Praticas de Recursos Humanos
Praticas de Recursos Humanos
Praticas de Recursos Humanos
Orientador:
Professora Doutora Sílvia Costa Agostinho da Silva, Professora Associada, ISCTE - IUL
Outubro de 2011
i
Práticas de RH em OSFL
Orientador:
Professora Doutora Sílvia Costa Agostinho da Silva, Professora Associada, ISCTE - IUL
Outubro de 2011
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Práticas de RH em OSFL
Resumo
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Práticas de RH em OSFL
Abstract
The main objective of the current work is to know the human resource practices
in the non-profit organizations (NPO) through the board member perspective of those
organizations. Specifically, we will understand: the meaning of human resource
management through the board members perspective, how important they consider
human resources and the factors linked to that importance; the current practices in use in
NPO, their efficacy and also the relationship between human resource practices and
organizational performance. We also want to know which are the current and future
challenges to NPO.
The study is relevant because there are few studies in this area, therefore we can
understand how human resources are managed and which are the consequent strengths
and weaknesses of that management, a step forward to make them more competitive and
sustainable.
iv
Práticas de RH em OSFL
Que força é essa que nos empurra para longe do conforto daquilo que é familiar e nos
faz enfrentar desafios, mesmo sabendo que a glória da vida é transitória? Creio que
esse impulso se chama a busca do sentido da vida (…).
Paulo Coelho
v
Práticas de RH em OSFL
Aos meus filhos, João e Francisco, pelo sentido que dão à minha vida e ao seu
amor incondicional.
vi
Práticas de RH em OSFL
Agradecimentos
À minha Mãe, pela eterna paciência, pelo seu conforto emocional e por tudo o
que me tem ensinado.
Ao meu Pai, pelo incentivo, pelo exemplo do que é persistência e por tudo o que
me tem ensinado.
Ao meu Irmão, por ser um homem extraordinário, pela sua enorme amizade e
por estar sempre por perto.
À Marta pela sua amizade e pelo empenho com que detectou todas as vírgulas a
mais e pontos a menos.
Ao Carlos, pelas imensas coisas que me tem dado, pela imensa partilha, e pelo
incrível caminho que temos percorrido juntos. Com ele aprendi, que o caminho se faz
caminhando!
vii
Práticas de RH em OSFL
ÍNDICE
INTRODUÇÃO………...………………………………………………………………. 1
PARTE II – MÉTODO
3.1. Participantes………………………………………………….…………….. 27
3.2. Instrumentos…………………………………………...……………….… 29
viii
Práticas de RH em OSFL
Anexos
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Práticas de RH em OSFL
ÍNDICE DE QUADROS
x
INTRODUÇÃO
1
Práticas de RH em OSFL
A gestão das relações com os trabalhadores nas empresas tem sido explicada ao
longo dos tempos utilizando várias designações: “gestão de pessoal” (anos 60), gestão
de recursos humanos (anos 80), e nos anos 90, gestão estratégica de recursos humanos,
denominações que reflectem os factores privilegiados na gestão de pessoas e nas
empresas (Caetano e Tavares, 1999).
pouco profissionalismo na gestão, reduzido rigor das suas estruturas e processos, fraca
autonomia financeira (Nunes, 2001), entre outros.
3
Práticas de RH em OSFL
testemunho está a passar-se a uma nova geração de profissionais que se depara com
desafios que resultam, por um lado, da evolução do conhecimento científico da
conjuntura sócioeconómica a que assistimos e por outro, do conjunto de decisões que
foram sendo tomadas no âmbito da gestão de recursos humanos, que deixou marcas ao
nível das práticas de gestão de recursos humanos.
Um estudo desta natureza poderá de alguma forma fornecer dados sobre como a
Direcção executiva de um conjunto de organizações sem fins lucrativos vê a gestão de
recursos humanos e também a forma como a operacionaliza (práticas). Será interessante
fazer uma comparação entre aquilo que são realmente as práticas utilizadas e
implementadas nas organizações, sobre as quais o estudo se debruça e o que a literatura
aponta para aquilo a que se podem chamar de “boas práticas”.
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Práticas de RH em OSFL
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Práticas de RH em OSFL
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Práticas de RH em OSFL
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Práticas de RH em OSFL
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Práticas de RH em OSFL
resultados e criar valor. Para que isto aconteça, os profissionais dos recursos humanos
deverão desempenhar quatro tipos de papéis distintos (Ulrich, 1997): (1) gestão
estratégica dos recursos humanos; (2) gestão da infra-estrutura da organização; (3)
gestão da contribuição dos empregados e (4) gestão da transformação e da mudança.
Por fim, o papel dos recursos humanos no que diz respeito à gestão da
transformação e da mudança, está ligado ao facto dos profissionais dos recursos
humanos actuarem como facilitadores das adaptações que as empresas e
consequentemente os seus colaboradores têm de sofrer. Estas adaptações implicam agir
de formas diferentes e ter comportamentos diferentes, sem esquecer a história e a
tradição do negócio, mas olhando para o futuro, no sentido de identificar
comportamentos que podem trazer uma vantagem competitiva à empresa. Do ponto de
vista do sucesso dos recursos humanos, no futuro a ênfase deverá ser colocada nos
resultados, dominando simultaneamente os processos estratégicos e operacionais. Estes
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Práticas de RH em OSFL
Vários autores defendem que as práticas de recursos humanos podem ser uma
fonte de vantagem competitiva, em particular se existir um alinhamento entre as práticas
e a estratégias da empresa ou organização (eg., Ulrich, 1997; Huselid, 1997; Boselie
2005). Huselid (1997) reforça esta ideia afirmando que, para que as práticas de recursos
humanos sejam mais do que actos isolados é fundamental que os profissionais dos
recursos humanos sejam capazes de explicar conceptualmente as razões (como e
porquê) pelas quais um conjunto de determinadas práticas conduz a um determinado
resultado. Numa tentativa de definir o que são as práticas de recursos humanos, Boselie
(2005, p7), refere que são “the actual, functioning, observable activities, as experienced
by employees”.
Embora existam modelos que permitem analisar a gestão dos recursos humanos
em qualquer organização (Caetano e Tavares, 1999), alguns autores argumentam que as
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Práticas de RH em OSFL
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Práticas de RH em OSFL
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Práticas de RH em OSFL
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Práticas de RH em OSFL
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Práticas de RH em OSFL
Em termos teóricos têm sido construídos diversos modelos que procuram explicar
a relação entre a gestão de pessoas e o desempenho organizacional. Estes modelos
pretendem encontrar evidências de que as práticas de recursos humanos têm impacto e
afectam a obtenção de resultados organizacionais (Moura, 2000).
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Práticas de RH em OSFL
Várias investigações (Delaney & Huselid 1996; Guthrie 2001, Youndt et al.
1996; Barraud-Didier & Guerrero 2002) demonstraram a existência de uma relação
positiva entre as HPWP e o desempenho dos colaboradores. É também consensual a
existência de uma influência entre as práticas de recursos humanos e desempenho dos
colaboradores, pelo facto de exercerem influência nos skills e motivações dos
colaboradores.
17
Práticas de RH em OSFL
À semelhança das empresas que têm como objectivo ter lucro, que reflecte o
desempenho da empresa, também as organizações sem fins lucrativos procuram ter
medidas de desempenho. Neste tipo de organizações, os maiores objectivos estão
ligados à promoção da qualidade de vida dos seus clientes e em última análise, a
melhoria do bem-estar da sociedade. Se assim é, será então importante compreender
quais as práticas de recursos humanos nas organizações sem fins lucrativos estão
relacionadas com o desempenho organizacional.
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Práticas de RH em OSFL
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Práticas de RH em OSFL
2.1. A gestão estratégica de recursos humanos nas organizações sem fins lucrativos
Sendo as organizações sem fins lucrativos entidades que têm como objectivo
último trabalhar no sentido do alcance da missão, sem preocupações de lucro, como
serão as práticas de recursos humanos que utilizam? Assemelham-se ou diferem das
práticas utilizadas nas empresas? Estas são algumas questões que iremos tentar
responder ao longo deste ponto.
Nas organizações sem fins lucrativos a dimensão do lucro está ligada, por
exemplo, a “salvar vidas”, enquanto no sector lucrativo, o lucro o cumprimento dos
objectivos organizacionais passa por um crescimento económico-finaceiro que
proporcione lucros (Carvalho 2005).
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Práticas de RH em OSFL
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Práticas de RH em OSFL
No que diz respeito aos serviços que prestam, ou mais genericamente à sua área
de actividade, o sector dos serviços sociais abrange mais de 30%, seguindo-se o sector
cultura e lazer e seguidamente o da educação. Em Portugal, o sector da saúde não
assume uma importância relevante, em termos do número de organizações prestadoras
deste tipo de serviço.
Por estas razões, as organizações do terceiro sector têm uma função marcante em
Portugal. Por um lado, constituem um “motor de desenvolvimento local” (Nicolau,
2008), sendo responsáveis por gerar um rendimento directo e indirecto para a local onde
estão enquadradas. Por outro lado, enquanto prestadoras de serviços, estas organizações
assumem uma enorme relevância pelo facto de colmatarem necessidades existentes na
comunidade.
Todas estas organizações, conforme foi sendo registado ao longo deste ponto,
assumem uma importância incontornável para a sociedade em geral, em particular
aquelas que se incluem a solidariedade social no seu âmbito de acção, pois garantem o
apoio a áreas como a pobreza, terceira idade, a crianças desfavorecidas ou a pessoas
com deficiência (Nicolau, 2008).
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Práticas de RH em OSFL
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Práticas de RH em OSFL
PARTE II – MÉTODO
25
Práticas de RH em OSFL
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Práticas de RH em OSFL
3.1.Participantes
N= 25
Sexo %
Masculino 24
Feminino 76
Idade %
Menor 25 0
25-29 8
30-34 16
35-39 20
40-44 4
45-49 0
50-54 28
Maior 54 24
27
Práticas de RH em OSFL
N= 25
Habilitações Académicas %
Bacharelato 4
Licenciatura 64
Mestrado 24
Outros 8
Área de Formação %
Psicologia 36
Educação 12
Gestão Recursos Humanos 12
Outros 28
NR 12
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Práticas de RH em OSFL
Quadro 3. Caracterização dos participantes quanto aos anos de experiência de trabalho e antiguidade na
organização
N= 25
Anos de Experiência %
< 3 anos 4
3-7 20
8-12 16
13-17 8
18-22 4
> 22 anos 44
NR 4
Antiguidade na organização %
< 3 anos 8
3-7 12
8-12 32
13-17 12
18-22 12
> 22 anos 20
NR 4
3.2 Instrumentos
3.2.1. A entrevista
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Práticas de RH em OSFL
vista dos inquiridos sobre as práticas de gestão de recursos humanos existentes nas
organizações sem fins lucrativos, identificando as questões actualmente mais críticas.
Desta forma, a realização de entrevistas, de acordo Bingham e Moore (1973) conversas
com um propósito, como parece ser uma forma adequada de aceder aos conhecimentos
dos inquiridos. Foi utilizada uma entrevista semi-estruturada, o que significa que foram
definidas à partida um conjunto de questões relevantes para o estudo em causa.
A construção do guião da entrevista foi feita após uma leitura de artigos e obras
de carácter geral no âmbito das temáticas: gestão estratégica de recursos humanos,
organizações sem fins lucrativos; práticas de recursos humanos em organizações sem
fins lucrativos; práticas de recursos humanos de elevado desempenho (HPWP). Alguns
dos autores em que nos baseamos foram: Mesch, D.; Esteves, T. e Caetano, A.; Huselid,
M. ; Ulrich,D. e Boselie, P. A composição final da entrevista resultou das questões mais
referidas na literatura e daquelas que mais se procuravam investigar, sendo que cada
uma das questões remete para um tema específico.
A entrevista era formada por doze questões, na sua maioria abertas, que
requeriam opiniões acerca dos temas, sendo que duas destas eram afirmações, retiradas
da literatura com relevância para o estudo, relativamente às quais era pedido aos
inquiridos um comentário (Anexo 1). No final da entrevista era dada oportunidade ao
entrevistado de acrescentar, aprofundar ou tecer algum comentário que considerasse
pertinente para o estudo em questão. Era também pedido aos entrevistados que
indicassem alguns dados sociodemográficos, com o objectivo de caracterizar os
participantes no estudo. As entrevistas tiveram uma duração média de 40 minutos.
30
Práticas de RH em OSFL
No final do inquérito era pedido aos respondentes que fornecessem alguns dados
sociodemográficos com o fim de caracterizar a amostra.
31
Práticas de RH em OSFL
Uma vez que as entrevistas tinham sido gravadas, para garantir uma maior
exactidão no seu conteúdo, na fase anterior à análise de conteúdo foi feita a transcrição
integral das mesmas.
A informação obtida através das entrevistas e dos inquéritos foi sujeita a análise
de conteúdo, sem o apoio de software informático.
Após esta fase, foi iniciada a codificação, que “não é mais do que a
administração sistemática das decisões tomadas” (Bardin, 1977 p. 101). A unidade de
registo utilizadas foi o “tema”, tendo sido codificadas as expressões e/ou frases que
remetessem para o tema das categorias em estudo. A escolha desta unidade temática
está relacionada com o tipo de estudo realizado, pois era nosso objectivo aceder às
opiniões e perspectivas dos participantes, fazendo sentido retirar do material recolhido
frases, afirmações e ideias.
Nos casos de dúvida, as expressões e/ou frases eram assinalados de uma forma
diferente, para que depois numa segunda análise, se pudesse com maior distanciamento,
chegar a uma conclusão. Se após esta segunda análise não fosse clara a decisão a tomar
em termos de codificação, a dúvida era discutida com a orientadora.
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Práticas de RH em OSFL
Os dados obtidos foram lançados numa tabela de Excel para facilitar o processo
de contagem das frequências.
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Práticas de RH em OSFL
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Práticas de RH em OSFL
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4.1. Introdução
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Práticas de RH em OSFL
1
Esta categoria foi apenas analisada nos inquéritos on-line
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Práticas de RH em OSFL
Frequências Frequências
Categoria Sub categoria
absolutas relativas (%)
Satisfação dos colaboradores 7 28%
Decisões e Acções de Gestão 5 20%
Compromisso dos colaboradores com as
5 20%
metas e compromissos da organização
Baseada em valores 2 8%
Significado de Flexibilidade 1 4%
Gestão de Profissionais com competências 3 12%
Recursos Adequação do perfil do colaborador às
4 16%
características da função
Humanos
Promover o desenvolvimento dos
4 16%
colaboradores
Proximidade 4 16%
Baseada em valores 2 8%
Relação entre os colaboradores e org. 4 16%
Valor acrescentado 3 12%
Total da categoria 44
Rentabilização 3 12%
Formação dos profissionais 2 8%
Importância
Qualidade do serviço 3 12%
dos recursos
Envolvimento 3 12%
humanos Motivação dos profissionais 6 24%
Acesso à informação 1 4%
Total da categoria 18
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39
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40
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41
Práticas de RH em OSFL
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Práticas de RH em OSFL
Frequências Frequências
Categoria Sub categoria
absolutas relativas (%)
Formação 15 60%
Avaliação de desempenho 12 48%
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Práticas de RH em OSFL
dar essas ferramentas à pessoas, porque as pessoas não nasceram ensinadas” (E5) e o
recrutamento e selecção como práticas que se utilizam nas organizações sem fins
lucrativos: “Um momento chave é o recrutamento e selecção…um conjunto de etapas
que nos permite decidir por aqueles que estão mais habilitados ou que estão mais
próximos até da própria filosofia da organização(…)” (E6); “Temos um processo de
recrutamento que abrimos. Eu costumo dizer isto com algum orgulho e digo-o sempre:
não há ninguém a trabalhar aqui que seja meu conhecido, ninguém, mesmo da
direcção, em 30 anos que eu cá estou“(E7).
44
Práticas de RH em OSFL
A remuneração, é referida como sendo uma prática utilizada nas organizações sem
fins lucrativos, por 5 participantes: “a questão dos ordenados é essencial (…)” (E1).
Apenas uma pessoa se refere à conciliação trabalho família, como uma prática
que é utilizada nas organizações sem fins lucrativos: “Para termos uma boa gestão de
recursos humanos é importante a conciliação entre a vida familiar e a vida
profissional. No universo da CERCI’s há organizações em que 70/80% dos seus
colaboradores são mulheres. Com o crescimento das CERCI’S nas suas áreas de
intervenção, muitas delas são jovens entre os 20 e os 35 anos que estão que estão na
fase de construção de família e que estão permanentemente grávidas e com licença de
parentalidade. Significa que ao nível de quem dirige, tem de ter a capacidade e a
percepção que está com um universo de pessoas muito particular. E tem de ter a
capacidade de perceber que a conciliação da vida familiar com a vida profissional,
mais do que um obstáculo ao desenvolvimento do trabalho da instituição, mais do que
isso é, acima de tudo, uma oportunidade, uma mais valia” (E4).
Para além destas práticas, foram enumeradas outras, que constituem o grupo das
práticas indiferenciadas, entre as quais foram referidas questões relativas à
descentralização e à medição dos resultados, correspondendo a 3 ocorrências.
45
Práticas de RH em OSFL
avaliação das pessoas quando entram, pois o consenso global que está instalado na
sociedade portuguesa é o eu quero ir ajudar”(E8); “As questões de carácter económico
ou outro (a discussão dos dez dias), não podemos dar dinheiro, mas isto é importante
para os trabalhadores(…)”(E1).
Com 7 referências, 28% dos participantes aponta o acolhimento como uma das
práticas de recursos humanos mais eficazes.
46
Práticas de RH em OSFL
Quadro 7. Resultados da categoria “práticas de recursos humanos mais eficazes”, “práticas de recursos
humanos menos eficazes” e “relação entre práticas de recursos humanos e desempenho organizacional”
Frequências Frequências
Categoria Sub categoria
absolutas relativas
Formação 7 28%
Avaliação de desempenho 9 36%
Recrutamento e selecção 10 40%
Práticas de Higiene e segurança 2 8%
Recursos Promoção 2 8%
Humanos Mais Remuneração e compensação 10 40%
Eficazes Acolhimento 7 28%
Conciliação trabalho família 3 12%
Práticas indiferenciadas 5 20%
Total da categoria 55
Formação 3 12%
Avaliação de desempenho 5 20%
Práticas de
Recrutamento e selecção 7 28%
Recursos
Higiene e segurança 3 12%
Humanos
Promoção 7 28%
Menos
Remuneração e compensação 5 20%
Eficazes
Acolhimento 2 8%
Práticas indiferenciadas 1 4%
Total da categoria 33
Influência 23 92%
Relação PRH e
Não influência 1 4%
desempenho
Outros factores 1 4%
Total da categoria 25
47
Práticas de RH em OSFL
48
Práticas de RH em OSFL
49
Práticas de RH em OSFL
50
Práticas de RH em OSFL
Frequências Frequências
Categoria Sub categoria
absolutas relativas
Garantir a sustentabilidade no presente 16 64%
Adoptar uma perspectiva estratégica no
4 16%
alcance da missão
Atrair e reter profissionais com
6 24%
competências técnicas
Diversificar de fontes de receita 5 20%
Aspectos relacionados com a qualidade
10 40%
Desafios das no presente
OSFL na Alterar os modelos de governança
3 12%
actualidade organizacionais no presente
Competitividade 4 16%
Antiguidade dos colaboradores 4 16%
Inovação e criatividade 2 8%
Formação contínua 5 20%
Aspectos relacionados com a
envolvente/conjuntura/política na 11 44%
actualidade
Total da categoria 70
51
Práticas de RH em OSFL
das qualidade, que são inegáveis e que vão entrar por aí a dentro e que vão criar a lei
da selecção. Em vez de ser biológica, é organizacional e portanto vai ficar quem for
melhor” (E2); “(…) às preocupações da qualidade na gestão das organizações, na
qualidade dos serviços técnicos” (E6).
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Práticas de RH em OSFL
permanente e combater esta inércia, esta monotonia, esta adaptação em níveis por
vezes, em meu entender, inadequada” (E6).
Por fim, aspectos como a competitividade (relatado por 16% dos participantes) –
“Elevar da fasquia em termos de qualidade de serviço para as IPSS's, colocando-as em
termos de exigência ao nível das organizações lucrativas que desenvolvem a mesma
actividade” (I13), e inovação e a criatividade (8% dos participantes) – “Capacidade e
Motivação para a inovação social e de recursos (métodos e práticas”) (I25), “Sabemos
que o mercado é difícil e portanto quanto mais pequeninos nós somos mais dificuldades
vamos ter. Mas vamos ter que pôr a criatividade a funcionar e ver porque o caminho
vai apontar para essa situação” (E1), apesar de serem pouco referidos pelos
participantes, parecem ser também alvo de preocupação de alguns dos participantes no
estudo.
53
Práticas de RH em OSFL
Frequências Frequências
Categoria Sub categoria
absolutas relativas (%)
Garantir a sustentabilidade no futuro 10 40%
Profissionalizar as Organizações sem fins
7 28%
lucrativos
Mudar a percepção dos colaboradores
0 -
(acerca da organização)
Alterar aspectos do design do trabalho 0 -
Mudança ao nível do recrutamento dos
0 -
Líderes
Valorização da tecnologia 2 8%
Diversificar a oferta de serviço 12 48%
Desafios das
Qualificar os recursos humanos 3 12%
OSFL no Marketing Social 7 28%
futuro Relação com os clientes 1 4%
Responsabilidade social das empresas 5 20%
Cooperação inter organizacional 2 8%
Relação com a comunidade 6 24%
Inovação e criatividade no futuro 5 20%
Alterar os modelos de governança
2 8%
organizacionais
Aspectos relacionados com a qualidade no
3 12%
futuro
Aspectos relacionados com a 2 8%
envolvente/conjuntura/políticos no futuro
Total da categoria 67
No que diz respeito aos desafios do futuro referidos pelos participantes, a sua
maioria (48%) entende que o desafio mais premente prende-se com a diversificação da
oferta de serviços – “(…) a par da sua acção de responsabilidade social e da acção
social que tem, procurar ter formas de rentabilizar espaços, recursos, com outras
intervenções de carácter comunitário, onde vá buscar, naturalmente, formas de
compensar alguns défices” (E8), “Criação de novas respostas às necessidades da
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Práticas de RH em OSFL
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Práticas de RH em OSFL
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Práticas de RH em OSFL
exemplo, que ainda temos um espaço muito grande a percorrer ao nível da potenciação
das novas tecnologias, particularmente das TIC’s (tecnologias de informação e
comunicação” (E3). A alteração dos modelos de governança organizacionais é apontada
como um desafio do futuro também por 8% dos participantes – “Terem como
sustentáculo uma estrutura organizativa flexível capaz de responder eficazmente a
possíveis mudanças” (I25). A cooperação interorganizacional (8%) – “Mas hoje temos
de alargar isto não só aos nossos congéneres mas a todas as entidades que trabalham
connosco na comunidade, quer a comunidade mais próxima, juntas de freguesia, outras
instituições locais, mas também ao município, às empresas, às entidades culturais, às
escolas, às organizações que dão apoio a outras populações mais fragilizadas. Todos
nós aprendemos uns com os outros e todos podemos contribuir para melhorar aquilo
que tem e aquilo que faz” (E9) e os aspectos relacionados com a envolvente externa no
futuro (8%) – “Adaptação da Instituição às contínuas mudanças de políticas e da
sociedade em geral “(I18) são igualmente factores menos referidos enquanto desafios
do futuro. Um último aspecto igualmente pouco mencionado está ligado a questões no
âmbito da qualidade, apenas fazendo referência 12% dos participantes – “preocupações
da qualidade na gestão das organizações, na qualidade dos serviços técnicos” (E6).
Por fim, nenhum participante fez referência, ou seja não foram verificadas
ocorrências nos seguintes aspectos: necessidade de mudança ao nível da percepção dos
colaboradores, alteração de aspectos relacionados com o design do trabalho e por fim,
mudanças ao nível do recrutamento de líderes.
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Práticas de RH em OSFL
relacionado com a missão das organizações objecto de estudo, bem como com as
preocupações das Direcções executivas em manter os seus colaboradores satisfeitos
dada a natureza difícil do trabalho em si, e das condições envolventes são serem na
maioria das vezes as mais apelativas.
Num plano mais teórico, a questão da satisfação fará sentido se pensarmos, por
exemplo, na teoria da satisfação no trabalho de Hackman’s e Oldham’s (1975),
particularmente nas dimensões ao nível da identidade da tarefa, do significado da tarefa
e do feedback.
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Práticas de RH em OSFL
organização. Neste sentido, um estudo realizado por Nunes (2001) conclui a existência
de uma forte implicação afectiva neste tipo de organizações.
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Práticas de RH em OSFL
Para além de cuidarem dos seus recursos humanos, para que as organizações
sejam competitivas, têm de alguma forma que ser capazes de antecipar, gerir e
influenciar tudo o que poderá ter impacto na sua eficácia (Pynes, 2009). Neste sentido,
as responsabilidades da gestão de recursos humanos têm necessariamente que mudar,
com vista a acompanhar todas as mudanças que ocorrem na sociedade.
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Práticas de RH em OSFL
Acreditamos que nalguns contextos existam práticas mais eficazes do que outras,
dependendo das características dos recursos humanos, do sector de actividade e de
outros aspectos. Aquilo que se sabe, em termos teóricos, é que existe um conjunto de
práticas de recursos humanos que estão normalmente associadas positivamente à
produtividade, ao crescimento das receitas, à qualidade do serviço (Lewin, 2003) e ao
desempenho organizacional. Esta é uma ideia consensual dos participantes do estudo
que concordam e reforçam a existência desta relação.
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Práticas de RH em OSFL
Podemos afirmar que estes três aspectos estão de alguma forma interligados. Por
um lado, as exigências feitas às organizações são cada vez maiores, no que respeita ao
cumprimento de normas. Por outro, existe uma tendência cada vez maior dos
financiamentos serem diminuídos. Assim, para poder garantir a sustentabilidade é
determinante que as organizações cumpram os requisitos (que estão cada vez mais
ligados à implementação dos sistemas de gestão da qualidade) e estejam atentas a todos
os constrangimentos e oportunidades que podem surgir no meio envolvente.
65
Práticas de RH em OSFL
Apesar de cada vez ser menos frequente, ainda existem organizações cujas
Direcções executivas são assumidas por indivíduos não dotados de competências
técnicas, nomeadamente ao nível da gestão. Mais uma vez, este facto está ligado à
história destas organizações e ao seu movimento inicial, impulsionado por pais. Este é
sem dúvida um grande desafio.
66
Práticas de RH em OSFL
Assim, sendo visível a utilidade destas organizações a vários níveis, parece ser
importante que seja feito um investimento ao nível das pessoas que integram as
Direcções das organizações, pois são elas que emanam as directrizes de funcionamento,
nomeadamente o nível dos recursos humanos.
Neste sentido, poderia ser criada uma formação (por exemplo pós graduação) em
gestão de recursos humanos, vocacionada especificamente para este sector. Em
alternativa poderia ser criada uma parceria com uma universidade para que existisse
uma ligação mais directa entre a comunidade científica e aquilo que são as práticas
existentes e implementadas.
67
Práticas de RH em OSFL
68
Práticas de RH em OSFL
Referências bibliográficas
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Ulrich, D. (1997). Human Resource Champions. The next agenga for adding value and
delivering results. Boston, Massachusetts. Harvard Business School Press.
71
Práticas de RH em OSFL
ANEXOS
72
Práticas de RH em OSFL
ANEXO 1
GUIÃO DE ENTREVISTA
73
Práticas de RH em OSFL
GUIÃO DE ENTREVISTA
A presente entrevista insere-se num estudo que está a ser desenvolvido no âmbito de uma tese
de mestrado em Comportamento Organizacional (ISCTE-IUL). O estudo irá debruçar-se sobre a
as Práticas de Gestão de Recursos Humanos existentes em organizações sem fins lucrativos, na
perspectiva dos elementos de topo/direcções dessas organizações, no contexto nacional,
procurando identificar quais as questões mais críticas actualmente.
Uma vez que é muito importante aceder à perspectiva das pessoas com experiência de direcção
deste tipo de organizações, consideramos essencial conhecer as suas ideias. Pretende-se que dê a
sua opinião sincera tendo em conta a sua experiência pessoal e o seu percurso profissional, pelo
que não existem respostas certas ou erradas. Agradecemos desde já a sua disponibilidade e
participação!
(Caso a resposta seja afirmativa, esclarecer, caso seja negativa prossegue-se para a entrevista).
1.Especialistas internacionais têm salientado que “a chave do sucesso das organizações dos dias
de hoje e do século XXI centra-se na utilização eficaz dos recursos humanos”. O que pensa
desta afirmação?
A GRH diz respeito a todas as decisões e acções de gestão que afectam a relação entre as organizações e os seus
colaboradores; envolve todas as acções relativas à selecção, formação, desenvolvimento, recompensas e relações com
os colaboradores
2.O que é para si a gestão de recursos humanos de uma organização sem fins lucrativos
(OSFL)?
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Recrutamento e selecção, formação e desenvolvimento, gestão do sistema de recompensas, relações de trabalho, higiene
e segurança, análise de funções, gestão do desempenho, planeamento de gestão de carreiras, comunicação interna, e
gestão administrativa.
4. Com vista à sustentabilidade e à eficácia das organizações sem fins lucrativos, quais pensa
serem os desafios do futuro?
Os HPWS influenciam e alinham as atitudes e os comportamentos dos colaboradores com os objectivos estratégicos da
organização e como tal aumentam o comprometimento organizacional e consequentemente o desempenho organizacional. In
Leggat, S. et al
11. Especialistas internacionais têm referido que as OSFL em 2020 necessitam de melhorar
aspectos como: marketing social; cooperação com as estruturas intergovernamentais;
responsabilização da administração e dos stakeholders. O que pensa desta afirmação?
12. Para concluir, há algum aspecto que não tenha sido abordado ou que gostasse de salientar
ou desenvolver?
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Para que possa ter um feedback dos resultados/conclusões do estudo que estou a realizar, caso
deseje, ser-lhe-ão enviados, as conclusões mais interessantes.
Com o objectivo de caracterização da amostra, gostaria de lhe pedir alguns dados pessoais.
Caso deseje colocar alguma questão acerca deste estudo, pode enviar um e-mail para
[email protected]
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ANEXO 2
INQUÉRITO ON-LINE
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Objectivos do estudo
O presente inquérito insere-se num estudo a decorrer no âmbito de uma tese de mestrado
em Comportamento Organizacional (ISCTE-IUL). Este estudo foca as práticas de gestão
de recursos humanos existentes em organizações sem fins lucrativos, na perspectiva dos
elementos de topo/direcções dessas organizações, no contexto nacional.
Desta forma a sua participação neste estudo é muito importante! Preencha por favor o
inquérito, seguindo as instruções e no final clique em "Submit".
Obrigada!
Para formalizar a sua aceitação de participação neste estudo assinale a resposta "sim".
( ) sim
( ) não
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Questões
As questões que se seguem pretendem saber a sua opinião sobre aspectos relacionados com as
práticas de recursos humanos nas organizações sem fins lucrativos, em geral, e também na
organização em que trabalha, em particular. Não existem respostas certas nem erradas, apenas
nos interessa a sua opinião!
2) Com vista à sustentabilidade e à eficácia das organizações sem fins lucrativos, quais
pensa serem os desafios do futuro?
3) "A chave do sucesso das organizações dos dias de hoje e do século XXI centra-se na
utilização eficaz dos recursos humanos" é uma ideia que tem sido realçada por especialistas
internacionais. O que pensa desta afirmação?
4) O que é para si a gestão de recursos humanos de uma organização sem fins lucrativos?
5) Na sua opinião, com vista à sustentabilidade e á eficácia das organizações sem fins
lucrativos no futuro, quais são as prácticas de recursos humanos que devem ser
valorizadas?
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6)
7) Relativamente a cada uma das práticas de recursos humanos, seleccione aquela(s) que
se utiliza(m) na organização onde trabalha.
[ ] Recrutamento
[ ] Selecção
[ ] Acolhimento
[ ] Formação
[ ] Avaliação de desempenho
[ ] Promoção
[ ] Remuneração
[ ] Higiene e Segurança
10) Na organização onde trabalha, quais as prácticas de recursos humanos que considera
menos eficazes? (enumere 3)
11) Caso assim entenda, faça algum comentário ou sugestão relacionado com o tema deste
inquérito.
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Dados sociodemográficos
Para efeitos da caracterização global da amostra, por favor preencha os campos abaixo, relativos
à sua experiência profissional.
( ) < 3 anos
( ) 3-7 anos
( ) 8-12 anos
( ) 13-17 anos
( ) 18-22 anos
( ) > 22 anos
( ) < 3 anos
( ) 3-7 anos
( ) 8-12 anos
( ) 13-17 anos
( ) 18-22 anos
( ) > 22 anos
Também para efeitos da caracterização global da amostra pedimos-lhe que preencha os campos
relativos às habilitações académicas, grupo etário e género.
( ) < 3º ciclo
( ) Ensino secundário
( ) Bacharelato
( ) Licenciatura
( ) Mestrado
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( ) Doutoramento
( ) Outra: _________________
18) Idade:*
()
( ) 25-29 anos
( ) 30-34 anos
( ) 35-39 anos
( ) 40-44 anos
( ) 45-49 anos
( ) 50-54 anos
( ) > 54 anos
19) Sexo:*
( ) Feminino
( ) Masculino
Obrigado!
Agradecemos a sua participação!
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ANEXO 3
CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
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ANEXO 4
DICIONÁRIO DE CATEGORIAS
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Dicionário de categorias
Categoria Código Definição
Baseada em valores (confiança, respeito, Aplicação dos valores organizacionais no tratamento dos
GRH_valores
transparência) colaboradores.
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Adoptar uma perspectiva estratégica no Ter por base um planeamento estratégico que sirva de
DesafioA_perspectiva
alcance da missão referência às decisões operacionais (Mesch, 2010).
Profissionalização das Organizações sem Capacitação dos elementos das Direcções/órgãos de gestão
DesafioF_profissionalização
fins lucrativos (Mesch, 2010)
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