Fabulas de Esopo GL
Fabulas de Esopo GL
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Beverley Naidoo
IlustraçõesPiet Grobler
TraduçãoI sa Mesquita
Temas Natureza • Ética e moral • Amizade • Sentimentos
GUIA DE LEITURA
PARA O PROFESSOR
56 páginas
GÊNERO MARAVILHOSO
Os contos maravilhosos se caracterizam pela natureza dos
acontecimentos narrados e pela reação das personagens a um
mundo em que surgem seres sobrenaturais. As personagens
não se espantam pelo fato de aparecerem objetos mágicos
ou sobrenaturais num ambiente como o nosso; também
não se surpreendem quando as leis da natureza são súbita e
magicamente suspensas: as fronteiras entre a vida e a morte
podem deixar de existir, bem como os limites entre espécies
animais e mesmo entre aspectos físico-materiais da realidade
(um leão pode voar, uma porta pode desaparecer e reaparecer).
O conto maravilhoso apresenta um mundo em que o
sobrenatural irrompe na realidade para ajudar a restabelecer a
justiça, a liberdade e a felicidade. Isso o diferencia da fábula,
além do fato de não haver no conto maravilhoso a formulação
explícita de uma moral da história.
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Moral da história:
Quem tenta parecer maior do que é se
arrebenta.
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O MUNDO DE ESOPO:
LINGUAGEM, ANIMAIS
E ÁRVORES
Ao ler algumas das fábulas de Esopo no livro de Beverley
Naidoo, um estranho mundo se apresenta aos leitores: cha-
cais, najas-cuspideiras, águias-cobreiras, antílopes-salta-ro-
chas, kudus, tambotis... Ao lado desse universo estranho para
os leitores brasileiros, também surgem animais e vegetação
mais conhecidos, como macacos, leões, mosquitos, jumentos
e juncos, típicos da savana.
Uma vez que o público brasileiro não está familiarizado com
alguns deles, seus atributos morais têm de ser depreendidos de
suas ações na história. É assim que o chacal – que vive no norte
e no leste da África, e cujos hábitos tendem a preservar a socia-
bilidade em bando – é associado nessas fábulas à astúcia e à so-
brevivência a todo custo, derrotando seu oponente por meio do
ludíbrio. Em muitas fábulas aculturadas, o chacal é substituído;
no Brasil, por exemplo, pela raposa, costumeiramente associada
à dissimulação e à sagacidade.
Tendo em vista que a organizadora deste livro é sul-africana, em
sua apropriação das fábulas ela usa palavras do africânder, do zulu,
do setswana – todas línguas faladas na África do Sul – e mesmo
gírias contemporâneas de seu país natal.
LÍNGUAS FALADAS NA ÁFRICA
DO SUL
São onze as línguas oficiais faladas na
República da África do Sul.
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NA SALA DE AULA
1. Antes de iniciar a apresentação e a leitura, o professor pode
organizar uma roda em que os alunos falem dos animais que
têm ou que gostariam de ter em casa. Ao fazê-lo, são convida-
dos a atribuir a cada espécie uma característica que julguem
ser atributo dela. É interessante o professor anotar, na lousa,
o animal e sua característica, estimulando os alunos a buscar
um conceito abstrato – por exemplo, atribuindo ao cão a fi-
delidade. Ao chegar a um rol mínimo de animais, é interes-
sante discutir por que certa característica é sempre conferida
a determinada espécie. Qual seria a origem disso: observação
da vida do animal doméstico? Tendência a generalizar uma
característica independentemente da raça? (Será um pitbull
tão fiel quanto um vira-lata, por exemplo?) Depois dessa
“rodada” de questionamentos, também vale a pena estimular
a curiosidade dos alunos sobre animais não domesticáveis,
mas cujas características acabaram por se consagrar no senso
comum: o que pensam eles sobre a raposa, o lince ou a cobra?
A ideia é mostrar a todos que nossos conceitos sobre os ani-
mais vêm não apenas do que conhecemos
diretamente de seus hábitos e meios
de vida, mas também daquilo que
a tradição literária (oral e escrita),
bem como a indústria cultural, fo-
caliza a respeito deles.
2. Depois disso, o professor lança as perguntas: “Alguém sabe
o que é uma fábula?”, “Conhece alguma?”. Só depois das
tentativas de respostas e, principalmente, por meio de algu-
ma fábula contada (se nenhum aluno lembrar, o professor
pode sinalizar, por exemplo, com os títulos de algumas das
mais conhecidas, como “A cigarra e a formiga” ou “O lobo e
o cordeiro”), a classe tenta chegar ao conceito desse gênero
narrativo.
3. Em seguida, vale perguntar se alguém já ouviu falar de Eso-
po, o escravo gago e corcunda, provavelmente de origem afri-
cana. O professor fala sobre ele, diz quem eram os escravos
ao tempo dos gregos (os povos derrotados), como eram des-
locados de sua terra, mas mantinham a imaginação presa aos
próprios costumes e ampliavam-na com aqueles advindos
da nova cultura em que foram inseridos. Também lhes per-
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