Supervisão Pedagógica
Supervisão Pedagógica
Supervisão Pedagógica
Fevereiro de 2019
Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação
Fevereiro de 2019
Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do projeto PTDC/CED-
EDG/30410/2017, Mecanismos de mudança nas escolas e na inspeção (MAEE),
financiado por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a
Tecnologia, I.P.
Se eu vi mais longe, foi por estar de pé sobre ombros de gigantes.
Isaac Newton
iii
À memória da minha mãe e dos meus avós.
v
Agradecimentos
vii
Resumo
ix
monitorização das práticas. Uma prática que integra a observação ocorre apenas de forma
esporádica. Destaca-se a colaboração entre pares como facilitador da melhoria da prática
pedagógica. As práticas de supervisão pedagógica indirectas e informais são também as
que emergem como tendo mais impacto, permitindo melhorar práticas e desenvolver
capacidades e atitudes, através da troca de ideias, experiências e materiais, do trabalho
colaborativo e da interação entre pares.
x
Abstract
xi
pairs as facilitator of the improvement of the pedagogical practice. Indirect and informal
pedagogical supervision practices are also those that emerge as having the most impact,
allowing to improve practices and developing skills and attitudes, through the exchange
of ideas, experiences and materials, collaborative work and peer interaction.
xii
Índice Geral
Introdução ......................................................................................................................... 21
CAPÍTULO 1. A Supervisão Pedagógica: Conceções, processos, modelos e práticas ... 25
Conceções de Supervisão Pedagógica ................................................................. 26
Modelos de supervisão pedagógica ..................................................................... 31
Ciclo da Supervisão ........................................................................................... 42
Práticas de supervisão pedagógica, trabalho colaborativo e estruturas de coordenação
educativa nas escolas ................................................................................................... 45
CAPÍTULO 2. Perspetivas organizacionais, eficácia e melhoria das escolas ................. 65
Perspetivas organizacionais................................................................................ 65
Eficácia das escolas ........................................................................................... 76
Supervisão e colaboração na eficácia das escolas ................................................. 90
O caminho para a melhoria das escolas ............................................................... 94
CAPÍTULO 3. Avaliação das Escolas: Conceito, modalidades e enquadramento ....... 101
Conceito de avaliação de escolas ...................................................................... 101
Enquadramento da avaliação de escolas em Portugal - Lei nº31/2002 e antecedentes
……………………………………………………………………………...109
Quadro de referência da avaliação externa de escolas: O lugar da supervisão
pedagógica………………………………………………………………….………144
CAPÍTULO 4. Contextualização, objetivos e metodologia da investigação ................ 149
Contextualização e objetivos ............................................................................ 149
Natureza da investigação ................................................................................. 155
Bases documentais .......................................................................................... 156
Inquéritos: Questionário e Entrevista ................................................................ 160
Caraterização dos participantes ........................................................................ 173
CAPÍTULO 5. Apresentação e discussão dos resultados .............................................. 177
Acompanhamento da Prática Letiva/Supervisão Pedagógica à luz da Avaliação
Externa de Escolas..................................................................................................... 178
Conceções e práticas de supervisão pedagógica: estudos por inquérito junto de
professores e coordenadores de departamento .............................................................. 187
Resultados da análise das respostas ao inquérito por questionário dirigido aos
professores ...........................................................................................................187
xiii
Bibliografia ...................................................................................................................... 245
Anexos ............................................................................................................................. 265
Anexo 1............................................................................................................................ 267
Anexo 2............................................................................................................................ 289
Apêndices ........................................................................................................................ 293
Apêndice 1 - Quadro de análise de conteúdo (1º ciclo e 2º ciclo da AEE) ..................... 295
Apêndice 2 - Inquérito por Questionário aos Professores ............................................... 299
Apêndice 3 – Guião da entrevista .................................................................................... 307
Apêndice 4 - Transcrição das entrevista .......................................................................... 309
Apêndice 5 - Quadro de registo das entrevistas .............................................................. 319
xiv
Índice de Figuras
Figura 1 - Supervisão pedagógica: as ideias que defendemos (Fonte: Vieira et al, 2010,
p.10) .................................................................................................................................. 29
Figura 2 - Relação Supervisão, desenvolvimento e aprendizagem (Fonte: Alarcão &
Tavares, 2010, p. 46)......................................................................................................... 30
Figura 3 - Fases do modelo de Supervisão Clínica, segundo Cogan (1973). (Alarcão &
Tavares, 2010, p. 27)......................................................................................................... 34
Figura 4 - Conceção e práticas de supervisão ................................................................... 40
Figura 5 – O ciclo da supervisão de Goldhammer (adaptado de Alarcão & Tavares, 2010,
p.26) .................................................................................................................................. 44
Figura 6 - Objectivos da supervisão pedagógica (Fonte: elaborado pela investigadora) . 49
Figura 7 - Diversidade de Culturas Docentes (Meirinhos, 2006, p. 43) ........................... 56
Figura 8 - Relação entre trabalho colaborativo/articulação, desenvolvimento e
aprendizagem (adaptado de Alarcão & Tavares, 2010, p. 46) .......................................... 60
Figura 9 - Trabalho colaborativo com/entre os Coordenadores de Departamento
Curricular .......................................................................................................................... 62
Figura 10 - Trabalho colaborativo com/entre os departamentos, grupos disciplinares e a
liderança de topo ............................................................................................................... 63
Figura 11- Síntese etimológica da palavra organização (Fonte: Cardona, 2001, p. 5) ..... 65
Figura 12 - Tipologia de modelos organizacionais (adaptado de Ellstöm, 1984) ............ 69
Figura 13 - Tábua temporal do pensamento sobre as organizações .................................. 70
Figura 14- Áreas da Gestão Escolar (Fonte: autoria da investigadora) ............................ 85
Figura 15 - Conceito de Avaliação (Fonte: Alaíz, Góis e Gonçalves, 2003, p. 10)........ 106
Figura 16 - Modelo de avaliação externa (Fonte: IGE , 2006, p.2) ................................ 135
Figura 17 - Domínios da Avaliação Externa de Escolas (Fonte: IGE, 2006-2011, p. 9) 135
Figura 18 - Representação esquemática do Quadro de Quatro Casas (Fonte:Vergés, 2002,
s.p) ................................................................................................................................... 166
Figura 19 – Grupos disciplinares a que pertencem os participantes no estudo empírico por
questionário. (Fonte: autoria da investigadora) .............................................................. 174
Figura 20 - Frequências das classificações no fator de Acompanhamento da Prática Letiva
......................................................................................................................................... 179
Figura 21 – Unidades de registo por categoria relativas ao fator Acompanhamento da
Prática Letiva no 1º ciclo avaliativo ............................................................................... 182
xv
Figura 22 - Unidades de registo por categoria relativas à análise de conteúdo dos
relatórios de AEE das três escolas que se destacaram no domínio da PSE, nos 1º e 2º
ciclos avaliativos.............................................................................................................. 184
Figura 23 - Histograma e Diagrama tipo caixa: I.3. Tempo de serviço na carreira docente
......................................................................................................................................... 188
Figura 24 - Histograma e Diagrama tipo caixa: Tempo de serviço (em anos) na escola
onde se encontra atualmente a leccionar ......................................................................... 189
Figura 25 – Frequência relativa dos cargos exercidos para além da docência ................ 190
Figura 26 – Frequência relativa dos níveis de ensino que leccionam ............................. 191
Figura 27 – Frequência relativa da experiência em Acompanhamento da Prática Letiva
(APL)/ Supervisão Pedagógica (SP)................................................................................ 192
Figura 28 – Número de registos dos termos do núcleo central ....................................... 195
Figura 29 – Número de registos dos termos da 1ª periferia............................................. 195
Figura 30 – Número de registos dos termos da 2ªperiferia.............................................. 196
Figura 31 – Frequência de respostas para as afirmações do inventário ........................... 198
Figura 32 – Relação (A) entre “Perceções dos professores sobre as práticas de supervisão
pedagógica nas escolas” e o “Exercício de cargos de gestão”......................................... 204
Figura 33 – Relação (B) entre “Perceções dos professores sobre as práticas de supervisão
pedagógica nas escolas” e o “Exercício de cargos de gestão”......................................... 204
Figura 34 – Frequência da opinião dos professores sobre o estatuto/perfil do supervisor
......................................................................................................................................... 206
Figura 35 – Relação entre “Opinião dos professores sobre o estatuto/perfil do supervisor”
e o “Desempenha algum cargo, para além da docência” ................................................. 207
Figura 36 – Frequência com que ocorrem as seguintes modalidades de colaboração entre
professores ....................................................................................................................... 211
Figura 37 - Grau de impacto das modalidades de colaboração entre professores no âmbito
da supervisão ................................................................................................................... 215
Figura 38 - Grau de impacto da AEE ……………………………………..…………....217
xvi
Índice de Quadros
xvii
Quadro 29 - Correlação entre o domínio Prestação de Serviço Educativo e o fator
Acompanhamento da Prática Letiva no 1º ciclo avaliativo da Avaliação Externa de
Escolas e entre estes e o domínio Resultados .................................................................. 180
Quadro 30 - Análise de conteúdo do Fator Acompanhamento da Prática Letiva no 1º ciclo
avaliativo da AEE ............................................................................................................ 181
Quadro 31 - Análise de conteúdo dos relatórios de AEE das três escolas que se
destacaram no domínio da PSE nos 1º e 2º ciclos avaliativos ......................................... 183
Quadro 32 - Resultados estatísticos: I.3. Tempo de serviço na carreira docente ............ 187
Quadro 33 - Resultados estatísticos: Tempo de serviço (em anos) na escola onde se
encontra atualmente a lecionar ........................................................................................ 188
Quadro 34 - Frequência e percentagem: I.7. Desempenha algum cargo, para além da
docência ........................................................................................................................... 189
Quadro 35 - Exercícios de cargos de gestão .................................................................... 190
Quadro 36 - Modalidade de profissionalização ............................................................... 191
Quadro 37 - Situação profissional atual .......................................................................... 192
Quadro 38 - Experiência em SP ...................................................................................... 193
Quadro 39 - Representações sociais de Supervisão Pedagógica ..................................... 194
Quadro 40 - Frequências e percentagens de respostas para cada uma das afirmações
incluídas no inventário..................................................................................................... 199
Quadro 41 - Distribuição de frequências e percentagens para todos os estilos (incluindo
relações entre estilos) de supervisão ................................................................................ 201
Quadro 42 - Perceções dos professores sobre as práticas de supervisão pedagógica nas
escolas .............................................................................................................................. 202
Quadro 43 - Relação entre “Opinião dos professores sobre o estatuto/ perfil do
supervisor” e o “Desempenha algum cargo, para além da docência” ............................. 207
Quadro 44 - Relação entre “Opinião dos professores sobre o estatuto/ perfil do
supervisor” e a “Situação profissional atual” .................................................................. 208
Quadro 45 - Relação entre “Opinião dos professores sobre o estatuto/ perfil do
supervisor” e o “Acompanhamento da Prática Letiva (APL)/ Supervisão Pedagógica
(SP)” ................................................................................................................................ 209
Quadro 46 - Grau de frequência com que ocorrem as modalidades de colaboração entre
professores ....................................................................................................................... 210
Quadro 47 - Estatística: Média e desvio padrão das modalidades de colaboração entre
professores ....................................................................................................................... 211
Quadro 48 – Frequência: Grau de impacto das modalidades de colaboração entre
professores identificadas .................................................................................................. 212
xviii
Quadro 49 - Estatística: Média e desvio padrão do Grau de impacto das modalidades de
colaboração entre professores identificadas na alínea anterior ....................................... 212
Quadro 50 - Relação entre “Perceção da frequência e impacto das diferentes modalidades
de trabalho colaborativo entre professores no âmbito da supervisão” e o “Exercício de
cargos de gestão” ............................................................................................................ 213
Quadro 51 - Relação entre “Perceção da frequência e impacto das diferentes modalidades
de trabalho colaborativo entre professores no âmbito da supervisão” e a “Experiência em
Supervisão Pedagógica (SP)” ......................................................................................... 214
Quadro 52 - Frequência do grau de impacto que se atribui ao processo de avaliação
externa da escola onde exerce funções atualmente (relativamente à última avaliação a que
a escola foi submetida).................................................................................................... 216
Quadro 53 - Grau de impacto que se atribui ao processo de avaliação externa da escola
onde exerce funções atualmente (relativamente à última avaliação a que a escola foi
submetida) ....................................................................................................................... 216
Quadro 54 - Conceções de supervisão ............................................................................ 219
Quadro 55 - Funções da supervisão pedagógica ............................................................. 224
Quadro 56 - Vantagens da supervisão pedagógica ......................................................... 227
Quadro 57 - Importância do trabalho colaborativo ......................................................... 228
Quadro 58 - Práticas de Supervisão Pedagógica (na minha escola) ............................... 231
Quadro 59 - Mudanças necessárias ................................................................................. 235
xix
Introdução
A Escola, com destaque para os últimos anos, tem sido confrontada com desafios
crescentes, resultantes, em parte, das transformações e mudanças ocorridas na sociedade
contemporânea, bem como das sucessivas reformas na educação, as quais, remetem para
soluções cada vez mais exigentes e diversificadas. Anseia-se por uma escola de
qualidade, uma “boa” escola (Lima, 2008), que dê respostas eficazes e com significado a
todos os que diariamente trabalham e vivem no seu interior, a sua comunidade educativa.
Na realidade, a análise da eficácia da Escola tem sido objeto de um crescente
escrutínio por parte do poder central, local e no interior das próprias organizações.
Constatamos que, na agenda política, essa eficácia é muitas vezes questionada, assim
como a qualidade do ensino e o papel/desempenho do professor, na Escola e no processo
de ensino e aprendizagem.
Assistir, no nosso dia-a-dia profissional, a crescente desvalorização do trabalho
docente, por parte da sociedade e dos media e, em simultâneo, a crescente exigência,
escrutínio e validação do sucesso e qualidade das aprendizagens dos alunos, levou-nos a
refletir e a indagar sobre a eficácia das escolas e a sua relação com os processos de
supervisão pedagógica e avaliação das mesmas. O facto de participarmos no processo de
avaliação interna de um Agrupamento de escolas, integrando a equipa de autoavaliação,
reforçou-nos a curiosidade e o desafio de irmos indagar e perceber as razões subjacentes
ao facto de constatarmos que umas escolas obtêm melhor classificação que outras à luz
da AEE.
Com efeito, a avaliação de escolas, na sequência do programa iniciado em
Portugal em 2006, proporcionou conhecer melhor o desempenho das escolas,
nomeadamente os resultados que obtêm e os processos relacionados com a prestação do
serviço educativo e com a liderança e gestão que para eles concorrem. Nesse sentido,
considerámos de interesse perceber à luz desta avaliação, o que se passa nas escolas em
matéria de supervisão pedagógica ou acompanhamento da prática letiva.
Nesta linha de pensamento e após investigação bibliográfica, encetámos o estudo
documental (análise dos relatórios da AEE), e com o objetivo de aprofundar a
investigação, e responder a todas as nossas inquietudes, fomos recolher a opinião dos
atores educativos, aplicando um inquérito por questionário, a um universo de 140
professores, das escolas tomadas para estudo, com a finalidade de recolhermos as suas
representações, conceções e percepções sobre supervisão pedagógica. Também
Figura 1 - Supervisão pedagógica: as ideias que defendemos (Fonte: Vieira et al, 2010,
p.10)
Os modelos criam também janelas múltiplas pelas quais podemos ver o mundo
da prática (…). Além disso, se me deslocar para outra janela, estruturada por uma
base conceptual diferente, vejo um cenário diferente. Se andar para trás e para a
frente entre essas janelas, começo a ser capaz de notar as características distintas
de cada uma e reconhecer a paisagem em que cada uma está pintada (p. 27).
Modelo behaviorista
Este modelo de supervisão assenta numa estrutura baseada na observação (com
recurso a gravações de vídeo) de professores a executarem pequenas tarefas com
pequenos grupos de alunos. Desta forma é atribuída extrema importância à imitação do
modelo observado e do modo particular como o professor leciona, descontextualizando
estas observações da realidade, afastando o aprendiz de uma relação de partilha com o
professor, falhando igualmente no enquadramento teórico. De acordo com este modelo,
eram treinados, separadamente, comportamentos distintos com o objetivo de obter a
simplificação da complexidade do ato de ensinar (Alarcão & Tavares, 2010). Assim, a
prática de formação passa pelo treino de comportamentos observáveis, o que permite a
aquisição de capacidades específicas em situação de futuro desempenho profissional.
Alarcão e Tavares (2010) alertam para o facto de, com este cenário, se atribuir maior
importância à forma como se ensina e não ao conteúdo que é transmitido ao ensinar.
Assentando em objetivos operacionais, este cenário atribui ao professor o papel de
“técnico de ensino, um executivo” (Alarcão & Tavares, 2010, p. 24), deixando de lado
toda a sua faceta criativa, crítica e emotiva-humanista.
Modelo psicopedagógico
Segundo Stones (citado por Alarcão e Tavares, 2010), o objetivo principal da
supervisão deve ser ensinar os professores a ensinar, apoiando o seu modelo de
supervisão nos seus conhecimentos de psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem.
Neste sentido, defende uma supervisão baseada na aquisição de conceitos, capacidades e
na resolução ativa das dificuldades. Para tal, propõe um conjunto de princípios
psicopedagógicos que apoiam o aluno estagiário na sua tarefa de lecionar e de se tornar
um modelo positivo e significativo para os seus alunos, ajudando-os, assim, a construir o
conhecimento e a desenvolver capacidades para a sua vida futura. Neste modelo de
supervisão, encontramos um ciclo de três etapas:
1- preparação da aula com o aluno estagiário, subdividindo-se em planificação e
interação;
Modelo reflexivo
Este cenário pressupõe um processo formativo que “combina acção,
experimentação e reflexão sobre a acção, ou seja, reflexão dialogante sobre o observado e
o vivido segundo uma metodologia do aprender a fazer fazendo e pensando (…)”,
(Alarcão & Tavares, 2010, p.35). Desta forma, vai-se construindo progressivamente, um
conhecimento prático e assisado.
Baseadas na postura reflexiva, implícita ao modelo, surgem como estratégias de
supervisão, apontadas por Shön (citado por Alarcão & Tavares, 2010):
- a experimentação em conjunto,
- a demonstração acompanhada de reflexão e
- a experiência multifacetada.
O supervisor tem a função de encorajar quem supervisiona, a explorar as suas
capacidades, a sua capacidade de interagir e aprender em ação.
Este modelo de supervisão procura que o supervisionado além de adquirir
conhecimentos, seja capaz de os transformar em ação e reflita nessa mesma ação.
Modelo ecológico
Urie Bronfenbrenner, em 1979, desenvolveu uma teoria que permitiu a
compreensão do desenvolvimento humano, tendo como foco principal os processos de
interação entre a pessoa em crescimento e os contextos que a envolvem, em que assenta a
perspetiva ecológica de supervisão. De acordo com Bronfenbrenner (1979), citado em
Oliveira-Formosinho (2002), o ser humano desenvolve-se psicológica e intelectualmente
através de uma dialética interacionista entre a pessoa e os múltiplos contextos em que
está inserida, sendo este o enfoque do modelo ecológico de desenvolvimento humano.
Nesta perspetiva, o ambiente ecológico que influencia o crescimento do indivíduo não se
restringe ao meio circundante, mas é sim constituído por uma série de sistemas
funcionais, que se elencam a seguir:
- O Microssistema: compreende os locais, bem como as interações neles
existentes, onde o indivíduo estabelece relações diretas, ou seja, os contextos
No âmbito da formação inicial este modelo permite uma ampla aplicação com
uma enorme riqueza conceptual. Contudo,
Quadro 1
Significados de supervisão pedagógica
“Velhos” significados “Novos “ significados
Inspetiva Colaborativa
Controladora Reflexiva/crítica
Avaliativa Democrática
Reguladora Transformadora/Emancipatória
Ciclo da Supervisão
Para que esta fase decorra sem constrangimentos, torna-se necessária a existência
de um bom ambiente relacional entre supervisor e professor (Alarcão & Tavares, 2010).
Para que a sua concretização seja eficaz, Alarcão e Tavares (2010, p. 83) sugerem que
seja adotado pelo supervisor o estilo de colaboração, uma vez que “ajuda a criar uma
relação que se aproxime tanto quanto possível da relação que se estabelece entre colegas
e a criar o tal espírito de comprometimento, de contrato, de experimentação conjunta”.
Para a segunda fase, a da observação, Alarcão e Tavares (2010, p. 86) referem que
esta deve ser entendida como o “conjunto de actividades destinadas a obter dados e
informações sobre o que se passa no processo de ensino/aprendizagem com a finalidade
de, mais trde, proceder a uma análise do processo numa ou noutra das variáveis em foco”,
ou seja, este procedimento visa não só o professor como também a reação do aluno, a
relação estabelecida entre os dois e entre outros elementos inerentes à prática letiva.
O processo de observação pode dividir-se em dois tipos:
• A observação quantitativa - Quando o supervisor tem o objetivo de observar e
quantificar os comportamentos, pelo que implica uma abordagem mais objetiva;
• A observação qualitativa - Quando o supervisor apenas faz o registo dos
“acontecimentos tal qual acontecem sem qualquer preocupação de, naquele
momento, os categorizar e muito menos medir” (Alarcão & Tavares, 2010, p. 90).
Para os dois autores citados o ideal seria alternar de forma cuidada e equilibrada
os dois tipos de observação.
A SP tem como missão específica, não controlar ou direcionar, mas sim estimular
o desenvolvimento de capacidades e competências dos supervisionados e explorar os
conhecimentos de que dispõem ou devem dispor para um desempenho mais completo da
sua atividade docente. Um ciclo de supervisão, que proporciona o desenvolvimento de
capacidades e competências referidas, compreende três etapas: preparação, discussão e
Escola
Para Helen Stewart (1997), a colaboração consiste numa relação em que pessoas
se envolvem num trabalho conjunto, “como pares e não numa relação hierárquica, e em
que uma das partes pode utilizar a outra, ou pelo menos o contexto da outra, para um
estudo” (p. 31). A autora propõe uma nova visão de colaboração, como o esforço
concertado de um conjunto de membros de escolas para desenhar e criar oportunidades,
visando a melhoria do ensino e da ação dos profissionais de ensino.
Nóvoa (1998) refere que a inovação é um processo nunca acabado, sendo o mais
importante uma permanente disposição para inovar, para mudar. Apesar da colaboração e
da colegialidade artificial serem considerados aspetos de mudança no desenvolvimento
das escolas não são de fácil implementação, particularmente no que diz respeito ao tempo
que os professores têm para trabalhar em conjunto.
Segundo Hargreaves (1998), as relações de colaboração são:
- espontâneas, porque partem principalmente dos professores, embora possam ser
facilitadas institucionalmente por outros agentes educativos;
- voluntárias, porque nascem da livre vontade dos professores em trabalharem em
torno de um tema e, normalmente, são orientadas para o desenvolvimento de
objetivos partilhados.
Para este autor, as culturas de colaboração são difundidas no tempo e no espaço, não
sendo reguladas de forma rígida pelas questões do tempo que obriguem, por exemplo, a
reuniões com uma regularidade bem determinada, nem do espaço, pelo contrário,
pautam-se por um elevado grau de informalidade em relação a estes dois aspetos. Para
além do referido, a colaboração tem um certo carácter de imprevisibilidade, por constituir
um processo aberto, adaptativo e não controlado externamente através da fixação de
metas, sendo, pois, permeável ao desenrolar dos acontecimentos e à determinação dos
participantes. Todas estas considerações contrariam o que foi referido relativamente à
colegialidade artificial que acaba por ser imposta administrativamente, de carater
obrigatório, orientada para a implementação, fixa no tempo e no espaço e previsível.
Hargreaves (1998) refere-se às potencialidades das relações colaborativas e
colegiais como estratégia de desenvolvimento dos professores. O autor assinala que
Na opinião de Correia (2007), “A colegialidade artificial pode ser vista como uma
fase de transição entre a cultura do individualismo e a cultura de colaboração, na qual as
lideranças assumem um papel fundamental” (p. 15).
As culturas de colaboração estão frequentemente sustentadas na qualidade das
relações interpessoais que Day (2001, citado por Meirinhos, 2006), denomina como
“colaboração confortável”. Esta forma de colaboração mais restrita pode decorrer
estrategicamente da necessidade de criar entre os docentes, por parte dos órgãos de
gestão, um bom clima relacional que possa, numa fase seguinte ser propiciador de uma
evolução no sentido das funções pedagógicas dos professores: No entanto, segundo Day,
citado por Meirinhos, “estas culturas intermédias (culturas de conexão) situam-se a meio
termo entre culturas baseadas no individualismo, centralizadas e burocráticas, a caminho
de culturas descentralizadas e de plena colaboração” (2006, p. 44).
Há os que trabalham, não isolados, nem com a maior parte dos colegas, mas sim
em pequenos grupos isolados, no seio da comunidade escolar, nos departamentos
escolares, nas unidades de ensino especial, entre outras. Outros mantêm fronteiras
entre os grupos, ou movem-se pouco dentro do grupo (p. 240).
Dirigir uma escola, assim como orientar uma sala de aula, requer líderes
preponderantes que possuam conhecimento alargado sobre si próprios, sobre os
intervenientes da organização e, acima de tudo, que sejam reconhecidos por toda a
comunidade educativa. Tendo como foco uma aprendizagem organizacional, o líder
tencionará exercer uma liderança colegial, partilhada, democrática e possuir uma visão
estratégica, por forma a influir para esse foco. Neste sentido, Alarcão e Tavares (2010)
afirmam que no desenvolvimento de culturas colaborativas, a visão e a missão da escola
devem ser partilhadas, pois quando a visão da escola se baseia apenas na visão do líder,
os professores trocam a colaboração pela cooptação, reduzindo as suas possibilidades de
aprendizagem e desenvolvimento profissional.
A escola como organização reflexiva, aprendente e qualificante, em
desenvolvimento e aprendizagem precisa de ter uma visão partilhada no que diz respeito
à sua missão e ao caminho que pretende percorrer. Deve proceder a uma reflexão
sistemática e colaborativa sobre as implicações e as consequências da concretização dessa
visão. Neste sentido, a liderança terá de apelar quer à participação, quer à colaboração, de
forma crítica, de todos os intervenientes no processo educativo (Alarcão &Tavares,
2010). Neste contexto, parece-nos importante conhecer a perceção das lideranças
intermédias e dos professores sobre as práticas de supervisão e colaboração
desenvolvidas e, para isso, perceber como trabalham essas estruturas.
As estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica (os
coordenadores de departamento curriculares e os coordenadores dos diretores de turma ou
Grupos
Disciplinares
Perspetivas organizacionais
De acordo com Daft, as organizações “são unidades sociais que são dirigidas por
metas, são desenhadas como sistemas de atividade deliberadamente estruturados e
coordenados e são ligadas ao ambiente externo” (2003, p. 11).
A escola enquanto organização é, segundo Lorenzo Delgado, (citado por Batanaz
Palomares, 2003, p. 110), o resultado de um vasto e complexo conjunto de processos
históricos cuja finalidade assenta na construção social, contribuindo desta forma para a
consolidação da sociedade tal como cada grupo social a concebe em cada momento da
sua história. De acordo com esta perspetiva, a escola é entendida como um “constructo
social” que, por um lado partilha características comuns a outras organizações, por outro
possui elementos próprios que lhe asseguram uma identidade própria.
Segundo Barroso, “a escola enquanto organização tornou-se um objeto de estudo
específico e é encarada cada vez mais como ponto central da gestão do sistema” (1991, p.
55).
Considerando a organização escolar como uma construção social e política, há
que ter em conta as questões de regulação no espaço organizacional, nomeadamente, do
controlo, da democracia e da participação, da pluralidade de racionalidades e estratégias,
dos conflitos, poderes e autoridade, da liderança e mudanças.
(…) não é possível continuar a pensar no acto educativo num vaivém entre a
dimensão «macro» do sistema educativo e a dimensão “micro” da sala de aula,
ignorando a “escola como organização”. Ora, é por este nível de análise e de
intervenção que passa a resolução de grande parte dos problemas com que se
debate a educação neste início dos anos 90 (p. 84).
Quadro 4
Modelos de eficácia organizacional
Escalão que coloca a Principais domínios de
Fundamento teórico Critério de eficácia
questão da eficácia estudo
Racionalidade Output e seus
Produtividade A organização
Económica determinantes
Aquisição de input
Sistema Orgãnico Adaptabilidade A organização
essencial
Abordagem relacionada
Membros da
para as relações Participação Motivação
organização
humanas
Organização
Teoria Burocrática Continuidade + Estrutura formal
Indivíduo
Capacidade de resposta
Teoria política Subgrupos e indivíduos Independência, poder
para parceiros exteriores
(Adaptado de Scheerens, 2004, pp 22-23)
José Vieira (2013, p. 16) considera que “as organizações são organismos
biológicos em adaptação no meio envolvente”. Assim, segundo esta perspetiva, no
interior de cada organização terá que existir uma ação concertada entre todos os seus
agentes, a fim de gerir expetativas, definir prioridades e objetivos, bem como encontrar
soluções para os problemas que se vão diagnosticando.
Os estudos sobre a eficácia e qualidade educativa têm vindo a procurar combinar
duas vias de investigação que permaneciam relativamente separadas - a eficácia e
qualidade da escola e a eficácia e qualidade do trabalho do professor. Embora com
objetivos e metodologias de investigação diferentes, estes dois tipos de investigação que
decorrem de campos científicos igualmente diferentes (Sociologia/Administração
Educacional e Psicologia Educacional) tendem a aproximar-se nos estudos mais recentes.
A Administração Educacional é uma área de estudo recente (Canavarro, 2000). O
desenvolvimento da investigação educacional teve um crescendo na década de 90,
Quadro 5
Modelos de análise da escola
MODELOS DE ANÁLISE DA ESCOLA
• Modelo Produtivista ✓ Escola como empresa
• Modelo Humanista ✓ Escola como comunidade educativa
• Modelo Burocrático e Estrutural ✓ Escola como burocracia
• Modelo Político ✓ Escola como arena política
Quadro 6
Condições de reforço da eficácia escolar, segundo cinco estudos de síntese
Sammons,
Purkey e
Levine e Lezotte, 1990 Scheerens, 1992 Cotton, 1995 Hillman e
Smith, 1983
Mortimore, 1995
Política CIima Sucesso Objetivos Visão
Cooperação Planificação Consenso Reforço
Objetivos Competências Aprendizagem Pedagogia
Avaliação
Avaliação Apoio Avaliação Escolar Acompanhamento
Escolar
Formação Aperfeiçoamento Colegial Organismo
Direção Direção/ Direção Direção Profissionalismo
Parentalidade Parentalidade Família -escola Família-escola
(Adaptado de Scheerens, 2004, pp.41-42)
A escola não existe sem uma ação de controlo da gestão escolar, o seu
desenvolvimento dependerá do que se faz no seu seio e dos seus projetos para o futuro.
Citando, Nóvoa (1992)
A escola eficaz tem uma visão sobre a sua função e o sentido de missão, ambas
assentes em valores, quanto à aprendizagem que pretende promover nos seus alunos.
Assim, estrutura-se numa vivência interativa, uma parceria com o meio envolvente
(sociedade/sistema e família). Incentivar todos os envolvidos na educação dos jovens
para que participem de forma ativa, colaborativa, como iguais e como parceiros cria uma
interseção de áreas de gestão, cada uma com a sua função, mas com o mesmo objetivo e
que caraterizam as escolas eficazes (Fig. 14).
Organização
da Contextualização
aprendizagem da
aprendizagem
(…) é reconhecido que escolas competentes são aquelas cuja comunidade interna
e externa assumem responsabilidade pelo seu destino e suas ações. Portanto, a
devolução da autoridade na tomada de decisão, para os participantes locais, é
considerada como base para o seu envolvimento na efetivação das decisões
transformadoras das práticas escolares. Esta autonomia é, no entanto, conquistada
pela competência dos participantes da escola em assumir tais responsabilidades
(Luck, sd, p. 2).
Toda a investigação sobre a eficácia das escolas, atende a que “a escola é a ação e
a finalidade de desenvolvimento para a legitimação de um produto” (Vieira, 2013, p. 19)
e:
Quadro 8
Características distintivas das escolas eficazes
Características das escolas eficazes
Liderança profissional Firmeza e determinação
Abordagem e participação
Exercício da autoridade profissional no âmbito
do ensino-aprendizagem
Visão e finalidades partilhadas Utilidade de propósitos
Consistência das práticas
Colegialidade e colaboração
Ambiente de aprendizagem Ambiente ordeiro
Ambiente de trabalho atrativo
Concentração no ensino e na Maximização do tempo de aprendizagem
aprendizagem Ênfase académico
Focalização no sucesso
Ensino resoluto Organização eficiente
Propósitos claros
Aulas estruturadas
Práticas adaptativas
Expetativas elevadas Expetativas elevadas em relação a todos os
atores
Comunicação das expetativas
Oferta de desafios intelectuais
Reforços positivos Disciplina clara e justa
Feedback
Monitorização do progresso Monitorização do desempenho dos alunos
Avaliação do desempenho da escola
Direitos e responsabilidades dos alunos Aumento da auto-estima dos alunos
Atribuição de posições de responsabilidade aos
alunos
Controlo do trabalho dos estudantes
Parceria Escola-família Envolvimento parental na aprendizagem dos
filhos
Uma organização aprendente Formação de professores baseada na escola
(Adaptado de: Sammons, Hillman e Mortimore (1995) citados por Lima e Fialho, 2015, p. 36)
Quadro 9
Características dos movimentos School Effectivness e School Improvement
School effectivness School improvement
O objectivo é mudar a escola. O objectivo é mudar o professor ou grupos de professores.
Centra-se na organização escolar. Centra-se nos processos da escola
Pesquisa dados para delimitar resultados. Pouca avaliação empírica dos efeitos da mudança.
Orientação quantitativa. Orientação qualitativa.
Não proporciona estratégias para executar a mudança. Preocupa-se exclusivamente com as mudanças na escola.
Preocupação com os resultados finais dos alunos. Mais preocupação com o di-a-dia da escola do que com os
resultados finais.
Mais centrada na observação da escola num período Maior preocupação com o processo de mudança no interior
específico de tempo. das escolas.
Baseada nos conhecimentos adquiridos. Baseada nos conhecimentos práticos.
Preocupação com um leque limitado de resultados. Preocupação com múltiplos resultados.
Preocupação com as escolas que são eficazes. Preocupação com o modo como as escolas se tornam
eficazes.
Orientação estática: “a escola tal como ela é” Orientação dinâmica: “a escola tal como foi ou deve ser”.
(Retirado de: Mourão, 2009, p. 83)
O conceito de avaliação não tem sido consensual ao longo dos tempos sendo-lhe
atribuída uma panóplia de intenções (medir, regular, monitorizar, julgar, inspecionar,
classificar, medir, responsabilizar, selecionar, exigir…) nem sempre consonante com o(s)
seu(s) objetivo(s).
Clímaco (IGE, 1997) refere que a “avaliação é uma forma de intervenção
estratégica enquanto modalidade de apoio à decisão e abrange dimensões descritivas,
valorativas ou de julgamento da adequabilidade ou de correcção de procedimentos, bem
como explicativas das situações complexas, como aquelas que caracterizam as
actividades educacionais” (p. 12).
Guerra (2003), procurando clarificar o conceito de avaliação, distingue entre a
avaliação como medida, a que chama “classificação” e a avaliação como processo,
afirmando: “Uma coisa é a avaliação e outra coisa muito diferente é a classificação. Uma
coisa é a medição e outra é a avaliação. Os ingleses utilizam diversos termos para
fenómenos distintos que aqui incluímos na palavra “avaliação”. Ao utilizar uma só
palavra, nela incluímos processos de assessment, de accountability (…)”.
O termo “accountability” é polissémico, pois pode ser entendido de diversas
formas. Normalmente é utilizado como sinónimo de prestação de contas, mas também
Quadro 11
Dimensões de um modelo de accountability
Avaliação ex‑ante
∙ Fornecer informações
Prestação de contas ∙ Dar justificações
(answerability) ∙Elaborar e publicitar
relatórios de avaliação
Accountability Avaliação ex‑post
∙Imputação de responsabilidades e/ou imposição de
sanções negativas (enforcement)
∙Assunção autónoma de responsabilidades
∙Persuasão
∙Atribuição de recompensas materiais ou simbólicas
Responsabilização ∙Avocação de normas de códigos deontológicos
(responsabilization) ∙Outras formas legitimas de responsabilização
(Adaptado de Afonso,2009a, p. 60)
(…) as escolas são vistas como sistemas sociais, sendo a sua eficácia dependente
da participação dos actores, das suas percepções e do significado que atribuem à
acção humana, tal como depende do modo como as escolas se estruturam, da
(…) Isto pressupõe uma atitude interrogativa que questiona a prática e uma
atitude dialogante que dá lugar ao debate sobre o sentido das práticas e sua
melhoria. Questionar a prática, reflectir sobre ela, e chegar a compreendê-la é o
caminho mais seguro para a sua melhoria (…) Consequentemente, a avaliação é
uma questão de todos e para todos. Não deve ser uma prática que leve ao
individualismo e à competitividade” (p. 20).
(…) Os professores sentem medo, porque não sabem o que é que se espera deles
nem qual a utilização dos dados recolhidos; os professores temem pela sua
imagem, uma vez que a avaliação é realizada por agentes externos dotados de
força hierárquica; os professores não colaboram de forma espontânea e decidida,
uma vez que pensam que o interesse da avaliação é de quem a exige, etc.
Quadro 12
Modelos de Gestão praticados nas escolas em Portugal
Período Órgão de Direção Órgão de Gestão
Anterior a 1974 Ministério da Educação Reitor ou Diretor
Período Revolucionário
Assembleia
(1974 - 1976) Comissão de gestão
(democracia direta nas escolas)
Autogestão
1976 - 1991
Ministério da Educação Conselho diretivo
Gestão Democrática
1991 – 1998 Ministério da Educação e
Conselho executivo
Modelo experimental Conselho de Escola
1998 - 2008 Ministério da Educação e
Conselho executivo ou diretor
Contratos de autonomia Assembleia de Escola
Ministério da Educação e
2008 – 2016 Diretor
Conselho Geral
(Adaptado de: Afonso, 2010, p. 15)
A avaliação deve tornar-se uma prática regular tendo como fim a inovação das
práticas e o progresso nos resultados atingidos, exigindo por isso que os objetivos
Quadro 13
Perspetivas de posicionamento da autoavaliação
Perspetiva da Perspetiva da produção Perspetiva de
prestação de contas de conhecimento desenvolvimento
Finalidade Fornecer dados sobre o Gerar novos insights sobre Reforçar a capacidade
desempenho, a eficácia a qualidade/ estado de da escola para planear
e a rentabilização do diferentes dimensões da e implementar o seu
investimento escola (liderança, ethos, plano de melhoria
aprendizagem e ensino)
Audiências Público em geral, os Gestão da escola e Professores, alunos,
pais e o poder cultural professores pais e líderes
e local
Utilizadores Gestão da escola Professores, alunos e Professores, alunos,
gestão da escola pais, pessoal e apoio e
gestão da escola
Relações entre Avaliação sumativa Avaliação diagnóstico a Autoavaliação com
avaliação interna externa suportada pelos partir da autoavaliação apoio de um agente
e avaliação dados da auto- externo
externa avaliação
De acordo com a CNE (2005, pp. 55-56), citando Scheerens (2004) e Thurler
(2002), há múltiplas modalidades de autoavaliação, que podem ser organizadas de acordo
com diversas categorias, das quais apresentamos três:
• em função da orientação externa ou interna, a autoavaliação pode:
• decorrer da avaliação externa da escola,
• ter fins internos e externos, monitorizada pelo nível central (por exemplo, pela
Inspeção),
• ter fins internos ou externos,
• estar integrada na avaliação de programas de melhoria da escola incidindo sobre
várias escolas,
Para que a avaliação não seja encarada como uma imposição da tutela, é
necessário envolver neste processo todos os atores educativos, ou seja, professores,
alunos, pais/encarregados de educação, pessoal não docente e restante comunidade
envolvente.
Assim, a avaliação deve ser um processo sistemático, permanente que se estrutura
com base na autoavaliação, de carácter obrigatório, a realizar em cada escola ou
Quadro 18
Quadro de Referência do 1º ciclo da Avaliação Externa de Escolas
DOMÍNIOS FATORES
1.1 –Sucesso académico
1.2 Participação e desenvolvimento cívico
1- Resultados 1.3 Comportamento e disciplina
1.4 Valorização e impacto das aprendizagens
2.1 Articulação e sequencialidade
2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de
aula
2 – Prestação do serviço educativo 2.3 Diferenciação e apoios
2.4 Abrangência do currículo e valorização dos
saberes e da aprendizagem
3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da
actividade
3.2 Gestão dos recursos humanos
3 – Organização e gestão escolar 3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros
3.4 Participação dos pais e outros elementos da
comunidade educativa
3.5 Equidade e justiça
4.1 Visão e estratégia
4 – Liderança 4.2 Motivação e empenho
4.3 Abertura à inovação
4.4 Parcerias, protocolos e projectos
5 - Capacidade de auto-regulação e melhoria da 5.1 Auto-avaliação
Escola/Agrupamento 5.2 Sustentabilidade do progresso
Fonte: Folheto Informativo da IGE, sobre a Avaliação Externa das Escolas (2010-2011)
O CNE entende que pode e deve ser mantida na AEE a conciliação de finalidades
associadas à melhoria e à prestação de contas. Ainda que a AEE também deva
servir para garantir que não há escolas de má qualidade, o seu intuito não deve ser
punitivo. Reconhecendo que deve caber a outras instâncias e mecanismos a
promoção da auto‐avaliação e o apoio directo às escolas, no actual contexto, não
pode descurar‐se o papel da AEE, ainda que indirecto, de apoio à capacitação das
escolas e à avaliação interna. (IGE, 2011, p. 41)
Nos últimos vinte anos, a avaliação externa das escolas constituiu um campo de
múltiplas iniciativas de instituições públicas e privadas, por vezes com inserção
em organizações e projetos de nível europeu. Sendo um tempo de iniciativa, de
realização e de acumulação de experiência e conhecimento, é também um tempo
marcado pela descontinuidade das políticas públicas e pela falta de consolidação
dos programas e de estabilidade das responsabilidades institucionais (IGE, 2011,
p. 15).
alunos
•Adequação dos apoios aos alunos com necessidades educativas especiai
s
•Exigência e incentivo à melhoria de desempenhos
Monitorização e avaliação das apren •Metodologias ativas e experimentais nas aprendizagens
dizagens •Valorização da dimensão artística
•Rendibilização dos recursos educativos e do tempo dedicado às aprendi
zagens.
•Acompanhamento e supervisão da prática letiva.
Cada uma das avaliações (interna e externa) tem as suas virtudes e os seus
limites, pelo que não há razão para escolhas exclusivas. A avaliação da escola é
um elemento fundamental e básico dos sistemas educativos e reporta-nos para a
complexidade e as suas divergências existentes no campo da avaliação, mas
também, a existência de procedimentos capazes de melhorar a ação, de permitir
aos diferentes atores e à organização escolar uma possibilidade de olharem para si
própria através da sua autoavaliação e de aproveitar e rentabilizar o olhar externo,
caso assim o entendam, como desencadeador de (re)construção ou
(des)construção de práticas, e de certo modo, assegurar uma prática reflexiva na
comunidade capaz de, no limite, possibilitar uma nova autonomia da escola (p.
5).
Contextualização e objetivos
Natureza da investigação
Bases documentais
Quadro 20
Categorias, subcategorias e indicadores para a análise de conteúdo dos relatórios de AEE
Categorias Subcategorias Indicadores
Relação entre Grau de Coerência do - Coerência do planeamento da atividade letiva
planeamento da atividade letiva com com as orientações do Projeto Educativo.
orientações dos documentos gerais - Coerência do planeamento da atividade letiva
com as orientações do Projeto Curricular
Planeamento
Quadro 21
Dimensões do Questionário
Item inicial – “Indique, por favor, três termos/palavras que associa a supervisão pedagógica, que lhe vêm imediatamente à mente,
respeitando a ordem com que estes lhe surgem. Em seguida, assinale com um X se considera que se trata de algo positivo, negativo
ou neutro”
Dimensões
Representações sociais de supervisão pedagógica
I Parte - Dados sociodemográficos e profissionais
Dimensões Enfoque
Pessoal Sexo
Idade
Profissional Tempo de serviço
Habilitação Académica
Departamento Curricular Caracterização dos professores nas dimensões
Grupo disciplinar consideradas
Cargos
Modalidade de profissionalização
Nível de ensino que lecciona
Situação profissional
Experiência em observação de
aulas/supervisão pedagógica
II Parte - Conceções sobre supervisão pedagógica
Dimensões Enfoque
Opiniões face à supervisão pedagógica Dimensões gerais da supervisão pedagógica
Estilo diretivo
Conceções sobre a SP: Estilo não diretivo Estilos de supervisão
Estilo colaborativo
III Parte - Perceções dos professores sobre as práticas de supervisão pedagógica nas escolas
Dimensões Enfoque
Incidência das práticas
Modalidades das práticas
Perceções sobre as práticas supervisivas nas escolas Práticas de observação no âmbito da supervisão
pedagógica
Associação a lógicas de colaboração
Relação com as lideranças
IV Parte - O estatuto/perfil do supervisor
Dimensões Enfoque
Opinião dos professores sobre o estatuto/perfil do supervisor Formação especializada
Lideranças intermédias
Lideranças de topo
Características pessoais do supervisor
V Parte - Impacto das modalidades de trabalho colaborativo entre professores no âmbito da supervisão
Dimensões Enfoque
Perceção do impacto das diferentes modalidades de trabalho Grau de frequência
colaborativo entre professores no âmbito da supervisão Grau de impacto
Item final - “ Por último, assinale, por favor, o grau de impacto que atribui ao processo de avaliação externa da escola em que
exerce atualmente (reporte-se à última avaliação a que a escola foi submetida):nas práticas de colaboração e nas práticas de
supervisão pedagógica/acompanhamento da prática lectiva.”
Dimensões Enfoque
Grau de impacto nas práticas de colaboração
Perceção do impacto do processo de avaliação externa da escola em Grau de impacto nas práticas de supervisão
que exerce actualmente funções, nas práticas de colaboração e pedagógica/acompanhamento da prática lectiva.
supervisão
Quadro 22
Dimensões das conceções de supervisão pedagógica
DIMENSÕES DESCRIÇÃO
1.B - É importante para os supervisores ajudar os professores a conciliar as suas personalidades e estilos de
ensino com a filosofia e a direção da escola.
3.A - Uma forma eficaz de melhorar o desempenho do professor é formular objetivos individuais claros e criar
incentivos significativos para alcançá-los.
4.A - Se os professores forem deixados sozinhos, as melhorias ocorrem muito devagar, mas quando trabalham
em conjunto num problema específico, a aprendizagem é rápida e a motivação mantém-se elevada
6.A - O papel do supervisor durante as sessões de supervisão é tornar a interação positiva, para compartilhar
informações realistas e para ajudar os professores a planear as suas próprias soluções para os problemas.
Diretiva 8.A - Os professores podem sentir-se desconfortáveis e ansiosos se os objetivos em que serão avaliados não
estão claramente definidos pelo supervisor.
9.A - Todos os professores que participaram da decisão de realizar a ação deveriam comparecer na mesma.
10.B - Vários professores percebem a necessidade de reforçar as suas capacidades na área do ensino.
11.A - A equipa de supervisão deve definir os objetivos de uma oficina de formação uma vez que tem uma
perspetiva ampla sobre as competências dos professores e as necessidades da escola.
12.A - Definir objetivos com cada um em consonância com os objetivos da escola.
14.B - Ajudar os professores a título individual a encontrarem os seus pontos fortes, competências e recursos
para que cada um encontre a sua própria solução para o problema.
1.A - É importante para os professores definir as suas próprias metas e objetivos de desenvolvimento
profissional.
2.B - Para serem eficazes nas suas salas de aula, os professores devem adquirir, na formação, conhecimentos e
competências de utilização de estratégias e métodos de ensino com provas dadas ao longo dos anos.
3.B - Os objetivos grupais/definidos de forma muito específica são gratificantes e úteis para alguns professores,
mas são sufocantes para outros - alguns professores beneficiam com os objetivos em algumas situações, mas não
em outras.
5.B - Um supervisor, que é muito íntimo com os professores (seus pares), corre o risco de ser menos eficaz e
Colaborativa
menos respeitado do que um supervisor que mantém um certo grau de distância profissional com os
supervisionados.
7.A - Os supervisores devem permitir aos professores um elevado grau de autonomia e iniciativa dentro de
limites definidos pela tutela.
9.B - Os professores, independentemente do seu papel na realização da ação, devem ser capazes de decidir se
esta é relevante para seu crescimento pessoal ou profissional e, caso contrário, não devem ser obrigados a
participar.
12.B - Tentar identificar os objetivos individuais dos professores, promovendo a sua própria melhoria.
Quadro 23
Distribuição dos estilos de supervisão
1. Não diretivo 8 pontos ou superior
2. Colaborativo 8 pontos ou superior
3. Diretivo 8 pontos ou superior
7 pontos no estilo colaborativo, 4 e 4 pontos nos estilos diretivo e não
directivo (7,4,4)
4. Predominantemente colaborativo
7 pontos no estilo colaborativo, 5 e 3 pontos diretivo ou não directivo
(7,5,3)
7 pontos não diretivo, 4 e 4 pontos diretivo ou colaborativo (7,4,4)
5. Predominantemente não directivo
7 pontos não diretivo 5 e 3 pontos diretivo ou colaborativo (7,5,3)
7 pontos diretivo, 4 e 4 pontos não diretivo ou colaborativo (7,4,4)
6. Predominantemente diretivo
7 pontos diretivo 5 e 3 pontos não diretivo ou colaborativo (7,5,3)
7, 6, 2
7. Colaborativo-não diretivo 6, 6, 3
6, 7, 2
7, 6, 2
8. Colaborativo - diretivo 6, 6, 3
6, 7, 2
9. Não – diretivo 7. 7. 1
10. Ecléticos não há predominância
Para proceder à análise dos dados dos outros itens do questionário, estes foram
introduzidos no programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciencies, versão
Statistics 22). Após a fase de introdução de dados, realizou-se uma primeira verificação
com o intuito de confirmar a ausência de erros neste processo.
No sentido de obter resposta para os objectivos estabelecidos foram realizados
dois tipos de análise estatística – descritiva e inferencial – utilizadas no tratamento dos
Quadro 24
Blocos temáticos e questões colocadas na entrevista semiestruturada aos
coordenadores de departamento
1. Formação académica de base
Caraterização 2. Formação pós-graduada
profissional dos 3. Grupo de recrutamento e departamento curricular
entrevistados 4. Tempo de serviço
5. Experiência em supervisão
1. O que entende por supervisão pedagógica?O que é para si supervisão pedagógica?
Em que é que consiste exatamente este processo?
Conceções de supervisão
2.Tendo em conta as fases do processo de ensino-aprendizagem: planificação, ação e
pedagógica
avaliação, em qual ou quais considera que deve ocorrer a supervisão pedagógica?
Porquê?
3. Na sua opinião qual a utilidade da supervisão pedagógica?
1.Como se processa a supervisão pedagógica no contexto da sua Escola/Agrupamento
(no seu Departamento)?
2. Promovem-se práticas supervisivas no seu Departamento? De que forma?
Identificação de práticas Que práticas supervisivas estão implementadas no seu Departamento?
de supervisão 3. Como carateriza o acompanhamento da prática letiva na sua Escola /Agrupamento?
Desenvolvem observações de aulas?
O que é que considere que distingue a supervisão pedagógica da ADD?
4. Em que medida a colaboração entre pares está associada a este processo?
1. Na sua opinião, quais as funções da supervisão pedagógica? Qual a sua finalidade?
2. Na sua opinião, que aspetos são essenciais na implementação de um processo de
supervisão pedagógica? (relativamente ao supervisor e ao supervisionado)
3. Em que medida contribuem as práticas supervisivas para a melhoria das práticas
docentes?
Funções da Supervisão 4. Considera que o trabalho colaborativo entre os docentes tem influência no ensino –
Pedagógica aprendizagem dos alunos?
5. Para que exista colaboração entre os professores o que é necessário?
6. Que vantagens traz a colaboração?
7. Na sua opinião quais são os constrangimentos à implementação de uma prática de
supervisão pedagógica (mesmo numa ótica colaborativa)? (Porquê?)
8. Existe disponibilidade horária para o trabalho em equipa?
1. Na sua opinião, em que medida as práticas supervisivas conduzem à eficácia do
Impacto/finalidade da ensino e da escola?
Supervisão Pedagógica 2. Na sua opinião, em que medida as práticas supervisivas conduzem à eficácia do
ensino, visível nos resultados dos alunos e da escola?
Quadro 26
Habilitações académicas
Frequência Percentagem
Bacharelato 1 ,7
Pós-Graduação 12 8,6
Licenciatura 70 50,0
Mestrado 51 36,4
Doutoramento 6 4,3
Total 140 100,0
550. Informática
410. Filosofia
330. Inglês
Quadro 27
Caraterização dos participantes no estudo empírico por entrevista
Subcategoria Indicadores Sujeitos Total
A1 A2 A3 B1 B2 B3 C1 C2 C3 D1 D2
Grau Licenciatura x x x x x x x x x x x 11
académico Ensino de… x x x x x 5
Mestrado
Ciências da x x x x 4
Educação
Outro 0
Área x 1
Doutoramento
Disciplinar
Outro 0
Quadro 28
Classificação das escolas no fator Acompanhamento da Prática Letiva
Ano letivo 2007/2008 2008/2009 2009/2010 Total
Classificação Frequência % Frequência % Frequência % Frequência %
MB 0 0 1 2 5 8 6 4
B 10 21 24 42 36 57 70 42
SUF 37 79 32 56 22 35 91 54
INS 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 47 100 57 100 63 100 167 100
A análise da Figura 20 chama a atenção para quase uma variação inversa entre as
classificações de Suficiente e Bom ao longo dos três anos letivos em estudo. Nos anos em
apreço a classificação de Suficiente desce, e a de Bom sobe, assim como a de Muito
Bom, embora sendo, ainda, residual. Mais uma vez é perceptível a exigência na avaliação
deste fator. Por outro lado, esta inversão nas classificações (Suficiente e Bom) pode
também revelar uma maior responsabilização das escolas no que se refere ao seu
desempenho organizacional e abertura que, procurando uma maior eficácia, vai abrindo
caminho à transformação das práticas, confirmando-se como organização aprendente
(Alarcão & Tavares, 2010; Fullan, 2000).
Conforme já referimos no Capítulo 3, a avaliação externa das escolas é realizada,
quer numa perspetiva da prestação de contas (accountability), quer para a melhoria da
prestação do serviço educativo, promovendo, consequentemente, a qualidade dos
resultados que regulam o sucesso da escola.
É consensual (CEC, 2006; CNE, 2005, 2008, 2010,2011, 2015) dizer que o nível
de sucesso escolar, medido através do domínio dos Resultados, no(s) quadro(s) de
referência da AEE, tem uma clara relação com a Prestação de Serviço Educativo. Nesta
linha de pensamento e continuando no encalce da consecução do primeiro objetivo
definido para esta investigação,
Quadro 29
Correlação entre o domínio Prestação de Serviço Educativo e o fator
Acompanhamento da Prática Letiva no 1º ciclo avaliativo da Avaliação Externa de
Escolas e entre estes e o domínio Resultados
Correlação Coef de correlação de Pearson
D2 / F2.2 . 634
D1 / D2 . 664
D1 / F2.2 . 526
Nota. D1- domínio Resultados; D2- domínio Prestação de Serviço Educativo; F2.2 – fator
Acompanhamento da Prática Letiva.
Intervenientes no
acompanhamento indireto - Estruturas de coordenação educativa e 2
supervisão pedagógica
Avaliação
Práticas de ensino
Planeamento
0 5 10 15 20
Intervenientes no
acompanhamento indireto - Estruturas de coordenação educativa e 2 3
supervisão pedagógica
Avaliação
Planeamento
0 5 10 15 20
A análise da Figura 22, e comparando com a Figura 21, mostra que as três escolas
que se destacaram no fator Acompanhamento da Prática Letiva e no domínio da PSE no
1º ciclo e que mantiveram a sua classificação naquele domínio no 2º ciclo de AEE,
apresentam mais registos na categoria Práticas de Ensino, seguida da categoria avaliação
e, com menos registos, a categoria Planeamento. É também a categoria Práticas de ensino
que apresenta o aumento maior de unidades de registo de um ciclo para o outro.
Este resultado é justificado pela realização de uma maior ação supervisiva por
parte das lideranças intermédias sobre as atividades letivas, nomeadamente quanto aos
Quadro 32
Resultados estatísticos: I.3. Tempo de serviço na carreira docente
Desvio Coef.
N Média Padrão Variação Mínimo Máximo
I.3. Tempo de serviço na carreira docente 140 25,77 8,24 32% 0 41
40 50
30 40
Frequência
30
20
20
10
10
0 0
0 10 20 30 40 50
I.3. Tempo de serviço na carreira docente I.3. Tempo de serviço na carreira docente
Quadro 33
Resultados estatísticos: Tempo de serviço (em anos) na escola onde se encontra
atualmente a lecionar
Desvio Coef.
N Média Padrão Variação Mínimo Máximo
Tempo de serviço (em anos) na escola
em que se encontra atualmente a lecionar: 140 15,69 10,98 70% 0 38
30 30
Frequência
20 20
10 10
0 0
0 10 20 30 40
Tempo de serviço (em anos) na escola em que Tempo de serviço (em anos) na escola em que se
se encontra atualmente a lecionar: encontra atualmente a lecionar:
Figura 24 - Histograma e Diagrama tipo caixa: Tempo de serviço (em anos) na escola
onde se encontra atualmente a leccionar
Quadro 34
Frequência e percentagem: I.7. Desempenha algum cargo, para além da docência
Frequência Percentagem
Não 45 32,1
Sim 95 67,9
Total 140 100,0
Quadro 35
Exercícios de cargos de gestão
Frequência Percentagem
Gestão de topo 25 17,9
Gestão intermédia 52 37,1
Outros (não) 63 45,0
Total 140 100,0
Quadro 36
Modalidade de profissionalização
Frequência Percentagem
Formação inicial: Licenciatura em ensino 35 25,0
Formação inicial: Ramo Educacional 41 29,3
Formação inicial: Mestrado em Ensino 2 1,4
Profissionalização em serviço/em exercício 61 43,6
Outra 1 ,7
Total 140 100,0
Quadro 37
Situação profissional atual
Frequência Percentagem
Quadro de escola/ agrupamento 122 87,1
QZP 9 6,4
Contratado 8 5,7
Outra 1 ,7
Total 140 100,0
Quadro 38
Experiência em SP
Frequência Percentagem
Sem experiência 80 57,1
Com experiência 60 42,9
Total 140 100,0
Quadro 39
Representações sociais de Supervisão Pedagógica
Freq. Termo evocado f < 1.70 Termo evocado f ≥ 1.70
OME OME
Núcleo central Primeira periferia
Controlo 26 1,692 Avaliação 42 1,881
Inspeção 36 1,639 Colaboração 37 1,730
Observação 19 1,632 Melhoria 20 2,500
≥ 15
Orientação 20 2,050
Partilha 19 2,000
Reflexão 19 2,105
Nota: tabela dos quatro quadrantes de N = 113; f- frequência de evocação de cada termo
Centrando a atenção no núcleo central e na primeira periferia, uma vez que estes
são os mais elucidativos das representações dos participantes sobre supervisão
pedagógica, procedeu-se à análise das opções dos participantes em qualificar os termos
em positivo, neutro ou negativo.
Quanto às representações sociais, de acordo com os dados obtidos, regista-se um
núcleo com termos, normalmente, conotados negativamente, salientando-se “Inspeção” e
“Controlo”.
Núcleo central
Observação
Controlo
Inspecção
0 5 10 15 20 25
1ª periferia
Reflexão
Partilha
Orientação
Melhoria
Colaboração
Avaliação
0 5 10 15 20 25 30 35
2ª periferia
Rigor
Regulação
Professor
Monitorização
Interajuda
Formação
Coordenação
Aprendizagem
Apoio
Ajuda
0 2 4 6 8 10
Verifica-se que a maioria dos inquiridos se integra no estilo eclético. Dos três
estilos considerados por Glickman, o colaborativo foi o mais escolhido e decididamente o
estilo diretivo é o que apresenta menor frequência, foi apenas opção para dois dos 140
inquiridos. Podemos afirmar que a supervisão diretiva praticamente não tem expressão.
Vieira e Moreira (2011, p. 16), defendem “uma abordagem desenvolvimentalista
da supervisão, onde o estilo do supervisor evolui à medida que a autonomia profissional”
do supervisionado também evolui. Esta evolução parte do estilo diretivo, generalizado na
formação inicial, em direção ao estilo não diretivo, que tem a preferência de quem se
encontra no final da carreira (no nosso caso, dois professores com 40 anos de serviço).
Como a maioria dos inquiridos se encontra a meio ou na segunda metade da sua carreira,
justifica-se a alta percentagem de eclécticos. Por outro lado, a importância dada ao
trabalho em conjunto, em equipa, em colaboração, abre caminho ao tipo colaborativo.
Os resultados apontam para a supervisão pedagógica ser plural, com predomínio
de forma ligeira da supervisão colaborativa.
De referir, também, que segundo Glickman (1985) os estilos de supervisão
aplicam-se em função das características pessoais do supervisor e, também, em função
das características do supervisionado, assim não podem ser tratados todos da mesma
maneira, é necessário considerar a personalidade, o desenvolvimento cognitivo e afectivo
de cada professor. Uns podem necessitar e preferir um estilo diretivo e outros não, numa
Quadro 42
Perceções dos professores sobre as práticas de supervisão pedagógica nas escolas
N Média Desvio Coef. Mínimo Máximo
Padrão Variação
III.1.a. As práticas de supervisão têm incidido ao nível 140 2,39 0,89 37% 1 4
da planificação e articulação
III.1.b. As práticas de supervisão têm incidido ao nível 140 2,12 0,75 36% 1 4
da ação/práticas de ensino
III.1.c. As práticas de supervisão têm incidido ao nível 140 2,36 0,87 37% 1 4
da avaliação das aprendizagens dos alunos
III.2.a. As práticas de supervisão têm assumido as 140 1,94 0,71 36% 1 4
modalidades de coadjuvação
III.2.b. As práticas de supervisão têm assumido as 140 1,88 0,82 44% 1 4
modalidades de observação de aulas
III.2.c. As práticas de supervisão têm assumido as 140 1,95 0,83 42% 1 4
modalidades de observação de aulas no âmbito da ADD
III.2.d. As práticas de supervisão têm assumido as 140 2,27 0,83 37% 1 4
modalidades de reuniões de coodenação
III.3.a. As práticas de observação no âmbito da 140 2,00 0,82 41% 1 4
supervisão são observações formais
III.3.b. As práticas de observação no âmbito da 140 2,07 0,80 39% 1 4
supervisão são observações informais
III.4.a. As práticas de supervisão compreendem 140 2,17 0,78 36% 1 4
processos de desenvolvimento profissional associado a
lógicas de Colaboração horizontal
III.4.b. As práticas de supervisão compreendem 140 1,94 0,72 37% 1 4
processos de desenvolvimento profissional associado a
lógicas de Colaboração vertical
III.4.c. As práticas de supervisão compreendem 140 2,06 0,72 35% 1 4
processos de desenvolvimento profissional associado a
lógicas de Colaboração horizontal e vertical
III.5. As práticas de supervisão residem apenas na 140 2,37 0,90 38% 1 4
avaliação de desempenho dos professores.
III.6. As práticas de supervisão resumem-se ao 140 2,28 0,83 36% 1 4
acompanhamento dos Órgãos de Gestão Educativa
III.7. As práticas de supervisão resumem-se ao balanço 140 2,31 0,91 39% 1 4
do cumprimento das planificações
III.8. As práticas de supervisão resumem-se à análise dos 140 2,46 0,92 37% 1 4
resultados escolares, em sede de grupo disciplinar
III.9. O(A) Diretor(a) revela uma liderança supervisiva, 140 2,07 0,84 40% 1 4
trabalhando ao lado dos professores
Os valores indicados reportam-se à escala de medida: 1- Nunca; 2- Por vezes; 3- Frequentemente; 4- Sempre.
Quadro 44
Relação entre “Opinião dos professores sobre o estatuto/perfil do supervisor” e a
“Situação profissional atual”
% Desvio
N concordo padrão KW p
IV.1. Um professor com Quadro escola/ agrup. 122 82,8% 37,9% 4,92 0,086
formação especializada QZP 9 66,7% 50,0%
em supervisão pedagógica, … Contratado/ Outra 9 55,6% 52,7%
IV.2. Um professor Quadro escola/ agrup. 122 44,3% 49,9% 1,66 0,436
externo à escola QZP 9 44,4% 52,7%
Contratado/ Outra 9 22,2% 44,1%
IV.3. Um professor do Quadro escola/ agrup. 122 86,9% 33,9% 2,65 0,266
grupo disciplinar QZP 9 100,0% 0,0%
dos professores supervisionados Contratado/ Outra 9 100,0% 0,0%
IV.4. O subcoordenador do Quadro escola/ agrup. 122 32,0% 46,8% 6,53 * 0,038
grupo disciplinar QZP 9 0,0% 0,0%
Contratado/ Outra 9 55,6% 52,7%
IV.5. O coordenador de Quadro escola/ agrup. 122 18,0% 38,6% 2,17 0,338
departamento independentemente QZP 9 0,0% 0,0%
do grupo disciplinar Contratado/ Outra 9 11,1% 33,3%
IV.6. O(A) diretor(a) Quadro escola/ agrup. 122 13,9% 34,8% 0,55 0,761
QZP 9 11,1% 33,3%
Contratado/ Outra 9 22,2% 44,1%
IV.7. Um professor com Quadro escola/ agrup. 122 90,2% 29,9% 2,48 0,289
experiência e capaz de promover QZP 9 77,8% 44,1%
o diálogo entre pares Contratado/ Outra 9 100,0% 0,0%
IV.8. Um professor que expresse Quadro escola/ agrup. 122 76,2% 42,7% 0,44 0,804
vontade de apoiar QZP 9 77,8% 44,1%
as ideias dos professores Contratado/ Outra 9 66,7% 50,0%
IV.9. Um professor … criar Quadro escola/ agrup. 122 93,4% 24,9% 0,94 0,624
Quadro 45
Relação entre “Opinião dos professores sobre o estatuto/perfil do supervisor” e o
“Acompanhamento da Prática Letiva (APL)/ Supervisão Pedagógica (SP)”
Exp. % Desvio
N t p
SP concordo padrão
IV.1. Um professor com formação especializada em Sem 80 81,3% 39,3%
0,424 0,672
supervisão pedagógica, independentemente de … Com 60 78,3% 41,5%
Sem 80 41,3% 49,5%
IV.2. Um professor externo à escola -0,441 0,660
Com 60 45,0% 50,2%
IV.3. Um professor do grupo disciplinar Sem 80 86,3% 34,7%
-0,993 0,322
dos professores supervisionados Com 60 91,7% 27,9%
Sem 80 33,8% 47,6%
IV.4. O subcoordenador do grupo disciplinar 0,679 0,498
Com 60 28,3% 45,4%
Quadro 46
Grau de frequência com que ocorrem as modalidades de colaboração entre
professores
1 2 3 4
N % N % N % N %
V1a. Reuniões de departamento 6 4,3 60 42,9 59 42,1 15 10,7
V1b. Conversas informais entre colegas 1 ,7 23 16,4 66 47,1 50 35,7
V1c. Partilha de materiais nas reuniões de departamento 21 15,0 45 32,1 54 38,6 20 14,3
V1d. Planificação conjunta 4 2,9 35 25,0 59 42,1 42 30,0
V1e. Elaboração de matrizes comuns na avaliação dos
15 10,7 39 27,9 48 34,3 38 27,1
alunos
V1f. Coadjuvação/Co ensino 32 22,9 72 51,4 28 20,0 8 5,7
Os valores indicados reportam-se à escala de medida: 1- Nunca; 2- Por vezes; 3- Frequentemente; 4- Sempre.
Quadro 47
Estatística: Média e desvio padrão das modalidades de colaboração entre
professores
Desvio Coef. Mínim Máxim
N Média Padrão Variação o o
V1a. Reuniões de departamento 140 2,59 0,74 28% 1 4
V1b. Conversas informais entre colegas 140 3,18 0,72 23% 1 4
V1c. Partilha de materiais nas reuniões de departamento 140 2,52 0,92 36% 1 4
V1d. Planificação conjunta 140 2,99 0,82 27% 1 4
V1e. Elaboração de matrizes comuns na avaliação dos
alunos 140 2,78 0,97 35% 1 4
V1f. Coadjuvação/Co ensino 140 2,09 0,81 39% 1 4
Os valores indicados reportam-se à escala de medida: 1- Nunca; 2- Por vezes; 3- Frequentemente; 4- Sempre.
Quadro 48
Frequência: Grau de impacto das modalidades de colaboração entre professores
identificadas
1 2 3 4
N % N % N % N %
V2a. Reuniões de departamento 16 11,4 32 22,9 72 51,4 20 14,3
V2b. Conversas informais entre colegas - - 11 7,9 58 41,4 71 50,7
V2c. Planificação conjunta 1 ,7 20 14,3 50 35,7 69 49,3
V2d. Partilha de materiais nas reuniões de departamento 9 6,4 26 18,6 53 37,9 52 37,1
V2e. Elaboração de matrizes comuns na avaliação dos
6 4,3 22 15,7 63 45,0 49 35,0
alunos
V2f. Coadjuvação/Co ensino 18 12,9 32 22,9 64 45,7 26 18,6
Os valores indicados reportam-se à escala de medida: 1- Nulo; 2- Fraco; 3- Moderado; 4- Forte.
Quadro 49
Estatística: Média e desvio padrão do Grau de impacto das modalidades de
colaboração entre professores identificadas na alínea anterior
Desvio Coef.
N Média Padrão Variação Mínimo Máximo
V2a. Reuniões de departamento 140 2,69 0,86 32% 1 4
V2b. Conversas informais entre colegas 140 3,43 0,64 19% 2 4
V2c. Planificação conjunta 140 3,34 0,75 22% 1 4
V2d. Partilha de materiais nas reuniões de departamento 140 3,06 0,90 30% 1 4
V2e. Elaboração de matrizes comuns na avaliação dos
alunos 140 3,11 0,82 26% 1 4
V2f. Coadjuvação/Co ensino 140 2,70 0,92 34% 1 4
Os valores indicados reportam-se à escala de medida: 1- Nulo; 2- Fraco; 3- Moderado; 4- Forte.
Quadro 50
Relação entre “Perceção da frequência e impacto das diferentes modalidades de
trabalho colaborativo entre professores no âmbito da supervisão” e o “Exercício de
cargos de gestão”
Desvio
N Média padrão KW p
V1. Grau de frequência com que ocorrem as seguintes modalidades de colaboração entre professores
V1a. Reuniões de departamento Gestão de topo 25 2,60 0,71 0,02 0,989
Gestão intermédia 52 2,62 0,77
Outros (não) 63 2,57 0,73
V1b. Conversas informais Gestão de topo 25 3,12 0,78 0,18 0,912
entre colegas Gestão intermédia 52 3,21 0,72
Outros (não) 63 3,17 0,71
V1c. Partilha de materiais nas Gestão de topo 25 2,64 0,99 0,63 0,729
reuniões de departamento Gestão intermédia 52 2,52 0,90
Outros (não) 63 2,48 0,91
V1d. Planificação conjunta Gestão de topo 25 2,96 0,79 0,51 0,776
Gestão intermédia 52 3,06 0,83
Outros (não) 63 2,95 0,83
V1e. Elaboração de matrizes Gestão de topo 25 2,80 0,96 0,22 0,897
comuns na avaliação dos alunos Gestão intermédia 52 2,73 0,99
Outros (não) 63 2,81 0,96
V1f. Coadjuvação/Co ensino Gestão de topo 25 2,12 0,73 0,20 0,903
Gestão intermédia 52 2,10 0,80
Outros (não) 63 2,06 0,86
V2. Assinale o grau de impacto das modalidades de colaboração entre professores identificadas
V2a. Reuniões de departamento Gestão de topo 25 2,68 0,90 0,32 0,850
Gestão intermédia 52 2,75 0,81
Outros (não) 63 2,63 0,89
V2b. Conversas informais Gestão de topo 25 3,56 0,58 1,52 0,468
entre colegas Gestão intermédia 52 3,37 0,66
Outros (não) 63 3,43 0,64
V2c. Planificação conjunta Gestão de topo 25 3,36 0,70 0,13 0,935
Gestão intermédia 52 3,31 0,76
Outros (não) 63 3,35 0,77
V2d. Partilha de materiais nas Gestão de topo 25 3,12 0,93 0,42 0,810
reuniões de departamento Gestão intermédia 52 3,00 0,93
Outros (não) 63 3,08 0,89
V2e. Elaboração de matrizes Gestão de topo 25 3,08 0,64 0,67 0,714
comuns na avaliação dos alunos Gestão intermédia 52 3,08 0,84
Outros (não) 63 3,14 0,88
V2f. Coadjuvação/Co ensino Gestão de topo 25 3,00 0,96 3,91 0,141
Gestão intermédia 52 2,58 0,87
Outros (não) 63 2,68 0,93
V3. Grau de impacto que atribui ao processo de avaliação externa da escola em que exerce atualmente
V3a. ... nas práticas de colaboração Gestão de topo 25 2,64 0,64 0,69 0,708
Gestão intermédia 52 2,56 0,61
Outros (não) 63 2,65 0,77
V3b. ... nas práticas de supervisão Gestão de topo 25 2,52 0,71 0,37 0,830
pedagógica/acompanhamento Gestão intermédia 52 2,54 0,61
da prática letiva Outros (não) 63 2,46 0,74
Quadro 51
Relação entre “Perceção da frequência e impacto das diferentes modalidades de
trabalho colaborativo entre professores no âmbito da supervisão” e a “Experiência
em Supervisão Pedagógica (SP)”
Exp. Desvio
SP N Média padrão t p
V1. Grau de frequência com que ocorrem as seguintes modalidades de colaboração entre professores
V1a. Reuniões de departamento Sem 80 2,63 ,769 0,593 0,554
Tem 60 2,55 ,699
V1b. Conversas informais entre colegas Sem 80 3,26 ,725 1,596 0,113
Tem 60 3,07 ,710
V1c. Partilha de materiais nas Sem 80 2,56 ,898 0,610 0,543
reuniões de departamento Tem 60 2,47 ,947
V1d. Planificação conjunta Sem 80 3,03 ,811 0,536 0,593
Tem 60 2,95 ,832
V1e. Elaboração de matrizes comuns na Sem 80 2,76 ,997 -0,226 0,821
avaliação dos alunos Tem 60 2,80 ,935
V1f. Coadjuvação/Co ensino Sem 80 2,06 ,905 -0,391 0,697
Tem 60 2,12 ,666
V2. Assinale o grau de impacto das modalidades de colaboração entre professores
V2a. Reuniões de departamento Sem 80 2,71 ,860 0,426 0,671
Tem 60 2,65 ,860
V2b. Conversas informais entre colegas Sem 80 3,43 ,612 -0,076 0,939
Tem 60 3,43 ,673
V2c. Planificação conjunta Sem 80 3,29 ,750 -0,883 0,379
Tem 60 3,40 ,741
V2d. Partilha de materiais nas Sem 80 3,06 ,891 0,081 0,936
reuniões de departamento Tem 60 3,05 ,928
V2e. Elaboração de matrizes comuns na Sem 80 3,08 ,883 -0,534 0,594
avaliação dos alunos Tem 60 3,15 ,732
V2f. Coadjuvação/Co ensino Sem 80 2,64 ,917 -0,929 0,355
Tem 60 2,78 ,922
V3. Grau de impacto que atribui ao processo de avaliação externa da escola que exerce atualmente
V3a. ... nas práticas de colaboração Sem 80 2,68 ,632 1,214 0,227
Tem 60 2,53 ,747
V3b. ... nas práticas de supervisão Sem 80 2,55 ,673 0,999 0,320
pedagógica/acompanhamento da prática letiva Tem 60 2,43 ,698
Quadro 52
Frequência do grau de impacto que se atribui ao processo de avaliação externa da
escola onde exerce funções atualmente (relativamente à última avaliação a que a
escola foi submetida)
1 2 3 4
N % N % N % N %
V3a. (...) nas práticas de colaboração 4 7
7 5,0 35,0 53,6 9 6,4
9 5
V3b. (...) nas práticas de supervisão 1 5 7
7,9 37,1 52,1 4 2,9
pedagógica/acompanhamento da prática letiva 1 2 3
Os valores indicados reportam-se à escala de medida: 1- Nulo; 2- Fraco; 3- Moderado; 4- Forte.
Quadro 53
Grau de impacto que se atribui ao processo de avaliação externa da escola onde
exerce funções atualmente (relativamente à última avaliação a que a escola foi
submetida)
Desvio Coef.
N Média Mínimo Máximo
Padrão Variação
V3a. (...) nas práticas de colaboração 140 2,61 0,68 26% 1 4
V3b. (...) nas práticas de supervisão
pedagógica/acompanhamento da prática letiva 140 2,50 0,68 27% 1 4
Os valores indicados reportam-se à escala de medida: 1- Nulo; 2- Fraco; 3- Moderado; 4- Forte.
Quadro 54
Conceções de supervisão
Subcategorias Indicadores Sujeitos Total
A1 A2 A3 B1 B2 B3 C1 C2 C3 D1 D2
Fase da carreira em Formação x 1
que deve ocorrer inicial
Ao longo x x x x x x x x x x 10
da carreira
Motivos Dificuldade x 1
s a nível
pedagógico
(Re)constru x x 2
ção do
conhecime
nto
Objetivos Mudança de x x x x x x 6
práticas
Melhoria das x x x x x x x x x 9
práticas
Processos Interação x x x x x x x x 8
envolvidos
Partilha x x x x x x 6
Observação x x x x x 5
Análise x x x x 4
Reflexão x x x x x x x x 8
Colaboraçã x x x x x x x x x 9
o
Mudanças Conceção de x x x x x x x x 8
necessárias supervisão
como
avaliação
Dimensões Relações x 1
envolvidas interpessoais
Nas práticas x x 2
Funções da supervisão
Quadro 56
Vantagens da supervisão pedagógica
Sujeitos
Subcategorias Indicadores Total
A1 A2 A3 B1 B2 B3 C1 C2 C3 D1 D2
Aprendizagem na
x x x 3
ação
A nível do Fomenta a
x x x x 4
desenvolvimento interação
profissional dos Reconhecimento
professores do papel dos x x x x 4
pares
Proteção x x 2
Uniformização de
x x x x x x 6
critérios
A nível das
Diversificação de
práticas x x x 3
metodologias
pedagógicas
Resolução de
x x x x x x 6
problemas
Quadro 57
Importância do trabalho colaborativo
Sujeitos
Subcategorias Indicadores Total
A1 A2 A3 B1 B2 B3 C1 C2 C3 D1 D2
Necessidade de x x x x x x x x
8
partilha e interação
Perceções do Inevitável para a
lugar/valor do melhoria do processo
x x 2
trabalho de ensino/
colaborativo aprendizagem
Concretização de
x x x x x x x 7
objetivos comuns
Trabalho em equipa x x x x x x x x x 9
Procedimentos Periódico x x x x 4
Horário já
disponibilizado para o x x x x x x x x 8
efeito
Construção mais rica
x x x x x x 6
Vantagens do conhecimento
Cumprimento de
x x x x x x 6
necessidades
Tradição de trabalho
Barreiras x x x x 4
individual
Quadro 58
Práticas de Supervisão Pedagógica (na minha escola)
Sujeitos
Subcategorias Indicadores Total
A1 A2 A3 B1 B2 B3 C1 C2 C3 D1 D2
Conduzir a práticas
x 1
mais significativas
Promover
Objetivos/Foco interacção entre x x x x x x x 7
pares
Oferecer maior
desenvolvimento x x x x 4
profissional
Dinâmica das De caráter formal x x x x 4
práticas De caráter informal x x x x x x x x x 9
supervisivas De carácter
x x 2
específico
Cultura de escola
(assente no diálogo x x x x x x x x x 9
concertado entre pares)
Lideranças intermédias
que promovem o x x x x x x 6
Estratégias de
trabalho colaborativo
implementação
Capacidade de
motivação dos
x x 2
professores pelo
director(a)
Imposição
x x x 3
normativa
Periodico x x 2
Regularidade
Sistematico x x x x x x x x x 9
Professores e
x x 2
liderança de topo
Professores e
Intervenientes lideranças x x x x x 5
intermédias
Interpares x x x x x x x x x 9
Avaliação de
x x x 3
Barreiras desempenho
Desacreditação x x x x x x x x 8
Mudanças necessárias
Quadro 59
Mudanças necessárias
Sujeitos
Subcategorias Indicadores Total
A1 A2 A3 B1 B2 B3 C1 C2 C3 D1 D2
Reestruturação
x x x x 4
funcional
Construção de uma
Ao nível das
prática coletiva de
conceções x x x x x x x x x x 10
trabalho
(supervisivo)
Requalifica o
x x x 3
sistema de ensino
Regulação e
reorientação das x x x 3
A nível da
práticas pedagógica
prática
Responsabilidade e
docente x x x x x x x x x 9
reflexão partilhadas
Maior eficácia x x x x x 5
Hoje em dia considero que a supervisão tem também por função a dinamização e
o acompanhamento do desenvolvimento da escola. Já não se ocupa só dos
professores em formação inicial, mas de toda a escola e de todos os que, na
escola, realizam o trabalho de ensinar, estudar ou apoiar a função educativa.
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Legislação Consultada
8 10
Relação entre/ Grau de - Coerência do planeamento da atividade E1,E2,E3
Coerência do planeamento letiva com as orientações dos
da atividade letiva com as DepartamentosCurriculares e Conselhos de E1,E2 e E3 -Os docentes
Planeamento
orientações das estruturas Turma. planificam as atividades
de intermédias do - Coerência do planeamento da atividade educativas, adequando-as aos
295
Supervisão Pedagógica, Avaliação e Eficácia das Escolas
Mecanismos indiretos de - Verificação de documentos de E1
acompanhamento da prática planeamento Individual.
letiva - Balanço do cumprimento dos programas. E1, E2, E3-Procede-se ao E1,E2,E3
acompanhamento indireto da
prática letiva através de rotinas
de verificação de documentos
de planeamento individual e do
balanço do cumprimento dos
programas (…). E1, E2,E3
- Identificação de situações de insucesso. E3- (…) atendendendo a
situações de insucesso.
- Verificação da eficácia das medidas de E1,E2 – (…) balanço da E1,E2
apoio. eficácia das medidas de apoio
estabelecidas
.
12 18
- Estruturas de coordenação educativa e
supervisão pedagógica. E1,E2,E3
E1, E3- A monotorização é feita
Intervenientes no de forma indireta, pelas
acompanhamento indireto estruturas de coordenação
educativa e supervisão
- Diálogo formativo com Coordenador de pedagógica(…). E1,E2
Departamento.
Ações de acompanhamento E1- O acompanhamento dos
de docentes para superação docentes que revelam
de eventuais dificuldades - Observação de aulas pelo coordenador dificuldades de desempenho
e/ou pelo docente com competências passa, sobretudo, pelo diálogo
delegadas. formativo com o Coordenador E1,E2
E1 Pontualmente recorre-se à
Prática letiva
296
Procedimentos promotores - Definição e aplicação de critérios de E1,E2,E3- A confiança na E1,E2,E3
de confiança/fiabilidade na avaliação comuns por ano/ciclo. avaliação interna é promovida
avaliação interna pelas estruturas pedagógicas
através da proposta de
definição e aplicação de
critérios de avaliação,
E1.E2- (…) da elaboração de
- Adoção de instrumentos de avaliação e - testes e matrizes
registo comuns. comuns(…).;da adopção de
instrumentos normalizados de
registo.
- Aferição de critérios realizada pelo CT. E1- Os CT procedem E1,E3
- Análise periódica dos resultados pelas periodicamente à aferição de
estruturas de coordenação e supervisão. critérios.
E1,E2,E3-O CP monitoriza, E1,E2,E3
trmestralmente, os resultados 10 14
- Avaliação intermédia dos Projetos globais do Agrupamento.; os
Curriculares de Grupo/Turma. GR analisam periodicamente os
Avaliação
resutados.
E2-(..) a avaliação intermédia E2
do PCT.
Monitorização das
aprendizagens com recurso - Utilização de questões das provas de - -
297
298 Supervisão Pedagógica, Avaliação e Eficácia das Escolas
Apêndice 2 - Inquérito por Questionário aos Professores
II Objetivos gerais
1º Conhecer as conceções de supervisão pedagógicas dos participantes (lideranças intermédias);
2º Identificar e elencar (boas) práticas de supervisão em curso nos departamentos/grupos de recrutamento;
3º Obter elementos para caracterizar o processo supervisivo no âmbito do acompanhamento da prática letiva e da formação/construção de
conhecimento dos professores, a partir do ponto de vista dos participantes (perceções dos professores);
BLOCOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS TÓPICOS PARA FORMULÁRIO DE QUESTÕES OBSERVAÇÕES
Legitimar a entrevista; Informar sobre o trabalho de investigação que está sendo realizado; Caso exista alguma dúvida ou pergunta do
Solicitar ajuda do entrevistado, pois o seu contributo é imprescindível para entrevistado, responder de modo esclarecedor,
Apêndice 3 – Guião da entrevista
1. LEGITIMAÇÃO DA Motivar o entrevistado. o êxito do trabalho; concentrando-se nos objetivos específicos deste
ENTREVISTA Pedir permissão para gravar a entrevista; bloco.
Garantir a confidencialidade das informações prestadas.
Obter dados gerais sobre o percurso e a Solicitar ao entrevistado que fale do seu percurso profissional:
3. CONCEÇÕES DE Recolher as várias conceções sobre SP Solicitar ao entrevistado que se pronuncie sobre o que considera ser a SP
SUPERVISÃO PEDAGÓGICA
Elencar práticas de supervisão utilizadas no Solicitar ao entrevistado a indicação das práticas de supervisão habituais: Reconhecimento praticas de supervisão diretas e
departamento/ na escola Observação de aulas( com/sem dispositivo) indiretas, formais e informais. Potencialidades e
Produção de materiais didáticos constrangimentos;
4. (IDENTIFICAÇÃO DE) Reflexão para enriquecimento de práticas
PRÁTICAS DE SUPERVISÃO Planificação
Reflexão sobre resultados escolares
307
Recolher opiniões que permitam caraterizar Solicitar ao entrevistado que se pronuncie quanto à forma como perceciona Expectativas em relação à supervisão;
308
Apêndice 4 - Transcrição das entrevista
Conceções de supervisão
B1
Desenvolve o trabalho colaborativo. A interacção que se cria
entre todos acaba por nos criar um sentimento de confiança.
Olhe eu sinto-me mais segura quando trabalho com os
colegas.
Na sua opinião qual a utilidade
da supervisão pedagógica? O trabalho que lhe está inerente em termos de planeamento e
C1 definição de critérios e metodologias, traz maior segurança e
permite resolver situações mais complicadas.
D2
A3
C3
A3
C3
D2
C3
Mudanças Necessárias
C2
D2
A3
B3
Formação inicial
C2
Fase da carreira em que deve
ocorrer Ao longo da carreira
A1,A2,A3,B1,B2,B3,C1,C3,D1,D2
Dificuldades a nível
D1
pedagógico
Motivos
A1,B1
(Re)construção do
conhecimento
A3,B1,B3,C1,C2,D2
Melhoria das
práticas A1,A3,B1,B2,C1,C3,D1,D3
A1,A2,B1,B3,C1,D1
Processos envolvidos
Interação A1,B1,C1,C2,D1
Partilha A2,A3,B2,C2
Observação A1,A2,B1,B2,C1,C2,D1,D2
Conceções de
supervisão Análise A1, A2,A3,B1,B2,C1,C3,D1,D2
pedagógica
Reflexão
Colaboração C1,C2
Intervenientes
A1,A2,A3,B1,B2,B3,C3,D1,D2
Professor mais
experiente
C1,C2
Relações
A1,A3,B1,B2,B3,C1,C3,D1
interpessoais
Mudanças necessárias
Nas praticas
Preparar/ensinar
professores a ensinar
Formação A2,B3,C2,D1,D2
Na direcção das
metas estabelecidas
Monitorização/acompanhamento A2,B2,D2
Cumprimento das
A3,C3
planificações
A1,B1,C1,C2,D1,D2
Prática Letiva
Mediação
A3,B1,
Cumprimento dos
As funções da
critérios de avaliação
Supervisão
Pedagógica
Processos de
A1,A2 B1, B2,B3,C2,C3,D1,D2
desenvolvimento
Avaliação profissional
C2,D2
Competências
docentes
Aprendizagem na
acção B2,C2,C3
Fomenta a A1,B1,B3,D1
A nível do desenvolvimento
profissional dos professores. interacção
A1,A2,B3,D1
Vantagens Reconhecimento do
B1,D2
(utilidade/finalidade) papel dos pares
da Supervisão
Pedagógica Proteção
A1,A3,B1,C1,C3,D2
Diversificação de
Resolução de
problemas
Necessidade de
partilha e interacção
Inevitável para a
A1,A2,B1,B2,C1,C2,D1,D2
Percepções do lugar/valor do melhoria do
trabalho colaborativo processo de
ensino/aprendizagem
B3,D2
Concretização de
objetivos comuns A1,B1,B3,C1,C2,D1,D2
Procedimentos
Periódico A1,B1,C1,D1
Horário já A1,A2,B1,B2,C1,C2,D1,D2
disponibilizado para
o efeito
Importância do
trabalho A3,B1,B3,C1,C2,D2
colaborativo
Vantagens
A1,A2,B1,B3,C3,D2
Construção mais rica
do conhecimento
Cumprimento de
B2,B3,C2,D1
necessidades
Barreiras
Tradição de trabalho
individual
A3
Conduzir a práticas
mais significativas A1,A2,A3,B1,B2,C1,D1
Objetivos/Foco
Promover interacção
entre pares
B3,C2,C3,D2
Oferecer maior
desenvolvimento
profissional
A2,B2, C2,D2
Práticas de Dinâmica das práticas
supervisão supervisivas
A1,A2,A3,B1,B2,B3, C1,C3,D1
De caráter informal
De caráter específico
Cultura de escola
(assente no diálogo
A1,A3,B1,C1,C3,D1
concertado entre
pares)
Lideranças
B3,C2
intermédias que
promovem o A2,B3,C2
trabalho colaborativo
Capacidade de
motivação dos B3,C2
professores pelo(a)
Regularidade A1,A2,A3,B1,B2,C1,C3,D1,D2
Diretor(a)
Imposição normativa
B3,C2
A1,B1,C1,C2,D1
Periódica
Intervenientes A1,A2,A3,B1,B2,C1,C3,D1,D2
Sistemática
A2,B3,C2
Professores e
Barreiras liderança de topo A1,A3,B1,B2,C1,C3,D1,D2
Professores e
lideranças
intermédias
Interpares
Avaliação de
desempenho
Desacreditação
Reestruturação
Ao nível das conceções A1,A3,B3,C3
funcional
C2,C3,D2
Requalifica o
sistema de ensino
A nível da prática docente
Regulação e
B3,C2,C3
reorientação das
práticas pedagógicas A1,A2,A3,B1,B2,C1,C2,D1,D2
Responsabilidade e A1,B1,B3,C3,D1
reflexão partilhadas
Maior eficácia