Casos Praticos V

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Casos práticos V

Direito (Universidade de Lisboa)

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Casos práticos V

1. O que significa dizer que a revelia operante tem efeito cominatório semi-pleno?

A composição da ação pode ser decisivamente influenciada pela omissão de um ato


processual: trata-se da revelia do réu, que consiste na abstenção definitiva de contestação.

Resulta de uma específica forma de o réu se comportar

Se o réu, além de não deduzir qualquer oposição, não constituir mandatário nem intervier de
qualquer forma no processo, verificará o tribunal se a citação foi feita com as formalidades
legais e mandá-la-á repetir quando encontre irregularidade – art. 566º CPC.

A lei processual estabelece uma cominação semi-plena e não um efeito cominatório pleno, isto
é, não há “(…) uma incontornável e fatal condenação imediata no pedido como consequência
da revelia operante (…)” (J.P. Remédio Marques, Acção Declarativa à Luz do Código Revisto, 3.ª
ed., 2011, pp. 502).

Na verdade, a parte final do nº 2, do artº 567º, do CPC, estatui que “(…) e em seguida é
proferida sentença, julgando a causa conforme for de direito”.

Assim, o tribunal irá “julgar a causa conforme for de direito”, o que significa que os factos
reconhecidos por falta de contestação tanto podem determinar a procedência da acção, total
ou parcial, como podem conduzir à absolvição do Réu da instância (com base na verificação de
excepções dilatórias de que o tribunal tenha conhecimento oficioso) ou do pedido.

Quer dizer, considerarem-se os factos alegados pelo autor como confessados não determina
que o desfecho da lide seja, necessariamente, aquele que o demandante pretende, na medida
em que o juiz deve, depois, julgar a causa aplicando o direito aos factos admitidos (efeito
cominatório semi-pleno da revelia operante).

1.1. Encontrando-se o réu em revelia totalmente operante, o que deve o tribunal fazer,
se se aperceber de que é incompetente em razão da nacionalidade para conhecer
do mérito da causa?

A revelia pode ser absoluta ou relativa. A revelia é absoluta quando o réu não pratica qualquer
ato na ação pendente; é relativa se o réu não contesta, mas pratica em juízo qualquer outro ato
processual, designadamente a constituição de mandatário judicial.
A revelia - quer a relativa, quer a absoluta - pode ser operante ou inoperante.

É operante quando produz efeitos quanto à composição da acção; é inoperante quando esses
efeitos não se realizam, isto é, quando a falta de contestação nada implica quanto à decisão da
causa. Neste caso estamos perante uma revelia totalmente operante - Significa isto que os
factos constantes da petição inicial, porque não controvertidos, isto é, porque não
impugnados, são considerados admitidos por acordo, e por esse motivo, já não necessitam de
se provados.

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Estamos perante uma incompetência nos termos dos artigos 96º e 97º CPC – esta constitui
uma exceção dilatória de conhecimento oficioso nos termos do 577ºa e 578º

Relativamente à decisão de mérito

DECISÃO DE MÉRITO: a sentença é proferida antecipadamente em relação aos casos em que foi
apresentada contestação. Não há necessidade de realizar audiência de discussão e julgamento
visto que os factos alegados pelo autor se consideram confessados, e por isso, não há
necessidade de provas.

Na fundamentação da sentença serão tomados em consideração os factos provados, que são a


totalidade dos factos com interesse para a decisão, que foram alegados pelo autor – art.
607º/3º CPC, a esses factos será aplicado o direito.

A sentença não terá necessariamente de levar à condenação do réu no pedido. Casos há que,
apesar de se considerarem provados todos os factos que constituem a causa de pedir, é
proferida sentença de absolvição do réu da instância pelo conhecimento oficioso de alguma
exceção dilatória.

O efeito cominatório derivado da revelia não pode obstar a que o tribunal cumpra o dever de
conhecer das exceções dilatórias, com lhe impõe o preceituado no art. 578º CPC.

Nos termos do artigo 99º/1 a verificação desta incompetência implica a absolvição do réu da
instância.

1.2. Encontrando-se o réu em revelia totalmente operante numa ação de cumprimento

de um contrato, o que deve o tribunal fazer se se aperceber de que o contrato é


nulo por contrariedade à lei?

Neste caso estamos perante uma revelia operante- Significa isto que os factos constantes da
petição inicial, porque não controvertidos, isto é, porque não impugnados, são considerados
confessados, e por esse motivo, já não necessitam de se provados.

DECISÃO DE MÉRITO: a sentença é proferida antecipadamente em relação aos casos em que foi
apresentada contestação. Não há necessidade de realizar audiência de discussão e julgamento
visto que os factos alegados pelo autor se consideram confessados, e por isso, não há
necessidade de provas.

Na fundamentação da sentença serão tomados em consideração os factos provados, que são a


totalidade dos factos com interesse para a decisão, que foram alegados pelo autor – art.
607º/3º CPC, a esses factos será aplicado o direito.

A sentença não terá necessariamente de levar à condenação do réu no pedido. Casos há que,
apesar de se considerarem provados todos os factos que constituem a causa de pedir, é
proferida sentença de absolvição do réu da instância pelo conhecimento oficioso de alguma
exceção.

O efeito cominatório derivado da revelia não pode obstar a que o tribunal cumpra o dever de
conhecer das exceções dilatórias, com lhe impõe o preceituado no art. 579º CPC.

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Neste caso estaríamos perante uma excepção dilatória -uma vez que a nulidade do contrato
extingue o efeito jurídico dos factos articulados pelo autor.

A exceção dilatória é nos termos do artigo 578º conhecido oficiosamente pelo tribunal, uma
vez que se trata de uma nulidade e nos termos do 286º+ 294º esta não terá de ser invocada
pelas partes .

Esta importa a absolvição total ou parcial do pedido.

2. A propõe ação contra B e C, na qual formula um pedido de indemnização, no valor de


20.000,00€, contra B, por este o ter agredido intencionalmente com pontapés na cabeça,
causando um grave traumatismo, e um pedido de anulação de contrato contra B e C, por o ter
celebrado sob coação, exercida por B através da referida agressão.

2.1. B e C nada fazem. Quais as consequências processuais do seu comportamento?

A composição da ação pode ser decisivamente influenciada pela omissão de um ato


processual: trata-se da revelia do réu, que consiste na abstenção definitiva de contestação.

Revelia absoluta- 567º/2 alegações

Factos:

o Agressão
o Intencional
o Danos
o Intenção de celebração do contrato

A revelia é totalmente operante relativamente a todos os factos

Resulta de uma específica forma de o réu se comportar -Este tem essencialmente 3 efeitos
processuais:

1. Confissão tácita dos factos: o Código diz-nos que é uma confissão ficta – é um meio
de prova, a confissão como meio de prova é aceitação de prova favorável à
contraparte e desfavorável para a outra – a questão na revelia: há uma ausência de
declaração, sendo que o que se discute é: aquilo é uma declaração de ciência ou
de vontade? A Prof. PCS refere que: forma-se prova ou consideram se provados os
factos por ausência de contestação por parte do réu.
a. Sistematizando: se o réu não contestar, tendo sido ou devendo considerar-
se citado regularmente na sua própria pessoa ou tendo juntado
procuração a mandatário judicial no prazo da contestação, consideram-se
confessados os factos articulados pelo autor | art. 567/1 CPC.

2. SIMPLIFICAÇÃO DO PROCESSO: a revelia operante provoca uma alteração na


estrutura normal do processo. Não tendo havido contestação, já não há lugar a
mais articulados.
a. NÃO se realizará a AUDIÊNCIA PRÉVIA: art. 592/1/a) CPC.

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b. Não tendo sido a ação sido contestada, não haverá necessidade de o juiz
proferir despacho destinado a identificar o objeto do litígio e a enunciar as
questões essenciais de facto que constituem o tema de prova, conforme
resulta, a contrario sensu, do disposto no art. 596/1º CPC.
c. Será proferido despacho saneador destinado a conhecer imediatamente
do mérito da causa – art. 595/1/b) CPC.
3. Decisão de mérito: a sentença é proferida antecipadamente em relação aos casos
em qje foi apresentada constestação. Não há necessidade de realizar audiência de
discussão e julgamentom visto qye o sfactos alegados pelo autor se consideram
confessados, e por isso, não há necessidade de provas.
a. Na fundamentação da sentença serão tomados em consideração os factos
provados, que são a totalidade dos factos com interesse para a decisão,
que foram alegados pelo autor – art. 607º/3º CPC, a esses factos será
aplicado o direito.
b. A sentença não será necessariamente de condenação do réu no pedido.
Casos há que, apesar de se considerarem provados todos os factos que
constituem a causa de pedir, é proferida sentença de absolvição do réu da
instância pelo conhecimento oficioso de alguma exceção dilatória.
c. O efeito cominatório derivado da revelia não pode obstar a que o tribunal
cumpra o dever de conhecer das exceções dilatórias, com lhe impõe o
preceituado no art. 578º CPC.
d. Por outro lado pode acontecer que os factos alegados pelo autor apesar de
se considerarem provados, por efeito da revelia, sejam insuficientes para
julgar procedente a ação. Neste caso o réu será absolvido do pedido.
e. Se a resolução da causa revestir manifesta simplicidade , a sentença pode
limitar-se à parte decisória, precedida da necessária identificação das
partes e da fundamentação sumária do julgado – art. 567/3º CPC.

Se o réu, além de não deduzir qualquer oposição, não constituir mandatário nem intervier de
qualquer forma no processo, o que parece ser o caso, verificará o tribunal se a citação foi feita
com as formalidades legais e mandá-la-á repetir quando encontre irregularidade – art. 566º
CPC.

o Dispõe o nº 1, do artº 567º, do Código de Processo Civil (CPC), sob a epígrafe


“Efeitos da revelia”:
“1. Se o réu não contestar, tendo sido ou devendo considerar-se citado
regularmente na sua própria pessoa ou tendo juntado procuração a mandatário
judicial no prazo da contestação, consideram-se confessados os factos
articulados pelo autor.”.
o Ou seja consideram-se confessados os factos contra o qual o réu não deduziu
qualquer oposição, quer a revelia operante seja absoluta ou relativa nos termos
do 567º.

2.2. B e C não apresentam contestação, mas juntam aos autos procuração forense.
Quais as consequências processuais do seu comportamento?

Relativamente à procuração forense:

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o Habitualmente quando as pessoas têm problemas do âmbito jurídico, acabam por


optar por recorrer a ajuda especializada, ou seja, a um advogado. Estes para poderem
intervir judicialmente no processo em causa, em nome do mandante, necessitam que
os seus clientes lhe confiram uma procuração forense para os representar em juízo.
o Assim, a procuração forense é um documento no qual o cliente delega poderes de
representação para o seu mandatário (advogado, advogado estagiário ou solicitador),
que por sua vez ficará incumbido de fazer a defesa jurídica dos interesses do cliente,
através da prática de atos jurídicos da sua incumbência profissional. As procurações
forenses não estão sujeitas a qualquer imposto do selo – em suma as partes
constituíram patrocínio judiciário.

Quais as implicações da apresentação de patrocínio judiciário sem a apresentação de


contestação:
o Como se sabe, a revelia pode ser absoluta ou relativa. A revelia é absoluta
quando o réu não pratica qualquer acto na acção pendente; é relativa se o réu
não contesta, mas prática em juízo qualquer outro acto processual,
designadamente a constituição de mandatário judicial (procuração).
o Dispõe o nº 1, do artº 567º, do Código de Processo Civil (CPC), sob a epígrafe
“Efeitos da revelia”:
“1. Se o réu não contestar, tendo sido ou devendo considerar-se citado
regularmente na sua própria pessoa ou tendo juntado procuração a mandatário
judicial no prazo da contestação, consideram-se confessados os factos
articulados pelo autor.”.
o Ou seja consideram-se confessados os factos contra o qual o réu não deduziu
qualquer oposição, quer a revelia operante seja absoluta ou relativa nos termos
do 567º.

2.3. C contesta, afirmando que esteve presente no momento da celebração do


contrato e que não houve qualquer agressão. Afirma ainda que, ainda que essa agressão
tivesse existido, o prazo para pedir a anulação do contrato já havia decorrido e que o direito à
indemnização já havia prescrito, por estes factos terem ocorrido em 2010. Por sua vez, B não
apresenta contestação. Qualifique o comportamento de B e C e indique as suas consequências
processuais.

Impugnação de facto – direta e indireta de facto de dependem deste facto inicialmente


impugnado

 Impugnação da agressão e impugnação da coação – ficaram ambas controvertidas; fica


igualmente controvertido os danos, os nexo de causalidade, a vontade. -574º/2
1ªparte
 Não há direito de resposta

2 exceções perentórias extintivas deduzidas em subsidiariedade com a impugnação de facto

 Pode haver direito de resposta

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 Os factos não ficam admitidos por acordo

Estamos perante uma coligação

Estaremos perante uma revelia inoperante relativamente a todos os factos impugnados por C –

Nem sempre se verificam os efeitos da revelia operante. Existem as exceções previstas no art.
568º CPC. A revelia inoperante surge nos casos em que a falta de contestação não determina
que se considerem confessados os factos articulados pelo autor na petição inicial.

Art. 568º CPC:- as alinhas não são alternativas, elas podem ser cumulativas

a) Quando havendo, vários réus, algum deles contestar, relativamente aos factos que o
contestante impugnar;

Neste caso a defesa apresentada por um dos réus aproveita aos que não contestaram. Isto
acontece tanto no caso de litisconsórcio necessário como no litisconsórcio voluntário.

Considerou o legislador que não faria sentido que na mesma ação, os mesmos factos
pudessem ser considerados como não provados em relação a um dos réus, porque os
impugnou e como provados em relação aos restantes réus, que não ofereceram contestação.

Além disso não deve retirar-se aos réus a possibilidade de delegar em um deles o encargo de
contestar no interesse de todos.

Porém a revelia é afastada em relação aos factos impugnados pelo contestante. Quanto aos
factos não impugnados por este aplicar-se- à o disposto no art. 574/1 e 2º CPC. Por outras
palavras , o réu revel apenas beneficiará dos efeitos da contestação do co – réu em relação aos
factos por este impugnados, como se compreende.

568º a) – os outros tipos de defesa- exceções se forem extensivas ao outro também se


aproveitem

Extensões perentórias em principio são extensíveis

Impugnações são sempre extensivas

Por C ter alegado por B

Se o direito de indemnização tivesse prescritos apenas aproveitava a B e não a C – ele não se


pode defender de algo que não tem legitimidade- C apenas pode impugnar factos que o
afetem a ele ou que afetem ambos

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3. Joana encontra-se grávida de 30 semanas, com uma gravidez de risco e ordem médica de
repouso. O seu vizinho de cima comprou um cão que ladra dia e noite, impedindo Joana de
dormir. Correndo o risco de pôr em risco a vida e saúde do bebé por falta de descanso, Joana
requer uma providência cautelar. Se fosse juiz:

As providências cautelares são um instrumento adequado a assegurar e garantir a efetividade


da tutela jurisdicional, constituindo, dessa forma a garantia da garantia judiaria, representada
pela ação definitiva.

 De facto, as PROVIDÊNCIAS CAUTELARES ASSEGURAM A DEFESA PREVENTIVA DO DIREITO , ou seja a


“função declarativa preventiva não autónoma do processo civil, pelo que constituem
um “instrumento processual privilegiado para a proteção eficaz de direitos subjetivos
ou de outros interesses juridicamente relevantes”

Principio da instrumentalidade foi mitigado em 2013 com a possibilidade por inversão do


contencioso.

Tutela cautelar é urgente mas provisório. Por norma à uma ação principal que vai confirmar ou
caducar a sentença da providência cautelar.

Ação para tutela de direitos de personalidade – é urgente mas é automaticamente definitiva.


Serve para caso.

Esta não seria o caso uma vez que se pretende uma ação definitiva.

As providência poderm ser requeridas quer na pendência de uma ação ou antes da ação.

O requerimento inicial é a petição inicial dos providências cautelares

Requerente e o requerido = autor e réu

Objeto: ação visa que o dono impeça o cão de ladrar

3.1. Citaria o requerido?

A indispensável celeridade dos procedimentos cautelares conduz a que nunca haja lugar á
citação edital – art. 366/4º CPC. Segundo este preceito, o juiz deve dispensar a prévia
audiência do requerido, quando verificar que a citação pessoal deste não é viável.

 A MOROSIDADE DAS DILIGÊNCIAS NECESSÁRIAS à confirmação da ausência do requerido em


parte incerta iriam pôr em risco a pretendida urgência e o respeito pelos prazos
previstos no art. 363/2º CPC.

 A mesma exigência de celeridade dá aos procedimentos cautelares o carácter de


urgentes, precedendo os respetivos atos qualquer outro serviço judicial não urgente –
art. 363º/1 CPC.

 Como consequência desta URGÊNCIA, os respetivos prazos processuais não se


suspendem durante as férias judiciais – art. 138/1 in fine CPC.

Tendo em vista esta exigência de celeridade, os procedimentos cautelares devem ser decididos
em primeira instância, no prazo máximo de 2 meses ou se o requerido não tiver sido citado, de
15 dias – art. 363/2º CPC.

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O requerido não é citado, nos casos previstos nos art. 366/1º, 378 e 393/1 CPC.

Neste caso estamos perante uma gravidez de risco, que já vai na trigésima semana,
consequentemente é necessário que o direito que o direito da autora fosse acautelado o mais
celeramente possível, e o facto de o réu ser citado poderia arrastar o processo a um prazo
máximo de 2 meses o que falar com que deixa-se de acautelar o direito em causa e pusesse em
risco a vida da criança e do bebé, por consequência, a meu ver, neste caso dispensa-se a
citação do réu

226º/4 b- a secretaria não cita o réu no caso das providências cautelares

3.2. Decretaria alguma providência?

Neste caso J. deveria pedir uma providência cautelar comum.

- Requisitos:

1. periculum in mora

O periculum in mora refere-se ao perigo no retardamento da tutela jurisdicional, procurando-


se evitar que, por causa do tempo necessário para o julgamento definitivo do mérito da causa,
o direito que se pretende fazer valer em juízo acabe por ficar irremediavelmente
comprometido. Caberá deste modo nestes casos ao requerente “provar que não pode
aguardar a decisão do processo principal sem sofrer um prejuízo de consequências graves e
irreparáveis. – situação de urgência que pode inutilizar a finalidade da ação principal – causa
danos irreversíveis ou muito dificilmente irreversíveis.

O PERICULUM IN MORA – é constituído por dois elementos essenciais:

1. A demora;

2. Dano decorrente dessa demora;

Relativamente à demora: o procedimento cautelar visa “proteger o justo receio de alguém se


ver prejudicado por uma conduta de terceiro, inquietação que poderia ser agravada de forma
efetiva, com as delongas normas dum pleito judicial”.

Já relativamente ao dano, a providência cautelar só pode ser decretada desde que esse seja
grave e irreparável ou de difícil reparação, isto é, quando não seja viável a reintegração do
direito de forma específica, ou por equivalente no decurso de um juízo de mérito.

Neste caso se o direito não for acautelado de imediato, o direito de J poderá não vir a ser
tutelado a tempo o direito da autora (quer por esta dar à luz durante o período que o processo
normal decorreria, quer porque o dano não seria evitado a tempo, ficando a vida da autora e
do seu bebé em risco)

2. Fumus boni iruis (aparência do direito – “ onde há fumo há fogo) – se o juiz estesse que era
plausível que a ordem jurídica reconhece que era plausível considerar que o direito existe

o O recurso á tutela cautelar implica, desde logo, que o requerente se arrogue titular de
um direito, e que se encontre um risco de sofrer um lesão grave de um direito, e que
este se encontre em risco de sofrer uma lesão grave e irreparável o ou de difícil

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reparação1. Na realidade só é admissível o decretamento de uma providência cautelar


desde que seja provável a existência de um determinado direito do requerente que
careça de tutela urgente
o Implica uma parte jurídica (análise do direito ) e fazer um reconhecimento parcial dos
factos (sumario cognicio).
o Em suma: “não se exige uma prova da realidade jurídica, mas penas manifestações
externas, não se requer um direito certo, mas um direito aparente, um fumus boni
iuris..
o Sacrifica-se pois, neste caso, a “segurança jurídica em nome da celeridade
indispensável à efetivação da tutela do direito material a ser resguardado pela via
jurisdicional”
o Neste caso J tem direito à paz e sossego e a poder descansar.

Prova strictu sensus e mera justificação (só é admissível nas providências cautelares devido à
sua provisoriedade)- varia de acordo com a certeza e com a profundidade da análise do juiz.

273º

3. Proporcionalidade

o Funus boni iuris sumarium conditio” a urgência é mais uma vez comparativa com a
situação normal. Não pode esperar pela decisão final pericilum in mora
o Neste caso esta é adequada aos danos que se vai causar a Joana.

4. Interesse processual

o A providência cautelar só pode ser concedida se o requerente não tiver ao seu


alcance qualquer meio processual menos gravoso que lhe permita proteger de
igual forma o direito que pretende acautelar.

Neste caso não estamos perante nenhum dos procedimento cautelares especificados no CPC-
Estes são os seguintes:

 Restituição provisória de posse | art. 377º a 379º CPC;

 Suspensão de deliberações sociais | art. 380 a 383º CPC;

 Alimentos provisórios | art. 384º a 387º CPC

 Arbitramento de reparação provisória | art. 388º a 402º CPC;

 Arresto | art. 391º a 396º CPC

 Embargo de obra nova | art. 397º a 402º CPC;

 Arrolamento | art. 403º a 409º CPC;

1 Ac TRL de 18/10/2006 e de 23/05/2007, segundo os quais apenas as lesões graves e irreparáveis ou de


difícil reparação merecem a tutela consentida pelo procedimento cautelar comum.

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Porém como facilmente se compreende, os procedimentos cautelares especificados ou


nominados, não contemplam todas as situações possíveis. Por isso, para a acautelar um risco
de lesão não especialmente prevenido naquelas disposições legais, pode ser requerida uma
PROVIDÊNCIA CAUTELAR COMUM (NÃO ESPECIFICADA OU INOMINADA ) que seja adequada à situação
concreta;

Nos termos do art. 362/1º CPC: a providência cautelar comum pode ser decretada se além de
existir a aparência do direito, haja fundado receio de que outrem cause lesão grave e
dificilmente reparável a esse direito (art. 368/1º CPC).

Impõe-se porém, ao juiz que se recuse a decretar a providência quando o prejuízo dela
resultante para o requerido exceda consideravelmente o dano que com ela o requerente
pretende evitar – art. 368/2º CPC.

Em suma para que possa ser decretada uma providência cautelar não especificada: devem
encontrar-se preenchidos os seguintes pressupostos:

A) PROBABILIDADE SÉRIA DA EXISTÊNCIA DO DIREITO;

B) FUNDADO RECEIO DA SUA LESÃO;

C) FALTA DE PROVIDÊNCIA CAUTELAR ESPECIFICADA QUE PREVINA O CASO CONCRETO;

D) QUE O PREJUÍZO RESULTANTE DA PROVIDÊNCIA NÃO EXCEDA O VALOR DO DANO QUE COM ELA SE
PRETENDE EVITAR;

Neste caso o direito em causa é o direito à paz e sossego e o direito à integridade física tanto
do bebé como da mãe; Tendo em conta que o cão ladra de dia e noite não deixando a autora,
em situação de risco, descansar, há fundado receio da lesão destes direitos; não estamos
perante nenhuma das providências cautelares especificadamente previstas na lei; e tendo em
conta que esta providência visa salvaguardar a vida e saúde de uma mulher grávida em
situação de risco (da mãe e do seu bebé) a providência não parece exceder o valor do dano
que ela pretende evitar.

Por estas razões o juiz deverá decretar neste caso a uma providência cautelar comum – o seu
conteúdo: o cão não faria barulho durante a noite .

4. Afonso propõe uma ação através da qual pretende invalidar a compra da Quinta da Cepa
pelo seu irmão Camilo a Berta, mãe de ambos, por não o ter autorizado. Na pendência desta
ação, Afonso apercebe-se que de Camilo pretende proceder à alienação daquele bem, por este
o andar a publicitar em jornais de muita divulgação. Requer, por isso, o arresto da Quinta com
inversão do contencioso. Se fosse juiz, como agiria? (responder às questões 3.1, 3.2, e indicar
se decretaria a inversão do contencioso)

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As providências cautelares são um instrumento adequado a assegurar e garantir a efetividade


da tutela jurisdicional, constituindo, dessa forma a garantia da garantia judiaria, representada
pela ação definitiva.

 De facto, as PROVIDÊNCIAS CAUTELARES ASSEGURAM A DEFESA PREVENTIVA DO DIREITO , ou seja a


“função declarativa preventiva não autónoma do processo civil, pelo que constituem
um “instrumento processual privilegiado para a proteção eficaz de direitos subjetivos
ou de outros interesses juridicamente relevantes”

Relativamente ao arresto

 Quanto ao arresto (art. 391º CPC) os regimes das providências cautelares permitem a
apreensão efetiva de coisas, nomeadamente permite que quando o credor tendo um
justificado receio de perder a garantia patrimonial do seu crédito, requerer o arresto
de bens do devedor – providência conservatória

Neste caso afastamos o arresto, na medida em que este apenas serve para os casos em que se
tenta garantir um crédito o que não era o caso, uma vez que não estamos perante uma acção
de cumprimento – neste caso não existe um credor e um devedor – tem de estar sempre ligada
a uma ação principal que pretende o cumprimento de uma obrigação.

376º/3- exceção ao principio do pedido – o juiz tem liberdade paramudar a forma do pedido

Relativamente à possibilidade de arrolamento (403º)- é uma provdência conseratória :

O arrolamento consiste na descrição, avaliação e depósito de bens, quando o requerente tenha


justo receio de extravio, ocultação ou dissipação dos bens móveis, imóveis ou direitos. Ou seja,
o interessado no requerimento de arrolamento alega que tem receio de extravio, ocultação ou
dissipação dos seus bens; para além disso, descreve os referidos bens e informa sobre o valor
que lhes atribui. Por outro lado, o Arrolamento funciona como um meio de obter a
conservação dos bens e não como garantia do pagamento de dívidas. Para este fim deve o
interessado instaurar procedimento cautelar de arresto.

O arrolamento de uma dependência de uma ação – instrumentalização- de especificação de


bens (inventário) e ações em que se disputa em que alguém é titular de um bem.

Os três requisitos de decretamento da providência cautelar de arrolamento são: 1) a


existência de justo receio de extravio ou de dissipação; 2) o interesse na conservação dos
bens; e 3) interesse baseado num direito já constituído ou prestes a ser declarado - artºs 421
e 422, nºs 1, 2 e 4, do CPC.I - Aos simples credores só é permitido o requerimento do
arrolamento em casos relativos à herança jacente (art.º 1132 do CC) e aos bens do ausente
(1450 do CC). A função teleológica deste procedimento cautelar não é propriamente garantir
o pagamento de dívidas. O credor dispõe de outras possibilidades e de outros meios de
garantia de pagamento dos seus créditos.

Existem vários tipos de acções relativamente às quais se pode interpor o procedimento


cautelar de arrolamento, seja antes de se interpor a acção principal, seja enquanto a referida
acção principal corre os seus termos. De entre elas destacam-se:

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- Acção de divórcio ou separação litigiosos;

- Processo de inventário – se um dos interessados tiver justo receio de que os bens da herança
correm riscos por força de actos de outro interessado;

- Acção para declaração de nulidade de testamento;

- Acção de justificação da ausência – pode-se requerer o arrolamento dos bens do ausente;

- Acção de interdição ou de inabilitação;

- Acção de dissolução de sociedade.

Neste caso o arrolamento não era a providencia certa – arrolamento encontrasse sempre
associado à ação principal onde o autor quer exercer o seu direito sobre o bem em causa . O
que não era o caso uma vez que A apenas pretendia que o bem ficasse na esfera jurídica da
mãe.

Deste modo importa questionar qual a regra jurídica que deveria invocar – neste caso seria
proibição de venda de pais a filhos, a venda não e válida porque não deu o seu consentimento:
é possível assim Invocar que a mãe, sem o consentimento, não poderá vender os bens em
causa aos seus irmão. – A não acha que é titular do bem nem quer discutir quem é o titular do
bem. Ele só não quer que o bem não vá para o irmão.

Também não estaremos neste caso perante um arrolamento. Ele quer que seja decretada a
providencia devido à tutela de 3º de boa fé e o bem nunca mais voltasse à esfera de B.

O A. deve pedir providência cautelar comum com proibição de venda do imóvel.

- Requisitos:

1. periculum in mora

A excessiva lentidão dos tribunais e consequente demora na obtenção de uma decisão


definitiva pode acarretar a produção de danos graves e irreparáveis ou de difícil reparação.

Assim a tutela cautelar surge inevitavelmente associada a uma tutela preventiva e urgente, já
que a providência cautelar não pode ser decretada se não existir qualquer perigo ou ameaça
grave e irreparável quanto à protecção de um direito .

O periculum in mora é pois “a verdadeira causa ou fundamento que autoriza a adoção de


qualquer medida cautelar”.

Em suma: O periculum in mora refere-se ao perigo no retardamento da tutela jurisdicional,


procurando-se evitar que, por causa do tempo necessário para o julgamento definitivo do
mérito da causa, o direito que se pretende fazer valer em juízo acabe por ficar
irremediavelmente comprometido. Caberá deste modo nestes casos ao requerente “provar
que não pode aguardar a decisão do processo principal sem sofrer um prejuízo de
consequências graves e irreparáveis.

O PERICULUM IN MORA – é constituído por dois elementos essenciais:

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3. A demora;

4. Dano decorrente dessa demora;

Relativamente à demora: o procedimento cautelar visa “proteger o justo receio de alguém se


ver prejudicado por uma conduta de terceiro, inquietação que poderia ser agravada de forma
efetiva, com as delongas normas dum pleito judicial”.

Já relativamente ao dano, a providência cautelar só pode ser decretada desde que esse seja
grave e irreparável ou de difícil reparação, isto é, quando não seja viável a reintegração do
direito de forma específica, ou por equivalente no decurso de um juízo de mérito.

Os requisitos da gravidade e da dificuldade da reparação são cumulativos. Consequentemente,


ficam afastadas da tutela cautelar as lesões que sejam facilmente reparáveis ou que, apesar de
serem irreparáveis ou de difícil reparação, não revistam uma gravidade suficientemente forte
que justifique o recurso à tutela cautelar.

Neste caso se C for bem sucedido e conseguir vender o bem a terceiro, o que parece ser a sua
intenção na medida em que já havia colocado anúncios no jornal, poderá neste caso haver
tutela do direito de terceiro de boa fé o que impede que a acção principal tenha interesse.

2. Fumus boni iruis

o O recurso á tutela cautelar implica, desde logo, que o requerente se arrogue titular de
um direito, e que se encontre um risco de sofrer um lesão grave de um direito, e que
este se encontre em risco de sofrer uma lesão grave e irreparável o ou de difícil
reparação2. Na realidade só é admissível o decretamento de uma providência cautelar
desde que seja provável a existência de um determinado direito do requerente que
careça de tutela urgente
.
o Por razões que se prendem com os limites intrínsecos decorrentes da sumariedade da
cognição cautelar, para que a providência possa ser deferida é suficiente um juízo de
mera aparência do direito (art. 365º/1, 368/1, 388/2, 392/1, e 405º/1 do CPC), ou seja
basta que se encontre indiciariamente provado3, que o direito do requerente existe e
de que está em risco de ser violado ( art. 362/1º, 365/1º, 368/1º, 391/1º, 392/1º,
403º/1, e art. 405/1º CPC), sendo por isso, provável que venha a obter êxito na ação
principal de que a providência cautelar, em regra depende.
o Em suma: “não se exige uma prova da realidade jurídica, mas penas manifestações
externas, não se requer um direito certo, mas um direito aparente, um fumus boni
iuris..
o Sacrifica-se pois, neste caso, a “segurança jurídica em nome da celeridade
indispensável à efetivação da tutela do direito material a ser resguardado pela via
jurisdicional”
o – Neste caso A como irmão tem direito a que a mãe não venda a coisa a C sem o seu
consentimento.

2 Ac TRL de 18/10/2006 e de 23/05/2007, segundo os quais apenas as lesões graves e irreparáveis ou de


difícil reparação merecem a tutela consentida pelo procedimento cautelar comum.
3 Quanto ao âmbito da prova indiciária, o Ac. do STJ de 04.10.2000 no qual se decidiu que a prova
indiciária reconduz-se à prova da existência provável e verosímil dos requisitos legais de que depende o
decretamento de uma providência cautelar.

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5. Proporcionalidade
o Funus boni iuris sumarium conditio” a urgência é mais uma vez comparativa com a
situação normal. Não pode esperar pela decisão final pericilum in mora
o Neste caso esta é adequada aos danos que se vai causar ao Danilo.

6. Interesse processual
o A providência cautelar só pode ser concedida se o requerente não tiver ao seu
alcance qualquer meio processual menos gravoso que lhe permita proteger de
igual forma o direito que pretende acautelar.

Neste caso o juiz deveria decretar a providência comum e não o arresto, ou seja, deveria ser
decretada providência diferente da que foi pedida do que a que foi pedida pelo autor.

o A lei define várias providências cautelares específicas mas na impossibilidade de


prever todas as situações que possam desencadear, admite a possibilidade de ser
requerida uma providência cautelar diferente das previstas no CPC, uma
providência cautelar comum.
o Como se compreende a providência cautelar comum só poderá ser requerida
quando a situação não for suscetível de ser acautelada por alguma das
providências que se encontram tipificadas na lei – art, 362/3º CPC.
o Quer isto dizer só poderá lançar-se mão de providência cautelar comum se não
houver providência cautelar especificada (nominada) que seja adequada à
situação concreta.
o Nos termos do art. 362/1º CPC: a providência cautelar comum pode ser decretada
se além de existir a aparência do direito, haja fundado receio de que outrem cause
lesão grave e dificilmente reparável a esse direito (art. 368/1º CPC).
o Impõe-se porém, ao juiz que se recuse a decretar a providência quando o prejuízo
dela resultante para o requerido exceda consideravelmente o dano que com ela o
requerente pretende evitar – art. 368/2º CPC.
o Em suma para que possa ser decretada uma providência cautelar não
especificada: devem encontrar-se preenchidos os seguintes pressupostos:

O PROBABILIDADE SÉRIA DA EXISTÊNCIA DO DIREITO;

O FUNDADO RECEIO DA SUA LESÃO;

O FALTA DE PROVIDÊNCIA CAUTELAR ESPECIFICADA QUE PREVINA O CASO CONCRETO;

O QUE O PREJUÍZO RESULTANTE DA PROVIDÊNCIA NÃO EXCEDA O VALOR DO DANO QUE


COM ELA SE PRETENDE EVITAR;

A AÇÃO TEM COMO CONTEÚDO A INDISPONIBILIDADE DO BEM.

Relativamente à citação:

A indispensável celeridade dos procedimentos cautelares conduz a que nunca haja lugar á
citação edital – art. 366/4º CPC. Segundo este preceito, o juiz deve dispensar a prévia
audiência do requerido, quando verificar que a citação pessoal deste não é viável.

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Tendo em vista esta exigência de celeridade, os procedimentos cautelares devem ser decididos
em primeira instância, no prazo máximo de 2 meses ou se o requerido não tiver sido citado, de
15 dias – art. 363/2º CPC.

O requerido não é citado, nos casos previstos nos art. 366/1º, 378 e 393/1 CPC.

No caso não haveria mal em ouvir o Camilo 1º, nada é dito que leva a achar isso. Contudo se a
escritura fosse logo no dia a seguir este não seria ouvido.

Relativamente à inversão do contencioso:

o Este é o princípio segundo o qual os procedimentos cautelares podem deixar de


depender da ação que teria como fundamento o direito acautelado, se for decretada a
inversão do contencioso.
o A inversão do contencioso, significa que o ónus de propor a ação principal se inverte ,
passando para o requerido, se quiser impugnar a existência do direito acautelado. O
requerente somente foi dispensado do ónus de propor a ação principal.
o Trata-se portanto de uma dispensa de ordem processual;
o A dispensa de ónus de propor a ação principal não depende da iniciativa do juiz. Deve
ser solicitada pelo requerente através de requerimento. É ele que tem de avaliar se lhe
interessa ou não requerer a consolidação da decisão cautelar, ou seja, a sua potencial
definitividade.
o O requerimento tem de ser apresentado até ao encerramento da audiência final , o
que significa que o requerimento pode ser feito mesmo depois dos debates – art,
369/2º CPC. É claro que neste caso, ao requerido deve ser dada a palavra para se
pronunciar sobre o assunto.
o A decisão cautelar proferida consolida-se se o requerido não propuser a ação, ou
tendo-a proposto, se não for demonstrado que essa decisão não podia ter vocação de
definitividade.

Inversão do contencioso- inverso do modo de propor a ação- passa a ser o requerido a ter
o ónus de propor a ação principal :

 Tem de ser requerida


 A matéria de facto provado tem de ter grau de prova strictu sensus – volta-se a
aumentar a exigência do grau de prova
 Natureza da ação – tem de ser a mesma que se pediria na ação principal- 376º/4 há
providências que são por natureza conservatória . 389º segue regime alimentos -382º
 MTS: Se a propositura da ação já tiver ocorrido não há inversão do contencioso – só faz
sentido se à ação já está proposta- se a ação já está proposta não há nada para inverter

No nosso caso havia uma natureza diferente da ação principal:

 A ação principal não visa conseguir a indisponibilidade do bem

Nota: DD como se distribuiu o ónus da prova que se segue à inversão do contencioso

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343º/1 CC –distribuição do ónus da prova nas ações de simples apreciação negativa

5. António, proprietário do imóvel X, situado em Aveiro, intenta acção judicial contra Bento, na
qual pretende o reconhecimento do seu direito de propriedade sobre o referido imóvel,
porquanto Bento aclama em público que tal imóvel sempre pertenceu a sua família.

a. Se for proferida sentença condenatória, poderá o réu confessar o pedido?

Não há interesse

Neste caso estamos perante uma confissão do pedido:

 É um negócio unilateral pela qual o réu reconhece o fundamento do pedido


formulado pelo autor. Esta pode ser total ou parcial consoante o âmbito do
reconhecimento realizado pelo réu. – art. 283/1º CPC.
 Se a confissão do pedido equivale ao réu dizer “ o autor tem direito àquilo que está a
pedir” – a decisão do juiz será a condenação do réu no pedido.

Uma vez que coincide com o réu ser condenado. Não faz sentido haver depois da sentença.

 Depois de uma condenação haver confissão do pedido réu está a renunciar ao recurso,
não faz sentido pedir recurso da decisão que o tribunal tomou.

PROF. MTS: vem dizer que em termos de interpretação de negócio jurídico: devemos entender
que a confissão de um pedido depois da condenação do réu, equivale ao próprio dizer “eu
estou satisfeito com a sentença, não vou recorrer”, diz o professor que o réu não deve ainda
assim, confessar sempre que esses atos reproduzam o conteúdo da decisão proferida,
justificando com a falta de interesse processual.

PCS e LF: se o negócio processual depois da sentença- a sentença cessa o poder

b. E se for proferida sentença absolutória, poderá o autor desistir da instância?

Neste caso já se desistiu da instância

Desistência da instância

 É um negócio unilateral atrvés do qual o autor renuncia à obtenção da tutela


jurisdicional requerida. Esta desistência não marca qualquer posição do autor quanto
à situação jurídica por ele alegada em juízo, significa apenas que essa parte desiste de
procurar tutelar essa situação no processo pendente.

A desistência da instância apenas faz cessar o processo pendente – art. 285/2º CPC: isto é
extingue a instância sem nada definir quanto à situação jurídica tutelada – apenas dispensa da

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tutela judicial, não diz que não tem o direito só diz que por agora está tudo bem, e pode
depois pedir acção igual.

Importa assim tutelar os interesses do réu quanto à expetativa de obtenção de uma decisão de
mérito favorável. É isso que justifica que a eficácia da desistência da instância fique
dependente de aceitação do réu – art. 286/1º CPC. Essa concordância deve ser comunicada
pelo réu ao tribunal. O réu pode ter interesse que a ação seja resolvida.

 Exige-se o consentimento do réu, só se estiver de acordo. Pode o réu dizer que queria
que a ação vá até ao fim e o direito do autor não existe (Se assim não fosse ia desistir
da instancia sempre que achasse que a decisão não lhe ia ser favorável).

Exceção: se o réu não contestou, se tivesse em revelia: pode sempre haver desistência da
instância mesmo sem consentimento, até à sentença podemos sempre dizer que o autor pode
desistir da instância sem consentimento do réu (quando este não contesta), porque se o réu
tivesse alguma coisa a dizer, tinha contestado.

 Aqui no caso não se sabe se contestou. Se tiver contestado é necessário o


consentimento do réu. No caso era de calcular que não ia consentir porque a decisão já
tinha sido favorável.

É por isso que do lado do réu é sempre preciso consentimento da desistência da instância.

Ora: Na desistência da instância, a desistência da instância também é um negócio processual


(extingue-se a instância sem decisão de mérito), o que significa que não há condenação nem
absolvição.

Essa diferença interessa, se aqui não há composição da ação, os autores podem intentar o
mesmo pedido numa outra ação, não impede a repetição do julgamento da ação.

- Numa sentença em que não contestou depois da sentença faz sentido desistir da instância?
Se foi favorável ao autor (condenação) ele desistir sem o consentimento do réu não há
problema, agora se foi desfavorável e o réu contestou é abusivo, contestação não é um dever
mas um ónus (decide não contestar por saber que vai ser favorável a decisão).

- Tendo contestado e sendo desfavorável ao réu pode desistir.

c. Imagine agora que o réu tinha deduzido um pedido reconvencional admissível. Ficando

A com medo de que este pedido procedesse, dirige-se a si, seu advogado, pedindo
conselhos acerca de uma eventual desistência da acção. O que lhe diria?

Desistir do pedido

É um negócio unilateral atrvés do qual o autor reconhece a falta de fundamento do pedido


formulado. Deferentemente da desistência da instância a desistência do pedido representa o
reconhecimento pelo autor de que a situação jurídica alegada não existe ou extinguiu-se.

A desistência do pedido pode ser total ou parcial – art. 283/1º CPC.

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Art. 286/2º CPC: A desistência do pedido é livre: mas mantém-se o pedido reconvencional a
não ser que este fosse dependente do pedido formulado para o autor; Na desistência do
pedido não pode o autor voltar a propor uma nova ação: art. 285/1º CPC.

Desistir da instância

 É um negócio unilateral atrvés do qual o autor renuncia à obtenção da tutela


jurisdicional requerida. Esta desistência não marca qualquer posição do autor quanto
à situação jurídica por ele alegada em juízo, significa apenas que essa parte desiste de
procurar tutelar essa situação no processo pendente.

Segundo o Prof. MTS não podemos ler a aceitação do réu da desistência da instância como
renúncia ao pedido reconvencional: só podemos retirar da aceitação do réu uma renuncia ao
seu direito reconvencional nos casos em que o pedido reconvencional está na dependência do
pedido principal: Ai é óbvio se o pedido reconvencional depende do pedido principal, o réu
aceita a desistência está obviamente a renunciar ao pedido reconvencional: se os dois pedidos
forem completamente autónomos, diz o Prof. MTS que não se pode ver na aceitação da
desistência uma desistência do pedido reconvencional.

A desistência da instância não cessa o direito do autor de voltar a propor a ação atrvés da
aplicação do art. 285/2º CPC – os efeitos retroagem até ao início.

286º/2

– pode aplicar-se o anterior analogicamente ao nº1 ? Sim. Na desistência da instância é mais


complicado. Na desistência da instância o réu tem de consentir, e pode implicitamente
entender-se que está a renunciar também ao seu pedido reconvencional?

MTS se forem autónomos não se pode em termos de interpretação da vontade ler uma
renúncia implícita ao pedido do réu, mas se estão na dependência uma da outra sim, porque o
seu pedido não faz sentido sem o outro.

R: não poderia fazer nada para fugir ao pedido reconvencional.

d. António e Bento estão dispostos a chegar a um acordo nos seguintes moldes: Bento

reconhece a propriedade de António sobre uma parcela do imóvel X, e este último


aceita a propriedade de Bento sobre o restante. Analise a admissibilidade do acordo
feito nestes moldes.

Transacção

§ Transação; Não está prevista no CPC , mas no CC | art. 1248/1 – nos contratos em
especial, a transação: é um negócio processual que é celebrado com vista a por termo a
um litigio, que tem como característico o facto das partes se comporem através de
reciprocas vantagens

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As partes determinam um litígio mediante recíprocas concessões, as concessões podem


envolver extinção, modificação dos direitos no direito controvertido. Os negócios processuais
são atos constitutivos, o juiz fica vinculado ao conteúdo daquilo que foi objeto sob revertido
à sua apreciação.

Em suma a transação será um contrato pelo qual as partes previnem ou terminam um litígio
mediante recíprocas concessões, no caso é transacção judicial (terminam um litígio).

* Pode ser realizada em qualquer momento da tramitação da acção.

* Não é admissível quanto a situações indisponíveis, o que não é o caso (art. 298/1º CPC)

e. Na questão anterior, imagine que o mandatário judicial do autor agiu ao abrigo de uma
procuração forense que lhe concedia poderes gerais. Quando o autor é notificado da
sentença homologatória de tal acordo, fica bastante indignado, pois não pretendia
desistir da acção.

O mandatário tem de ter poderes especiais (art. 45/2º CPC), e no caso só tinha poderes gerais
(leva a nulidade do negócio processual)

 Neste caso é sanável – sentença homologatória é notificada pessoalmente ao


mandante para se este quiser ratificar, e se este nada fizer considera-se ratificado
(sendo ratificado ou considerando-se ratificado o processo continua); se não ratificar o
acto do mandatário este não produz quanto a si quaisquer efeitos (art. 291/3º CPC).
 Recurso extraordinário é a revisão
 Tem 10 dias para dizer que não ratifica

f. Admita que António e Bento haviam posto termo à instância conforme referido na
alínea d, mas que A só o fez porque B o ameaçou de que, se não chegasse a acordo,
contaria à sua mulher o que este andava a fazer às sextas-feiras à noite. Tendo
entretanto a sua mulher descoberto pelos seus próprios meios, A quer invalidar a
transacção. Pode fazê-lo? De que forma?

Art. 291/1 e 2º CPC , sendo negocio processual aplicam-se todas as regras do negócio jurídico :
a aplicação das causas de invalidade dos negócios jurídicos as estes negócios processuais.- 251º
e 256º do CC – recurso extraordinário de revisão – se a coação se mantiver para além dos 30
dias

Temos dois tipos de recurso

- ordinário- tem prazo de 30 dias – só posso recorrer se o valor for superior à alçada –

- extraordinário- interpõe-se depois da sentença – tem um prazo de 5 anos; tem por


fundamento situações muito graves- visa destruir a sentença por o nj ter sido celebrado com
vicio da vontade.

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g. Imagine agora que o autor desistia da instância e depois se arrependia. Poderia propor
uma nova acção com o mesmo objecto?

Neste caso teria também de se analisar consoante desistência da instância e


desistência do pedido

 Desistência da instância – Faz cessar o processo pendente (extingue a instância


sem nada dizer quanto à situação). Aqui o autor não diz que não tem direito ao
que pediu, só diz que por agora está tudo bem e não quer continuar a discutir
aquele assunto. Pode num momento posterior propor uma acção igual.
 Desistência do pedido – Aqui extingue a situação jurídica que o autor pretendia
tutelar (art. 285/1 CPC); corresponde ao tribunal absolver o réu do pedido.
Neste caso não pode depois propor acção igual, única maneira de talvez o
tentar fazer seria com base em vícios da vontade (nos termos gerais dos
negócios jurídicos).

6. A propõe acção de impugnação da paternidade presumida contra a sua ex-mulher e contra a


sua presumida filha. Depois da contestação apresentada pela filha, A decide desistir da
instância. Pode fazê-lo?

 É um negócio unilateral atrvés do qual o autor renuncia à obtenção da tutela


jurisdicional requerida. Esta desistência não marca qualquer posição do autor quanto
à situação jurídica por ele alegada em juízo, significa apenas que essa parte desiste de
procurar tutelar essa situação no processo pendente.
 A desistência da instância apenas faz cessar o processo pendente – art. 285/2º CPC:
isto é extingue a instância sem nada definir quanto à situação jurídica tutelada.
Importa assim tutelar os interesses do réu quanto à expetativa de obtenção de uma
decisão de mérito favorável. É isso que justifica que a eficácia da desistência da
instância fique dependente de aceitação do réu – art. 286/1º CPC. Essa concordância
deve ser comunicada pelo réu ao tribunal. O réu pode ter interesse que a ação seja
resolvida.
 Exceção: se o réu não contestou, se tivesse em revelia: pode sempre haver desistência
da instância mesmo sem consentimento, até à sentença podemos sempre dizer que o
autor pode desistir da instância sem consentimento do réu (quando este não
contesta), porque se o réu tivesse alguma coisa a dizer, tinha contestado.
 Neste caso a ré contestou
 O juiz objeto – 289º em matéria de direitos indisponíveis não pode haver negócios
processuais.
 É por isso que do lado do réu é sempre preciso consentimento da desistência da
instância.
 ORA: Na desistência da instância, a desistência da instância também é um negócio
processual (extingue-se a instância sem decisão de mérito), o que significa que não há
condenação nem absolvição.
 Essa diferença interessa, se aqui não há composição da ação, os autores podem
intentar o mesmo pedido numa outra ação, não impede a repetição do julgamento da
ação.

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Desistência da instância quer dizer que para já não quer ver isso discutido é um
problema? Não, porque não modifica, extingue o direito indisponível, deve ser feita
interpretação restritiva aqui no artigo 289º– este só se refere à desistência do pedido
(corresponde a reconhecer que o direito não existe), a desistência da instância não tem
nenhum efeito em relação ao direito, não diz que o direito existe ou que não existe etc,
diz que não quer mexer naquele direito e não tem nenhum efeito.

Neste caso não estamos a entrar no âmbito dos direitos indisponíveis – nestes casos
apenas era permitida a desistência da instância. 275º/2 – não uma decisão
relativamente ao mérito.

A sentença faz a homolgação da desistência da instância – tem apenas força de caso


julgado formal.

R: era permitido porque se estava a fala em desistência da instância.

Citação pessoal- citado na pessoa de

Citação edital- quando não é possível chegar à pessoal (ex: a pessoa encontra-se em lugar
incerto)- estas são publicadas numa página de internet. Neste caso não há certeza por isso há
inoperância da revelia – de todos os factos- neste caso se nada dá-se como provado se nada a
pessoa disser após a publicação da edital

Prazo do recurso – 30 dias

Regime das providências especificadas

Requisitos de cada uma delas encontra-se no capitulo do titulo

No arresto – 396º: nestes casos não tem

No arrolamento à uma regra especial para heranças e divórcio

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364º/4- toda a prova produzida no procedimento cautelar não tm qualquer influência no


julgamento da ação principal - principio da autonomia ( o juiz em Portugal nas duas ações
diferentes:

 Exceção 355º/3: relativa à confissão judicial – a confissão pode ser aproveitada na


ação principal

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