábito é uma atitude normalmente levada à acção e se expressa


sempre do mesmo modo, pois se refere ao que é habitual, usual, comum, “o comportamento
de sempre”. Já as atitudes nem sempre se convertem em acção.

Atitudes e crença: “enquanto a atitude é uma predisposição para acção, a crença é


uma predisposição orientada para o conhecimento que leva a considerar como verdadeiro
aquilo em que acredita”4.

Atitude e opinião: “A opinião refere-se apenas à componente cognitiva, ao passo que


as atitudes têm também a componente afectivo-conotativa; a opinião é mutável com
facilidade, basta mudar o elemento cognitivo; a atitude pelo contrário, é resistente à mudança,
dado que sua componente afectiva não se deixa modificar facilmente por novos factos ou
informação.”

3
Trigo, J. (1998). Atitudes, in AA. – VV., Verbo. Enciclopédia Luso-Brasileira de cultura (Vol. III, p. 845)
Lisboa – São Paulo: Editorial Verbo.
4
ibidem, p. 844.
5
2 - As Funções das Atitudes

As atitudes desempenham uma função essencial na determinação do nosso


comportamento: afectam os nossos juízos e as nossas percepções sobre os outros, ajudam a
determinar com que nos associamos, as profissões que escolhemos e, até, as filosofias à
sombra das quais vivemos.

Segundo Daniel Katz, citado por Trigo5, as atitudes desempenham quatro para o
indivíduo, a saber:

1. Função utilitária (instrumental ou adaptativa): esta função, de natureza social,


consiste em pessoas se esforçarem por maximizar as gratificações ou recompensas do mundo
exterior (a atitude de um jovem que faz obra de caridade para ser respeitado pelos seus
amigos) e/ou minimizar aquilo que é desagradável ou indesejável (o comer um prato
desconhecido num por medo da exclusão ou bullyng). Como vemos a utilidade pessoal nesta
função é muito evidente, tanto é que também pode ser chamada de instrumental, por servir de
instrumento de proteção pessoal das ameaças externas ao sujeito.

2. Função defensiva do eu: diferente da função precedente relativamente ao objecto,


que aqui já não é mais de natureza social (esconder-se dos outros), mas intrapsíquico
(esconder-se de si mesmo). Com esta função a pessoa evita reconhecer as verdades básicas de
si mesmo. Assim “uma atitude é assumida com o objetivo de resguardar a estima de si
mesma, protegendo o homem de ameaças conscientes ou inconscientemente percebidas” 6, que
são fruto de conflitos emocionais internos decorrentes de impulsos inaceitáveis internos à
pessoa. O homem aqui procura sentir-se bem, apagando parte de sua história pessoal que acha
inconveniente a si.

3. Função expressiva de valores: substancialmente diferente das outras duas, a partir


desta função o indivíduo obtém satisfação ao exprimir atitudes adequadas aos seus valores
pessoais e ao seu conceito de si, onde a verdade interior e exterior são buscadas para afirmar e
realizar, com maior plenitude, as próprias convicções. Esta função faz o homem entender que
“a atitude pode tornar-se um meio para viver melhor e expressar progressivamente os valores
nos quais se crê e que constituem os ideias de sua existência.”7
5
Trigo, J. (1998). Atitudes, in AA. – VV., Verbo. Enciclopédia Luso-Brasileira de cultura (Vol. III, p. 845)
Lisboa – São Paulo: Editorial Verbo.
6
Cencini, A. & Manenti, A. (1992) Psicologia e Formação. Estrutura e Dinamismo. Bolonha: Edição Dehoniana
Bolonha, p 91.
7
Cencini, A. & Manenti, A. (1992) Psicologia e Formação. Estrutura e Dinamismo. Bolonha: Edição
Dehoniana Bolonha, p, 92.
6
4. Função cognitiva ou de conhecimento: esta função é baseada na necessidade de o
indivíduo se dotar uma estrutura adequada ao seu mundo, ou seja, baseada na necessidade de
ter uma compreensão estruturada de si mesmo e do mundo.

7
Conclusão

Depois das investigações entramos em conclusão que de modo geral, o universo que
compreende a noção de atitudes, resta-nos senão elencar que as atitudes envolvem quase
sempre as actividades motoras do homem e que elas se desenvolvem ao enfrentarmos o meio
social e ao nos ajustarmo-nos a ele. É de referir que uma atitude pode formar-se
gradualmente, ao longo dos anos, por acumulação de respostas individuais que se integram e
que os principais factores que interferem na formação das atitudes são a motivação e o
esforço, a personalidade e o meio social.

8
Bibliografia

AA. – VV. (1998). Verbo. Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura (Vol. III). Lisboa –
São Paulo: Editorial Verbo.

Cencini, A. & Manenti, A. (1992) Psicologia e Formação. Estrutura e Dinamismo.


Bolonha: Edição Dehoniana Bolonha.

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