10043-Texto Do Artigo-46462-2-10-20210921
10043-Texto Do Artigo-46462-2-10-20210921
10043-Texto Do Artigo-46462-2-10-20210921
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, . 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
58
alíquota, ocorrida com a edição do Decreto n.º 9.101/17, viola a ordem jurídica tributária,
porquanto contrária aos propósitos consagrados pela Constituição Federal de 1988,
notadamente aos princípios constitucionais tributários da legalidade e da anterioridade.
Palavras-chave: Coeficientes de redução de alíquota. Legalidade tributária. Anterioridade
tributária.
ABSTRACT: In the presente work we proposed to study the reduction coefficients of tax rate,
legal institute provided by the special arrangements for apuration and payment of PIS/PASEP
and also of COFINS on fuels. The purpose of this paper is to analyze the legal nature of the
reduction coefficients of tax rate, your observance and conformity (or not) to the tax
constitutional principles of legality and anteriority, measure if the Decree n.º 9.101/17 directly
infringes the Federal Constitution or if that consists in a reflexive violation and describe the legal
provisions that support the institution of the reduction coefficients of tax rate. For the approach
this issue, we use the deductive method, about the procedure, we adopt the typological
method, and finally, about the technical of work, we found support in the indirect
documentation. We conclude the reduction coefficients of tax rate are a tax incentive modality,
as a differential treatment of a tax nature, institute inserted into the inductive tax rules gender.
We also infer the indirect increase of taxes, by the reduction or extinction of the reduction
coefficients of tax rate, occurred with the edition of the Decree n.º 9.101/17, infringes the tax
legal order, because that is contrary to the tax constitutional principles of legality and
anteriority.
Keywords: Reduction coefficients of tax rate. Tax legality. Tax early anteriority.
1. INTRODUÇÃO
A Constituição Federal de 1988 prevê, em seu artigo 195, que a seguridade
social será financiada por toda a sociedade, mediante recursos provenientes dos
entes federados, bem como por meio das contribuições sociais oriundas do
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
59
Com o advento das Leis Complementares n.º 07/1970, n.º 08/1970 e n.º
pessoa jurídica de direito privado, e as que lhe são equiparadas pela lei que rege
o imposto de renda.
1
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Art. 239. A arrecadação decorrente das
contribuições para o Programa de Integração Social, criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de
setembro de 1970, e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, criado
pela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta
Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do seguro-desemprego e o
abono de que trata o § 3º deste artigo. [...] § 3º Aos empregados que percebam de empregadores
que contribuem para o Programa de Integração Social ou para o Programa de Formação do
Patrimônio do Servidor Público, até dois salários mínimos de remuneração mensal, é assegurado
o pagamento de um salário mínimo anual, computado neste valor o rendimento das contas
individuais, no caso daqueles que já participavam dos referidos programas, até a data da
promulgação desta Constituição.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
60
pela pessoa jurídica, sobre a qual incidirá alíquota de 1,65%, à exceção de casos
particulares que terão suas alíquotas regulamentadas em legislações específicas,
PIS/PASEP, a Lei n.º 10.833/2003 definiu que a COFINS incide sobre o total das
receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica, independentemente de
2
Decreto-Lei n.º 1.598/1977. Art. 12. A receita bruta compreende: I – o produto da venda de bens
nas operações de conta própria; II – o preço da prestação de serviços em geral; III – o resultado
auferido nas operações de conta alheia; e IV – as receitas da atividade ou objeto principal da
pessoa jurídica não compreendidas nos incisos I a III.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
61
Destarte, a Lei n.º 9.718/98, com alterações realizadas pela Lei n.º
venda de álcool, gasolina (exceto de avião), óleo diesel, gás liquefeito de petróleo
– GLP e querosene de aviação, para apuração da contribuição do PIS/PASEP e
COFINS.
A Lei n.º 9.718/98, em seu artigo 5º, §4º, e a Lei n.º 10.865/04, em seu artigo
acima citados.
Ocorre que as Leis n.º 9.718/98 (artigo 5º, §8º) e n.º 10.865/2004 (artigo
pagamento.
Utilizando da faculdade conferida pelas supracitadas leis, o então
3
Cumpre esclarecer que, posteriormente, o Decreto n.º 7.997/2013, alterando o Decreto
6.573/2008, distinguiu os coeficientes de redução aplicáveis aos produtores e importadores,
daqueles aplicáveis aos distribuidores.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
62
combustíveis.
Ressalte-se, por oportuno, que, no mesmo sentido, a Lei n.º 11.116/05,
o Decreto n.º 9.101/2017, com entrada em vigor na data de sua publicação, que
minorou os coeficientes de redução fixados pelos Decretos n.º 5.059/2004 e n.º
venda de álcool.
Tal situação ensejou a propositura de algumas ações judiciais pelo país
cidadão.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
63
nonagesimal, posto que o referido ato não seria o instrumento hábil à majoração
de tributo, tampouco respeitou o prazo mínimo de noventa dias para início da
exação.
Todavia, não se olvida que a faculdade de instituição dos coeficientes de
em uma modalidade de incentivo fiscal proposto pelo Estado e que deve atender
aos princípios da legalidade e da anterioridade em matéria tributária. Quanto ao
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
64
convertidas nas Leis n.º 10.637/02 e n.º 10.865/04, respectivamente, foi instituída
a forma não-cumulativa de apuração, destinada às pessoas jurídicas que
contabilizem o Imposto de Renda com base no lucro real, de modo que é possível
descontar da base de cálculo do contribuinte, apurada sobre a receita bruta, os
4
TORRES, Heleno Taveira. Monofasia e não-cumulatividade das Contribuições ao PIS e
COFINS no setor de petróleo (refinarias). In: TORRES, Heleno Taveira; CATÃO, Marcos André
Vinhas (Coord.). Tributação no setor de petróleo. São Paulo: Quartier Latin, 2005, p. 182.
Ressalte-se que o regime de apuração cumulativo ainda se encontra em vigor, sendo aplicado às
empresas que apuram o Imposto de Renda com base no lucro presumido ou lucro arbitrado e a
algumas categorias empresariais que, embora possam apurar o Imposto de Renda a partir do lucro
real, são legalmente obrigadas a adotar o regime cumulativo
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
65
números percentuais para cada tipo de combustível, conforme previsão da Lei n.º
9.718/98:
Art. 4º. As contribuições para os Programas de Integração Social
e de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PIS/PASEP e
para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS devidas
pelos produtores e importadores de derivados de petróleo serão
calculadas, respectivamente, com base nas seguintes alíquotas:
I – 5,08% (cinco inteiros e oito centésimos por cento) e 23,44%
(vinte inteiros e quarenta e quatro centésimos por cento),
incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de
gasolinas e suas correntes, exceto gasolina de aviação;
II – 4,21% (quatro inteiros e vinte e um centésimos por cento) e
19,42% (dezenove inteiros e quarenta e dois centésimos por
cento), incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de
óleo diesel e suas correntes;
III – 10,2% (dez inteiros e dois décimos por cento) e 47,4%
(quarenta e sete inteiros e quatro décimos por cento) incidentes
sobre a receita bruta decorrente da venda de gás liquefeito de
petróleo - GLP derivado de petróleo e de gás natural;
IV – sessenta e cinco centésimos por cento e três por cento
incidentes sobre a receita bruta decorrente das demais
atividades.
Parágrafo único. Revogado.
Art. 5º. A Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins incidentes
sobre a receita bruta auferida na venda de álcool, inclusive para
fins carburantes, serão calculadas com base nas alíquotas,
respectivamente, de:
I – 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) e 6,9% (seis
inteiros e nove décimos por cento), no caso de produtor ou
importador;
II – 3,75% (três inteiros e setenta e cinco centésimos por cento) e
17,25% (dezessete inteiros e vinte e cinco centésimos por cento),
no caso de distribuidor.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
66
seguintes termos:
Art. 23. O importador ou fabricante dos produtos referidos nos
incisos I a III do art. 4º da Lei no 9.718, de 27 de novembro de
1998, e no art. 2º da Lei no 10.560, de 13 de novembro de 2002,
poderá optar por regime especial de apuração e pagamento da
contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, no qual os valores
das contribuições são fixados, respectivamente, em:
I – R$ 141,10 (cento e quarenta e um reais e dez centavos) e R$
651,40 (seiscentos e cinquenta e um reais e quarenta centavos),
por metro cúbico de gasolinas e suas correntes, exceto gasolina
de aviação;
II – R$ 82,20 (oitenta e dois reais e vinte centavos) e R$ 379,30
(trezentos e setenta e nove reais e trinta centavos), por metro
cúbico de óleo diesel e suas correntes;
III – R$ 119,40 (cento e dezenove reais e quarenta centavos) e R$
551,40 (quinhentos e cinquenta e um reais e quarenta centavos),
por tonelada de gás liquefeito de petróleo (GLP) derivado de
petróleo e gás natural;
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
67
subsequente, quando efetuada até o último dia útil do mês de novembro; (b) de
1º de janeiro do ano seguinte ao ano-calendário subsequente, quando efetuada
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
68
gasolina de aviação, óleo diesel e suas correntes, gás liquefeito de petróleo – GLP
e querosene de aviação; ou (b) novembro, no caso das produtoras, importadoras
Por fim, caso a desistência do regime especial seja efetuada após os prazos
supracitados, somente produzirá efeitos a partir do dia 1º de janeiro do ano
artigo 23, § 5º, preveem que o Poder Executivo poderá fixar coeficientes de
redução das alíquotas específicas incidentes no regime especial de apuração e
específica, obter o valor que deverá ser reduzido desta, obtendo-se o valor final
da alíquota. Essa situação pode ser demonstrada de forma simples na seguinte
expressão:
A – (A x B) = Ap
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
69
Onde:
A = alíquota prevista no regime especial de apuração e pagamento,
expresso em unidade monetária;
B = o valor do coeficiente de redução; e
Ap = alíquota aplicável no regime especial, após a incidência do
coeficiente de redução, também expresso em unidade monetária.
considerando que os valores das alíquotas para apuração do valor devido a título
de PIS/PASEP e COFINS foram estabelecidos pelo artigo 23, I, da Lei n.º 10.865/04,
temos o seguinte:
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
70
suprimidos pelos Decretos n.º 8.395/15, n.º 7.997/13 e n.º 9.101/17, alcançando
o valor de zero para a gasolina e suas correntes, para o óleo diesel 5 e suas
extrafiscalidade.
5
O valor do coeficiente de redução de alíquota incidente sobre a venda de óleo diesel e suas
correntes, devido por produtores e importadores, foi restabelecido e fixado em 0,23835, por meio
do Decreto n.º 9.391/18.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
71
6
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 34. ed. rev., atual. e ampl. São
Paulo: Malheiros, 2013, p. 69.
7
SEIXAS, Luiz Felipe Monteiro. Tributação Indutora e Análise Econômica do Direito: Uma
Investigação Crítica. 2017. 229 f. Tese (Doutorado em Direito) – Universidade Federal de
Pernambuco, Recife, 2017, p. 37.
8
SEIXAS, Luiz Felipe Monteiro. Tributação Indutora e Análise Econômica do Direito: Uma
Investigação Crítica. 2017. 229 f. Tese (Doutorado em Direito) – Universidade Federal de
Pernambuco, Recife, 2017, p. 39.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
72
fiscal. Outra não poderia ser a conclusão quando avaliamos que a aplicação dos
coeficientes implica numa redução de arrecadação direcionada pelo Estado,
9
CATÃO, Marcos André Vinhas. Regime Jurídico dos Incentivos Fiscais. Rio de Janeiro:
Renovar, 2004, p. 13.
10
ELALI, André. Incentivos fiscais, neutralidade da tributação e desenvolvimento econômico: a
questão da redução das desigualdades regionais e sociais. In: MARTINS, Ives Gandra da Silva;
ELALI, André; PEIXOTO, Marcelo Magalhães. Incentivos fiscais: questões pontuais nas esferas
federal, estadual e municipal. São Paulo: MP Ed., 2007, p. 48.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
73
exposição de motivos da Lei n.º 10.865/04, ainda como Medida Provisória n.º
164/2004, primeira a instituir os coeficientes de redução de alíquota:
alíquota.
Alicerçados nas definições explanadas anteriormente, verificamos que os
coeficiente de redução.
O que se percebe é que os incentivos fiscais alteram ou eliminam a regra-
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
74
Por sua vez, Luiz Felipe Monteiro Seixas13 divide os incentivos fiscais em
“subvenções”, “crédito presumido”, “subsídios”, “isenções/não
11
DINIZ, Marcelo de Lima Castro; FORTES, Fellipe Cianca. Incentivos fiscais no STJ. In:
MARTINS, Ives Gandra da Silva; ELALI, André; PEIXOTO, Marcelo Magalhães. Incentivos
fiscais: questões pontuais nas esferas federal, estadual e municipal. São Paulo: MP Ed., 2007, p.
273-274.
12
HENRIQUES, Elcio Fiori. O regime jurídico do gasto tributário. 2009. 221 f. Dissertação
(Mestrado em Direito Econômico e Financeiro) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009,
p. 127-195.
13
SEIXAS, Luiz Felipe Monteiro. Tributação Indutora e Análise Econômica do Direito: Uma
Investigação Crítica. 2017. 229 f. Tese (Doutorado em Direito) – Universidade Federal de
Pernambuco, Recife, 2017, p. 49-65.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
75
Não nos aprofundaremos nas definições destes vários institutos, mas tão
somente daqueles que podem representar uma melhor classificação dos
coeficientes de redução.
Primeiro, destacamos a figura da “redução/alteração da base de cálculo”.
aumentada para além dos limites do fato gerador, sob pena de extrapolação da
competência conferida constitucionalmente17. Entretanto, nada impede que o
mas sim sobre as alíquotas que, posteriormente, incidirão sobre aquela, portanto,
não se adequam a este modelo. Merece ser destacado, no entanto, que no regime
14
O autor destaca que os regimes especiais de tributação não se configuram, por si só, como
espécie autônoma de incentivos fiscal, mas podem congregar normas que concedem incentivos
fiscais.
15
O autor faz o mesmo alerta anterior para defender que as zonas especiais/francas não constituem
hipótese de incentivos fiscal específico, mas agrupam outros incentivos fiscais.
16
MATOS, Luciana Montenegro. Regime jurídico dos incentivos fiscais: uma análise à luz da
Ordem Econômica brasileira. 2014. 157 f. Dissertação (Mestrado em Direito Constitucional) –
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2014, p. 25-38.
17
HENRIQUES, Elcio Fiori. O regime jurídico do gasto tributário. 2009. 221 f. Dissertação
(Mestrado em Direito Econômico e Financeiro) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009,
p. 165-168.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
76
de cálculo não importa, por si só, em incentivo fiscal, visto que a diferença paga
em cada regime levará em conta outros fatores, especialmente quanto ao valor
18
SEIXAS, Luiz Felipe Monteiro. Tributação Indutora e Análise Econômica do Direito: Uma
Investigação Crítica. 2017. 229 f. Tese (Doutorado em Direito) – Universidade Federal de
Pernambuco, Recife, 2017, p. 58.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
77
19
MATOS, Luciana Montenegro. Regime jurídico dos incentivos fiscais: uma análise à luz da
Ordem Econômica brasileira. 2014. 157 f. Dissertação (Mestrado em Direito Constitucional) –
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2014, p. 35.
20
MATOS, Luciana Montenegro. Regime jurídico dos incentivos fiscais: uma análise à luz da
Ordem Econômica brasileira. 2014. 157 f. Dissertação (Mestrado em Direito Constitucional) –
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2014, p. 36.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
78
COFINS nos valores descritos em seus incisos, que, como visto, foram zerados 21
pelo Decreto n.º 9.101/2017, ocasionando o retorno das alíquotas ao seu valor
original.
Ocorre que a Lei n.º 10.865/04 conferiu ao Poder Executivo a faculdade de
21
Conforme já alertado em outro momento, o valor do coeficiente de redução de alíquota
incidente sobre a venda de óleo diesel e suas correntes, devido por produtores e importadores,
previsto no artigo 1º, II, do Decreto 5.059/04, foi restabelecido e fixado em 0,23835, por meio do
Decreto n.º 9.391/18.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
79
Art. 23 [...]
§ 5º Fica o Poder Executivo autorizado a fixar coeficientes para
redução das alíquotas previstas neste artigo, os quais poderão
ser alterados, para mais ou para menos, ou extintos, em relação
aos produtos ou sua utilização, a qualquer tempo. (grifos
acrescidos).
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
80
Art. 5º [...]
§ 8º Fica o Poder Executivo autorizado a fixar coeficientes para
redução das alíquotas previstas no caput e no § 4º deste artigo,
as quais poderão ser alteradas, para mais ou para menos, em
relação a classe de produtores, produtos ou sua utilização. (grifos
acrescidos).
mais ou para menos, não se verifica, deste modo, a competência para extinção
daqueles.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
81
sociedade, principalmente no que tange ao direito tributário, haja vista que este
regulamenta a invasão do Estado sobre o patrimônio do particular.
22
Neste sentido, vide Recurso Extraordinário n.º 587.008/SP, Relator: Min. Dias Toffoli,
Plenário, DJ, 02 fev. 2011, Diário da Justiça Eletrônico, 05 mai. 2011, e Recurso Extraordinário
n.º 603.917/SC, Relatora: Min. Ellen Gracie, Plenário, DJ, 07 abr. 2011, Diário da Justiça
Eletrônico 05 ago. 2011.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
82
como inconstitucional.
23
SARLET, Ingo Wolfgang; MARINONI, Luiz Guilherme; MITIDIERO, Daniel. Curso de
Direito Constitucional. 3. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014, p. 928.
24
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 6. ed. rev., ampl. e
atual. Salvador: Juspodivm, 2014, p. 1088-1091.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
83
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Essa concepção
consagra a garantia da liberdade individual, em detrimento da ingerência estatal,
25
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 6. ed. rev., ampl. e
atual. Salvador: Juspodivm, 2014, p. 1091.
26
Súmula 636, STF. Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio
constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada a
normas infraconstitucionais pela decisão recorrida.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
84
possui tons mais precisos, uma vez que resulta da limitação ao poder de tributar
instituída no artigo 150, I, da Constituição Federal:
imperativa de que eventuais tributos sejam criados ou majorados por meio de lei.
Segundo Paulo de Barros Carvalho, a lei, lato sensu, deve ser sempre o
deve definir as elementares do tributo, quais sejam, fato gerador, base de cálculo,
alíquota, sujeito ativo e sujeito passivo da relação tributária, para que se possa
precisar, em um caso concreto, quem deve pagar, quanto deve ser pago, porquê
se deve pagar e a quem se pagará.
27
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2014,
p. 169.
28
Roque Antônio Carrazza leciona neste mesmo sentido de imperatividade da lei, porquanto
“expressão da vontade geral”, possuindo primazia sobre os atos praticados pelos demais Poderes:
“A Constituição reforçou a competência exclusiva do Poder Legislativo para criar ou aumentar
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
85
exprime a permissão conferida pela sociedade ao Estado para que este proceda
à distribuição da carga tributária e a consequente afetação do patrimônio
Executivo não poderá apontar – nem mesmo por delegação legislativa – nenhum
aspecto essencial da norma jurídica tributária, sob pena de flagrante
inconstitucionalidade”29.
Convém mencionar que, a despeito de a Constituição prever de forma
tributo prescinde de lei, esta não parece a interpretação mais arrazoada. Nesse
sentido, partilhamos do entendimento segundo o qual a previsão esculpida no
tributos, consagrando, assim, a ideia de autotributação. Esta – como melhor veremos nos
próximos itens – se manifesta: a) no consentimento dos representantes das pessoas que devem
suportar os tributos; e b) na estrita vinculação à lei, seja do lançamento, seja da cobrança das
exações. Com tais medidas, os contribuintes tiveram melhor salvaguardado o direito de
propriedade, contra o qual a tributação, de algum modo, investe.” CARRAZZA, Roque Antônio.
Curso de Direito Constitucional Tributário. 31. ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: Malheiros,
2017, p. 285.
29
CARRAZZA, Roque Antônio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 31. ed. rev.,
ampl. e atual. São Paulo: Malheiros, 2017, p. 285.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
86
quais incidem.
30
Este é o tipo de dispositivo que, de acordo com Leandro Paulsen, “[...] autorizam de modo
inequívoco a utilização extrafiscal de tributos: [...] nas exceções às anterioridades de exercício
e/ou nonagesimal mínima e nas atenuações à legalidade relativamente a impotos capazes de atuar
como reguladores da produção de bens (IPI), do comércio internacional (II e IE) e da demanda
monetária (IOF), atribuindo-se ao Executivo prerrogativas para a ágil alteração da legislação
respectiva; [...].”PAULSEN, Leandro. Curso de Direito Tributário Completo. 5. ed. rev., atual.
e ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2013, p. 21.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
87
haja vista constituir exceção à legalidade tributária, que, como visto, possui status
de garantia fundamental individual. Deste modo, como as alíquotas do PIS/PASEP
e da COFINS não foram incluídas pelo legislador originário, tem-se que sua
alteração é expressamente vedada.
31
Constituição Federal. Art. 177, §4º – A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio
econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados,
gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
I – a alíquota da contribuição poderá ser: [...] b) reduzida e restabelecida por ato do Poder
Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150, III, b; [...].
32
Constituição Federal. Art. 155, §4º – Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte:
[...] IV – as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito
Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte: [...] c) poderão ser reduzidas e
restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
88
seu pagamento34.
Não se olvida, por oportuno, que o entendimento manifestado pelo
33
Entenda-se o “valor real das alíquotas” como valor resultante da aplicação dos coeficientes de
redução e que será efetivamente pago pelo contribuinte.
34
A segurança jurídica, conforme sustentado por José Soares Eduardo de Melo, “objetiva,
principalmente, zelar e garantir pela aplicação e efetividade dos princípios que regulam o direito,
de forma a limitar a atuação dos entes políticos em suas esferas de atuação, por meio da
subordinação à sua estrita observância” MELO, José Eduardo Soares de. Incentivos fiscais de
ICMS: aspectos críticos. In: MARTINS, Ives Gandra da Silva; ELALI, André; PEIXOTO,
Marcelo Magalhães. Incentivos fiscais: questões pontuais nas esferas federal, estadual e
municipal. São Paulo: MP Ed., 2007.
35
STF – RE 414249 AgR/MG. Rel. Min. Joaquim Barbosa. Segunda Turma. Julgado em
31/08/10. DJe 16/11/10.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
89
Administração Pública, situação esta que não fora concebida pela Constituição
Federal de 1988.
que fora publicada a lei de criação ou majoração deste, e, ainda, à cobrança antes
de decorridos noventa dias da publicação da lei que instituiu ou majorou o
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
90
das alíneas a, b e c do inciso III do artigo 150 são tratadas por parte da doutrina
como princípios relativamente independentes que não se confundem, mas que
se complementam.
A alínea a consagra o princípio da irretroatividade que consiste na
que esta não poderá retroagir, salvo em benefício do réu36. É o que Hugo de Brito
Machado denomina como espécie de “irretroatividade qualificada”37.
financeiro diverso daquele que o instituiu, deve ainda ser observado um lapso
temporal mínimo de noventa dias entre a publicação da lei e a efetiva
arrecadação daquele.
Essa garantia encontra respaldo nas situações em que, nada obstante o
36
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Art. 5º, XL. A lei penal não retroagirá,
salvo para beneficiar o réu.
37
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 34. ed. rev., atual. e ampl. São
Paulo: Malheiros, 2013, p. 36.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
91
princípio da anterioridade, outros não lhe conferem nem sequer tal caráter. É o
caso, por exemplo, de Kiyoshi Harada, para quem a anterioridade nonagesimal
38
Este é o entendimento de Hugo de Brito Machado Segundo: “Conquanto o texto constitucional
se reporte à expressão ‘lei’, ‘o princípio da anterioridade da lei tributária aplica-se às normas em
sentido amplo, incluindo as instruções normativas, que são normas complementares à legislação
tributária, a teor do que preceitua o artigo 100, I, do CTN’ (STJ, 1a S., EDiv no REsp 327.683/RJ,
Rel. Min. Castro Meira, j. em 24/8/2004, DJ de 27/9/2004). Pode parecer estranho que uma
instrução normativa se sujeite à anterioridade, não por não ser uma lei em sentido estrito, mas
porque por meio dela não se pode instituir ou aumentar tributo. No caso de que se cuida, porém,
tratava-se de IN que, de acordo com o STJ, teria amparo na lei (a qual estaria apenas sendo
regulamentada), mas que, de qualquer modo, deveria observar a anterioridade. Seja como for, a
ideia permanece válida para outros atos, diversos da lei, que eventualmente podem conduzir à
majoração (validamente) de um tributo, a exemplo de resoluções do Senado (quando a certas
alíquotas do ICMS.” SEGUNDO, Hugo de Brito Machado. Código Tributário Nacional:
anotações à Constituição, ao Código Tributário Nacional e às Leis Complementares 87/1996 e
116/2003. 6. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2017, p. 47.
39
HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 393.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
92
noventena.
Isto é, mesmo quando o constituinte derivado instituiu as alterações
40
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Art. 195, § 6º. As contribuições sociais
de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação
da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III,
“b”.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
93
posto que o resultado desta aplicação será a redução da carga tributária paga
pelo contribuinte. De outro modo, a redução ou extinção de um coeficiente já em
entraram em vigor poucos dias após sua publicação41, o que se coaduna ao que
41
O Decreto n.º 5.059/04, que regulamenta os coeficientes de redução das alíquotas incidentes
sobre o PIS/PASEP e COFINS devido por produtores/importadores de gasolina, óleo diesel, GLP
e querosene de avião, entrou em vigor em 30 de abril de 2004, data de sua publicação, produzindo
efeitos em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de maio de 2004. Já o Decreto n.º
6.573/08, que regulamenta os coeficientes de das alíquotas incidentes sobre o PIS/PASEP e
COFINS devido por produtores/importadores/distribuidores de álcool, entrou em vigor em 19 de
setembro de 2008, data de publicação, produzindo efeitos a partir de 1º de outubro de 2008.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
94
noventena, posto que esta instituição dos coeficientes somente poderá resultar
em uma redução no valor do tributo. De outro modo, a redução/extinção dos
em favor do Estado.
Deste modo, a não observância do princípio da anterioridade
42
Ag. Reg. no RE 1.081.068/PR. Rel. Min. Dias Toffoli. Segunda Turma. Julgado em 06/03/2018.
DJe 19/03/2018; STF – Ag. Reg. no RE 564.225/RS. Rel. Min. Marco Aurélio. Primeira Turma.
Julgado em 02/09/2014. DJe 18/11/2014; RE 775.181/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe
21/10/16; RE 1.026.463/RS, Rel. Min. Rosa Weber, DJe 10/3/17; ARE 985.209/RO, Rel. Min.
Marco Aurélio, DJe 18/8/16.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
95
de alíquota.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pudemos verificar que os coeficientes de redução de alíquota, previstos no
nesta dinâmica.
Visto sob um prisma formal, a redução ou extinção dos coeficientes de
vez que a atuação do Poder Executivo, por meio do Decreto n.º 9.101/2017,
encontra amparo nas Leis n.º 10.865/04 e n.º 9.718/98, mas teria extrapolado os
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
96
extinção material dos coeficientes, competência esta que não fora outorgada
tributária.
Neste sentido, o presente estudo ficou adstrito aos princípios da
exercida de forma típica pelo Poder Legislativo, exterioriza a vontade popular por
meio dos representantes eleitos.
tributária, pois o legislador ordinário estendeu o rol de exceções que havia sido
elencado pelo constituinte originário.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
97
infralegal.
A seu turno, o princípio da anterioridade tributária busca proteger o
coeficientes de redução de alíquota está para além do objeto das ações judiciais
que almejam a simples declaração de inconstitucionalidade do Decreto n.º
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
98
o valor original das alíquotas, mas que, em termos concretos, majora o tributo,
não se compatibiliza com propósitos consagrados pela Constituição Federal de
1988.
Assim, constata-se a inconstitucionalidade material parcial das Leis n.º
9.718/98, n.º 10.865/04 e n.º 11.116/05 atinente aos dispositivos legais que
preveem a faculdade de instituição dos coeficientes de redução de alíquota do
PIS/PASEP e da COFINS incidentes sobre combustíveis, uma vez que este instituto
se mostra em desconformidade com garantias fundamentais estampadas na
5. REFERÊNCIAS
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
BARTINE, Caio. Direito Tributário. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012.
BRASIL. Decreto n.º 6.573. Fixa coeficiente para redução das alíquotas
especificas da Contribuição para o PIS/PASEP e da Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social – COFINS incidentes sobre a receita bruta
auferida na venda de álcool e estabelece os valores dos créditos dessas
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
99
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
100
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 26. ed. São Paulo:
Saraiva, 2014.
CATÃO, Marcos André Vinhas. Regime Jurídico dos Incentivos Fiscais. Rio de
Janeiro: Renovar, 2004.
DINIZ, Marcelo de Lima Castro; FORTES, Fellipe Cianca. Incentivos fiscais no STJ.
In: MARTINS, Ives Gandra da Silva; ELALI, André; PEIXOTO, Marcelo Magalhães.
Incentivos fiscais: questões pontuais nas esferas federal, estadual e municipal.
São Paulo: MP Ed., 2007.
HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 34. ed. rev., atual. e
ampl. São Paulo: Malheiros, 2013.
MELO, José Eduardo Soares de. Incentivos fiscais de ICMS: aspectos críticos. In:
MARTINS, Ives Gandra da Silva; ELALI, André; PEIXOTO, Marcelo Magalhães.
Incentivos fiscais: questões pontuais nas esferas federal, estadual e municipal.
São Paulo: MP Ed., 2007.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]
101
SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito Tributário. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
ISSN: 1980-1995
e-ISSN: 2318-8529
RDIET, Brasília, V. 13, nº 2, p. 57-101, Jul-Dez/2018
e-mail [email protected]