Casos Praticos V
Casos Praticos V
Casos Praticos V
Casos práticos V
Casos práticos V
1. O que significa dizer que a revelia operante tem efeito cominatório semi-pleno?
Se o réu, além de não deduzir qualquer oposição, não constituir mandatário nem intervier de
qualquer forma no processo, verificará o tribunal se a citação foi feita com as formalidades
legais e mandá-la-á repetir quando encontre irregularidade – art. 566º CPC.
A lei processual estabelece uma cominação semi-plena e não um efeito cominatório pleno, isto
é, não há “(…) uma incontornável e fatal condenação imediata no pedido como consequência
da revelia operante (…)” (J.P. Remédio Marques, Acção Declarativa à Luz do Código Revisto, 3.ª
ed., 2011, pp. 502).
Na verdade, a parte final do nº 2, do artº 567º, do CPC, estatui que “(…) e em seguida é
proferida sentença, julgando a causa conforme for de direito”.
Assim, o tribunal irá “julgar a causa conforme for de direito”, o que significa que os factos
reconhecidos por falta de contestação tanto podem determinar a procedência da acção, total
ou parcial, como podem conduzir à absolvição do Réu da instância (com base na verificação de
excepções dilatórias de que o tribunal tenha conhecimento oficioso) ou do pedido.
Quer dizer, considerarem-se os factos alegados pelo autor como confessados não determina
que o desfecho da lide seja, necessariamente, aquele que o demandante pretende, na medida
em que o juiz deve, depois, julgar a causa aplicando o direito aos factos admitidos (efeito
cominatório semi-pleno da revelia operante).
1.1. Encontrando-se o réu em revelia totalmente operante, o que deve o tribunal fazer,
se se aperceber de que é incompetente em razão da nacionalidade para conhecer
do mérito da causa?
A revelia pode ser absoluta ou relativa. A revelia é absoluta quando o réu não pratica qualquer
ato na ação pendente; é relativa se o réu não contesta, mas pratica em juízo qualquer outro ato
processual, designadamente a constituição de mandatário judicial.
A revelia - quer a relativa, quer a absoluta - pode ser operante ou inoperante.
É operante quando produz efeitos quanto à composição da acção; é inoperante quando esses
efeitos não se realizam, isto é, quando a falta de contestação nada implica quanto à decisão da
causa. Neste caso estamos perante uma revelia totalmente operante - Significa isto que os
factos constantes da petição inicial, porque não controvertidos, isto é, porque não
impugnados, são considerados admitidos por acordo, e por esse motivo, já não necessitam de
se provados.
Estamos perante uma incompetência nos termos dos artigos 96º e 97º CPC – esta constitui
uma exceção dilatória de conhecimento oficioso nos termos do 577ºa e 578º
DECISÃO DE MÉRITO: a sentença é proferida antecipadamente em relação aos casos em que foi
apresentada contestação. Não há necessidade de realizar audiência de discussão e julgamento
visto que os factos alegados pelo autor se consideram confessados, e por isso, não há
necessidade de provas.
A sentença não terá necessariamente de levar à condenação do réu no pedido. Casos há que,
apesar de se considerarem provados todos os factos que constituem a causa de pedir, é
proferida sentença de absolvição do réu da instância pelo conhecimento oficioso de alguma
exceção dilatória.
O efeito cominatório derivado da revelia não pode obstar a que o tribunal cumpra o dever de
conhecer das exceções dilatórias, com lhe impõe o preceituado no art. 578º CPC.
Nos termos do artigo 99º/1 a verificação desta incompetência implica a absolvição do réu da
instância.
Neste caso estamos perante uma revelia operante- Significa isto que os factos constantes da
petição inicial, porque não controvertidos, isto é, porque não impugnados, são considerados
confessados, e por esse motivo, já não necessitam de se provados.
DECISÃO DE MÉRITO: a sentença é proferida antecipadamente em relação aos casos em que foi
apresentada contestação. Não há necessidade de realizar audiência de discussão e julgamento
visto que os factos alegados pelo autor se consideram confessados, e por isso, não há
necessidade de provas.
A sentença não terá necessariamente de levar à condenação do réu no pedido. Casos há que,
apesar de se considerarem provados todos os factos que constituem a causa de pedir, é
proferida sentença de absolvição do réu da instância pelo conhecimento oficioso de alguma
exceção.
O efeito cominatório derivado da revelia não pode obstar a que o tribunal cumpra o dever de
conhecer das exceções dilatórias, com lhe impõe o preceituado no art. 579º CPC.
Neste caso estaríamos perante uma excepção dilatória -uma vez que a nulidade do contrato
extingue o efeito jurídico dos factos articulados pelo autor.
A exceção dilatória é nos termos do artigo 578º conhecido oficiosamente pelo tribunal, uma
vez que se trata de uma nulidade e nos termos do 286º+ 294º esta não terá de ser invocada
pelas partes .
Factos:
o Agressão
o Intencional
o Danos
o Intenção de celebração do contrato
Resulta de uma específica forma de o réu se comportar -Este tem essencialmente 3 efeitos
processuais:
1. Confissão tácita dos factos: o Código diz-nos que é uma confissão ficta – é um meio
de prova, a confissão como meio de prova é aceitação de prova favorável à
contraparte e desfavorável para a outra – a questão na revelia: há uma ausência de
declaração, sendo que o que se discute é: aquilo é uma declaração de ciência ou
de vontade? A Prof. PCS refere que: forma-se prova ou consideram se provados os
factos por ausência de contestação por parte do réu.
a. Sistematizando: se o réu não contestar, tendo sido ou devendo considerar-
se citado regularmente na sua própria pessoa ou tendo juntado
procuração a mandatário judicial no prazo da contestação, consideram-se
confessados os factos articulados pelo autor | art. 567/1 CPC.
b. Não tendo sido a ação sido contestada, não haverá necessidade de o juiz
proferir despacho destinado a identificar o objeto do litígio e a enunciar as
questões essenciais de facto que constituem o tema de prova, conforme
resulta, a contrario sensu, do disposto no art. 596/1º CPC.
c. Será proferido despacho saneador destinado a conhecer imediatamente
do mérito da causa – art. 595/1/b) CPC.
3. Decisão de mérito: a sentença é proferida antecipadamente em relação aos casos
em qje foi apresentada constestação. Não há necessidade de realizar audiência de
discussão e julgamentom visto qye o sfactos alegados pelo autor se consideram
confessados, e por isso, não há necessidade de provas.
a. Na fundamentação da sentença serão tomados em consideração os factos
provados, que são a totalidade dos factos com interesse para a decisão,
que foram alegados pelo autor – art. 607º/3º CPC, a esses factos será
aplicado o direito.
b. A sentença não será necessariamente de condenação do réu no pedido.
Casos há que, apesar de se considerarem provados todos os factos que
constituem a causa de pedir, é proferida sentença de absolvição do réu da
instância pelo conhecimento oficioso de alguma exceção dilatória.
c. O efeito cominatório derivado da revelia não pode obstar a que o tribunal
cumpra o dever de conhecer das exceções dilatórias, com lhe impõe o
preceituado no art. 578º CPC.
d. Por outro lado pode acontecer que os factos alegados pelo autor apesar de
se considerarem provados, por efeito da revelia, sejam insuficientes para
julgar procedente a ação. Neste caso o réu será absolvido do pedido.
e. Se a resolução da causa revestir manifesta simplicidade , a sentença pode
limitar-se à parte decisória, precedida da necessária identificação das
partes e da fundamentação sumária do julgado – art. 567/3º CPC.
Se o réu, além de não deduzir qualquer oposição, não constituir mandatário nem intervier de
qualquer forma no processo, o que parece ser o caso, verificará o tribunal se a citação foi feita
com as formalidades legais e mandá-la-á repetir quando encontre irregularidade – art. 566º
CPC.
2.2. B e C não apresentam contestação, mas juntam aos autos procuração forense.
Quais as consequências processuais do seu comportamento?
Estaremos perante uma revelia inoperante relativamente a todos os factos impugnados por C –
Nem sempre se verificam os efeitos da revelia operante. Existem as exceções previstas no art.
568º CPC. A revelia inoperante surge nos casos em que a falta de contestação não determina
que se considerem confessados os factos articulados pelo autor na petição inicial.
Art. 568º CPC:- as alinhas não são alternativas, elas podem ser cumulativas
a) Quando havendo, vários réus, algum deles contestar, relativamente aos factos que o
contestante impugnar;
Neste caso a defesa apresentada por um dos réus aproveita aos que não contestaram. Isto
acontece tanto no caso de litisconsórcio necessário como no litisconsórcio voluntário.
Considerou o legislador que não faria sentido que na mesma ação, os mesmos factos
pudessem ser considerados como não provados em relação a um dos réus, porque os
impugnou e como provados em relação aos restantes réus, que não ofereceram contestação.
Além disso não deve retirar-se aos réus a possibilidade de delegar em um deles o encargo de
contestar no interesse de todos.
Porém a revelia é afastada em relação aos factos impugnados pelo contestante. Quanto aos
factos não impugnados por este aplicar-se- à o disposto no art. 574/1 e 2º CPC. Por outras
palavras , o réu revel apenas beneficiará dos efeitos da contestação do co – réu em relação aos
factos por este impugnados, como se compreende.
3. Joana encontra-se grávida de 30 semanas, com uma gravidez de risco e ordem médica de
repouso. O seu vizinho de cima comprou um cão que ladra dia e noite, impedindo Joana de
dormir. Correndo o risco de pôr em risco a vida e saúde do bebé por falta de descanso, Joana
requer uma providência cautelar. Se fosse juiz:
Tutela cautelar é urgente mas provisório. Por norma à uma ação principal que vai confirmar ou
caducar a sentença da providência cautelar.
Esta não seria o caso uma vez que se pretende uma ação definitiva.
As providência poderm ser requeridas quer na pendência de uma ação ou antes da ação.
A indispensável celeridade dos procedimentos cautelares conduz a que nunca haja lugar á
citação edital – art. 366/4º CPC. Segundo este preceito, o juiz deve dispensar a prévia
audiência do requerido, quando verificar que a citação pessoal deste não é viável.
Tendo em vista esta exigência de celeridade, os procedimentos cautelares devem ser decididos
em primeira instância, no prazo máximo de 2 meses ou se o requerido não tiver sido citado, de
15 dias – art. 363/2º CPC.
O requerido não é citado, nos casos previstos nos art. 366/1º, 378 e 393/1 CPC.
Neste caso estamos perante uma gravidez de risco, que já vai na trigésima semana,
consequentemente é necessário que o direito que o direito da autora fosse acautelado o mais
celeramente possível, e o facto de o réu ser citado poderia arrastar o processo a um prazo
máximo de 2 meses o que falar com que deixa-se de acautelar o direito em causa e pusesse em
risco a vida da criança e do bebé, por consequência, a meu ver, neste caso dispensa-se a
citação do réu
- Requisitos:
1. periculum in mora
1. A demora;
Já relativamente ao dano, a providência cautelar só pode ser decretada desde que esse seja
grave e irreparável ou de difícil reparação, isto é, quando não seja viável a reintegração do
direito de forma específica, ou por equivalente no decurso de um juízo de mérito.
Neste caso se o direito não for acautelado de imediato, o direito de J poderá não vir a ser
tutelado a tempo o direito da autora (quer por esta dar à luz durante o período que o processo
normal decorreria, quer porque o dano não seria evitado a tempo, ficando a vida da autora e
do seu bebé em risco)
2. Fumus boni iruis (aparência do direito – “ onde há fumo há fogo) – se o juiz estesse que era
plausível que a ordem jurídica reconhece que era plausível considerar que o direito existe
o O recurso á tutela cautelar implica, desde logo, que o requerente se arrogue titular de
um direito, e que se encontre um risco de sofrer um lesão grave de um direito, e que
este se encontre em risco de sofrer uma lesão grave e irreparável o ou de difícil
Prova strictu sensus e mera justificação (só é admissível nas providências cautelares devido à
sua provisoriedade)- varia de acordo com a certeza e com a profundidade da análise do juiz.
273º
3. Proporcionalidade
o Funus boni iuris sumarium conditio” a urgência é mais uma vez comparativa com a
situação normal. Não pode esperar pela decisão final pericilum in mora
o Neste caso esta é adequada aos danos que se vai causar a Joana.
4. Interesse processual
Neste caso não estamos perante nenhum dos procedimento cautelares especificados no CPC-
Estes são os seguintes:
Nos termos do art. 362/1º CPC: a providência cautelar comum pode ser decretada se além de
existir a aparência do direito, haja fundado receio de que outrem cause lesão grave e
dificilmente reparável a esse direito (art. 368/1º CPC).
Impõe-se porém, ao juiz que se recuse a decretar a providência quando o prejuízo dela
resultante para o requerido exceda consideravelmente o dano que com ela o requerente
pretende evitar – art. 368/2º CPC.
Em suma para que possa ser decretada uma providência cautelar não especificada: devem
encontrar-se preenchidos os seguintes pressupostos:
D) QUE O PREJUÍZO RESULTANTE DA PROVIDÊNCIA NÃO EXCEDA O VALOR DO DANO QUE COM ELA SE
PRETENDE EVITAR;
Neste caso o direito em causa é o direito à paz e sossego e o direito à integridade física tanto
do bebé como da mãe; Tendo em conta que o cão ladra de dia e noite não deixando a autora,
em situação de risco, descansar, há fundado receio da lesão destes direitos; não estamos
perante nenhuma das providências cautelares especificadamente previstas na lei; e tendo em
conta que esta providência visa salvaguardar a vida e saúde de uma mulher grávida em
situação de risco (da mãe e do seu bebé) a providência não parece exceder o valor do dano
que ela pretende evitar.
Por estas razões o juiz deverá decretar neste caso a uma providência cautelar comum – o seu
conteúdo: o cão não faria barulho durante a noite .
4. Afonso propõe uma ação através da qual pretende invalidar a compra da Quinta da Cepa
pelo seu irmão Camilo a Berta, mãe de ambos, por não o ter autorizado. Na pendência desta
ação, Afonso apercebe-se que de Camilo pretende proceder à alienação daquele bem, por este
o andar a publicitar em jornais de muita divulgação. Requer, por isso, o arresto da Quinta com
inversão do contencioso. Se fosse juiz, como agiria? (responder às questões 3.1, 3.2, e indicar
se decretaria a inversão do contencioso)
Relativamente ao arresto
Quanto ao arresto (art. 391º CPC) os regimes das providências cautelares permitem a
apreensão efetiva de coisas, nomeadamente permite que quando o credor tendo um
justificado receio de perder a garantia patrimonial do seu crédito, requerer o arresto
de bens do devedor – providência conservatória
Neste caso afastamos o arresto, na medida em que este apenas serve para os casos em que se
tenta garantir um crédito o que não era o caso, uma vez que não estamos perante uma acção
de cumprimento – neste caso não existe um credor e um devedor – tem de estar sempre ligada
a uma ação principal que pretende o cumprimento de uma obrigação.
376º/3- exceção ao principio do pedido – o juiz tem liberdade paramudar a forma do pedido
- Processo de inventário – se um dos interessados tiver justo receio de que os bens da herança
correm riscos por força de actos de outro interessado;
Neste caso o arrolamento não era a providencia certa – arrolamento encontrasse sempre
associado à ação principal onde o autor quer exercer o seu direito sobre o bem em causa . O
que não era o caso uma vez que A apenas pretendia que o bem ficasse na esfera jurídica da
mãe.
Deste modo importa questionar qual a regra jurídica que deveria invocar – neste caso seria
proibição de venda de pais a filhos, a venda não e válida porque não deu o seu consentimento:
é possível assim Invocar que a mãe, sem o consentimento, não poderá vender os bens em
causa aos seus irmão. – A não acha que é titular do bem nem quer discutir quem é o titular do
bem. Ele só não quer que o bem não vá para o irmão.
Também não estaremos neste caso perante um arrolamento. Ele quer que seja decretada a
providencia devido à tutela de 3º de boa fé e o bem nunca mais voltasse à esfera de B.
- Requisitos:
1. periculum in mora
Assim a tutela cautelar surge inevitavelmente associada a uma tutela preventiva e urgente, já
que a providência cautelar não pode ser decretada se não existir qualquer perigo ou ameaça
grave e irreparável quanto à protecção de um direito .
3. A demora;
Já relativamente ao dano, a providência cautelar só pode ser decretada desde que esse seja
grave e irreparável ou de difícil reparação, isto é, quando não seja viável a reintegração do
direito de forma específica, ou por equivalente no decurso de um juízo de mérito.
Neste caso se C for bem sucedido e conseguir vender o bem a terceiro, o que parece ser a sua
intenção na medida em que já havia colocado anúncios no jornal, poderá neste caso haver
tutela do direito de terceiro de boa fé o que impede que a acção principal tenha interesse.
o O recurso á tutela cautelar implica, desde logo, que o requerente se arrogue titular de
um direito, e que se encontre um risco de sofrer um lesão grave de um direito, e que
este se encontre em risco de sofrer uma lesão grave e irreparável o ou de difícil
reparação2. Na realidade só é admissível o decretamento de uma providência cautelar
desde que seja provável a existência de um determinado direito do requerente que
careça de tutela urgente
.
o Por razões que se prendem com os limites intrínsecos decorrentes da sumariedade da
cognição cautelar, para que a providência possa ser deferida é suficiente um juízo de
mera aparência do direito (art. 365º/1, 368/1, 388/2, 392/1, e 405º/1 do CPC), ou seja
basta que se encontre indiciariamente provado3, que o direito do requerente existe e
de que está em risco de ser violado ( art. 362/1º, 365/1º, 368/1º, 391/1º, 392/1º,
403º/1, e art. 405/1º CPC), sendo por isso, provável que venha a obter êxito na ação
principal de que a providência cautelar, em regra depende.
o Em suma: “não se exige uma prova da realidade jurídica, mas penas manifestações
externas, não se requer um direito certo, mas um direito aparente, um fumus boni
iuris..
o Sacrifica-se pois, neste caso, a “segurança jurídica em nome da celeridade
indispensável à efetivação da tutela do direito material a ser resguardado pela via
jurisdicional”
o – Neste caso A como irmão tem direito a que a mãe não venda a coisa a C sem o seu
consentimento.
5. Proporcionalidade
o Funus boni iuris sumarium conditio” a urgência é mais uma vez comparativa com a
situação normal. Não pode esperar pela decisão final pericilum in mora
o Neste caso esta é adequada aos danos que se vai causar ao Danilo.
6. Interesse processual
o A providência cautelar só pode ser concedida se o requerente não tiver ao seu
alcance qualquer meio processual menos gravoso que lhe permita proteger de
igual forma o direito que pretende acautelar.
Neste caso o juiz deveria decretar a providência comum e não o arresto, ou seja, deveria ser
decretada providência diferente da que foi pedida do que a que foi pedida pelo autor.
Relativamente à citação:
A indispensável celeridade dos procedimentos cautelares conduz a que nunca haja lugar á
citação edital – art. 366/4º CPC. Segundo este preceito, o juiz deve dispensar a prévia
audiência do requerido, quando verificar que a citação pessoal deste não é viável.
Tendo em vista esta exigência de celeridade, os procedimentos cautelares devem ser decididos
em primeira instância, no prazo máximo de 2 meses ou se o requerido não tiver sido citado, de
15 dias – art. 363/2º CPC.
O requerido não é citado, nos casos previstos nos art. 366/1º, 378 e 393/1 CPC.
No caso não haveria mal em ouvir o Camilo 1º, nada é dito que leva a achar isso. Contudo se a
escritura fosse logo no dia a seguir este não seria ouvido.
Inversão do contencioso- inverso do modo de propor a ação- passa a ser o requerido a ter
o ónus de propor a ação principal :
5. António, proprietário do imóvel X, situado em Aveiro, intenta acção judicial contra Bento, na
qual pretende o reconhecimento do seu direito de propriedade sobre o referido imóvel,
porquanto Bento aclama em público que tal imóvel sempre pertenceu a sua família.
Não há interesse
Uma vez que coincide com o réu ser condenado. Não faz sentido haver depois da sentença.
Depois de uma condenação haver confissão do pedido réu está a renunciar ao recurso,
não faz sentido pedir recurso da decisão que o tribunal tomou.
PROF. MTS: vem dizer que em termos de interpretação de negócio jurídico: devemos entender
que a confissão de um pedido depois da condenação do réu, equivale ao próprio dizer “eu
estou satisfeito com a sentença, não vou recorrer”, diz o professor que o réu não deve ainda
assim, confessar sempre que esses atos reproduzam o conteúdo da decisão proferida,
justificando com a falta de interesse processual.
Desistência da instância
A desistência da instância apenas faz cessar o processo pendente – art. 285/2º CPC: isto é
extingue a instância sem nada definir quanto à situação jurídica tutelada – apenas dispensa da
tutela judicial, não diz que não tem o direito só diz que por agora está tudo bem, e pode
depois pedir acção igual.
Importa assim tutelar os interesses do réu quanto à expetativa de obtenção de uma decisão de
mérito favorável. É isso que justifica que a eficácia da desistência da instância fique
dependente de aceitação do réu – art. 286/1º CPC. Essa concordância deve ser comunicada
pelo réu ao tribunal. O réu pode ter interesse que a ação seja resolvida.
Exige-se o consentimento do réu, só se estiver de acordo. Pode o réu dizer que queria
que a ação vá até ao fim e o direito do autor não existe (Se assim não fosse ia desistir
da instancia sempre que achasse que a decisão não lhe ia ser favorável).
Exceção: se o réu não contestou, se tivesse em revelia: pode sempre haver desistência da
instância mesmo sem consentimento, até à sentença podemos sempre dizer que o autor pode
desistir da instância sem consentimento do réu (quando este não contesta), porque se o réu
tivesse alguma coisa a dizer, tinha contestado.
É por isso que do lado do réu é sempre preciso consentimento da desistência da instância.
Essa diferença interessa, se aqui não há composição da ação, os autores podem intentar o
mesmo pedido numa outra ação, não impede a repetição do julgamento da ação.
- Numa sentença em que não contestou depois da sentença faz sentido desistir da instância?
Se foi favorável ao autor (condenação) ele desistir sem o consentimento do réu não há
problema, agora se foi desfavorável e o réu contestou é abusivo, contestação não é um dever
mas um ónus (decide não contestar por saber que vai ser favorável a decisão).
c. Imagine agora que o réu tinha deduzido um pedido reconvencional admissível. Ficando
A com medo de que este pedido procedesse, dirige-se a si, seu advogado, pedindo
conselhos acerca de uma eventual desistência da acção. O que lhe diria?
Desistir do pedido
Art. 286/2º CPC: A desistência do pedido é livre: mas mantém-se o pedido reconvencional a
não ser que este fosse dependente do pedido formulado para o autor; Na desistência do
pedido não pode o autor voltar a propor uma nova ação: art. 285/1º CPC.
Desistir da instância
Segundo o Prof. MTS não podemos ler a aceitação do réu da desistência da instância como
renúncia ao pedido reconvencional: só podemos retirar da aceitação do réu uma renuncia ao
seu direito reconvencional nos casos em que o pedido reconvencional está na dependência do
pedido principal: Ai é óbvio se o pedido reconvencional depende do pedido principal, o réu
aceita a desistência está obviamente a renunciar ao pedido reconvencional: se os dois pedidos
forem completamente autónomos, diz o Prof. MTS que não se pode ver na aceitação da
desistência uma desistência do pedido reconvencional.
A desistência da instância não cessa o direito do autor de voltar a propor a ação atrvés da
aplicação do art. 285/2º CPC – os efeitos retroagem até ao início.
286º/2
MTS se forem autónomos não se pode em termos de interpretação da vontade ler uma
renúncia implícita ao pedido do réu, mas se estão na dependência uma da outra sim, porque o
seu pedido não faz sentido sem o outro.
d. António e Bento estão dispostos a chegar a um acordo nos seguintes moldes: Bento
Transacção
§ Transação; Não está prevista no CPC , mas no CC | art. 1248/1 – nos contratos em
especial, a transação: é um negócio processual que é celebrado com vista a por termo a
um litigio, que tem como característico o facto das partes se comporem através de
reciprocas vantagens
Em suma a transação será um contrato pelo qual as partes previnem ou terminam um litígio
mediante recíprocas concessões, no caso é transacção judicial (terminam um litígio).
* Não é admissível quanto a situações indisponíveis, o que não é o caso (art. 298/1º CPC)
e. Na questão anterior, imagine que o mandatário judicial do autor agiu ao abrigo de uma
procuração forense que lhe concedia poderes gerais. Quando o autor é notificado da
sentença homologatória de tal acordo, fica bastante indignado, pois não pretendia
desistir da acção.
O mandatário tem de ter poderes especiais (art. 45/2º CPC), e no caso só tinha poderes gerais
(leva a nulidade do negócio processual)
f. Admita que António e Bento haviam posto termo à instância conforme referido na
alínea d, mas que A só o fez porque B o ameaçou de que, se não chegasse a acordo,
contaria à sua mulher o que este andava a fazer às sextas-feiras à noite. Tendo
entretanto a sua mulher descoberto pelos seus próprios meios, A quer invalidar a
transacção. Pode fazê-lo? De que forma?
Art. 291/1 e 2º CPC , sendo negocio processual aplicam-se todas as regras do negócio jurídico :
a aplicação das causas de invalidade dos negócios jurídicos as estes negócios processuais.- 251º
e 256º do CC – recurso extraordinário de revisão – se a coação se mantiver para além dos 30
dias
- ordinário- tem prazo de 30 dias – só posso recorrer se o valor for superior à alçada –
g. Imagine agora que o autor desistia da instância e depois se arrependia. Poderia propor
uma nova acção com o mesmo objecto?
Desistência da instância quer dizer que para já não quer ver isso discutido é um
problema? Não, porque não modifica, extingue o direito indisponível, deve ser feita
interpretação restritiva aqui no artigo 289º– este só se refere à desistência do pedido
(corresponde a reconhecer que o direito não existe), a desistência da instância não tem
nenhum efeito em relação ao direito, não diz que o direito existe ou que não existe etc,
diz que não quer mexer naquele direito e não tem nenhum efeito.
Neste caso não estamos a entrar no âmbito dos direitos indisponíveis – nestes casos
apenas era permitida a desistência da instância. 275º/2 – não uma decisão
relativamente ao mérito.
Citação edital- quando não é possível chegar à pessoal (ex: a pessoa encontra-se em lugar
incerto)- estas são publicadas numa página de internet. Neste caso não há certeza por isso há
inoperância da revelia – de todos os factos- neste caso se nada dá-se como provado se nada a
pessoa disser após a publicação da edital