Estudo Dirigido - DPC V - Tutelas Provisórias
Estudo Dirigido - DPC V - Tutelas Provisórias
Estudo Dirigido - DPC V - Tutelas Provisórias
Silvério ajuizou ação de cobrança contra a empresa Factor, conseguindo demonstrar sua
pretensão exclusivamente pela prova documental anexada com a inicial, cuja matéria é
objeto de súmula vinculante editada pelo Supremo Tribunal Federal. O advogado de
Silvério pleiteia a concessão de uma tutela provisória, levando em consideração as
características do caso.
1. Qual a tutela provisória pode ser pleiteada por Silvério no caso apresentado?
Explique, inclusive a espécie de tutela eleita em sua resposta.
Conforme disposto no art. 311, parágrafo único, do Código de Processo Civil, há que
se falar em obtenção de tutela de evidência liminarmente, haja vista não exista
admissibilidade de tutela de evidência em caráter antecedente – sob o fundamento de que
esta espécie de tutela não exige, necessariamente, os pressupostos que respaldam sua
postulação previamente pedido principal, os quais tratam do risco de prejuízo ao resultado
do processo.
Em uma análise de mérito do caso supracitado, o magistrado não pode vir a promover
o julgamento antecipado, já que estaria cometendo eventual cerceamento de defesa,
principalmente em se tratando de tutela provisória concedida liminarmente, ou seja, sem
oitiva da parte diversa, o que contraria o princípio do contraditório. No caso em questão,
a concessão do julgamento antecipado de mérito (art. 335) não corresponde em ofensa
aos princípios de celeridade e duração razoável do processo, mas cabe ressaltar não ser
pertinente ao magistrado realizar a análise do mérito, apenas analisar o pedido da tutela
provisória.
Certa Demanda esbarra numa súmula vinculante que favorece o réu na sua interpretação.
Assim, pretende o réu que essa discussão seja imediatamente solucionada, requerendo
tutela provisória nesse sentido, pelas vias processuais adequadas. A partir da questão
apresentada, responda:
Não há que se falar em tutela baseada no risco do resultado útil neste caso. Haja vista
já exista súmula vinculante que o favorece, basta que seja peticionada uma tutela de
evidência baseada nisso, e que seja pedido ao magistrado que seus efeitos sejam
produzidos de imediato.
A assertiva está errada, haja vista se trate de súmula vinculante, que favorece a
interpretação do réu. Seu posicionamento está embasado em decisões prévias e possui
grandes chances de ser definitiva. Assim, faz-se possível que o magistrado venha a deferir
a tutela provisória – já que esta pode ser revogada ou modificada a qualquer tempo, como
em caso de obtenção de uma cognição mais exaurida a respeito do caso e constatação de
alguma prova em sentido contrário. Agora, caso nada venha a mudar, a tutela concedida
será transformada em definitiva, por meio de sentença dada no final do processo.
No caso supracitado, o Art. 311, III, do CPC, prevê que, quando se tratar de pedido
reipersecutório fundado em prova documental adequada de contrato de depósito, a tutela
cabível é a Tutela de Evidência – podendo também haver caráter liminar.
A tutela não poderia ser pleiteada antecedentemente, haja vista se trate de tutela de
evidência, que só pode ser pleiteada incidentalmente, existindo apenas a possibilidade de
liminar (art. 311, incisos II e III).
Agnaldo deixou de cumprir sua parte em determinada obrigação de fazer firmada com
Virgílio. Para assegurar seu direito, Virgílio ajuizou ação em desfavor de Agnaldo.
A assertiva encontra-se errada, uma vez que a tutela provisória de caráter incidental,
conforme disposto no art. 295, é requerida no bojo do processo principal e independe do
pagamento de custas.
Sebastião, na qualidade de advogado, é procurado por Augusto, para que seja proposta
uma demanda em face de Jacinto, já que ambos não conseguiram se compor
amigavelmente. A fim de embasar suas alegações de fato, Augusto entrega a Sebastião
contundentes documentos, que efetivamente são juntados à petição inicial, pela qual, além
da procedência dos pedidos, Sebastião requer a concessão de liminar em favor de seu
cliente. Malgrado a existência de tese firmada em julgamento de recurso repetitivo
favorável a Augusto, o juiz indefere a liminar, sob o fundamento de que não existe
urgência capaz de justificar o requerimento. Considerando a situação apresentada,
responda:
O juiz poderia conceder a liminar mediante o disposto no art. 311, II. Pode se dizer então
que o fundamento da decisão dada pelo magistrado fora incorreto, já que o caso em
questão se encontre dentro de uma das hipóteses possíveis de concessão de liminar
relativos à tutela de evidência.
Astolfo ajuizou ação contra o Plano de Saúde, com pedido de tutela de urgência e, no
mérito, a condenação à obrigação de fazer, referente ao fornecimento de exames médicos
de que o autor necessita. A tutela antecipada foi deferida pelo juiz e, na sentença, o juiz
julgou procedente o pedido e condenou o requerido a fornecer os exames, inclusive,
manteve a tutela provisória anteriormente concedida, mas não fixou multa para o caso de
descumprimento. O requerido apelou e o processo ainda não foi encaminhado ao
Tribunal ad quem. Considerando a situação narrada, responda: